29 de dezembro de 2008

Lembranças! Feliz 2009 à todos!

Este fim de ano e início de uma nova temporada trás à tona lembranças. Para quem gosta de futebol, as lembranças são boas. Para quem é apaixonado por futebol, a memória é melhor ainda. Agora, para quem é colorado, nem se fala! Haja fôlego para comemorar! Somem-se todos os gritos colorados! Finalizamos a temporada de 2008 com três faixas no peito! É tempo de comemorar. É tempo de recordar. É tempo de desejar mais ainda! É época de sonhar!

Se sofremos uma vida inteira ao lado do Internacional em uma busca incessante por vitórias, nada temos a reclamar de 2008. Temos a buscar melhorias em comparação a nós mesmo, isso sim! Este ano realmente não foi bom como dizem por aí? Poderíamos estar na Copa Libertadores no ano do centenário do clube? Sim. Concordo. Poderíamos. Não chegamos. Incompetência ou azar. Não interessa! O que importa é que o pensamento da direção do clube e da torcida mudou e, em um ano que foi 'mediano', levantamos três taças. Imaginem um ano bom como seria? Imaginem anos atrás. Sonhem e realizem. Pois este ano vem aí. Vem aí 2009, o ano do centenário colorado! Vem aí o ano que todos os colorados sonhavam que um dia chegaria, mas que tempos atrás tínhamos em mente chegarmos com Reginaldo’s, Tim’s e Anderson’s Barbosa’s em campo. Desculpem-me estes cidadãos citados anteriormente, que podem ser excelentes enquanto pessoa, mas que quando passaram pelo Internacional, deixaram a desejar. Talvez, pessoalmente, considerem-se vencedores, por chegarem em determinada época a vestir o manto sagrado vermelho. E diga-se de passagem, isso realmente foi uma vitória. Para eles. Mas só chegaram ao Inter em uma época ruim e de derrotas do colorado! E nada fizeram por aqui! Isso é um fato. E tudo isso que vivemos engrandece o atual momento vivido pelo Clube do Povo!

No início da temporada de 2008, veraneando em uma praia do litoral norte gaúcho, recordo de uma manhã diferente. Era início de tarde. Lembro bem de sair da praia, o sol a pino, em direção ao bar. O garçom trazia uma cerveja. Era o Inter em campo. O oponente daquela manhã de verão era o campeão alemão, Stuttgart. Um bom time. Inter um a zero. E mais uma cerveja! E voltei à capital. Foi uma viagem longa e chata. Demorada. Uma ‘tranqueira’. Na decisão da luxuosa ‘pré-temporada’, estava no escritório, a trabalho. Mas quem passou trabalho foi a Internazionale. A poderosa campeã italiana sucumbiu. Inter dois a um. Uma bela e memorável vitória. Golaço de Fernandão. Golaço de Nilmar. E para quem ousar desmerecê-la, basta assistir aos vídeos, vendo o rosto do Materazzi, do Júlio César, do Júlio Cruz e de tantos outros. Eles queriam a vitória para a “squadra” italiana. A qualquer custo! O Inter não deixou. Era um prenúncio do que aconteceria naquela última e memorável partida de dezembro de 2008, assistida em um Beira-Rio tomado pelo amor e pela devoção do torcedor colorado!

Entre um pífio campeonato brasileiro, onde terminamos em sexto lugar – uma colocação que anos atrás seria digna de volta olímpica – e outra eliminação – entre tantas – em Copa do Brasil, vimos Fernandão ser humilhado pelo torcedor do Juventude na primeira partida decisiva do campeonato gaúcho, em Caxias do Sul. Mexeram com a pessoa errada. Quando, no Beira-Rio, o Inter marcava o quinto gol no time caxiense, o “Capitão Planeta” marcava seu terceiro na partida. E não precisava fazer mais. Não precisava mais nada. Em quatro anos vestidos de vermelho e branco, Fernandão fez história. O recado estava dado, o caixão fechado e a história escrita. A torcida verde ia embora. Confesso que, naquele momento, senti falta do azul no estádio. Parecia que algo estava faltando. Mas o Beira-Rio sorria. Gozava. Fernandão ainda estava em campo, mas pensando em o que deveria fazer na seqüência. Isso porque marcara três gols. E , com Fernandão já “em férias” e os aplausos e o “olé” da torcida, vieram mais dois gols. Seis. Sete. E mais um pênalti. A massa implorava por Clemer. E lá foi ele! Gol. “Hehehe”. Oito. Gargalhadas. Risadas. Deboche. “Huashuashuas”. Na arquibancada, colorados riam. Choravam. Rolavam nas cadeiras. Internacional oito. Oponentes um. Rasgaram a touca. Nem estava tão frio mesmo! O sol brilhou em uma tarde nublada e de chuva e, em um facho que iluminou “A Maior Torcida do Rio Brande”, lembramos de Figueroa em 1975! Lágrimas! Recordações! Era o gol iluminado e a tarde iluminada. Era nossa memória vindo à pele em um dia inesquecível. Tudo junto, em uma só pulsação!

E como se não bastasse, em um campeonato de “segundo nível” que foi assistido pelo mundo inteiro, eliminamos o temível Boca Juniors. Reservas ou não. Não interessa. A Bombonera sucumbiu. D’Alessandro sorriu! Na seqüência, eliminamos e calamos a maior torcida do México. O Chivas Guadalajara foi derrotado. Lá e aqui! Tal qual o Boca. Na decisão, matamos o tradicional e bravo Estudiantes na temível La Plata. Sucumbimos a força e a tradição castelhana no Beira-Rio. O time do Estudiantes era forte e movido à perfeita tática, força e raça! Nada nos amedrontou. Crescemos na partida e, na prorrogação, terminamos em festa e emoção! O Beira-Rio pulsou no compasso de nosso coração! É verdade que, no caminho, passamos também por equipes menores. Talvez por isso, alguns poucos no Rio Grande classificaram a Copa Sul-Americana como um “torneio de segunda linha”. Isso faz parte e eu não poderia deixar de destacar este ponto. É a flauta fazendo parte da maior rivalidade do mundo. O “Gre-Nal” é o maior clássico do mundo. Posso ser taxado de arrogante, mas só quem vive isso pode descrever. E, diga-se de passagem, alguém lembra do placar do único clássico de 2008 que terminou com vitória de um dos times, após mornos empates na temporada?

Enfim, quero desejar de todo coração, à toda nação colorada e à todos que lerem este texto escrito de forma emotiva, um Feliz Ano de 2009, onde todos irão correr atrás de seus sonhos e que todos tenham saúde, paz, amor, sorte e tudo o que for necessário para alcançar seus objetivos individuais e coletivos! E, como não poderia deixar de ser, desejo à nação colorada só mais um título: eu quero ser campeão brasileiro. Assim sendo, eu que já nasci tri, verei, de fato e de direito, o único título que falta para, enfim, eu morrer feliz! Sim, aí eu poderei morrer! Isso porque ser colorado é a melhor coisa que existe. Eu nasci tri-campeão brasileiro, ouvindo as mais belas histórias que foram proporcionadas por Manga, Marinho Peres, Figueroa, Vacaria, Caçapava, Falcão, Batista, Carpegiani, Valdomiro, Claudiomiro, Flávio, Lula, Dario, Mário Sérgio, Chico Spina, Mauro Galvão, Benitez, Jair, Escurinho e tantos outros. No dia em que eu gritar, sem a dor da impunidade de 2005 que até hoje sangra em lágrimas vermelhas meu coração, que sou tetra-campeão brasileiro de futebol, bom, aí eu poderei morrer de emoção na arquibancada do Beira-Rio, após o gol do título. Seja ele marcado em um pênalti duvidoso. Em um cabeceio de um zagueiro ‘xerifão’. Em uma ‘patada’ de um volante ídolo. Simples, indescritível e sem palavras.

Um Feliz e Próspero ano de 2009 à todos! Saúde, paz e amor! Saudações coloradas!

22 de dezembro de 2008

O time da década de 1970. Os 29 anos da taça.

Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de dezembro de 2008
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Em 23 de dezembro de 1979 o Brasil parou. O país foi todo tingido pelo vermelho do fervoroso amor colorado e pelo branco que representa a paz. Naquele dia, o Sport Club Internacional fechou os anos 70 como o “Time da Década”. Recordes foram quebrados. Tabus estabelecidos.

No início daquela temporada, o time do Inter sofreu algumas mudanças. Para se ter uma idéia, a equipe ficou de fora até mesmo da decisão do campeonato gaúcho. Entretanto, estava sendo montada uma estrutura de time que reconquistaria o Brasil, escrevendo páginas até hoje inigualáveis no cenário esportivo nacional.

Após derrotar o Palmeiras nas semifinais entre os maiores campeões do Brasil até então, o Internacional enfrentou o forte Vasco da Gama na decisão. Campeão em 1974, o Vasco lutava pelo bi-campeonato. O Inter, bi-campeão, lutava pelo tri. Tri legal, tchê! Ali nasceu aquela expressão que até hoje é usada pelos gaúchos em geral. “Mas bá, meu! Muito tri. Tri legal”.

Naquele 23 de dezembro, o Beira-Rio estava vermelho, lindo e vibrante. Após a vitória no Rio de Janeiro, o Internacional poderia até perder por um gol de diferença. Mas além de tri, era preciso fazer história e estabelecer uma marca. E o Inter foi pra cima do Vasco. Em uma grande atuação, com direito a um golaço do gênio da camisa 5, Paulo Roberto Falcão, o Internacional venceu o jogo, conquistou o título – tornando-se o maior campeão brasileiro da história – e de quebra, o fez de forma invicta. Em mais de vinte jogos, a equipe colorada não perdeu uma partida sequer. Este recorde segue até hoje sem ser alcançado por qualquer outra equipe do futebol brasileiro. Campeão brasileiro invicto.

23 de dezembro de 1979. 23 de dezembro de 2008. Completa 29 anos aquela data histórica para o futebol do Inter, gaúcho e brasileiro. Depois daquele dia, muitos clubes alcançaram o tri-campeonato. Outros ultrapassaram esta marca. Outros tantos lutam até hoje, sem sucesso, para ser tri. Mas campeão invicto só existe um. Jamais será igualado! Jamais!

Naquela data, o Inter conquistava seu terceiro título nacional. Tinha ainda vinte e cinco campeonatos estaduais. O segundo maior campeão do Rio Grande tinha em sua vasta galeria vinte e um títulos estaduais e cerca de, mais ou menos, deixa eu ver. Bom, deixa pra lá. O melhor seria fazer como os zebrados faziam na época. Não falar de futebol. Falar sobre qualquer coisa: política, férias, turismo, família, novelas. Menos futebol.

A nação colorada está de parabéns pela passagem dos 29 anos da conquista do inédito até então, e inigualável para sempre, título de tri-campeão brasileiro invicto de futebol. Inter 79. Mortífero.

17 de dezembro de 2008

Fardado de branco e o vermelho no coração

Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de dezembro de 2008
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No exato instante em que Fernandão erguia a Copa do Mundo para o Internacional, era possível ouvir aplausos no estádio em que a partida decisiva contra o Barcelona – forte, poderoso e milionário – foi disputada, em Yokohama. A saudação coletiva não vinha apenas das arquibancadas japonesas, nem de Porto Alegre ou de qualquer parte do Rio Grande e do Brasil. Aquela homenagem que todos podiam ouvir de algum lugar, mas que ninguém enxergava de fato naquele momento, era feita pela memória dos amantes e dos deuses do futebol. Aqueles aplausos eufóricos e incontidos vinham da história do Real Madrid de Puskas. Do Santos de Pelé. Do Estudiantes de “La Bruja” Verón. Do Ajax de Cruyff. Do Flamengo de Zico. Da Juventus de Platini. Do São Paulo de Raí. Do Boca Juniors de Riquelme. De tantos outros times e craques.

Grandes equipes fizeram história no futebol. Entretanto, um seleto grupo de clubes até hoje conquistou a Taça Mundial Interclubes (ou Copa Intercontinental, como queiram chamar – o que não é demérito e, para a história, em minha particular e modesta opinião, vale como um título mundial).

Clemer, Ceará, Índio, Eller, Cardoso, Edinho, Monteiro, Alex, Fernandão, Iarley, Pato, Vargas, Adriano e Luiz Adriano. Abel Braga e Paulo Paixão. Fernando Carvalho, Vitório Píffero e tantos outros. Esses caras fizeram história! A alegria, o orgulho, a euforia e a emoção transbordavam em milhões de corações colorados espalhados pelo mundo afora! No Brasil, naquela ensolarada manhã de domingo, quase ao final do ano de 2006, “era colorada a cor do nosso sentimento, minha alegria era o Internacional, e no Japão em 17 de dezembro, nós conquistamos a taça do mundial”.

