14 de novembro de 2023

Opinião: eleições 2023

Por: Luciano Bonfoco Patussi

14 de novembro de 2023

 

Chegamos ao final do ano de 2023, no qual o Internacional termina a temporada melancolicamente na metade de baixo da tabela no campeonato brasileiro – certame no qual o clube deveria focar seu planejamento anual. Essa é minha convicção, por motivos já expostos em outras oportunidades e, reitero, se isso fosse planejamento institucional, o Internacional subiria a própria régua de exigência e cobrança interna, melhorando seu desempenho e resultado contínuo, em temporadas consecutivas e não esporadicamente, não apenas no cenário nacional, mas também continente afora.

Posto isso, ainda restam decisões para o Internacional neste 2023, se concentrando em frentes distintas: dentro de campo, o time decide a permanência na série A – o que, penso, ocorrerá, embora isso seja muito pouco para o tamanho da tradição do clube; fora das quatro linhas, os associados possuem duas outras decisões à tomar, através da votação para o Conselho de Gestão e para a renovação de 50% do Conselho Deliberativo, em pleito que ocorrerá no próximo dia 09 de dezembro.

A seguir, efetuo análise de todo o contexto, baseado nos últimos vinte anos – olhando “de fora” pois, naturalmente, há assuntos do âmbito interno da instituição, os quais não tenho acesso. Com isso, saibam que o que virá na sequência é opinião, não sou dono da verdade!


ELEIÇÃO PARA O CONSELHO DE GESTÃO 2024/2025/2026:

Pela Chapa 1, temos a candidatura representada por Alessandro Barcellos. Atual presidente do Conselho de Gestão, busca a reeleição. No mandato atual, o futebol do Internacional seguiu pecando demais, em menor ou maior escala do que em anos anteriores – os resultados de campo falam por si só e foram inqualificáveis. Diria que a gestão atuou trinta meses trocando sua convicção esportiva a cada insucesso e, em contrapartida, teve quatro meses plantando junto ao torcedor a esperança na busca pela retomada de um futebol impositivo e mais agradável de se assistir, algo que vai mais de encontro a tradição do Internacional – esperança esta que, com a queda na Libertadores, foi transformada em depressão, se dissipando como fumaça se esvaindo com o vento e afastando-se definitivamente do Guaíba num piscar de olhos, mais uma vez.

Por outro lado, no campo das finanças, percebo melhora significativa e considerável no decorrer da atual gestão, na qual a dívida, que crescia exponencialmente no período anterior, foi “estagnada”, mas ainda mantendo níveis relevantes. Podemos elencar números em um texto posterior, mas existe muito material divulgado pela mídia especializada sobre isso. Se um clube de futebol tem no referido esporte o seu foco, entendo que a saúde financeira é o pulmão deste sistema, visto que é a organização deste departamento que permite a uma instituição desportiva “respirar”. Logicamente, não basta um clube ter saúde financeira estável, mas pecar nas decisões finais – de campo. Todavia, respirar naturalmente, sem a ajuda de aparelhos, é o primeiro passo para ajustar o prumo visando tomar decisões corretas na gestão, não apenas do futebol, mas do clube como um todo.

Pela Chapa 2, a candidatura encabeçada por Roberto Melo apresenta como principal requisito – e isso é minha opinião – a busca por aparelhos para ajudar o clube a respirar de modo artificial. Infelizmente, é isso que tenho como percepção, pois é o que parece estar sendo “vendido” ao público, conforme pode ser visto na campanha da referida chapa. Tal opinião se confirma a partir do momento em que a propaganda visando obtenção de votos é efetuada visivelmente em torno de um nome – Delcir Sonda, respeitável empresário, reconhecido não apenas no ramo supermercadista, mas também no mercado do futebol com a representação de atletas. A referida campanha faz menções a suporte financeiro que o clube recebeu, diretamente do empresário, ao longo do tempo. Ora, sejamos inteligentes. Nenhum empresário de futebol doa dinheiro por “ajuda ou amor”. E, você leitor, sabe de um segredo? Os empresários não estão equivocados, e nem são más pessoas, por exigir contrapartidas. Eles, ao investir, estão plenamente corretos em esperar retorno. Equivocado está quem vende a ideia de que existe “almoço grátis” e, pior ainda, quem compra esse discurso de forma inocente.

