29 de dezembro de 2008

Lembranças! Feliz 2009 à todos!

Este fim de ano e início de uma nova temporada trás à tona lembranças. Para quem gosta de futebol, as lembranças são boas. Para quem é apaixonado por futebol, a memória é melhor ainda. Agora, para quem é colorado, nem se fala! Haja fôlego para comemorar! Somem-se todos os gritos colorados! Finalizamos a temporada de 2008 com três faixas no peito! É tempo de comemorar. É tempo de recordar. É tempo de desejar mais ainda! É época de sonhar!

Se sofremos uma vida inteira ao lado do Internacional em uma busca incessante por vitórias, nada temos a reclamar de 2008. Temos a buscar melhorias em comparação a nós mesmo, isso sim! Este ano realmente não foi bom como dizem por aí? Poderíamos estar na Copa Libertadores no ano do centenário do clube? Sim. Concordo. Poderíamos. Não chegamos. Incompetência ou azar. Não interessa! O que importa é que o pensamento da direção do clube e da torcida mudou e, em um ano que foi 'mediano', levantamos três taças. Imaginem um ano bom como seria? Imaginem anos atrás. Sonhem e realizem. Pois este ano vem aí. Vem aí 2009, o ano do centenário colorado! Vem aí o ano que todos os colorados sonhavam que um dia chegaria, mas que tempos atrás tínhamos em mente chegarmos com Reginaldo’s, Tim’s e Anderson’s Barbosa’s em campo. Desculpem-me estes cidadãos citados anteriormente, que podem ser excelentes enquanto pessoa, mas que quando passaram pelo Internacional, deixaram a desejar. Talvez, pessoalmente, considerem-se vencedores, por chegarem em determinada época a vestir o manto sagrado vermelho. E diga-se de passagem, isso realmente foi uma vitória. Para eles. Mas só chegaram ao Inter em uma época ruim e de derrotas do colorado! E nada fizeram por aqui! Isso é um fato. E tudo isso que vivemos engrandece o atual momento vivido pelo Clube do Povo!

No início da temporada de 2008, veraneando em uma praia do litoral norte gaúcho, recordo de uma manhã diferente. Era início de tarde. Lembro bem de sair da praia, o sol a pino, em direção ao bar. O garçom trazia uma cerveja. Era o Inter em campo. O oponente daquela manhã de verão era o campeão alemão, Stuttgart. Um bom time. Inter um a zero. E mais uma cerveja! E voltei à capital. Foi uma viagem longa e chata. Demorada. Uma ‘tranqueira’. Na decisão da luxuosa ‘pré-temporada’, estava no escritório, a trabalho. Mas quem passou trabalho foi a Internazionale. A poderosa campeã italiana sucumbiu. Inter dois a um. Uma bela e memorável vitória. Golaço de Fernandão. Golaço de Nilmar. E para quem ousar desmerecê-la, basta assistir aos vídeos, vendo o rosto do Materazzi, do Júlio César, do Júlio Cruz e de tantos outros. Eles queriam a vitória para a “squadra” italiana. A qualquer custo! O Inter não deixou. Era um prenúncio do que aconteceria naquela última e memorável partida de dezembro de 2008, assistida em um Beira-Rio tomado pelo amor e pela devoção do torcedor colorado!