Parabéns, Sport Club Internacional. Parabéns, torcedor colorado! Há dois anos, o heróico, aguerrido e bravo time do Inter conquistava – fardado de branco e o vermelho no coração – a Taça Mundial Interclubes no Japão!

7 de dezembro de 2008

Inter, te quero tetra-campeão brasileiro!

Por Luciano Bonfoco Patussi
07 de dezembro de 2008
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É incrível o sentimento! Só quem é torcedor do Internacional pode descrever! Particularmente falando, sou da geração de “colorados sofredores” da década de 1990. “Sofredores”, mas não menos apaixonados pelo clube, é importante que se diga. Aliás, é nos momentos de dificuldade que o sentimento de amor e devoção ao clube do coração acaba por tomar conta de nós, fazendo nos sentirmos responsáveis por ajudar o time do peito a voltar aos seus dias de maior glória. E assim foi naqueles anos: muita vontade, amor e devoção por parte do fiel torcedor. Pouca competência por parte dos diretores do clube!

Junto a outros tantos milhões de apaixonados colorados, passei por algumas eliminações em Copas do Brasil naquela década. Por Porto Alegre passaram, sem grandes dificuldades, Londrina’s, Ceará’s, América’s e Juventude’s da vida, entre outros clubes que nem recordo agora – e sequer faço questão de recordar. É importante destacar que todos estes clubes merecem respeito. Mas o Internacional é grande demais para os times que por aqui foram formados naqueles tempos. A vitória das equipes citadas anteriormente foi justa e sem apelações. Foi digna. Eles foram heróicos ao suportar a história do Beira-Rio lotado contra eles. O time do Inter é que era abaixo da média, e essa era nossa tristeza e nosso sentimento de angústia, enquanto fiéis torcedores. Nos campeonatos brasileiros daquela época, uma ou duas boas campanhas. Muitas outras campanhas medíocres! Eliminações e quase rebaixamentos! Ganhamos também uma Copa do Brasil, é verdade. Foi um título importantíssimo, embora alguns neguem. Foi a primeira taça nacional conquistada após treze anos de “jejum” de um time que alcançou o posto de maior campeão brasileiro em 1979.

Aquele título veio em uma disputa jogada pelo Inter contra grandes adversários, fato inédito em Copa do Brasil, onde em grande parte das vezes, os campeões enfrentam no máximo um ou dois grandes clubes do cenário nacional. Naquele certame, eliminamos Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Fluminense. Erguemos a Copa do Brasil. Salve Marquinhos, Célio Silva, Fernandez e Gérson! Esses caras estão na história do clube! Grandes jogadores, grandes feitos! Foi uma bela conquista, com a marca da garra e do amor do torcedor colorado ao seu clube!

Entretanto, outros times medíocres formados pelo Inter anos depois, aquém de nossa expectativa e de nossa grandeza, foram assistidos no Gigante da Beira-Rio. Sempre com fidelidade. Nunca, nós torcedores, deixamos o Inter “cair”. Estávamos lá. Sempre! Ganhamos alguns campeonatos gaúchos. Perdemos tantos outros. Em algumas decisões estaduais, sequer chegamos – o que sempre era uma obrigação. Isso graças ao que Juventude’s e Ypiranga’s que por aqui passaram nos causaram. Mas a culpa não era deles. A culpa era do Inter e de quem o administrava. Nós torcedores merecíamos algo melhor. Nosso espírito, cada vez mais ferido em campo, era fortalecido pelo rubro da paixão, pelo vermelho de nosso coração. E com esse sentimento, pessoas competentes assumiram a direção do clube alguns anos depois, colocando o interesse dos torcedores em primeiro lugar.

Mas no início tudo foi difícil. Muita dificuldade! Não era fácil assumir um grande clube, que tinha uma massa de seguidores fanática, mas que vinha de muitos anos sem grande destaque no futebol – em se falando de grandes títulos. Com muita emoção e sem palavras para descrever o sentimento que tomava conta do coração vermelho naquela época, conquistamos campeonatos estaduais na seqüência. Reconquistamos nosso território! Conquistamos a Copa Libertadores da América, em um feito inédito na história do clube. Lágrimas e emoção. Choro. Devoção. Lembranças. O Inter voltava a dar uma importante volta olímpica. Isso aconteceu contra o São Paulo, o atual campeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes da FIFA. E foi muito sofrido. O Beira-Rio suplicava pelo final daquele jogo de 16 de agosto. E que final! Quando Rafael Sóbis chorava no gramado e quando Fernandão erguia a Copa, tudo parecia mentira. Tudo parecia um sonho! A “ficha” aos poucos ia “caindo”. Era um sonho realizado!

Após toda aquela emoção, veio a conquista do Mundial Interclubes e mais lágrimas de emoção. Que feito! Que conquista! O Barcelona era o “todo-poderoso”. Mas nada pode fazer naquele 17 de dezembro. O Inter jogou com o coração na ponta da chuteira! Salve Clemer, Ceará, Índio, Eller, Edinho, Monteiro, Alex, Fernandão, Pato, Adriano, Iarley, Luiz Adriano e tantos outros! Salve todos! Salve a Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2006! A alma era lavada. O orgulho transbordava. Festa, lágrimas e emoção! O Internacional era o campeão mundial de clubes, feito que na década de 1990 alguns sonhavam – inclusive eu – e poucos acreditavam que iria um dia se realizar. Após aqueles feitos todos, entre uma ou outra “turbulência” vivida, vieram as conquistas da Recopa Sul-Americana e de um torneio amistoso – mas charmoso – como a Copa Dubai, vencido contra a forte equipe da Internazionale de Milão.

Veio também a conquista do campeonato gaúcho de 2008, conquistado em um massacre promovido pelo Internacional contra o Juventude, em uma memorável partida. O Juventude perdia aquela “pompa” de clube grande, do tamanho que achava ser – que nunca foi e nunca será, com todo o respeito. Veio a Copa Sul-Americana, suada e sofrida, contra o Estudiantes de La Plata, que lutava com todas as suas forças para reconquistar uma taça continental após muitos anos. O Internacional foi fabuloso. Heróico. Foi mortal! Que noite! A névoa tomava conta do Beira-Rio! Que espetáculo! O torcedor deu seu “show” à parte. Ordeiro, civilizado e apaixonante! Assim é o verdadeiro torcedor colorado!

Me falta uma conquista, admito! Eu quero o campeonato brasileiro! Sonhei com isso na minha adolescência alvi-rubra. Era o que eu sempre queria! Em vida não te vi, campeonato brasileiro! Nasci em 1982! Nasci TRI! Mas sei de tua história, do teu significado, sei que meu vermelho foi o maior erguedor de tua taça, anos atrás. Décadas atrás! Campeonato brasileiro, eu preciso de ti. Em uma véspera de tua decisão, eu te suplico. Meus rivais te disputam hoje. Grêmio quer se igualar a mim. Faz trinta anos que isso acontece! São Paulo quer ser tri-campeão de forma consecutiva, superando meu feito de bi-campeão alcançado em 1976. Ficarei um pouco triste, qualquer que seja o resultado do final da tarde de hoje. Mas eu te quero, campeonato brasileiro! Quero o TETRA-CAMPEONATO em 2009, ano do meu centenário. E se isso acontecer, eu poderei morrer. Morrer feliz e campeão de tudo! Isso porque ser INTERNACIONAL é a melhor coisa que existe! Salve o CLUBE DO POVO do Rio Grande do Sul!

Muita luta! Muito esforço! Vamos em busca do campeonato que falta para rechear de emoção o ano do centenário. Temporada que promete ter o aniversário mais emocionante da história do Sport Club Internacional! Sempre sonhei com o título brasileiro. Ouvi histórias de Falcão, Figueroa, Valdomiro, Manga, Marinho Peres, Carpegianni, entre tantos outros. Quero que por aqui fiquem, em 2009, Índio, Guiñazú, Alex, D’Alessandro e Nilmar. E que estes craques me façam sonhar com o título que me falta para, enfim, eu gritar – sem escândalos de arbitragem que até hoje sangram meu coração – que sou TETRA-CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL!

4 de dezembro de 2008

A Copa e a Névoa

Por Luciano Bonfoco Patussi
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O entardecer rubro naturalmente fazia com que a dúvida surgisse sobre o que destino nos reservara para aquele final de noite e início de um novo dia. O início de uma nova era. O sol sumia ao horizonte e fazia o cenário, antes de um belo pôr-do-sol, mais parecer uma noite escura e gélida.

Há pouca distância daquele horizonte noturno, que durante o final de cada dia forma um dos mais belos cartões postais de Porto Alegre, um misterioso fenômeno ocorreu naquele início de dezembro de 2008. Bolas de fogo, que deviam ser cometas ou algo equivalente, eram vistas, centenas delas, lado a lado e sobre o concreto sagrado erguido pela “Torcida do Povão”. Um espetáculo que se repete de tempos em tempos, mas que sempre tem uma história e uma emoção diferenciada e que guardamos no fundo do nosso coração. A névoa tomava conta do cenário imponente do Gigante da Beira-Rio. Nada se via. Tudo se ouvia. A névoa foi se dissipando aos poucos e, ao mesmo tempo, aos olhos de cada ser vivo presente naquela noite em cada degrau daquela arquibancada, camisas vermelhas foram tomando forma real em um tapete lindo e verde de esperança: era o Inter em campo para mais uma decisão.

Sorrisos, “flash’s”, lágrimas. Cânticos. Um apaixonado pelo time do seu coração sabe muito bem o que significa uma entrada triunfal em campo. E naquela noite, a torcida foi estupenda, fazendo parte do espetáculo de forma ativa, ordeira, civilizada e apaixonada. Em campo, o Inter foi fantástico. Foi gladiador quando a torcida mais precisava, clamava e implorava por isso. Assim foi. Emoção à flor da pele. O adversário argentino e seus fiéis seguidores engrandeceram o espetáculo e tentaram chamar para si o papel principal do cenário decisivo. A equipe do Estudiantes se encorajou e encarou o Inter dentro do Beira-Rio de igual para igual. Por pouco, não conseguiu triunfar no tempo normal de partida. Por muito pouco, não conseguiu levar a decisão para a loteria das penalidades máximas. A noite estava conspirando contra, aos poucos. A névoa baixou. O Estudiantes queria mais. Queria a América. Mas o Inter, mortífero, não deixou.

E a névoa tomou conta do Beira-Rio novamente. Densa, linda e ofuscante. No palco, Edinho com a Copa Sul-Americana em mãos premiou a melhor equipe da competição e, quem sabe, o time mais promissor do futebol brasileiro para o ano de 2009. E tudo isso foi alcançado com muito trabalho e doação dos diretores do clube, durante anos. Tudo foi construído com dificuldade e sofrimento. Com muito amor e devoção por parte da torcida. Isso faz o orgulho transbordar nos corações colorados!

O atual grupo de jogadores do Internacional está de parabéns, bem como nós, torcedores. Nós, fiéis torcedores, de todas as gerações, somos o motivo de o Sport Club Internacional ter alcançado um patamar invejado enquanto instituição. Quem acompanhou o clube no decorrer dos últimos vinte anos, entende muito bem o motivo da alegria e do orgulho dos colorados ao assistir, sob a névoa, em uma noite de quarta-feira ou em uma manhã de domingo, cada volta olímpica coberta de glória e emoção.

Parabéns, torcedor colorado! Inter, campeão da Copa Sul-Americana em 2008!

1 de dezembro de 2008

Chega, dezembro! Chega!

Por Luciano Bonfoco Patussi
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Dezembro chegou! Talvez seja, este mês, o mais esperado do ano, por todos! Chegam as férias escolares, o verão torna-se mais atrativo e o espírito natalino toma conta de todos, bem como as boas perspectivas para o ano que se aproxima como que em um vulto, em uma rapidez onde não é possível perceber, onde dias passam como que em milésimos de segundo.

Outras situações que ocorrem em milésimos de segundos, porém, trazem à tona lembranças de dias, meses ou anos. Talvez décadas. Como naquele cabeceio de Figueroa, em 1975. Ou então naquele “paulistão” de Valdomiro em 1976. Tivemos os desfiles de magia, de categoria e os golaços de Paulo Roberto Falcão e Cia. Ltda. Nas finais do campeonato brasileiro de 1979. A penalidade máxima batida por Célio Silva, com mais raiva do que categoria, em dezembro de 1992. A maestria, genialidade e a catimba de Iarley, no passe para Adriano Gabiru fuzilar milhões de corações espanhóis – e também outros tantos gaúchos – em 2006. Todos lances históricos. Jogadas decididas em milésimos de segundo. Lances geniais e outros nem tanto. Tudo isso ocorreu em dezembro de algum ano passado. Décadas passadas. Todas essas cenas, vistas em uma fração de tempo, trouxeram aos colorados lembranças. Umas boas e neste texto lembradas. Outras, nem tanto e aqui ignoradas. Dias, meses, anos. Décadas. O tempo retroage. Voltamos no tempo. Está chegando a hora de mais uma decisão. Anos, meses. Dias. Um dia. Minutos. Segundos. Milésimos.