Ademais, o grupo político que representa a candidatura da Chapa 2 é, justamente, o mesmo que esteve diretamente envolvido na gestão em 90% dos mandatos compreendidos no período entre 2002 e 2020 – anos onde o clube sequencialmente: foi reorganizado de forma competente; atingiu o topo; subiu de patamar; mas perdeu o trem da história por uma série de tomadas de decisões, degringolando ao longo de muitos anos, se dividindo politicamente, vendo novas lideranças escassearem, se endividando e atualmente, não apresentando nada de novidades ou de planejamento real com visão de futuro. Quero estar equivocado. Este foi um grupo que inovou quando, lá no início dos anos 2000, preparou o Internacional antecipadamente para o novo momento que o futebol vivia, com adequação à nova Lei Pelé. Mas, o tempo passou e, para alguns, parou. O Internacional seguiu fazendo contratos longos, praxe no início da Lei Pelé. Porém, não mais com novatos talentosos, mas com atletas de qualidade insuficiente já vivendo a metade final da carreira.

Esta é minha opinião e, desde já, informo que devido ao exposto, optei votar na candidatura da Chapa 1 de Alessandro Barcellos para o Conselho de Gestão. Fico na torcida para que, Barcellos ou Melo, independentemente de quem for eleito pela massa associativa, efetue uma gestão plena e que sejam iluminados na condução do Sport Club Internacional. Seguirei, independentemente do vencedor do pleito, fomentando espírito crítico junto a todos com quem converso, pois “enxergar” detalhes de gestão e alertar faz bem à saúde financeira do clube – INDEPENDENTEMENTE DE QUEM ESTIVER NO PODER!

Lamento, mais uma vez, que o Estatuto ultrapassado do Internacional impeça que os associados tenham mais opções para votar! E é sobre isso que comentarei a seguir:

 

ELEIÇÃO PARA O CONSELHO DELIBERATIVO:

Na mesma data já elencada – 09 de dezembro de 2023 – os associados e associadas terão o direito de escolher uma chapa para renovação de 50% dos nomes eleitos para o Conselho Deliberativo. Pasmem, é necessário votar em uma chapa com 150 nomes e 15 suplentes. Exagerado, esse número é uma afronta ao bom senso e acaba atrapalhando votações técnicas no âmbito do Conselho Deliberativo, onde boa parcela das deliberações, fiscalizações e análises acaba ocorrendo, devido a essa “quantidade excessiva”, com prioridade no viés político – independentemente da qualidade do projeto ou relevância da pauta apresentada.

Focando na eleição, a obtenção de vagas no Conselho é proporcional e depende do percentual de votos obtidos pelas chapas, que necessitam alcançar votação mínima necessária, devido a existência da Cláusula de Barreira. Ou seja, sabemos que se uma chapa obtiver, por exemplo, 5% dos votos, ela não elegerá NINGUÉM, quando deveria ter direito proporcional a 8 cadeiras conforme o exemplo proposto. Esse tema já foi exaustivamente abordado, inclusive constando em proposta que elaborei e encaminhei ao Conselho Deliberativo em junho de 2019 – a qual não foi apreciada. Mas, a CLÁUSULA ZERO é uma pauta que avalio retomar, através da elaboração de nova proposta de reforma estatutária – mas essa atuação dependerá de questões e agendas particulares e profissionais nas quais estou comprometido, além de “n” ajustes e contatos necessários para que esse assunto tenha chance efetiva de “ir em frente” junto ao Conselho Deliberativo.