Entre um pífio campeonato brasileiro, onde terminamos em sexto lugar – uma colocação que anos atrás seria digna de volta olímpica – e outra eliminação – entre tantas – em Copa do Brasil, vimos Fernandão ser humilhado pelo torcedor do Juventude na primeira partida decisiva do campeonato gaúcho, em Caxias do Sul. Mexeram com a pessoa errada. Quando, no Beira-Rio, o Inter marcava o quinto gol no time caxiense, o “Capitão Planeta” marcava seu terceiro na partida. E não precisava fazer mais. Não precisava mais nada. Em quatro anos vestidos de vermelho e branco, Fernandão fez história. O recado estava dado, o caixão fechado e a história escrita. A torcida verde ia embora. Confesso que, naquele momento, senti falta do azul no estádio. Parecia que algo estava faltando. Mas o Beira-Rio sorria. Gozava. Fernandão ainda estava em campo, mas pensando em o que deveria fazer na seqüência. Isso porque marcara três gols. E , com Fernandão já “em férias” e os aplausos e o “olé” da torcida, vieram mais dois gols. Seis. Sete. E mais um pênalti. A massa implorava por Clemer. E lá foi ele! Gol. “Hehehe”. Oito. Gargalhadas. Risadas. Deboche. “Huashuashuas”. Na arquibancada, colorados riam. Choravam. Rolavam nas cadeiras. Internacional oito. Oponentes um. Rasgaram a touca. Nem estava tão frio mesmo! O sol brilhou em uma tarde nublada e de chuva e, em um facho que iluminou “A Maior Torcida do Rio Brande”, lembramos de Figueroa em 1975! Lágrimas! Recordações! Era o gol iluminado e a tarde iluminada. Era nossa memória vindo à pele em um dia inesquecível. Tudo junto, em uma só pulsação!

E como se não bastasse, em um campeonato de “segundo nível” que foi assistido pelo mundo inteiro, eliminamos o temível Boca Juniors. Reservas ou não. Não interessa. A Bombonera sucumbiu. D’Alessandro sorriu! Na seqüência, eliminamos e calamos a maior torcida do México. O Chivas Guadalajara foi derrotado. Lá e aqui! Tal qual o Boca. Na decisão, matamos o tradicional e bravo Estudiantes na temível La Plata. Sucumbimos a força e a tradição castelhana no Beira-Rio. O time do Estudiantes era forte e movido à perfeita tática, força e raça! Nada nos amedrontou. Crescemos na partida e, na prorrogação, terminamos em festa e emoção! O Beira-Rio pulsou no compasso de nosso coração! É verdade que, no caminho, passamos também por equipes menores. Talvez por isso, alguns poucos no Rio Grande classificaram a Copa Sul-Americana como um “torneio de segunda linha”. Isso faz parte e eu não poderia deixar de destacar este ponto. É a flauta fazendo parte da maior rivalidade do mundo. O “Gre-Nal” é o maior clássico do mundo. Posso ser taxado de arrogante, mas só quem vive isso pode descrever. E, diga-se de passagem, alguém lembra do placar do único clássico de 2008 que terminou com vitória de um dos times, após mornos empates na temporada?

Enfim, quero desejar de todo coração, à toda nação colorada e à todos que lerem este texto escrito de forma emotiva, um Feliz Ano de 2009, onde todos irão correr atrás de seus sonhos e que todos tenham saúde, paz, amor, sorte e tudo o que for necessário para alcançar seus objetivos individuais e coletivos! E, como não poderia deixar de ser, desejo à nação colorada só mais um título: eu quero ser campeão brasileiro. Assim sendo, eu que já nasci tri, verei, de fato e de direito, o único título que falta para, enfim, eu morrer feliz! Sim, aí eu poderei morrer! Isso porque ser colorado é a melhor coisa que existe. Eu nasci tri-campeão brasileiro, ouvindo as mais belas histórias que foram proporcionadas por Manga, Marinho Peres, Figueroa, Vacaria, Caçapava, Falcão, Batista, Carpegiani, Valdomiro, Claudiomiro, Flávio, Lula, Dario, Mário Sérgio, Chico Spina, Mauro Galvão, Benitez, Jair, Escurinho e tantos outros. No dia em que eu gritar, sem a dor da impunidade de 2005 que até hoje sangra em lágrimas vermelhas meu coração, que sou tetra-campeão brasileiro de futebol, bom, aí eu poderei morrer de emoção na arquibancada do Beira-Rio, após o gol do título. Seja ele marcado em um pênalti duvidoso. Em um cabeceio de um zagueiro ‘xerifão’. Em uma ‘patada’ de um volante ídolo. Simples, indescritível e sem palavras.

Um Feliz e Próspero ano de 2009 à todos! Saúde, paz e amor! Saudações coloradas!

22 de dezembro de 2008

O time da década de 1970. Os 29 anos da taça.

Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de dezembro de 2008
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Em 23 de dezembro de 1979 o Brasil parou. O país foi todo tingido pelo vermelho do fervoroso amor colorado e pelo branco que representa a paz. Naquele dia, o Sport Club Internacional fechou os anos 70 como o “Time da Década”. Recordes foram quebrados. Tabus estabelecidos.

No início daquela temporada, o time do Inter sofreu algumas mudanças. Para se ter uma idéia, a equipe ficou de fora até mesmo da decisão do campeonato gaúcho. Entretanto, estava sendo montada uma estrutura de time que reconquistaria o Brasil, escrevendo páginas até hoje inigualáveis no cenário esportivo nacional.

Após derrotar o Palmeiras nas semifinais entre os maiores campeões do Brasil até então, o Internacional enfrentou o forte Vasco da Gama na decisão. Campeão em 1974, o Vasco lutava pelo bi-campeonato. O Inter, bi-campeão, lutava pelo tri. Tri legal, tchê! Ali nasceu aquela expressão que até hoje é usada pelos gaúchos em geral. “Mas bá, meu! Muito tri. Tri legal”.

Naquele 23 de dezembro, o Beira-Rio estava vermelho, lindo e vibrante. Após a vitória no Rio de Janeiro, o Internacional poderia até perder por um gol de diferença. Mas além de tri, era preciso fazer história e estabelecer uma marca. E o Inter foi pra cima do Vasco. Em uma grande atuação, com direito a um golaço do gênio da camisa 5, Paulo Roberto Falcão, o Internacional venceu o jogo, conquistou o título – tornando-se o maior campeão brasileiro da história – e de quebra, o fez de forma invicta. Em mais de vinte jogos, a equipe colorada não perdeu uma partida sequer. Este recorde segue até hoje sem ser alcançado por qualquer outra equipe do futebol brasileiro. Campeão brasileiro invicto.

23 de dezembro de 1979. 23 de dezembro de 2008. Completa 29 anos aquela data histórica para o futebol do Inter, gaúcho e brasileiro. Depois daquele dia, muitos clubes alcançaram o tri-campeonato. Outros ultrapassaram esta marca. Outros tantos lutam até hoje, sem sucesso, para ser tri. Mas campeão invicto só existe um. Jamais será igualado! Jamais!

Naquela data, o Inter conquistava seu terceiro título nacional. Tinha ainda vinte e cinco campeonatos estaduais. O segundo maior campeão do Rio Grande tinha em sua vasta galeria vinte e um títulos estaduais e cerca de, mais ou menos, deixa eu ver. Bom, deixa pra lá. O melhor seria fazer como os zebrados faziam na época. Não falar de futebol. Falar sobre qualquer coisa: política, férias, turismo, família, novelas. Menos futebol.

A nação colorada está de parabéns pela passagem dos 29 anos da conquista do inédito até então, e inigualável para sempre, título de tri-campeão brasileiro invicto de futebol. Inter 79. Mortífero.

17 de dezembro de 2008

Fardado de branco e o vermelho no coração

Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de dezembro de 2008
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No exato instante em que Fernandão erguia a Copa do Mundo para o Internacional, era possível ouvir aplausos no estádio em que a partida decisiva contra o Barcelona – forte, poderoso e milionário – foi disputada, em Yokohama. A saudação coletiva não vinha apenas das arquibancadas japonesas, nem de Porto Alegre ou de qualquer parte do Rio Grande e do Brasil. Aquela homenagem que todos podiam ouvir de algum lugar, mas que ninguém enxergava de fato naquele momento, era feita pela memória dos amantes e dos deuses do futebol. Aqueles aplausos eufóricos e incontidos vinham da história do Real Madrid de Puskas. Do Santos de Pelé. Do Estudiantes de “La Bruja” Verón. Do Ajax de Cruyff. Do Flamengo de Zico. Da Juventus de Platini. Do São Paulo de Raí. Do Boca Juniors de Riquelme. De tantos outros times e craques.