Como que em um passe de mágica, chegamos ao mês de dezembro de 2008. Dezembro do tri-campeonato brasileiro. Dezembro da Copa do Brasil e da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Dentro de poucas horas, o Internacional estará em campo. Os colorados estarão no Beira-Rio. Em Porto Alegre, no Rio Grande e no Brasil. Em qualquer canto do planeta, no radinho, na televisão ou na Internet, uma nação inteira de apaixonados torcedores cantará e seu coração pulsará junto a outros cinqüenta e tantos mil colorados que estarão presentes, dando vida própria às arquibancadas e as cadeiras do Beira-Rio.

Os objetivos desta esperada mobilização são tantos: a alegria de milhões de torcedores que tem o vermelho na alma; a solidariedade do povo colorado sendo exposta em doações aos irmãos catarinenses, em um momento de dor e de superação; a vontade de ver mais uma volta olímpica. Esses são três motivos. Apenas três. Colorados, vamos lotar o Beira-Rio. Vamos trazer toneladas de solidariedade em doações. Vamos para cima do Estudiantes, com a gana e a vontade de quem precisa de mais uma taça, custe o que custar. Ao time, apoio não vai faltar. Em campo, vontade, ousadia e valentia é o que queremos vislumbrar.

3 de dezembro de 2008. Beira-Rio. Sport Club Internacional. Club Estudiantes de La Plata. Na beira do gramado, a Copa Sul-Americana suplica pelas mãos do capitão colorado. Edinho, faça tua história! Cala a boca de muitos, inclusive a minha! Pega a taça, ergue aos céus e vibra porque tu e essa equipe maravilhosa estão entrando mais uma vez na história desse clube! Uma história repleta de ídolos e conquistas! Esse clube e essa torcida, juntos, são maiores do que qualquer um possa sobriamente imaginar. Força Inter, em busca de mais uma conquista! Mais um dezembro de glória na sua história!

25 de novembro de 2008

Lembranças que vêm na véspera

Mais uma véspera de decisão de campeonato. Bons tempos. Em nada esta nova época se parece com aqueles anos de insucessos do futebol do Inter da década de 1990. Mas as derrotas e decepções daqueles tempos só serviram para reforçar o amor e a devoção do torcedor colorado ao seu clube, o Clube do Povo. Aquilo tudo que aconteceu, tempos atrás, só serviu de estimulo e transforma cada decisão, cada nova conquista, em um momento com sabor único para nós que ficamos na arquibancada torcendo, sofrendo e vibrando: Sabor de queremos mais!

Inter, nós queremos mais! Nós te empurramos com todo nosso amor e devoção! E cá está você, em mais uma decisão! Hoje é o dia de reviver grandes emoções, grandes decisões. A dificuldade em dormir, aliado às discussões com amigos colorados no trabalho, na escola, nos bares e na Internet, trazem à tona todo o nervosismo, a ansiedade e a vontade de vermos, novamente, uma volta olímpica. Em uma temporada “meia-boca”, o terceiro título não será de um todo ruim. Muito pelo contrário. Uma terceira conquista em um ano que, para muitos, é fraco, mostra claramente o momento que o Internacional alcançou, com muito trabalho de sua direção e muito apoio de seu torcedor. Uma década atrás, vencer um campeonato gaúcho e chegar em uma decisão continental seria o ápice máximo possível. Hoje, lutamos por uma Copa Sul-Americana e, mesmo assim, não estamos totalmente satisfeitos. Esse nível de exigência e de esperança é a melhor coisa que poderia ter voltado a acontecer com o torcedor e com a direção colorada após anos de mediocridade administrativa.

A cada carrinho de Guiñazú, a cada golaço de Alex, a cada drible de D’Alessandro e a cada arrancada de Nilmar, como é bom recordar. Lembranças vêm a tona. E perto de mais uma taça ser disputada em noventa minutos, como é bom lembrar que em cada eliminação, em cada derrota, em cada momento difícil do Inter, nós estávamos juntos! E hoje, o Inter nos recompensa, em campo! Essas lembranças tornam o momento atual mais saboroso e de maior orgulho e emoção. É véspera do início de mais uma decisão!

La Plata, Argentina. Estudiantes e Internacional! São os primeiros quarenta e cinco minutos em busca de mais uma taça. O Inter é o Rio Grande e o Brasil em mais uma decisão!

Força! Muita força, colorado!

22 de novembro de 2008

CONHECIMENTO - História do Estudiantes

Internacional e Estudiantes decidem a Copa Sul-Americana de 2008. Nada melhor do que, antes das partidas decisivas, conhecermos e debatermos mais sobre nosso adversário nesta batalha que está por acontecer. Convido a todos os colorados, apaixonados por futebol e por conhecimento histórico, a colaborar com informações neste tópico.

FUNDAÇÃO E OS TEMPOS DIFÍCEIS

Fundado em 4 de agosto de 1905, este clube já centenário tem origem em dissidentes do outro clube da cidade, o Gimnasia y Esgrima. Estes não aceitavam o fato de o Gimnasia ser um clube que dava preferência a outros esportes e não ao futebol. Fundaram, assim, o Club Estudiantes de La Plata. Entretanto, no novo clube aceitavam-se apenas pessoas que tinham estudo. Esse fato fez com que o Gimnasia (de origem elitista na época) passasse a ter torcida nos bairros mais pobres de La Plata, tornando-se mais popular que o Estudiantes. Em 1913, o Estudiantes venceu o campeonato argentino na época do amadorismo. Em 1929, o Gimnasia foi o campeão argentino. O feito de “Los Professores” estava igualado. Este fato causava tremenda frustração nos adeptos do Estudiantes. Muitos jogos históricos e atletas importantes surgiram no Estudiantes com o passar dos anos. 1930. 1940. 1950. Mas o título do Gimnasia em 1929 seguia engasgado no torcedor.

DÉCADA DE 1960 – ANOS DOURADOS

Foi quando na década de 1960 surgiu um esquadrão que, fardado de vermelho, branco e preto, conquistou a Argentina, a América e o planeta. Em 1967, o Estudiantes era campeão argentino, com um time que viria a fazer história. Com astros como Verón (o pai do atual capitão do time), Bilardo (que viria a ser técnico da seleção argentina), e tantos outros, o time foi além: conquistou a Copa Libertadores da América em 1968, 1969 e 1970, tornando-se o primeiro tri-campeão do torneio. Nestes anos, venceu na decisão timaços da época, como o Palmeiras (1968), o Nacional do Uruguai (1969) e o Peñarol, também do Uruguai (1970). É verdade dizer que, naquela época, o atual campeão da Libertadores começava a disputa do ano seguinte diretamente das semi-finais. Na teoria, ficava mais fácil a conquista. Na prática, entretanto, não haviam facilidades, muito pelo contrário. O fato é que Estudiantes, na época, esmagava um a um os seus adversários.

Naquela década dourada, o ápice ocorreu em 1968, após a primeira conquista do clube na Libertadores. Credenciado a disputar a Copa Intercontinental, o Estudiantes venceu na Argentina o Manchester United – dos craques Bobby Charlton e George Best. O placar foi magro, mas suficiente: um a zero. Na Inglaterra, se não perdesse, o time sairia campeão. No início da partida, Verón calou os ingleses, marcando um a zero para o time de La Plata. Ao final da partida o Manchester United empatou, mas a festa foi dos argentinos. Estudiantes campeão da Copa Intercontinental em 1968.

Encerrou-se no início dos anos da década de 1970 o ciclo mais vitorioso da história do Estudiantes. Foi um futebol marcado pela virilidade e até alguns casos de violência. Muitos eram as críticas contra o treinador da equipe, o lendário Osvaldo Zubeldía. Diziam que o Estudiantes, ao seu comando, praticava algo violento que sequer lembrava o futebol enquanto esporte. Na verdade, o fato concreto é que um pouco disso até poderia ser verdade. Mas outra verdade, e esta é inegável, é que esses críticos muitas vezes desmereciam o Estudiantes, por ele não ser um clube grande de Buenos Aires. Mesmo assim, o Estudiantes venceu copa atrás de copa, deixando seus críticos um tanto inconformados. Se os anos de ouro do final da década de 1960 estavam encerrados, outro grande esquadrão estava por ser formado anos mais tarde.

DÉCADA DE 1980 – A VOLTA AS MANCHETES

Em 1982 e 1983, conquistou na seqüência dois títulos nacionais. Esta equipe esteve perto da decisão da Copa Libertadores em 1983. Nas semi-finais daquele ano, o time ficou na chave com Grêmio e América de Cali. No penúltimo jogo, a equipe perdia para o Grêmio em La Plata por três a um, e teve vários jogadores expulsos. Mas o time foi guerreiro e não se deu por vencido. Buscou o empate contra o time gaúcho e quase venceu o jogo. Após o heróico empate, o Estudiantes foi à Colômbia decidir seu futuro na competição. Entretanto, na Colômbia, a equipe argentina sentiu a falta dos jogadores que estavam suspensos devido às expulsões do jogo contra o Grêmio. Com o empate em Cali, o América, que já estava eliminado, eliminou o Estudiantes, deixando a vaga na decisão para o time brasileiro – com mais sorte que juízo. Ficou adiado o sonho de voltar a conquistar a Libertadores.

DÉCADA DE 1990 ATÉ HOJE – DA DIFICULDADE AO RESSURGIMENTO

Tempos difíceis vieram. Até pela segunda divisão o time de La Plata andou. Em 2006, o time voltou a ficar forte. Venceu o campeonato argentino, ao derrotar o Boca Juniors em pleno estádio de La Bombonera. E fez mais: na Libertadores, o time voltou a fazer grandes partidas. Foi eliminado pelo atual campeão mundial, São Paulo, nos pênaltis. Assim, uma decisão que era vislumbrada pelo Estudiantes, e que ocorreria naquele ano contra o Internacional, ficou adiada. Adiada até 2008, quando Internacional e Estudiantes decidirão a Copa Sul-Americana.

CURIOSIDADES

A torcida do Estudiantes está, em número, atrás somente dos cinco grandes clubes argentinos – Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing Club e San Lorenzo – e do Rosario Central, de Córdoba. Cerca de 1,5% da população argentina torce pelo Estudiantes.

Outra curiosidade é que Verón – que é filho do maestro Verón, do lendário Estudiantes da década de 1960 – surgiu no clube em um momento de dificuldade, sendo um dos maestros do time na volta a primeira divisão, o que ocorreu em 1995. Depois disso, Verón brilhou no futebol europeu e na seleção argentina. Agora, o veterano capitão volta às origens e comanda o Estudiantes em busca de novos horizontes.

Nos últimos anos, o clube tem revelado talentosos goleadores, tais como Martin Palermo, Ernesto Farias, Calderón, Mariano Pavone, Bernardo Romeo e Luciano Galletti.


Luciano Bonfoco Patussi
22 de novembro de 2008
www.supremaciacolorada.com

20 de novembro de 2008

CONSTATAÇÕES - Internacional 4x0 Chivas Guadalajara

TORCIDA: Espetacular! A homenagem à Dallegrave, histórico e vencedor dirigente falecido dias atrás, foi algo impressionante. Antes da partida, gritos de “Dale, Dallegrave” foram cantados pela massa. No instante do minuto de silencio, antes da bola rolar, o estádio inteiro aplaudiu com intensidade o dirigente, e os gritos de saudação e agradecimento foram ensurdecedores. No decorrer da partida, uma intensa “Ola”, que deu a volta no estádio umas cinco vezes ininterruptas, embelezou o espetáculo.

TIME DO INTER EM CAMPO: Todos foram bem. Álvaro, Índio, Bolívar. Todos. Mas vale um destaque especial para Guiñazú, o guerreiro de sempre. Taison e Marcão (que estava “escanteado”) foram outras boas surpresas da partida. Taison chamou o jogo para si. Marcão também. Foi muito bem em suas decidas ao campo de ataque. Nilmar foi excelente, marcando dois gols e tendo intensa movimentação. D’Alessandro, por sua vez, simplesmente acabou com o jogo. Destruiu, mais uma vez. Aos poucos, vai surgindo uma nova figura que poderá liderar a equipe colorada na busca por novos títulos.

ADVERSÁRIO: Se o Chivas Guadalajara não é uma das sete maravilhas do mundo, em se falando de sua equipe, também não é de se desrespeitar. O time não jogou no Beira-Rio, não por sua falta de qualidade. Prefiro destacar os pontos positivos do Internacional que, com qualidade e empenho, não deixou o time mexicano impor seu jogo em Porto Alegre. Na noite de ontem, Inter “calou” a maior torcida do México – e fez a alegria dos seus rivais.