Algumas pessoas me perguntam se, por acaso, não seria mais fácil atuar neste sentido, estando dentro do Conselho. Isso faz total sentido. Sobre isso, gostaria de formalizar agradecimento ao Felipe Assunção, do Movimento Sócio Deliberativo, que me convidou para fazer parte da chapa de sua coligação. Na eleição anterior, participei da nominata para a qual fui convidado. Desta vez, declinei, por questões de cunho pessoal e avaliações daquilo em que acredito sobre “n” fatores – embora eu reconheça legitimidade do processo e a necessidade de firmar alianças a fim de ultrapassar a Cláusula de Barreira, sob pena de, sem alianças e negociações, não alcançar o objetivo – o que não seria a primeira vez. Declinei, mas sem jamais deixar de agradecer e acreditar nas pessoas, pois o respeito prevalece dentro da democracia que tanto defendo para o Internacional.

Enquanto eleitor, ao longo dos anos, formei convicção de que não existem partidos bons ou ruins. As bandeiras são apenas uma forma de ser visto e identificado por um público alvo, e nem sempre são seguidas – principalmente quando determinados partidos ou grupos chegam ao seu objetivo: o poder, as cadeiras, o congresso, o conselho. Isso vale para a política pública, e é válido também para os movimentos dos clubes. Tudo legítimo, diga-se de passagem, mas sob minha ótica, é uma verdade inegável!

Entretanto, penso que existem pessoas acima dos grupos, das alianças e das coligações. Em algumas pessoas, acreditamos. Já noutras, apenas ouvimos falar e buscamos informações, descobrindo sua atuação histórica – sejam éticas, corretas, competentes ou extremamente negligentes. E, nesse tipo de votação, há todo tipo de perfil nas chapas e nas alianças. A maioria, não conhecemos, pois tem muita gente envolvida, um número desnecessário de conselheiros –como já referi anteriormente. Independente disso, é preciso optar e votar, por algum critério – que é individual e precisa ser respeitado.

Voltando a pauta, gostaria de reforçar meu agradecimento ao Felipe Assunção, estendendo também ao Marcelo de Souza, Gerson Finkler, Anderson Bizotto, Giovani Dagostim, entre outros dos quais me desculpo ao não mencionar. Por acreditar em vocês, nas ideias e numa futura atuação de forma competente, meu voto nessa eleição será na Chapa 3 – Reage Inter! Os nomes mencionados, os quais tive oportunidade de conhecer em reuniões nas quais participei na forma de convidado, são pessoas nas quais passei a acreditar. Entendo que, se tiverem a oportunidade de serem eleitos Conselheiros, agregarão muito valor ao debate.

São essas as pessoas que, se eleitas, poderão inclusive – é nisso que acredito – levar adiante muitas das ideias que já elenquei informalmente. Dentre elas, a principal de todas: levar ao grande público o debate efetivo no entorno da implantação de foco institucional do clube no campeonato brasileiro, através de uma política de interligue todas as áreas do clube nesse objetivo – o que fortaleceria e aumentaria as chances de boas campanhas e títulos, não apenas no campeonato brasileiro, mas em todas as copas nacionais e continentais, de modo contínuo, não apenas esporadicamente, minimizando grandes “jejuns” e mantendo a marca do clube sempre no auge como um “time de ponta” dentro de campo!

Fazer aliança é um trabalho difícil, pois envolve “n” interesses e objetivos de grupos diversos. Eu mesmo, dentro de minhas limitações, fiz tentativas de aproximação de algumas partes, as quais respeito, mas entendo que a posição de hoje, pode mudar no amanhã, e independente disso, respeito a todos os grupos e pessoas! E assim é na política. Tudo legítimo, faz parte do processo. Em resumo, alianças são todas respeitáveis, por ser um trabalho difícil de se compor, e isso não limita meu voto. Pois, sigo acreditando nas pessoas já mencionadas nos três parágrafos anteriores e, com isso, o meu voto – pelo que já argumentei, será na Chapa 3 – Reage Inter!

Isso não resolverá os problemas do clube. Mas, dará alternativas ao Conselho atual. Não serão alternativas suficientes, pois muita gente ficará de fora do Conselho, inclusive pessoas de boas ideias, de outras chapas também. E o pior, o Estatuto seguirá com barreira aos novos grupos, devido a existência da – já amplamente citada – Cláusula de Barreira. O associado tem duas armas pacíficas na mão. Uma é o voto. A outra, é a possibilidade de atuar de forma unida, mesmo de fora do Conselho, na busca por alteração estatutária. É difícil, mas sobre essa pauta, procurarei debater novamente, se possível, em momento futuro, conforme o que ocorrer nas próximas movimentações – de acordo com o parecer que já elenquei sete parágrafos acima.