Grandes equipes fizeram história no futebol. Entretanto, um seleto grupo de clubes até hoje conquistou a Taça Mundial Interclubes (ou Copa Intercontinental, como queiram chamar – o que não é demérito e, para a história, em minha particular e modesta opinião, vale como um título mundial).

Clemer, Ceará, Índio, Eller, Cardoso, Edinho, Monteiro, Alex, Fernandão, Iarley, Pato, Vargas, Adriano e Luiz Adriano. Abel Braga e Paulo Paixão. Fernando Carvalho, Vitório Píffero e tantos outros. Esses caras fizeram história! A alegria, o orgulho, a euforia e a emoção transbordavam em milhões de corações colorados espalhados pelo mundo afora! No Brasil, naquela ensolarada manhã de domingo, quase ao final do ano de 2006, “era colorada a cor do nosso sentimento, minha alegria era o Internacional, e no Japão em 17 de dezembro, nós conquistamos a taça do mundial”.

Parabéns, Sport Club Internacional. Parabéns, torcedor colorado! Há dois anos, o heróico, aguerrido e bravo time do Inter conquistava – fardado de branco e o vermelho no coração – a Taça Mundial Interclubes no Japão!

7 de dezembro de 2008

Inter, te quero tetra-campeão brasileiro!

Por Luciano Bonfoco Patussi
07 de dezembro de 2008
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É incrível o sentimento! Só quem é torcedor do Internacional pode descrever! Particularmente falando, sou da geração de “colorados sofredores” da década de 1990. “Sofredores”, mas não menos apaixonados pelo clube, é importante que se diga. Aliás, é nos momentos de dificuldade que o sentimento de amor e devoção ao clube do coração acaba por tomar conta de nós, fazendo nos sentirmos responsáveis por ajudar o time do peito a voltar aos seus dias de maior glória. E assim foi naqueles anos: muita vontade, amor e devoção por parte do fiel torcedor. Pouca competência por parte dos diretores do clube!

Junto a outros tantos milhões de apaixonados colorados, passei por algumas eliminações em Copas do Brasil naquela década. Por Porto Alegre passaram, sem grandes dificuldades, Londrina’s, Ceará’s, América’s e Juventude’s da vida, entre outros clubes que nem recordo agora – e sequer faço questão de recordar. É importante destacar que todos estes clubes merecem respeito. Mas o Internacional é grande demais para os times que por aqui foram formados naqueles tempos. A vitória das equipes citadas anteriormente foi justa e sem apelações. Foi digna. Eles foram heróicos ao suportar a história do Beira-Rio lotado contra eles. O time do Inter é que era abaixo da média, e essa era nossa tristeza e nosso sentimento de angústia, enquanto fiéis torcedores. Nos campeonatos brasileiros daquela época, uma ou duas boas campanhas. Muitas outras campanhas medíocres! Eliminações e quase rebaixamentos! Ganhamos também uma Copa do Brasil, é verdade. Foi um título importantíssimo, embora alguns neguem. Foi a primeira taça nacional conquistada após treze anos de “jejum” de um time que alcançou o posto de maior campeão brasileiro em 1979.

Aquele título veio em uma disputa jogada pelo Inter contra grandes adversários, fato inédito em Copa do Brasil, onde em grande parte das vezes, os campeões enfrentam no máximo um ou dois grandes clubes do cenário nacional. Naquele certame, eliminamos Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Fluminense. Erguemos a Copa do Brasil. Salve Marquinhos, Célio Silva, Fernandez e Gérson! Esses caras estão na história do clube! Grandes jogadores, grandes feitos! Foi uma bela conquista, com a marca da garra e do amor do torcedor colorado ao seu clube!