CLIMA DO JOGO: Ao mesmo tempo que o clima entre os torcedores era de decisão antes da partida, na medida que o jogo foi transcorrendo, parecia que víamos cenas em que o time apenas cumpria seu papel de forma protocolar – mas com qualidade. A sensação era de que essa vitória estupenda estava escrita e era questão de tempo e paciência para os gols saírem.

EXPECTATIVA: Fica a grande expectativa pela busca incessante ao troféu da Copa Sul-Americana, e os benefícios que este título trará: premiação financeira, status, crescimento da marca Internacional, disputa da Recopa e – quem sabe – uma vaga na Libertadores.

ADVERSÁRIO DA DECISÃO: Hoje conheceremos o outro grande finalista da Copa Sul-Americana de 2008. Estudiantes e Argentinos Juniors se enfrentam em La Plata, com a vantagem do “zero a zero” para o time da casa. Digamos que, na Argentina, existem cinco clubes grandes. O Estudiantes é um clube médio da Argentina (em se falando de grandeza, torcida, entre outros aspectos). Já o Argentinos Juniors, é um clube menor, neste quesito. Clubes grandes ou médios à parte, o fato é que quem torce por estes dois clubes é fanático ao extremo. E ambos os times tem muita tradição.

ARGENTINOS JUNIORS: O clube revelou, entre tantos talentos, simplesmente Diego Armando Maradona, que empresta seu nome ao acanhado estádio do clube. A equipe do Bairro “La Paternal” teve seus maiores momentos na primeira metade da década de 1980, onde conquistou seus principais títulos, entre eles, a Taça Libertadores da América, em 1985.

ESTUDIANTES: O clube de La Plata é um dos mais tradicionais do futebol sul-americano. Para se ter idéia de sua fama, no ano de 1970 o Estudiantes tornou-se o maior campeão da Libertadores da América, até aquele momento. Conquistou naquele ano seu terceiro – e último – título da competição, o que faz o clube ter uma vontade fora do comum em erguer esta Copa Sul-Americana. Na Argentina, o clube também conquistou, algumas vezes, o campeonato nacional. No atual elenco, destaque especial para Verón. O veterano craque voltou para o clube onde começou sua carreira. Teve passagens de sucesso pela Europa e pela seleção argentina. Agora, o “bom filho a casa retornou”.

Quem será o adversário? Quem você prefere? Eu, sinceramente, não escolho. Eu prefiro a taça, contra quem ela vier! Força, Inter!

19 de novembro de 2008

Passaporte para a "História"

Quando, pela Copa Libertadores de 1980, o Internacional destroçou seus rivais América de Cali e Vélez Sarsfield’s, da mesma forma que fez com o Libertad em 2006, um “Passaporte para a História” foi carimbado. Em ambas as oportunidades. Em toda a história, o Colorado decidiu por duas vezes títulos, em se falando do âmbito continental. Os tempos passaram e novas competições foram tomando forma, como que para ser um torneio paralelo – mas com importância significativa – à Taça Libertadores. Primeiro, foi criada a extinta, mas charmosa, Supercopa dos Campeões da Taça Libertadores da América. Depois, vieram a Copa Conmebol e Copa Mercosul, também extintas. Por fim, a Copa Sul-Americana. Nunca um clube brasileiro decidiu a Copa Sul-Americana, que tem amplo domínio dos clubes argentinos. Em duas oportunidades – 2004 e 2005, os brasileiros foram à semifinal, ambas com o Internacional. A terceira semifinal com brasileiros em disputa será, mais uma vez, com o Inter. O Inter é o Rio Grande e o Brasil, em uma só voz. É hora de fazer história.

E o torcedor faz parte desse momento único! Colorado, hoje é o dia da Social e da Superior. Da Inferior e das Cadeiras. É o dia da Camisa 12 e da Super Fico. Da Nação Independente e da Popular. É dia de cantar e recordar. Todos juntos! É tempo de, a cada vaia direcionada aos jogadores mexicanos, lembrarmos do que cada torcedor, dirigente ou jogador, fizeram pelo clube, dia após dia. É dia de “entrarmos em campo”, com nossa voz e nosso apoio, independentemente de quem estiver escalado no gramado ou do lado de fora, na casamata. E ao lado dos eternos espíritos dos Irmãos Poppe, Carlitos, Tesourinha, Gérson, Dallegrave, e tantos outros familiares e amigos colorados que já vibraram e trabalharam muito pelo Internacional, teremos força suficiente para, do lado de fora do campo, fazermos nosso time ser imbatível dentro das quatro linhas – pelo menos em gana, força e coração! O resto, a qualidade vai decidir, a nosso favor!

É dia de fazer história. É dia de carimbar o “Passaporte para a História”. Vamos todos juntos em busca desta vaga – a terceira decisão da história colorada em nível continental. Força, Inter!

Luciano Bonfoco Patussi
19 de novembro de 2008
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17 de novembro de 2008

LEMBRANÇA - Valdomiro, gols, Librelato e salvação!

Estamos em 17 de novembro de 2008. Há exatos 26 anos, nesta mesma data de 1982, Valdomiro encerrava sua brilhante carreira, em um empate do Internacional contra o Esportivo, em Bento Gonçalves. Valdomiro foi atleta, persistente, um verdadeiro guerreiro que honrou a camisa vermelha da melhor forma possível. Natural de Criciúma-SC, onde vive atualmente, Valdomiro é um dos maiores nomes da história do Internacional. Em seu início de carreira, era um tanto “afobado”. Utilizou as críticas para evoluir. Tornou-se um exímio e veloz ponteiro direito. Participou do octa-campeonato gaúcho conquistado pelo Internacional entre 1969 e 1976, tendo sido ainda campeão do estado em 1978 e 1982. Além disso, Valdomiro foi, junto com Falcão, um dos dois únicos atletas que participaram do tri-campeonato brasileiro, conquistado nos anos de 1975, 1976 e 1979. Tinha, além de excelentes cruzamentos, faro de gol. Marcou importantes e decisivos gols, como na decisão dos campeonatos estaduais de 1974 e 1978, e também do campeonato brasileiro de 1976.

Exatos 20 anos depois do encerramento da carreira de Valdomiro, outro catarinense brilhou vestido de vermelho e com o “S”, o “C” e o “I” bordados ao lado esquerdo do peito. Naquele 17 de novembro de 2002, o Internacional foi a Belém no Pará e, com um dos gols de Mahicon Librelato, venceu o Paysandu por dois a zero. O resultado, aliado a derrotas de Palmeiras e Botafogo, salvou o colorado do rebaixamento. Librelato teve uma carreira meteórica. Veio do Criciúma e marcou importantes gols pelo Inter em 2002. Ganhou o carisma da torcida. Era ídolo em tempos difíceis do time do Inter. O jovem colorado faleceu dias depois, em um acidente automobilístico, em Florianópolis-SC.

Fica a lembrança e a homenagem a dois ídolos nesta importante data!

Luciano Bonfoco Patussi
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11 de novembro de 2008

Um confronto adiado pela história

Parece que voltamos no tempo. Há dois anos, passávamos madrugadas em claro, aguardando ansiosamente cada nova partida do Internacional pela disputa da Copa Libertadores 2006. Líamos notícias na Internet, participávamos de debates entre colorados. Em outras palavras, buscávamos a tranqüilidade no pensamento positivo de nossos irmãos vestidos de vermelho e sedentos de vitória.

Naquela oportunidade, os colorados das mais novas gerações ansiavam por uma importante conquista. Aquela conquista seria um marco, um ícone. A ida do Internacional para a disputa do mundial interclubes daquela temporada era, em um primeiro momento, um mero e irrelevante detalhe. A classificação do Inter para o mundial deveria ocorrer de uma forma suada, porém suprema. O Inter precisava de um título. O Inter precisava ser campeão. E foi com este pensamento que boa parte da torcida colorada, naquela outra semifinal, torceu pelo São Paulo. Isso porque caso o Chivas Guadalajara fosse à decisão, o Internacional já jogaria a final da Copa Libertadores classificado para o campeonato mundial ao final de 2006. Por outro lado, jogar o campeonato mundial interclubes, após uma derrota frustrante para pelo menos três gerações de apaixonados torcedores, nos daria a sensação de estarmos ocupando um lugar que, por méritos e merecimento, seria de outro.

Tamanha era a sede de vitória colorada, que preferíamos jogar a decisão da Libertadores, precisando ser campeão, para ir ao mundial. Se fôssemos derrotados, não nos interessava ir ao Japão. O Inter precisava dar ao seu torcedor momentos como aqueles, que foram bem vividos nas noites e madrugadas que passamos em claro em 2006. Com nosso pensamento transformado em um ímã, “atraímos” o São Paulo para a “armadilha” da decisão, deixando o confronto contra o Chivas Guadalajara, momentaneamente, adiado. Adiado pela história. Adiado para o bem e para a beleza de nossa história!

E chegou o momento. Junto com o América, o Chivas de Guadalajara é um dos dois mais queridos clubes do México. América e Chivas podem ser considerados uma espécie de “Corinthians e Flamengo mexicanos”, em se falando de popularidade. Este querido país, habitado por um povo simpático, hospitaleiro e apaixonado por futebol – inclusive pelo brasileiro, receberá a primeira partida da semifinal da Copa Sul-Americana de 2008. Os mexicanos vão literalmente “parar” para ver um de seus mais tradicionais clubes jogar. E por outro lado, metade do Rio Grande e boa parte do Brasil estarão “grudados” na telinha e no radinho, em busca da realização de mais um sonho.

Copa Sul-Americana 2008, Guadalajara, México: Chivas e Internacional.

“Ahora es la guerra! Fuerza, Inter!”

Luciano Bonfoco Patussi
11 de novembro de 2008
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15 de setembro de 2008

ÍDOLOS DO INTER - Independentemente das conquistas

Como se forma um ídolo em um clube de futebol? Depende. Em se falando de ídolos do Inter, minha opinião pessoal é de que um ídolo é quem veste a camisa e marca sua passagem conquistando títulos, honrando a camisa e a tradição do clube. Ídolo é o jogador que sempre sua a camiseta e joga demais. Lógico que um ídolo com títulos transforma-se em um mito do clube, alguém incontestável independentemente da época em que vestiu vermelho – falando-se exclusivamente de Inter. Mas se o atleta faz tudo pelo clube, sempre com raça, técnica e qualidade, também se torna ídolo, independentemente das taças conquistadas. Isso porque a história do Internacional não é resumida, apenas, aos seus grandes títulos.

Particularmente, passei a acompanhar o Internacional por volta de 1992 e 1993. Em 1992, a temporada para o Inter foi muito boa. De 1993 já não se pode dizer o mesmo. A única lembrança que eu tinha, antes dessa época, era de carreatas azuis. Eu perguntava aos meus pais o motivo de muitos estarem nas ruas acionando a buzina de seus carros e balançando bandeiras azuis, pretas e brancas. Me respondiam que o Grêmio tinha ganho. Isso era o motivo do buzinaço. E só o Grêmio ganhava. Ganhava somente campeonatos estaduais, mas isso não interessa. Só eles ganhavam. Porém, em 1992, vi o Inter ganhar a Copa do Brasil e o campeonato gaúcho. Dois títulos em uma semana. Foi sensacional. E formaram-se ídolos, como Fernandez, Célio Silva, Élson, Marquinhos, Maurício e Gérson. Aí comecei a acompanhar futebol. Comecei a ler história. Ir ao Beira-Rio. Comecei, então, a entender o real significado das cores e de cada clube gaúcho. Enfim, comecei a torcer pelo Internacional.

Tenho lembranças vagas do início de 1993, onde o Inter foi eliminado da primeira fase da Libertadores da América, e onde também perdeu a Copa do Brasil para o Londrina dentro do Beira-Rio e nas oitavas de finais. A partir dessas derrotas, estava definido meu futuro dentro do futebol: Tornei-me um fanático torcedor colorado. E veio o campeonato brasileiro de 1993. Esse foi o primeiro campeonato que acompanhei com vontade, fanatismo, amor e assiduidade. Para mim, Falcão era o melhor treinador e, junto a Adílson, Élson, Caíco, Nando e Paulinho McLaren, seriam campeões do campeonato brasileiro. Isso não aconteceu. Para falar a verdade, faltou muito para isso acontecer.

Correram os anos, surgiu o amanhã. O futuro chegou em 1995. O maior ídolo colorado que eu viria, ao vivo e a cores, estava chegando. Naquela temporada, vi de tudo. As ruas foram tomadas de azul, com a conquista tricolor na Copa Libertadores. Poucos dias depois, o Gigante da Beira-Rio estava lotado. Era o Inter em campo, contra o Santos. Estádio lotado, grande vitória colorada. Comandado pelo centro-avante Leandro Machado e pelo meio-campista Caíco, jovens talentosos da época, o Inter fazia quatro gols no time do Santos, que era um grande time e marcara apenas dois “tentos” naquela partida. Eu achava que os dois jogadores citados anteriormente eram os maiores que eu havia visto no Inter. Maiores que os campeões do Brasil de 1992.