Em que pese o Internacional tenha a maior votação de clubes do futebol brasileiro, batendo recordes de votos a cada nova eleição, é preciso termos a consciência de que, se no comparativo externo, o clube é exemplo nacional a ser seguido, por outro lado é necessário – no comparativo interno – evoluir para a quebra de barreiras que ainda hoje tornam o sistema do Internacional bastante restritivo. Saudemos a democracia – crítica, ampla e respeitosa – sempre!

Nesta eleição, voto CHAPA 1 PARA O CONSELHO DE GESTÃO; e voto CHAPA 3 REAGE INTER para o CONSELHO DELIBERATIVO.

Saudações coloradas!

21 de fevereiro de 2021

Seu Telmo me contou

Por: Luciano Bonfoco Patussi

21 de fevereiro de 2021


Ansiedade e expectativa são sentimentos que transformam o dia a dia das pessoas. Há ocasiões,  especiais em nossa vida, onde o sono escapa de nosso ser, tal qual uma arrancada fulminante de Valdomiro pela ponta direita e, quando menos esperamos, o sol brilha por entre as frestas da veneziana. Maldita, janela! Horas, se passaram! Percebemos então, que essa foi mais uma noite em claro. O sol na janela, que poderia nos deixar de mau humor, imediatamente muda nosso sentimento. É o raio de sol do gol iluminado de Figueroa. Sorrimos. Só pode ser um prenúncio. Percebemos que estamos mais acordados do que nunca. A tensão, então, volta a tomar conta de nosso estado de espírito pelo resto do dia!

Há um quarto de século, uma de minhas diversões era colecionar o álbum do campeonato brasileiro, e também a Revista Placar, especialmente nas edições que ofertavam o “tabelão”, ferramenta impressa na qual eu atualizava manualmente, rodada por rodada, todos os resultados do “brasileirão”. Tinha a esperança de ver meu time campeão nacional. Sonhava em ver o Inter jogando futebol igual ao Palmeiras dos anos de 1993 e 1994, ou ao São Paulo de 1992 e 1993. Mas, estava difícil!

A única certeza que tinha, naqueles tempos, era o fato de que torcia para um clube muito popular e de tradição ímpar, mas que vivia momento conturbado. Todavia, o amor ao Internacional, só crescia. Seu Telmo, meu velho pai, teve importante parcela de “culpa” nesse amor! Eu o incomodava, com indagações sobre o Inter! Eram as mais diversas perguntas, normalmente feitas após algumas das mais variadas derrotas sofridas na década de 90. E ele, contava. Usava toda sua memória! Meus olhos brilhavam! Os anos 70 pareciam uma Fábula em Vermelho e Branco, como certa vez disse Falcão. Não era questão de dúvida, mas eu pensava: “será que, aquele time, era tudo isso mesmo?”.

Tempos depois, com o avanço da tecnologia, as pesquisas ficaram mais facilitadas. Tive a certeza de que toda narrativa de meu pai era mais do que verdadeira. Era a história do futebol brasileiro enriquecida pelo Clube do Povo. Mas, e se tudo que meu pai contou, fosse mentira? Seria tarde demais. Já estava forjado o espírito do coloradismo no apaixonado torcedor que escreve esse singelo registro!

Por questões óbvias, estes parágrafos são produzidos na madrugada, véspera de um momento ímpar. O Internacional estará logo mais, no Maracanã, enfrentando um grande adversário. O Flamengo, atual campeão brasileiro, é um time com excelentes jogadores. Apesar de único, esse momento não é uma novidade na história colorada. Em 1975, o Internacional também enfrentou uma “máquina” de jogar futebol. O adversário era outro, mas o palco? Era o mesmo! Foi uma aula de futebol. Seu Telmo me contou!