Entretanto, outros times medíocres formados pelo Inter anos depois, aquém de nossa expectativa e de nossa grandeza, foram assistidos no Gigante da Beira-Rio. Sempre com fidelidade. Nunca, nós torcedores, deixamos o Inter “cair”. Estávamos lá. Sempre! Ganhamos alguns campeonatos gaúchos. Perdemos tantos outros. Em algumas decisões estaduais, sequer chegamos – o que sempre era uma obrigação. Isso graças ao que Juventude’s e Ypiranga’s que por aqui passaram nos causaram. Mas a culpa não era deles. A culpa era do Inter e de quem o administrava. Nós torcedores merecíamos algo melhor. Nosso espírito, cada vez mais ferido em campo, era fortalecido pelo rubro da paixão, pelo vermelho de nosso coração. E com esse sentimento, pessoas competentes assumiram a direção do clube alguns anos depois, colocando o interesse dos torcedores em primeiro lugar.

Mas no início tudo foi difícil. Muita dificuldade! Não era fácil assumir um grande clube, que tinha uma massa de seguidores fanática, mas que vinha de muitos anos sem grande destaque no futebol – em se falando de grandes títulos. Com muita emoção e sem palavras para descrever o sentimento que tomava conta do coração vermelho naquela época, conquistamos campeonatos estaduais na seqüência. Reconquistamos nosso território! Conquistamos a Copa Libertadores da América, em um feito inédito na história do clube. Lágrimas e emoção. Choro. Devoção. Lembranças. O Inter voltava a dar uma importante volta olímpica. Isso aconteceu contra o São Paulo, o atual campeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes da FIFA. E foi muito sofrido. O Beira-Rio suplicava pelo final daquele jogo de 16 de agosto. E que final! Quando Rafael Sóbis chorava no gramado e quando Fernandão erguia a Copa, tudo parecia mentira. Tudo parecia um sonho! A “ficha” aos poucos ia “caindo”. Era um sonho realizado!

Após toda aquela emoção, veio a conquista do Mundial Interclubes e mais lágrimas de emoção. Que feito! Que conquista! O Barcelona era o “todo-poderoso”. Mas nada pode fazer naquele 17 de dezembro. O Inter jogou com o coração na ponta da chuteira! Salve Clemer, Ceará, Índio, Eller, Edinho, Monteiro, Alex, Fernandão, Pato, Adriano, Iarley, Luiz Adriano e tantos outros! Salve todos! Salve a Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2006! A alma era lavada. O orgulho transbordava. Festa, lágrimas e emoção! O Internacional era o campeão mundial de clubes, feito que na década de 1990 alguns sonhavam – inclusive eu – e poucos acreditavam que iria um dia se realizar. Após aqueles feitos todos, entre uma ou outra “turbulência” vivida, vieram as conquistas da Recopa Sul-Americana e de um torneio amistoso – mas charmoso – como a Copa Dubai, vencido contra a forte equipe da Internazionale de Milão.

Veio também a conquista do campeonato gaúcho de 2008, conquistado em um massacre promovido pelo Internacional contra o Juventude, em uma memorável partida. O Juventude perdia aquela “pompa” de clube grande, do tamanho que achava ser – que nunca foi e nunca será, com todo o respeito. Veio a Copa Sul-Americana, suada e sofrida, contra o Estudiantes de La Plata, que lutava com todas as suas forças para reconquistar uma taça continental após muitos anos. O Internacional foi fabuloso. Heróico. Foi mortal! Que noite! A névoa tomava conta do Beira-Rio! Que espetáculo! O torcedor deu seu “show” à parte. Ordeiro, civilizado e apaixonante! Assim é o verdadeiro torcedor colorado!

Me falta uma conquista, admito! Eu quero o campeonato brasileiro! Sonhei com isso na minha adolescência alvi-rubra. Era o que eu sempre queria! Em vida não te vi, campeonato brasileiro! Nasci em 1982! Nasci TRI! Mas sei de tua história, do teu significado, sei que meu vermelho foi o maior erguedor de tua taça, anos atrás. Décadas atrás! Campeonato brasileiro, eu preciso de ti. Em uma véspera de tua decisão, eu te suplico. Meus rivais te disputam hoje. Grêmio quer se igualar a mim. Faz trinta anos que isso acontece! São Paulo quer ser tri-campeão de forma consecutiva, superando meu feito de bi-campeão alcançado em 1976. Ficarei um pouco triste, qualquer que seja o resultado do final da tarde de hoje. Mas eu te quero, campeonato brasileiro! Quero o TETRA-CAMPEONATO em 2009, ano do meu centenário. E se isso acontecer, eu poderei morrer. Morrer feliz e campeão de tudo! Isso porque ser INTERNACIONAL é a melhor coisa que existe! Salve o CLUBE DO POVO do Rio Grande do Sul!