Entretanto, poucos dias depois, desembarcava no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, um paraguaio, com a fama de quem se tornaria um mito: Carlos Alberto Gamarra Pavón. Ou simplesmente Gamarra. Zagueiro da seleção paraguaia. Ainda jovem, o atleta chegou ao Beira-Rio com a aprovação de toda imprensa paraguaia. Teve um conhecido brasileiro, entendedor de futebol, que disse que Gamarra lembraria o futebol apresentado por Figueroa, o lendário craque chileno da zaga colorada dos anos 70. Se não me engano, quem disse isso foi Paulo César Carpegiani. Estava criada a expectativa. E o Beira-Rio estava lindo e com mais de 40.000 apaixonados torcedores em uma tarde ensolarada daquele longínquo 1995, para acompanhar a estréia de “El Colorado”, ou simplesmente Gamarra. No primeiro lance da partida contra o Goiás, um atacante goiano avançou pela ponta-direita, adiantando demais a bola. Gamarra antecipou-se ao lance e aplicou um balãozinho, ao estilo de lance que “penteou” o adversário. Saiu limpo na jogada. Todos se levantaram nas arquibancadas do Gigante da Beira-Rio e aplaudiram o lance em pé. A jogada levou os jovens colorados ao êxtase. Os mais experientes torcedores, por sua vez, tiveram lapsos de lembrança do grande e lendário time colorado dos anos 70. Assim foi a estréia de Gamarra.

Resumindo toda história descrita acima: Gamarra saiu do Inter em 1997. Em dois anos de Inter, temporadas nas quais o Grêmio levantou muitos títulos, Gamarra foi campeão gaúcho apenas uma vez, em 1997 – ano no qual era capitão do time colorado. Teve campanhas medianas no campeonato brasileiro. Mas tornou-se ídolo. Era um jogador que jogava uma partida muito bem. No jogo seguinte, jogava melhor. No outro, melhor ainda.

O tempo passou. Passei curtindo minha vida de colorado. Correram os anos. Muito sofrimento e amor pelo time vermelho da Beira-Rio. Até os anos de 2003 e 2004, Gamarra seguia sendo o maior jogador que eu, particularmente, havia visto no Inter. Uma lenda da zaga. Um craque. Símbolo de raça. Um mito. Depois, vieram jogadores como Librelato, Tinga, Sóbis, Iarley, Fernandão, entre tantos outros. Anos de ouro, incomparáveis. Todos os atletas citados anteriormente são ídolos e mitos do Internacional, talvez, maiores que aquele Gamarra dos anos de 1995, 1996 e 1997. Porém, até 2003 ou 2004, Gamarra foi o maior. Foi maior que Christian, Fabiano, Rockembach, Lúcio ou Daniel Carvalho. Gamarra foi craque da zaga. Foi raçudo e técnico. Um exemplo a ser seguido.

Escrevo este texto na madrugada de domingo para segunda-feira, 15 de setembro de 2008. Já é mais de meia-noite. Hoje é aniversário do eterno rival Grêmio. Seus verdadeiros torcedores e seguidores estão de parabéns pela passagem dos seus cento e cinco anos de existência do seu clube do coração. Uma existência que engrandece o Inter, diga-se de passagem. E o contrário é verdadeiro, vale lembrar. Ontem, acompanhei uma bela apresentação do Inter, no também belo estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro. A partida de ontem, contra o Botafogo, só não foi mais bela que a atuação de Guiñazú. Guiñazú é como Gamarra no Inter. Um comparativo perfeito. A cada partida, joga melhor e honra a camisa. Vemos uma partida ótima de Guiñazú, para outros dois jogos muito bons. Volta a jogar bem, e no outro jogo, volta a ser o melhor em campo. Arrisco dizer que, depois de Falcão, Guiñazú é camisa 5 que mais honra a tradição colorada deste número de uniforme, sem querer comparar ambos – que são incomparáveis. Desta mesma forma, depois de Figueroa, o zagueiro que melhor se empenhou dentro da zaga colorada, foi Gamarra. Foi melhor que Fabiano Eller e Índio. Assim como Guiñazú é melhor que Edinho e Wellington Monteiro, campeões mundiais.

Guiñazú foi campeão gaúcho em 2008. Foi um grande título, no qual derramei lágrimas nas arquibancadas, em um misto de raiva, emoção e deboche que só um colorado pode entender o que significou. Guiñazú poderá se tornar campeão brasileiro, da Copa Libertadores e do mundial interclubes com o Internacional. Entretanto, poderá sair do Beira-Rio dentro de umas duas ou três temporadas, sendo apenas uma vez campeão gaúcho. Porém, se apresentar sempre o nível de atuações que vem apresentando, partida após partida, será um ídolo histórico do Internacional. Assim como Gamarra foi em 1995 e 1997. Como é bom ser colorado e ver verdadeiros guerreiros, como Gamarra e Guiñazú, honrando o manto sagrado da melhor forma possível. Técnica, qualidade, raça e respeito à camiseta e ao torcedor. Assim foi Gamarra. Assim é Guiñazú. Hoje, depois da atuação de Guiñazú contra o Botafogo, tive que escrever. Não resisti mais.

Fica aqui uma singela homenagem a estes dois verdadeiros ídolos. Um, no passado, foi somente campeão gaúcho. Outro, no presente, ainda tem uma bela caminhada pela frente. É esperar para ver. Se o Internacional vir a vencer o campeonato brasileiro ou a Copa Libertadores entre 2009 e 2010, esta taça virá a coroar Guiñazú e sua passagem destacada nos gramados do Brasil. Entretanto, se neste mesmo período, o Inter não vencer absolutamente nada, mas Guiñazú seguir jogando neste nível, estará este atleta, em meu particular entendimento, na galeria dos grandes ídolos que vi atuar no Inter.

Luciano Bonfoco Patussi
15 de Setembro de 2008

1 de setembro de 2008

INTER - Contra a Portuguesa: 1995, 1997 e 2008.

1995. Campeonato brasileiro. Penúltima rodada. A Portuguesa pisou no Gigante da Beira-Rio, diante de 70.000 torcedores. Uma vitória colorada classificaria o time para as semifinais do certame daquele ano. Entretanto, a derrota em casa praticamente terminou com as chances coloradas, que viu a equipe, após essa derrota, degringolar ladeira abaixo no campeonato. Os 70.000 fiéis ficaram incrédulos. Foram 90 minutos de apoio intenso que de nada adiantaram. Vieram os protestos. Vaias e xingamentos. Nada mais justo.

Correram os anos. Surgiu o "amanhã". Estávamos em 1997. A Portuguesa “pisou” no Beira-Rio, em uma noite de quinta-feira. Uma multidão colorada apoiou o tempo inteiro e a equipe colorada venceu a esquadra rubro-verde paulistana. Aos poucos, consolidava-se a liderança vermelha, na luta pelo título - que acabou não chegando.

Independentemente do momento do time ser positivo ou negativo, o torcedor colorado podia ser taxado de tudo naqueles tempos: Sofredor. Pé-frio. Apaixonado. Corneteiro. Fanático. Único. Inigualável. Mas jamais passivo. Jamais! Por não ser passivo, torcedor, é que o Inter jamais caiu! Por ser um torcedor ativo é que, além de nunca deixarmos o Inter cair, vimos o mesmo crescer dentro e fora de campo e conquistar títulos. Muitos títulos.

A hora é de apoiar em campo. Apoiar qualquer um que estiver vestindo vermelho. Ajudar a vencer a partida. Por outro lado, a hora é de cobrar. É de cobrar muito! Ninguém deve ser "palhaço" de uma diretoria, a ponto de ver o clube ir ao topo do mundo em 2006 e, em pouco tempo, ver o futebol cair drasticamente de produção, após uma série de trapalhadas administrativas encabeçadas por um senhor que estava - e ainda está - despreparado para assumir o cargo máximo do Clube do Povo.

Em 2008, Inter e Portuguesa se reencontrarão no Beira-Rio. E "se" empatarmos ou perdermos? Após apoiar os 90 minutos, nada mais justo que encher de xingamentos quem mais merecer. Presidente. Vice de futebol. Treinador. Alguns jogadores. Preparador físico. Vale faixas, cânticos. Seja na arquibancada, seja no "Portão 8". A torcida tem que ser "ativa". Devemos mostrar que ninguém é "palhaço" dessa gestão de futebol atrapalhada.

Mas e se vencermos? Bom, aí é hora de pés no chão. Será hora de aplaudir o time em campo, mas sem deixar de cobrar. E se for preciso, temos que xingar a todos aqueles que merecerem, mesmo com a vitória que poderá ocorrer. Porquê isso? Simplesmente para mostrar que essa torcida tem sangue. Tem coração. Tem fibra. Não é qualquer torcedor que já passou o que um colorado sentiu durante anos de mediocridade futebolística.

A camisa vermelha e a "cachaça" na mão, mas com os pés no chão. É só isso que o momento e a realidade do Inter nos permitem. Somente pés no chão e a sensação de que vem aí um sábado no qual cumpriremos nosso dever . Um dever que, dentro de campo, vem sendo deixado em segundo plano, há tempos!

Sábado, final de tarde, Beira-Rio, Internacional em campo. A Portuguesa será a adversária. A mesma Portuguesa de 1995 e 1997. Esperamos que a torcida seja a mesma daqueles tempos também! Só depende de nós! Força, torcedor! Força, Inter!

26 de agosto de 2008

FORÇA INTER – Comendo a grama do Olímpico

Há cerca de vinte anos estavam em campo, frente a frente, Internacional e Grêmio. O clássico era decisivo. Quem vencesse aquela batalha decidiria o campeonato brasileiro daquele ano e, de antemão, já estaria classificado para a próxima edição da Copa Libertadores da América.

O Grêmio vinha de um início de década com vitórias e títulos inéditos. E o time tricolor do final dos anos 80 também era muito forte e tinha individualidades muito qualificadas. Já o Internacional formava, aos poucos, uma nova geração de talentosos jogadores que formaram uma equipe muito boa que, se passava longe da equipe de dez anos antes, ao mesmo tempo enchia o torcedor de esperança de reviver os velhos tempos. Faltaram títulos naqueles anos. Particularmente, não lembro daquela partida decisiva. A única coisa que tenho a certeza absoluta é que, naquela data, o Beira-Rio estava lindo, vermelho e vibrante, como de costume.

Aquele Beira-Rio, com todos os adjetivos que cabiam a ele e aos aproximadamente 80.000 seguidores que lá acreditavam na vitória a cada minuto, assistiu ao time da camisa vermelha derrotar, de virada e com um jogador a menos durante todo o segundo tempo, o seu maior rival. Aquele que diz ser o símbolo da raça maior do futebol mundial, naquela data, sucumbia. Aquele mesmo, o único clube mundial dotado do espírito “copeiro”, era destroçado diante da massa e do time vermelho. Vermelho, colorado! Raça, fibra, um homem a menos e milhares de corações a mais jogando junto!

Aquele time do Grêmio, derrotado no “Gre-Nal” do século, era muito forte. Tão ou mais forte que o Internacional. Em campo, eles lutaram. Mas também esnobaram. Os vermelhos lutaram mais. Suaram mais. Respeitaram mais. E de lá, os vermelhos saíram vitoriosos. Respeitados. Eternizados.

De lá para cá, em “mata-matas” nacionais e internacionais, foi exatamente isso que voltou a ocorrer, anos depois, na Copa do Brasil, na Pré-Libertadores e na Copa Sul-Americana: O Inter na frente, vencedor! O Inter comendo mais grama e cuspindo mais sangue do que o Grêmio. Esse é o verdadeiro Inter! É só isso que o torcedor quer!

Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008, Copa Sul-Americana, Olímpico, Gre-Nal. Força, Inter! Força!

16 de agosto de 2008

TEXTO - Sonho. Realidade. Dois anos de felicidade!

Escrevo este texto quando estamos aos trinta e cinco minutos do segundo tempo de Brasil e Camarões, partida válida pelo torneio olímpico de futebol de 2008. A partida está empatada em zero e tem ares de dramaticidade. Quem marcar o primeiro leva a vaga. Neste 16 de agosto, acordei às sete da manhã para assistir a esta partida.

Apesar da dramaticidade do jogo da seleção olímpica brasileira, esta data faz uma nação inteira de torcedores gaúchos, vestidos de vermelho, vibrar em lembranças. E que lembranças! Há exatos dois anos, Paulo César Tinga marcava o segundo gol colorado, na decisão da Copa Libertadores, contra o São Paulo, no Beira-Rio. Na comemoração, o meio-campista foi expulso de campo. Começava naquele lance um filme de uma vida inteira de devoção ao time do peito. Um filme que se passou em vinte intermináveis minutos na cabeça de cada torcedor rubro.