Os tempos são outros. O contexto é totalmente diferente. O resultado de logo mais, será parte de uma nova história. A única certeza é de que veremos, no Maracanã, guerreiros fardados totalmente de branco, com o vermelho bordado, pulsando ao lado esquerdo do peito, lutando por um ideal comum à “n” gerações.

Agradeço a Deus por proporcionar a glória de, em tempos de pandemia, com todos os cuidados necessários, estar ao lado de meu velho pai, realizando um sonho: o de ver o Inter chegando até o final do campeonato brasileiro, com chances reais de obter o título! Ele vai erguer a taça? A história vai contar. O importante é que, tornando essa “chegada” rotineira, um dia esse maldito jejum de títulos nacionais acabará. Obrigado, pai! Não só, por estar junto comigo nesse momento! Meu agradecimento é, simplesmente, por ser meu pai. Afinal de contas, o Papai é o Maior! É colorado, Internacional!

15 de dezembro de 2020

Inter: eleições 2020

Por: Luciano Bonfoco Patussi - 15 de dezembro de 2020 

Está aberto o período de votação para o Conselho de Gestão (mandato 2021-2023) e para a renovação de 150 cadeiras do Conselho Deliberativo (mandato 2021-2026) do Sport Club Internacional. Se você é associado desde o final de 2019 e está em dia com suas mensalidades até 31/10/2020, acesse e vote: 

https://vota.internacional.com.br/

Informo aos leitores que, pela primeira vez, participarei do pleito eleitoral colorado. Infelizmente, a eleição não está sendo um exemplo da forma como o clube deve ser gerido e, muito menos, da tolerância ao debate de ideias, visto que na divergência respeitosa, é que o clube receberá novos pontos de vista, crescendo novamente enquanto instituição.

Como vocês estão acompanhando no noticiário, estas eleições estão fazendo o clube virar piada nacional, com erros, desmandos, descumprimento de regras, acusações, processos e cassações – tudo em menor ou maior gravidade, oriundo de praticamente todos os lados participantes! Precisamos mudar isso imediatamente, pois, a guerra política pelo poder tem feito com que todas as questões anteriormente citadas, estejam se sobressaindo ao principal ponto a ser considerado em uma eleição: DEBATE DE PROPOSTAS!

Em se falando de minha atuação enquanto sócio: em dezembro de 2016, poucos dias após a queda colorada para a segunda divisão nacional, me associei ao clube e, no início de 2017, criei o Movimento Inter Nacional (MINN) junto a alguns poucos amigos colorados. A ideia deste grupo era dar voz às nossas ideias de futebol, levando opiniões à mídia esportiva e aos torcedores de modo geral. A pauta sempre foi promover debate! Nunca nos achamos donos da verdade, mas entendemos que era bacana fazer parte daquele momento do clube, de alguma forma – dentro das limitações individuais de cada um dos componentes.

Desde então, passei a acompanhar as eleições do Internacional com uma visão mais crítica do que possuía anos atrás, procurando me inteirar sobre temas importantes. Participei da reforma estatutária mais recente, sendo um dos associados que encaminhou proposta ao Conselho Deliberativo – como pode ser lido em: 

http://inter-clubedopovo.blogspot.com/2019/07/proposta-de-alteracao-estatutaria.html

O tempo passou e, diante de algumas publicações realizadas nos últimos anos, acabei “sendo visto” e convidado pelo Marcelo Souza, integrante do Movimento Sócio Deliberativo, para participar da eleição de 2020, compondo a Chapa 10 – Surge o Amanhã. Em um primeiro instante, agradeci a lembrança, informando que não tinha o pensamento de atuar como Conselheiro. Todavia, fui convidado a conhecer as ideias presencialmente, em reunião ocorrida há poucas semanas. Compareci e, durante a referida oportunidade, conheci pessoalmente o Marcelo Souza, o Felipe Assunção e o Gérson Finkler, entre outras pessoas. Eles expuseram as propostas do grupo para o Internacional. Como o convite permaneceu “de pé”, finalmente aceitei participar, inicialmente apenas compondo a chapa, mas impondo duas condições:

Primeiramente, pouco importava minha posição na nominata. No ato, deixei claro que não me associaria ao movimento. Ou seja, não seria um integrante mensalista ou colaborador financeiro de qualquer grupo político de futebol – visto que até mesmo no MINN, não pagamos mensalidade. A segunda condição foi que, caso venha a ser eleito – por mais difícil que isso seja devido ao percentual de votos necessário para ultrapassar a cláusula de barreira, paralelo a minha posição na nominata – serei um conselheiro independente, não tendo vínculo a qualquer grupo durante minhas decisões. Conselheiro deve ser independente, em minha visão! As condições foram aceitas e, desta forma, estou concorrendo!