Muita luta! Muito esforço! Vamos em busca do campeonato que falta para rechear de emoção o ano do centenário. Temporada que promete ter o aniversário mais emocionante da história do Sport Club Internacional! Sempre sonhei com o título brasileiro. Ouvi histórias de Falcão, Figueroa, Valdomiro, Manga, Marinho Peres, Carpegianni, entre tantos outros. Quero que por aqui fiquem, em 2009, Índio, Guiñazú, Alex, D’Alessandro e Nilmar. E que estes craques me façam sonhar com o título que me falta para, enfim, eu gritar – sem escândalos de arbitragem que até hoje sangram meu coração – que sou TETRA-CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL!

4 de dezembro de 2008

A Copa e a Névoa

Por Luciano Bonfoco Patussi
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O entardecer rubro naturalmente fazia com que a dúvida surgisse sobre o que destino nos reservara para aquele final de noite e início de um novo dia. O início de uma nova era. O sol sumia ao horizonte e fazia o cenário, antes de um belo pôr-do-sol, mais parecer uma noite escura e gélida.

Há pouca distância daquele horizonte noturno, que durante o final de cada dia forma um dos mais belos cartões postais de Porto Alegre, um misterioso fenômeno ocorreu naquele início de dezembro de 2008. Bolas de fogo, que deviam ser cometas ou algo equivalente, eram vistas, centenas delas, lado a lado e sobre o concreto sagrado erguido pela “Torcida do Povão”. Um espetáculo que se repete de tempos em tempos, mas que sempre tem uma história e uma emoção diferenciada e que guardamos no fundo do nosso coração. A névoa tomava conta do cenário imponente do Gigante da Beira-Rio. Nada se via. Tudo se ouvia. A névoa foi se dissipando aos poucos e, ao mesmo tempo, aos olhos de cada ser vivo presente naquela noite em cada degrau daquela arquibancada, camisas vermelhas foram tomando forma real em um tapete lindo e verde de esperança: era o Inter em campo para mais uma decisão.

Sorrisos, “flash’s”, lágrimas. Cânticos. Um apaixonado pelo time do seu coração sabe muito bem o que significa uma entrada triunfal em campo. E naquela noite, a torcida foi estupenda, fazendo parte do espetáculo de forma ativa, ordeira, civilizada e apaixonada. Em campo, o Inter foi fantástico. Foi gladiador quando a torcida mais precisava, clamava e implorava por isso. Assim foi. Emoção à flor da pele. O adversário argentino e seus fiéis seguidores engrandeceram o espetáculo e tentaram chamar para si o papel principal do cenário decisivo. A equipe do Estudiantes se encorajou e encarou o Inter dentro do Beira-Rio de igual para igual. Por pouco, não conseguiu triunfar no tempo normal de partida. Por muito pouco, não conseguiu levar a decisão para a loteria das penalidades máximas. A noite estava conspirando contra, aos poucos. A névoa baixou. O Estudiantes queria mais. Queria a América. Mas o Inter, mortífero, não deixou.

E a névoa tomou conta do Beira-Rio novamente. Densa, linda e ofuscante. No palco, Edinho com a Copa Sul-Americana em mãos premiou a melhor equipe da competição e, quem sabe, o time mais promissor do futebol brasileiro para o ano de 2009. E tudo isso foi alcançado com muito trabalho e doação dos diretores do clube, durante anos. Tudo foi construído com dificuldade e sofrimento. Com muito amor e devoção por parte da torcida. Isso faz o orgulho transbordar nos corações colorados!