São Paulo parte para o ataque. Falta. Bola na área. Afasta a zaga. Contra-ataque vermelho. Guerreiros com um homem a menos tentam segurar a pressão. E volta o São Paulo. Bola na área. Clemer. Clemer. Salva Clemer. O Inter parte para o ataque. A zaga são-paulina afasta e controla o jogo. Entra Ediglê na zaga. Nossa mãe do céu. Agora é com Michel. Volta o São Paulo. Clemer. Bola na área. De novo Clemer. O contestado torna-se, aos poucos, vitorioso. Salvou contra Nacional. LDU. Libertad. Vai salvando contra o São Paulo. O tricolor paulista parte novamente para o ataque. Chute cruzado. Gol. Silêncio. Desespero. Lágrimas. Tensão. O São Paulo parte pra cima. Bola na área. Tricolor vai marcar, atenção, sobe de cabeça. E agora? Clemer! De novo!

Há dois anos, o apito final que mais emocionou uma geração de colorados até o momento, era soado. O Inter era coroado. Campeão da Copa Libertadores de 2006.

Enquanto isso, o jogo entre Brasil e Camarões está encerrando. Empate. Um deles fará história na prorrogação. Ou então nas penalidades máximas. E quem sabe Rafael Sóbis faça história hoje. Assim como fez naquele 16 de agosto, vestido de vermelho. Mas isso é uma incógnita. O certo é que, há dois, o Internacional, movido pela competência, amor e emoção, fazia história. Para ninguém mais esquecer. Fazem dois anos que Fernandão ergueu a Copa Libertadores. E parece que foi ontem.

Parabéns à todos os colorados pelo aniversário da conquista da Copa Libertadores da América de 2006. Já estou em lágrimas. Novamente. Aqui encerro esta pequena e singela homenagem. Força Inter.

12 de agosto de 2008

OPINIÃO: Formatando a "cara de time" do Inter

Estamos às vésperas de mais um clássico Gre-Nal. O clássico de maior rivalidade do futebol brasileiro da próxima quarta-feira, 13 de agosto, será válido pela Copa Sul-Americana 2008. Enquanto torcedor colorado e analista – opinião pessoal – entendo que esta partida deve ser o “divisor de águas” do atual momento do time rubro. Ou o time apresenta, agora, a “cara do time”, ou ficaremos o restante do ano no “mais ou menos”. No “oito ou oitenta”. Para que esta realidade mude, a partir do clássico, é imprescindível a tomada de algumas atitudes pelo nosso treinador.

Tite já teve tempo suficiente para conhecer o grupo de jogadores do Inter pessoalmente. Até mesmo porque ele já vinha acompanhando o trabalho realizado no Beira-Rio, antes mesmo de ser contratado – segundo ele. Portanto, já tinha uma noção dos jogadores que aqui iria encontrar, e suas respectivas qualidades a serem exploradas (bem como os pontos fracos de cada um, a serem trabalhados). O que quero expor com o que foi dito anteriormente?

Quero dizer que Tite já devia saber há meses que Wellington Monteiro não é lateral-direito. O “lateral Wellington” foi uma das tantas invenções do vitorioso Abel Braga, mas que, neste caso, não deu certo. Na prática, a idéia não funciona. Está provado. Devia saber também que Edinho, Guiñazu, o próprio Wellington, mais Rosinei e Magrão, são volantes. Cada um com sua característica, mas são volantes. Ou seja, que joguem apenas dois, os melhores! Em resumo, deve jogar Guiñazu e apenas mais um dos citados acima. Não é possível querer juntar todas essas peças em uma mesma equipe.

Além disso, outro importante ponto é Nilmar. O craque da Beira-Rio não pode jogar enfiado entre três postes de 1,90 metro de altura, recebendo passes feitos com imprecisão por meia dúzia de volantes. Fora isso, Tite deve ter algum conhecimento – pois é treinador de futebol – que a meia-de ligação é uma função importante em um time de futebol. É uma meia-cancha de qualidade que faz o time jogar, que dita o ritmo do jogo: acelerado, moderado ou lento e sem qualquer objetividade. Antes, tínhamos somente Alex (firmado na posição). Taison ainda é novato. Sequer sabemos se o jovem é meia-de-ligação ou atacante. Mas agora, além de Alex, temos D’Alessandro e o próprio Daniel Carvalho, que podem fazer com maestria a função de criação de jogadas, mesmo que Daniel seja praticamente um ponteiro-esquerdo.

Temos que ter a definição dos onze titulares. Temos problemas para escalar, como lesões, suspensões. Porém, é preciso definir um time. Com Wellington não sendo lateral e com Bustos não tendo se firmado, a lateral-direita é um problema crônico atualmente. Jonas já mostrou a que não veio. Ângelo foi afastado sem muita explicação. Então, que a camisa 2 seja largada para o Ricardo Lopes. Que treine e jogue. É muito aquém do que o Inter deve almejar como titular. Mas bem treinado, pode, pelo menos, não comprometer.

Talvez, devido à grande quantidade e qualidade de zagueiros, hoje Tite possa considerar a possibilidade de fazer o Inter atuar em um esquema 3-5-2. Talvez. Mas isso é só uma opinião particular de quem aqui escreve. Clemer ou Renan não me preocupam no gol, seja qual for o titular. Minha preferência é Renan, que dizem estar negociado com o futebol europeu. Neste caso, Clemer e suas faixas segurarão, juntos, a camisa 1, sem problemas. Na zaga, também não teria preocupação alguma, visto que temos Índio, Bolívar, Sorondo e Álvaro para disputar três vagas – sobrando Álvaro na suplência em um primeiro instante, até ter tempo para provar a que veio e mostrar ser superior aos demais titulares. Como ala, Gustavo Nery assumiria a função pelo lado esquerdo. Pelo lado direito, a ala é uma incógnita – a função ficaria com Ricardo Lopes em um primeiro momento, podendo-se testar Rosinei ou até Magrão, para ver qual jogador daria uma melhor resposta atuando por aquele lado. No meio de campo, Guiñazu ficaria à frente da defesa, com Alex e D’Alessandro cumprindo a tarefa de armar jogadas – tendo também funções defensivas. Daria também para optar por um meio-campo um pouco mais resguardado, com Alex pela ala-esquerda e Edinho, Monteiro ou Magrão atuando na meia, junto com Guiñazu e D’Alessandro. E no ataque, acho indiscutível que teremos dois jogadores de nível extraordinário atuando e revezando os ataques pelos lados do campo e também chegando na área para marcar gols – Nilmar e Daniel Carvalho. Luis Carlos, Walter ou Guto ficariam lutando e aguardando oportunidades que sempre surgirão, seja para mudar um resultado durante uma partida ou por causa de lesões e suspensões dos titulares. Para o clássico, praticamente todos estarão à disposição, exceto Renan, Sorondo e Alex. Grupo o Inter tem para formar um time titular dos melhores do Brasil. Há algumas deficiências em determinadas posições. Mas dá, e muito bem, para se formatar uma boa equipe.

Logicamente, no papel isso tudo é muito fácil de ser analisado. Não sou eu, nem qualquer um de nós, que vamos treinar a equipe e fazê-la jogar da melhor forma possível. Esta tarefa está com Tite. Ele é quem deve tentar armar a equipe e dar à nós oportunidade de ver em campo um time com “cara de time”, que seja capaz de entrar em campo e apresentar um futebol de grande qualidade, buscando e alcançando as vitórias. E Tite vai conseguir. Essa é nossa torcida. Nesta quarta-feira, só queremos que o time entre em campo e honre a camisa vermelha e as quase duas dúzias de vitórias a mais em Gre-Nal. Vantagem de vitória em clássicos que, diga-se de passagem, o Inter tem há mais de seis décadas sobre o rival da Azenha. O Inter deve respeitar o Grêmio, mesmo que o tricolor jogue o clássico com time titular, misto, reserva ou “banguzinho” – como gostam de afirmar alguns de seus dirigentes, mas que na “hora H” atua com uns oito ou nove titulares. Só assim vamos vencer: com respeito, humildade e vontade de ganhar a qualquer custo. O Gre-Nal sempre é difícil, independentemente do momento de cada equipe.

Precisamos respeitar, torcer e apoiar o time – criticar construtivamente, quando for o caso. Mas devemos fazer isso com vontade e sempre, tudo em busca da afirmação, da “cara de time”, da classificação e da arrancada no brasileirão em busca da vaga na Copa Libertadores no ano do centenário.

10 de agosto de 2008

REFLEXÃO - Oito ou oitenta e a "cara" de time

Sempre será difícil para um colorado admitir o bom momento vivido pelo rival da Azenha. Um tricolor admitir o sucesso colorado, também é algo quase impossível. Dentro do futebol, o Gre-Nal é para muitas pessoas o clássico de maior rivalidade do futebol brasileiro. E isso, para nós colorados, significa dizer que o Grêmio é líder do primeiro turno do campeonato brasileiro por pura incompetência dos demais. Só que o futebol não deve ser, nunca, “oito ou oitenta”. Deve-se buscar o equilíbrio nas análises, para buscar o equilíbrio em campo também.

O Grêmio não é nenhuma seleção. Mas faz uma campanha magnífica neste primeiro turno do certame nacional. Isso é algo inegável. É só pegar a tabela e olhar. Analisar. Os “outros” estão fracos, entregando jogo ou sendo vítimas de anti-jogo gremista. Este tipo de argumento é o que utilizamos. E “eles” também utilizariam “e utilizam” esses argumentos, sempre, para desmerecer nossos feitos. Mas independentemente de adversários enfrentados, o rival faz uma bela campanha. Não é uma seleção como já citei, mas tem conjunto. Conjunto este dado por Celso Roth, após muito trabalho. Após muita desconfiança. E isso não é demérito.

Enquanto os times entrarem em campo não respeitando o Grêmio, vão continuar perdendo deles. Porque se eles não tem grande talento individual, tem conjunto e um time que tem jogado com vontade. E todos os times do Grêmio que foram campeões, foram formados sem quase ninguém acreditar nas vitórias. Nem mesmo parte de sua torcida. E quando todos se dão conta, lá estão eles, na decisão. Mas o Inter é assim também. Antes que perguntem: Não, não sou gremista e também acho que o Grêmio não mantém esse ritmo até o final do campeonato, a ponto de ser campeão. Isso é minha torcida, mas também uma convicção – mas posso estar errado, só o tempo dirá. Mas “eles” já deram um grande passo para estar, pelo menos, na Copa Libertadores de 2009. Isso também é inegável.

O que queremos para o Inter? Cara de time. Hoje nós temos um bom grupo, que ainda conta com algumas deficiências que devem ser resolvidas. Mas ainda não temos um time. Isso é fato. Hoje o Inter é o Inter que jogou contra o São Paulo e contra o Coritiba? Ou é o Inter que enfrentou Santos e Ipatinga? O Inter é o Inter que enfrentou o Cruzeiro? Ou é o que enfrentou o Fluminense? A irregularidade é grande. Hoje temos grandes jogadores que, espero, venham a formar um grande time que nos encha de esperança dentro do gramado ainda em 2008. Para isso, temos que buscar a regularidade. Não devemos ser “oito ou oitenta”.

E o grande momento do Grêmio? Sinceramente, isso pode incomodar, eles podem nos zombar. Mas é o momento deles. Vamos deixar eles vibrando com a atualidade vivida. Vamos vivenciar o dia-a-dia do Inter e buscar aperfeiçoar nossa equipe para criar uma identidade de time de futebol. E após isso, nós vamos vencer. E então será o momento deles nos falarem que o Atlético e o Figueirense são fracos. Que ganhamos no apito. Assim como eles já justificaram – e vão continuar justificando – nossas vitórias no passado e no presente.

E hoje mesmo, esperamos encerrar o primeiro turno com três pontos. A reestréia do talentoso Daniel Carvalho e do General Bolívar são motivos para nos encher de esperança em reeditarmos nossos melhores momentos dentro de campo. E para isso, esperamos ver um lateral-direito se firmar como titular, Nery deverá assumir a camisa 6 e jogar o que jogava há três anos e teremos de escalar dois meio-campistas ofensivos. Três ou quatro volantes não produzem nada, isso é fato. Nosso treinador precisará ver isso logo. Precisamos enxergar nossos problemas para melhorar. E vamos melhorar.

Temos um bom grupo que, com poucos ajustes, força e confiança, vai formar um grande time. Vamos para a Libertadores em 2009 com a força da torcida e, tomara, tenhamos chance de chegar nas últimas rodadas do campeonato brasileiro de 2008 brigando pelo título – embora hoje seja difícil, para muitos, imaginar que isso seja possível. A corrida pela vaga na Copa Libertadores e pelo difícil título do certame nacional deve começar hoje. Inter e Figueirense. Todos ao Gigante. Força Inter

23 de junho de 2008

SEMANA DECISIVA – Exigimos somente gana, força e vontade!