Em pouco tempo envolvido na campanha, já visualizei alguns pontos onde o clube precisa melhorar, e muito! Passei a achar simplesmente absurdo o fato de o clube ter 300 conselheiros eleitos, sendo que boa parcela não é participativa, e hoje existem pessoas elaborando estatísticas comprobatórias deste fato. Além do mais, para concorrer ao pleito, cada chapa necessita inscrever 165 nomes, sendo 150 imprescindíveis para o caso de o grupo obter 100% das cadeiras eletivas, mais 15 suplentes para, justamente, suprir qualquer possível problema com algum dos 150 nomes principais. Esse número é absurdo! É muita gente! Algo desnecessário e que não ajuda o clube em absolutamente nada. Esse número ajuda apenas a “esconder” determinadas tomadas de decisão, pois é mais fácil se eximir em um universo de trezentos e poucos nomes, do que, por exemplo, debater profundamente entre 50 ou 80 pessoas. Enfim...

No atual cenário em que vivemos, é humanamente impossível juntar um grupo de 165 pessoas com interesse real na política do Internacional e, ao mesmo tempo, com pensamento similar. Ter a visão disso, participando da campanha, me fez acreditar que o Internacional não precisa ter 300 conselheiros eleitos. Pois, todos os grupos, sem exceção, acabam obrigados a compor nominata, com nomes que muitas vezes são desconhecidos dos gestores de cada movimento. E isso é um dos pontos que, caso eleito, irei propor. Obviamente, será difícil alterar isso, em função de que, diminuir o número de eleitos, é algo que passa exclusivamente pelo Conselho Deliberativo. Eles votarão “contra eles”, visto que recentemente aumentaram seu próprio período de mandato, de 4 para 6 anos? Acho difícil. Mas, é preciso debater essa questão!

Todavia, há muitos outros pontos com maior urgência de debate e solução, como a questão que envolve a exclusão da Cláusula de Barreira nas eleições, o Centro de Treinamentos e como isso será conduzido, o crescimento e a importância do Futebol Feminino e de que modo o clube tratará este tema da forma que ele merece, além da fiscalização que deve ser praxe para que o Conselho Deliberativo seja um órgão respeitado pela diretoria.

Este será meu compromisso. Caso eleito, debaterei essas questões e votarei em favor do clube e do torcedor associado, sempre! Sem conchavos. Sem dependência. Sem “rabo preso”.

Fica um convite ao torcedor associado. Conheça as ideias do grupo que me convidou a participar da eleição, através da página www.surgeoamanha.com.br. A votação ocorrerá dia 15 de dezembro de 2020. Escolha seu presidente e seus vices e vote neles para o Conselho de Gestão, ou então anule seu voto em sinal de protesto pelo atual momento do clube. Mas, para o Conselho Deliberativo, cruze seu voto. Vote em uma chapa diferente de sua escolha para presidente. E, se gostar das ideias do SURGE O AMANHÃ, convido a VOTAR CHAPA 10, para que o Conselho Deliberativo volte a ser um órgão mais propositivo e mais fiscalizador!

Mas, e se tu, associado, não te identificares com as propostas da CHAPA 10 para esta eleição? Escolha alguma outra chapa que também represente REAL OPOSIÇÃO e vote nela! Pois, é preciso uma ruptura no histórico dos últimos 18 anos de gestão das mesmas ideias e das mesmas pessoas. Gestão com sucessos e também fracassos e declínio! A alternância no poder representa democracia e é salutar para o clube, visando sua evolução! Pelo amanhã do Inter! Pelo futuro de nossos filhos!