O atual grupo de jogadores do Internacional está de parabéns, bem como nós, torcedores. Nós, fiéis torcedores, de todas as gerações, somos o motivo de o Sport Club Internacional ter alcançado um patamar invejado enquanto instituição. Quem acompanhou o clube no decorrer dos últimos vinte anos, entende muito bem o motivo da alegria e do orgulho dos colorados ao assistir, sob a névoa, em uma noite de quarta-feira ou em uma manhã de domingo, cada volta olímpica coberta de glória e emoção.

Parabéns, torcedor colorado! Inter, campeão da Copa Sul-Americana em 2008!

1 de dezembro de 2008

Chega, dezembro! Chega!

Por Luciano Bonfoco Patussi
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Dezembro chegou! Talvez seja, este mês, o mais esperado do ano, por todos! Chegam as férias escolares, o verão torna-se mais atrativo e o espírito natalino toma conta de todos, bem como as boas perspectivas para o ano que se aproxima como que em um vulto, em uma rapidez onde não é possível perceber, onde dias passam como que em milésimos de segundo.

Outras situações que ocorrem em milésimos de segundos, porém, trazem à tona lembranças de dias, meses ou anos. Talvez décadas. Como naquele cabeceio de Figueroa, em 1975. Ou então naquele “paulistão” de Valdomiro em 1976. Tivemos os desfiles de magia, de categoria e os golaços de Paulo Roberto Falcão e Cia. Ltda. Nas finais do campeonato brasileiro de 1979. A penalidade máxima batida por Célio Silva, com mais raiva do que categoria, em dezembro de 1992. A maestria, genialidade e a catimba de Iarley, no passe para Adriano Gabiru fuzilar milhões de corações espanhóis – e também outros tantos gaúchos – em 2006. Todos lances históricos. Jogadas decididas em milésimos de segundo. Lances geniais e outros nem tanto. Tudo isso ocorreu em dezembro de algum ano passado. Décadas passadas. Todas essas cenas, vistas em uma fração de tempo, trouxeram aos colorados lembranças. Umas boas e neste texto lembradas. Outras, nem tanto e aqui ignoradas. Dias, meses, anos. Décadas. O tempo retroage. Voltamos no tempo. Está chegando a hora de mais uma decisão. Anos, meses. Dias. Um dia. Minutos. Segundos. Milésimos.

Como que em um passe de mágica, chegamos ao mês de dezembro de 2008. Dezembro do tri-campeonato brasileiro. Dezembro da Copa do Brasil e da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Dentro de poucas horas, o Internacional estará em campo. Os colorados estarão no Beira-Rio. Em Porto Alegre, no Rio Grande e no Brasil. Em qualquer canto do planeta, no radinho, na televisão ou na Internet, uma nação inteira de apaixonados torcedores cantará e seu coração pulsará junto a outros cinqüenta e tantos mil colorados que estarão presentes, dando vida própria às arquibancadas e as cadeiras do Beira-Rio.

Os objetivos desta esperada mobilização são tantos: a alegria de milhões de torcedores que tem o vermelho na alma; a solidariedade do povo colorado sendo exposta em doações aos irmãos catarinenses, em um momento de dor e de superação; a vontade de ver mais uma volta olímpica. Esses são três motivos. Apenas três. Colorados, vamos lotar o Beira-Rio. Vamos trazer toneladas de solidariedade em doações. Vamos para cima do Estudiantes, com a gana e a vontade de quem precisa de mais uma taça, custe o que custar. Ao time, apoio não vai faltar. Em campo, vontade, ousadia e valentia é o que queremos vislumbrar.

3 de dezembro de 2008. Beira-Rio. Sport Club Internacional. Club Estudiantes de La Plata. Na beira do gramado, a Copa Sul-Americana suplica pelas mãos do capitão colorado. Edinho, faça tua história! Cala a boca de muitos, inclusive a minha! Pega a taça, ergue aos céus e vibra porque tu e essa equipe maravilhosa estão entrando mais uma vez na história desse clube! Uma história repleta de ídolos e conquistas! Esse clube e essa torcida, juntos, são maiores do que qualquer um possa sobriamente imaginar. Força Inter, em busca de mais uma conquista! Mais um dezembro de glória na sua história!