Entramos em uma semana decisiva para o Internacional no campeonato brasileiro de 2008. Sim, todo clássico é decisivo. Ainda mais quando se trata de Gre-Nal. Clássico Gre-Nal, já dizia um antigo dirigente, arruma a casa. Mas também pode desarrumar. Hoje, em Salvador, vimos mais uma atuação que causa desconfiança em quase todo torcedor colorado. A defesa do Internacional esteve, digamos, patética em determinados lances, principalmente pelo seu lado esquerdo. E isso não foi apenas hoje. Este tipo de atuação vem ocorrendo há um bom tempo. Não vamos aqui comentar, individualmente, quem esteve ou não esteve bem no jogo. Nem vamos citar as perspectivas de resultados para a rodada do próximo final de semana.

Gre-Nal é tradição e pode significar uma mudança nos rumos do Internacional no campeonato brasileiro. Mudança para melhor. Não vislumbro nem admito piora no atual quadro. Todos sabem que o time não vem bem. Para tirar essa conclusão, não é preciso sequer assistir os jogos. Basta pegar a tabela de classificação do campeonato nacional e ver o posicionamento dos clubes no certame. Nesta tabela, podemos analisar o desempenho “pífio” do Internacional e seus resultados – principalmente fora dos seus domínios.

Nós colorados, neste momento, vislumbramos e ainda temos esperança em uma melhoria do atual quadro. Particularmente, acredito que a maioria, antes de desejar a vitória no maior clássico do país, só exige gana, força e vontade. Respeito pela nossa tradição. Só isso. E se o lateral Paulo César jogar com vontade? Então que o Marcão corra como nunca imaginou que pudesse correr em toda sua vida. Que mastigue grama, se for preciso. E se a defesa do Grêmio estiver intransponível? Então que o Gil, o Alex e o Nilmar lutem com toda força e se desdobrem em campo inimigo. Dêem carrinhos na bola. Destruam a saída de jogo deles. E se a força ofensiva do Grêmio estiver em tarde inspirada, com Roger ditando o ritmo de jogo do meio-campo com passes precisos? Então, que o Índio, o Edinho e quem mais quer que estejam ao lado deles, metam a cara na chuteira adversária se for preciso. Que derramem sangue no gramado, se for necessário. A tradição colorada exige isso. Por ter uma torcida como a nossa, vale toda essa atitude.

É só isso que o torcedor exige. Só isso. E se o nosso rival estiver motivado e mostrando toda essa vontade? Que o nosso grupo também mostre isso tudo em campo. Em dobro ou três vezes mais que eles. Se isso acontecer, temos grandes chances de vitória. E mesmo que ela não venha, é só isso que o torcedor exige: Gana, força e vontade. Respeito pela camisa vermelha e pelo torcedor. Vamos para o Olímpico honrar nossa tradição, respeitando o adversário. Mas vamos lutar por mais uma histórica vitória. Essa é a exigência. A nossa exigência. O resultado, será mera conseqüência. Força time do Inter. Força por nós, torcedores apaixonados!

20 de junho de 2008

FALCÃO - Manager de Futebol no Grêmio

Fico profundamente triste ao ver, atualmente, alguns torcedores do Internacional, nosso clube do coração, discutindo, com um certo tom de “raiva”, sobre qual o maior jogador da história do clube. A comparação de épocas distintas acaba causando, muitas vezes, grandes injustiças com determinados ídolos.

Ao meu ver – opinião pessoal, não existe chance alguma de um clube com a grandeza do Internacional, que em quase cem anos de história teve incontáveis craques vestindo seu manto, ter proclamado um jogador – um nome apenas, como sendo o maior de toda a história.

Pode ser na mesa do bar. Nas arquibancadas. Em fóruns de discussões na Internet. A discussão do momento gira em torno, principalmente, de Falcão e Fernandão. Opinião: Não existe chance alguma de dimensionar a importância de cada um para o clube, a ponto de se determinar que um deles – entre tantos outros – é a maior referência de uma história quase centenária de um clube que é o mais popular do Rio Grande do Sul.

O que pode ser discutido, sem sombra de dúvidas, é quem era o mais genial, técnico, matador, decisivo, craque, vitorioso ou líder da história. Isso é uma discussão que nunca terá fim. E não há como fugir disso. É até legal esse tipo de discussão. E é bom sinal termos isso para debater. Significa que o clube tem um incontável número de ídolos em sua história. Mas jamais qualquer fator pode determinar que “A”, “B” ou até “C” tenha sido o maior nome da história do clube – volto a frisar, é opinião pessoal. Isso tudo, sem contar que tantos outros craques honraram a camisa vermelha, alguns, por mais de uma década. Por vezes, nem são lembrados. Mais de dez anos vestindo vermelho com amor e orgulho. Isso é para poucos. Assim como ser campeão brasileiro ou mundial. Também é para poucos.

Iniciei este texto, colocando o fato de ficar triste com algumas situações. O fato é que todos nós torcedores – e não poderia ser diferente, tínhamos a necessidade de voltar a ver nosso clube ser campeão interestadual. Alguns, inclusive, jamais tinham visto. Quando isso finalmente voltou a acontecer, não fomos campeões do certame nacional – o que não seria novidade em nossa história. Quando conseguimos dar a tão sonhada volta olímpica, ela foi continental. Era uma novidade em nossa história. Novidade que foi seguida de uma triunfante e inesquecível volta olímpica mundial.

Antes de isso acontecer, quase todo colorado citava Paulo Roberto Falcão, o cérebro do melhor e mais famoso time brasileiro dos anos da década de 1970, como o maior nome da história do clube. Com o título da Copa Libertadores da América e da Copa do Mundo de clubes, alguns delegaram ao camisa 5 mais genial da história do futebol brasileiro - Falcão, o posto de, no máximo, segundo maior nome da história do clube, e ainda o acusaram de não possuir o ímpeto de um verdadeiro colorado. E isso que Falcão saiu de Santa Catarina nos anos 60 para jogar no clube do coração.

Outros tantos chegam a dizer que Falcão não representa o torcedor colorado, pois não demonstra seu amor ao clube publicamente. E que por isso, não merece o título de maior nome da história do clube. Particularmente, até acho que não pode ser taxado de maior nome da história. É um dos maiores. Pode ser considerado o maior por alguns, mas nunca será unanimidade. Até porque, se eu falasse em unanimidade, estaria simplesmente rasgando e colocando na lixeira tudo o que neste texto venho expondo. Falcão simplesmente é, como comentarista, o que ele era dentro de campo. Profissional. Genial. Dos melhores. Isso muita gente não entende.

Para finalizar, sobre o fato da discussão do “coloradismo” do mais genial camisa 5 da história do futebol brasileiro, vai uma pequena lembrança:

Uns cinco anos atrás, mais ou menos, o rival azul de Porto Alegre cogitou a criação de um departamento no futebol do clube, que teria o molde semelhante a alguns clubes europeus. Seria criada a figura que chamamos de “Manager de Futebol”. O escolhido e convidado para o cargo teria sido Paulo Roberto Falcão. Isso foi divulgado pela imprensa gaúcha na época do ocorrido. Ninguém – ou quase ninguém – recorda.

Com muito estilo – como só um craque é capaz de fazer, Falcão teria agradecido o convite. Disse ter ficado envaidecido com a lembrança. Só que não poderia dizer “aceito”. Ele não aceitaria este cargo em respeito ao torcedor colorado e também porque não se sentiria à vontade, devido à sua bela história, construída dentro do Internacional. Foi o mais categórico “NÃO” da história do futebol gaúcho. Lembro de ter ouvido isso em uma rádio, em uma época que o Inter, dentro de campo e fora dele, não ia “nada bem das pernas”.

E mesmo assim, alguns preferem denegrir a imagem do, repito, mais genial camisa 5 da história do futebol brasileiro. Enquanto isso, um jogador que fez história jogando de azul – Renato, mas que jamais seria cogitado pelo Internacional para quaisquer cargos – dentro ou fora de campo, faz questão de dizer a todo o momento que torce contra o Inter, porque é tricolor, e que no Beira-Rio nunca atuaria – como se, pelo Internacional, fosse desejado. No lado de lá, ele é unanimidade. “Esse é tricolor!” – gozam os gremistas. E realmente, Renato é tricolor. Ao seu estilo. Foi um grande atacante e fez história no time dele, não há como negar. Mas jamais “engraxaria” uma chuteira de Valdomiro ou Tesourinha, por exemplo – com todo o respeito.

Enquanto isso, no lado vermelho, alguns poucos torcedores jogam para “escanteio” grandes ídolos da história do clube. Ídolos que, nos tempos de “vacas magras”, eram considerados deuses e espelho para um futuro melhor e de títulos. E quando as novas conquistas surgiram, com novos ídolos que entraram, merecidamente, na história do clube, alguns poucos fizeram questão de tentar, de uma forma ou outra, “apagar” parte da história do clube de futebol mais popular do Rio Grande do Sul. Aí é dito por essas pessoas que Falcão “só foi campeão brasileiro” – como se isso fosse pouco, “foi mercenário” ou que “não é colorado”. Mas nada se apaga da história de um clube como o Internacional, o Clube do Povo.

Deixo a pergunta: Imaginem o que alguns torcedores fariam se Paulo Roberto Falcão aceitasse, na época, o cargo de Manager de Futebol do Grêmio? Como ele não aceitou, o fato passou despercebido. Essa notícia pode ter sido algum boato colocado pela imprensa, mas lembro como se fosse hoje a divulgação desse fato. Como torcedor, naquele momento, vi o mundo desabar. Falcão nunca poderia atuar no Grêmio. E nunca vai atuar – não que “eles” não quisessem. Foi ele que não quis.

Paulo Roberto Falcão, por tudo que agregou, não só ao Internacional, mas ao futebol mundial, deveria ter um pouco mais de respeito por parte de alguns torcedores. Ainda bem que são minoria os torcedores que não respeitam – estou sendo chato mas vou repetir – o maior camisa 5 da história do futebol brasileiro da forma como ele merece.

14 de junho de 2008

Obrigado, Fernandão. Liderança e títulos!

Hoje, 14 de Junho de 2008, o Internacional perde para o futebol do oriente médio o maior ícone das recentes conquistas do clube. Fernandão. Este goiano, mais gaúcho e colorado do que muitos que em nossa terra nasceram, merece todo o tipo de homenagem que for possível. O Internacional sofreu mudanças desde 2003. Estas mudanças resultaram em títulos memoráveis conquistados em 2006. Em 2004, em uma negociação difícil, foi definido o nome do capitão colorado para as conquistas que viriam. Fernando Carvalho foi à Goiás, levou em sua pasta a faixa de capitão e entregou-a pessoalmente.

“- Fernandão, aceitas a braçadeira?. Vamos ao Sul conhecer nossa estrutura, nossa torcida e o nosso planejamento.”

“- Então vamos ao Sul.” – Respondeu o capitão.

Ele veio ao Sul e não voltou mais. Tinha outras propostas concretas. Inclusive do Flamengo. Mas ele veio ao Sul. Conheceu o Inter. Por aqui ficou. Ficou exatos quatro anos para conquistar o mundo e, particularmente, um espaço merecidíssimo na galeria de ídolos imortais da história do Sport Club Internacional.

Gol 1000 da história dos Gre-Nais. Fato que rendeu até camiseta comemorativa. Gauchão 2005. Gols e mais gols. Liderança. Amor ao clube. Copa Libertadores. Propostas do exterior. Respeito ao torcedor. Gols e mais gols. Inteligência para jogar. Campeonato mundial. Mais propostas. Gols. Mais liderança. Recopa. Gols. Copa Dubai. Mais gols. Gauchão 2008. Um dia, ele iria sair. Infelizmente, este momento chegou.

No próprio gauchão 2008, desconfiavam dele. Diziam que não era mais o mesmo. Que havia entregue o primeiro jogo da decisão. Mexeram com os brios do nosso capitão. Na decisão, dos três primeiros gols, marcou dois. Fez três gols no total, dos oito aplicados no Juventude em plena final do campeonato. Memorável partida.

Até hoje, muitos questionam Adriano Gabirú. Como poderia ele ter marcado o gol do título mais importante da história do clube? A explicação é simples. Quando o capitão não agüentou mais jogar, exausto, depois de tanto serviço defensivo, para ajudar os companheiros a segurar o timaço do Barcelona, quem o substituiu? A explicação é simples. Adriano Gabirú entrou no lugar do capitão e encarnou seu espírito. Ou seja, decidiu.

Fernandão. Agradecimento eterno por seus serviços prestados ao Sport Club Internacional. Tristeza pela saída. Meus mais sinceros votos de felicidade nessa nova etapa de sua carreira. Sucesso merecido.

5 de junho de 2008

AGRADECIMENTO - Iarley é Rei!

5 de junho. Após mais um dia de trabalho, cheguei em casa, cansado, mas com a sensação de mais um dever cumprido. Queria saber informações sobre o 'novo treinador'. Então, a mãe me chamou na cozinha:

- Luciano, viste o que aconteceu hoje?

- Não – respondi.

- O Inter mandou o Iarley embora.

- Como? Mandou embora? – perguntei.

Então meu pai confirmou. Iarley foi mandado embora.

- Para o América do México ou para as Arábias, em uma proposta irrecusável? – questionei.

- Não, para o Goiás – respondeu meu velho.

Na hora o primeiro pensamento que me veio à cabeça: “diretoria desgraçada, arrogante e incompetente”. Que tristeza.

Fui ouvir rádio. Olhar a net. Assistir programas esportivos. A ficha tem que cair. É difícil o momento. As lágrimas marejaram meus olhos ao ouvir na Guaíba o lance de Iarley. A partida da vida dele. A partida da nossa vida. Ah, que lembrança!

Veterano. Matreiro. Habilidoso. Amor ao Inter. Profissional. Líder. Um craque. Bi-campeão mundial. É muito triste o momento. Não existe no futebol brasileiro um jogador com a malandragem do nosso craque. Iarley é rei.

Difícil o momento. Não queremos, às vezes, ver a verdade. Mas aquele time que vai ficar na história, aos poucos vai se desfazendo. Hoje, mais um foi embora. Mas não um qualquer. Iarley é craque. Iarley é rei.

Iarley, particularmente, agradecimento eterno a você. Particularmente – podem discordar, mas acho que, de minha geração – nascidos nos anos 80, tu és o maior craque que já vestiu a camisa vermelha – nos últimos dez ou vinte anos. Tu és o jogador que eu vou morrer e no dia em que eu estiver partindo, vou poder lembrar, com orgulho: “eu vi Iarley jogar”.

Tristeza grande. Desejo de sucesso ao REIarley. E lá no Centro-Oeste, podes escrever, tu vais fazer história também. Assim é tua carreira. Tu chegas em qualquer ambiente e conquista o torcedor. E se consagra. E vence. Assim como no Paysandu. No Boca. E no Inter, é claro!

Lamentável decisão diretiva. Sem mais.

2 de junho de 2008

ABEL - Desconfiança. Trabalho. Títulos. Respeito!

Final de 2005. Estávamos entrando no ano de 2006. Chegava um ano que causava otimismo em todos os colorados, apesar de toda decepção causada com o “canetaço” de 2005. Era o fim de um ano que nos trouxe muito aprendizado. Era o início de um ano que prometia. Após treze anos, o Internacional estava voltando a ter a chance de disputar uma Copa Libertadores da América. Após o lamentável vice-campeonato brasileiro que nos foi imposto em 2005, havia a esperança da permanência do treinador Muricy Ramalho, para dar seqüência ao trabalho que, até o momento, era bem realizado. Mas Muricy já tinha um certo desgaste no clube. O treinador já não era unanimidade entre os torcedores. Apesar de bem habituado à capital gaúcha, o Muricy buscava novos ares.

Eis que o anúncio do treinador colorado para o ano de 2006 foi feito: Abel Braga foi o incumbido de comandar o time colorado. Muitos gostaram. Mas particularmente, preciso admitir, tive momentos de apreensão e tristeza. Como poderia o Internacional, voltando após muito tempo à disputar uma Libertadores, trazer um treinador como Abel Braga? Amigo dos jogadores, mas que, no momento das decisões, não conseguia vencer campeonatos importantes? Nunca! Isso era um histórico dele no Internacional e nos demais clubes grandes por onde passou. Era para mim, particularmente, um momento de tristeza e aflição. Mas a esperança nunca acabou.

Naquele instante, passava em minha mente a seguinte idéia: Fernando Carvalho está pondo na “lata do lixo” todo trabalho realizado, e toda credibilidade que o torcedor tinha nele. Sou um dos maiores fãs de Fernando Carvalho. Mas estava decepcionado com a decisão tomada por ele para o comando técnico colorado. Mas eu queria, do fundo do coração, ser calado por todos e dizer que eu estava errado em relação à escolha de Abel Braga. É, eu estava enganado. Enganadíssimo!

Em 16 de agosto de 2006, eu pude, em meio à lágrimas, sentir a emoção de ser campeão da Libertadores. Naquela data, Fernando Carvalho me mostrou que valeu a pena acreditar até o fim. Fernando Carvalho me mostrou que ele estava certo. E Abel Braga calou minha boca. Sim, calou minha boca. O time do Internacional era muito forte. Muito mesmo. Mas somente uma pessoa poderia colocar tudo a perder, em minha opinião: Abel Braga, e suas decisões estapafúrdias. Abel não colocou tudo a perder. Fez mais. Teve participação importantíssima no comando do time.

Durante toda Libertadores e alguns jogos do campeonato estadual daquele ano, Abel teve seus equívocos. Isso é inegável. Mas durante todas as decisivas partidas de 2006, Abelão, como é carinhosamente conhecido, esteve impecável. Foi um comandante do mais alto nível. E o time foi, simplesmente, seu reflexo em campo. Fica aqui registrada, e com muito orgulho, esta singela homenagem à passagem de um treinador que tornou-se vitorioso demais defendendo o Sport Club Internacional. E não canso de repetir. Nosso comandante calou minha boca em 2006. E que todos do Internacional que tenham a minha desconfiança pessoal, ou a desconfiança parcial ou geral da nação colorada, possam nos calar. Que possam nos calar, assim como fez Abel Braga desde que voltou ao Internacional em 2006: campeão da Copa Libertadores, campeão mundial, campeão da Dubai Cup e campeão gaúcho. Assim se vence. Assim se cala.

Ao nosso treinador do mundial 2006, Abel Braga, fica esta homenagem, e os mais sinceros votos de sucesso, saúde, dinheiro e títulos nesta nova etapa de sua carreira.

22 de maio de 2008

Vivo desde 4 de abril de 1909

Nasci em 25 de março de 1982. Vivo desde 4 de abril de 1909. Fácil explicar o sentimento de amor existente em meu coração para com a bandeira vermelha e branca do Sport Club Internacional? Não existe chance de isso acontecer. Mas estamos aí, vamos contar um pouco dessa história!

Tinha tudo para ser azul, branco e preto. Mas não era para ser. Por aquelas cores, não tinha amor, calor, sentimento. Não tinha nada. Nasci em uma época difícil, mas isso só causa orgulho. Eu ainda era pequeninho, tinha apenas um ano de idade, e o rival porto-alegrense de três cores era campeão no Japão. “Campeão no Japão”. A frase que marcou minha infância e adolescência. Mas enfim, vamos em frente.

Nos anos seguintes ao meu nascimento, só o rival tricolor era campeão no Rio Grande. Eu não lembro dos jogos. Nem dos gols. Só lembro de buzinaços. Carreatas com bandeiras azuis. E também lembro que eu tinha uns quatro ou cinco anos e vestia uma camisa azul, presente de meu falecido avô. Eu não sabia o que era aquilo. Tinha um Senhor, nosso vizinho, que sempre quando me avistava vestido com aquele “presente (de grego)” largava um: “E aí, gremista!”. Só que eu tinha quatro anos, ou cinco, talvez. Não sabia o que ele dizia. Só o cumprimentava. Hoje, talvez o insultaria (coitado)!

Corriam os anos, seguiam as carreatas, então comecei a, realmente, acompanhar futebol. Acompanhar jogos, de fato. Comecei a ler história, livros, revistas. Comecei a ver a torcida e a história real de cada clube. A influência e o significado das cores. Enfim, comecei a gostar de futebol. Meu pai é colorado. Mas nunca me influenciou. Acho que ele não queria se incomodar com o sogro que me presenteou com o pijaminha (risos). Eu que, ao ler sobre a história, lhe enchia de perguntas. Então meu velho se empolgava e começava a contar. Eu lia, mas queria acreditar que tudo que aprendia sobre o Inter, era verdade. Então, meu pai contava. Coisas que até hoje os mais vividos torcedores e conhecedores de esportes em geral dizem: “Time como aquele do Colorado, só o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha. E olhe lá!”.

E lá ia meu pai pra área de casa sentado em uma cadeira, com o radinho ao ouvido. E eu ia junto, ao seu lado, perguntando sobre história. E sobre o time. E contra quem jogávamos. E também queria saber se o estádio estava lotado. As nossas chances de vitória. O que dizia a imprensa. Queria saber tudo. Após muitos anos só vendo carreatas na cor azul, lembro da campanha da Copa do Brasil de 1992. Lembro da comemoração. Lembro do elenco colorado participando de um telejornal famoso que passa ao meio-dia na televisão gaúcha. A taça exposta. A torcida vibrando.

Em 1993, veio minha primeira camiseta do clube. Presente do pai. Era a camiseta da conquista do Brasil em 1992. Ela era linda. Um vermelho sangue. Tinha o patrocínio de um famoso refrigerante americano, e já veio com as quatro estrelas destacadas logo acima do “S”, do “C” e do “I” que foram bordados sobre o peito em 1909.

Meu pai não ia em jogos. Mas eu queria conhecer o campo do Inter. O Gigante da Beira-Rio. Eis que em um feriado de 1994, meu pai levou-me ao estádio. Arquibancada inferior. Ficamos ao lado da Camisa 12, de tanto apoio prestado ao Internacional. O Inter, dias antes, havia sido eliminado pelo Ceará, na mesma Copa do Brasil vencida dois anos antes. Mas eu não queria saber. Queria ir ao campo. A primeira de incontáveis vezes. Era Gre-Nal. Falta para o Inter. Argel, zagueiro colorado, meio sem jeito, fez Inter um a zero. Vitória. Explosão. Coisa linda, o Beira-Rio! Eu nunca vou esquecer desse dia! Minha primeira vez no estádio!

Depois daqueles anos, tempos difíceis vieram. O fanatismo, só aumentou. A paixão do povo por este clube, também. Para cada dia da semana, na escola, era uma camisa vermelha diferente. Às vezes era branca. Ou então, a lilás do goleiro André. Ou quem sabe a com uma faixa vermelha diagonal, ao estilo “River Plate”. Enfim, na escola, nas ruas, por vezes passava frio, só para estar com a camisa vermelha à mostra. Alguns me chamavam de louco, de problemático. Mas podiam falar e podem continuar falando até hoje. Nunca tive vergonha em mostrar e vestir a camisa vermelha. A segunda pele. Algo sem explicação.

Não vou citar neste texto o 16 de agosto, nem o 17 de dezembro de 2006. Eu já estou quase chorando à frente do computador. São muitas lembranças. Algumas boas. Outras, nem tanto. Mas todas elas, sem exceção, só vieram a fortalecer o meu sentimento de amor e orgulho por este clube!

Os títulos não me orgulham. Eles me deixam felizes, isso sim. E também engrandecem nossa história, não nego isso. Mas o que me orgulha, de fato, é vestir a camisa vermelha do Clube do Povo e mostrar para todo mundo o que é ser Internacional. Me orgulha a história do clube mais popular do futebol gaúcho. Faça chuva ou faça sol. Perdendo, empatando ou ganhando. Mas todos sabem, o clube é predestinado à vitória. Já dizia Nélson Silva, mais ou menos assim: “Os anos passam, o futuro chegará. A luz ilumina tua história, teu povo, tua gente. Cada vez mais. Segue tua senda de vitórias, colorado das glórias, orgulho do Brasil.”

4 de maio de 2008

Dia de ver o maior campeão em ação

Parece um sonho. Quando que, dez anos antes, imaginaríamos uma situação semelhante à que vou descrever em seguida? Internacional, nosso time do coração, um clube organizado, com grupo de jogadores de extrema qualidade, com um número de sócios que nossa casa sequer pode receber (todos ao mesmo tempo). É fonte de receita, é fidelidade, é tradição. É amor e títulos. E neste domingo, 4 de maio de 2008, mais uma decisão. Não acho que o Juventude seja um rival natural. Mas que existe uma rivalidade formada há cerca de quinze anos, isso não há como negar. E é com muito respeito, contra o representante da serra gaúcha que o nosso grupo de jogadores, verdadeiros operários em plena atividade, vai buscar mais uma taça para rechear nossa rica galeria de conquistas.

Esse breve texto é para conclamar o torcedor? Na verdade, isso não é necessário. Desde segunda-feira passada, já temos a certeza do cenário que vamos encontrar hoje à tarde: Faça chuva ou faça sol, mais de 50.000 colorados vão fazer o Beira-Rio ferver, em busca de mais uma conquista. E a certeza da qualidade e do empenho máximo na busca por mais um título vem da organização de primeiro mundo do Clube do Povo. Isso foi construído com muito trabalho e após muitas derrotas nas quais as diretorias atual e recentes souberam mudar pouco, mas o suficiente. O vermelho do amor e do calor da torcida. O branco, pela paz. A faixa no peito, a taça no armário e a alegria do povo pintando nessas cores as ruas do Rio Grande. Inter único octa-campeão da história. Rumo a mais uma conquista. O maior campeão gaúcho da história. Pra cima deles, meu Inter!