Por Luciano Bonfoco Patussi
07 de dezembro de 2008
www.supremaciacolorada.comÉ incrível o sentimento! Só quem é torcedor do Internacional pode descrever! Particularmente falando, sou da geração de “colorados sofredores” da década de 1990. “Sofredores”, mas não menos apaixonados pelo clube, é importante que se diga. Aliás, é nos momentos de dificuldade que o sentimento de amor e devoção ao clube do coração acaba por tomar conta de nós, fazendo nos sentirmos responsáveis por ajudar o time do peito a voltar aos seus dias de maior glória. E assim foi naqueles anos: muita vontade, amor e devoção por parte do fiel torcedor. Pouca competência por parte dos diretores do clube!
Junto a outros tantos milhões de apaixonados colorados, passei por algumas eliminações em Copas do Brasil naquela década. Por Porto Alegre passaram, sem grandes dificuldades, Londrina’s, Ceará’s, América’s e Juventude’s da vida, entre outros clubes que nem recordo agora – e sequer faço questão de recordar. É importante destacar que todos estes clubes merecem respeito. Mas o Internacional é grande demais para os times que por aqui foram formados naqueles tempos. A vitória das equipes citadas anteriormente foi justa e sem apelações. Foi digna. Eles foram heróicos ao suportar a história do Beira-Rio lotado contra eles. O time do Inter é que era abaixo da média, e essa era nossa tristeza e nosso sentimento de angústia, enquanto fiéis torcedores. Nos campeonatos brasileiros daquela época, uma ou duas boas campanhas. Muitas outras campanhas medíocres! Eliminações e quase rebaixamentos! Ganhamos também uma Copa do Brasil, é verdade. Foi um título importantíssimo, embora alguns neguem. Foi a primeira taça nacional conquistada após treze anos de “jejum” de um time que alcançou o posto de maior campeão brasileiro em 1979.
Aquele título veio em uma disputa jogada pelo Inter contra grandes adversários, fato inédito em Copa do Brasil, onde em grande parte das vezes, os campeões enfrentam no máximo um ou dois grandes clubes do cenário nacional. Naquele certame, eliminamos Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Fluminense. Erguemos a Copa do Brasil. Salve Marquinhos, Célio Silva, Fernandez e Gérson! Esses caras estão na história do clube! Grandes jogadores, grandes feitos! Foi uma bela conquista, com a marca da garra e do amor do torcedor colorado ao seu clube!
Entretanto, outros times medíocres formados pelo Inter anos depois, aquém de nossa expectativa e de nossa grandeza, foram assistidos no Gigante da Beira-Rio. Sempre com fidelidade. Nunca, nós torcedores, deixamos o Inter “cair”. Estávamos lá. Sempre! Ganhamos alguns campeonatos gaúchos. Perdemos tantos outros. Em algumas decisões estaduais, sequer chegamos – o que sempre era uma obrigação. Isso graças ao que Juventude’s e Ypiranga’s que por aqui passaram nos causaram. Mas a culpa não era deles. A culpa era do Inter e de quem o administrava. Nós torcedores merecíamos algo melhor. Nosso espírito, cada vez mais ferido em campo, era fortalecido pelo rubro da paixão, pelo vermelho de nosso coração. E com esse sentimento, pessoas competentes assumiram a direção do clube alguns anos depois, colocando o interesse dos torcedores em primeiro lugar.
Mas no início tudo foi difícil. Muita dificuldade! Não era fácil assumir um grande clube, que tinha uma massa de seguidores fanática, mas que vinha de muitos anos sem grande destaque no futebol – em se falando de grandes títulos. Com muita emoção e sem palavras para descrever o sentimento que tomava conta do coração vermelho naquela época, conquistamos campeonatos estaduais na seqüência. Reconquistamos nosso território! Conquistamos a Copa Libertadores da América, em um feito inédito na história do clube. Lágrimas e emoção. Choro. Devoção. Lembranças. O Inter voltava a dar uma importante volta olímpica. Isso aconteceu contra o São Paulo, o atual campeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes da FIFA. E foi muito sofrido. O Beira-Rio suplicava pelo final daquele jogo de 16 de agosto. E que final! Quando Rafael Sóbis chorava no gramado e quando Fernandão erguia a Copa, tudo parecia mentira. Tudo parecia um sonho! A “ficha” aos poucos ia “caindo”. Era um sonho realizado!
Após toda aquela emoção, veio a conquista do Mundial Interclubes e mais lágrimas de emoção. Que feito! Que conquista! O Barcelona era o “todo-poderoso”. Mas nada pode fazer naquele 17 de dezembro. O Inter jogou com o coração na ponta da chuteira! Salve Clemer, Ceará, Índio, Eller, Edinho, Monteiro, Alex, Fernandão, Pato, Adriano, Iarley, Luiz Adriano e tantos outros! Salve todos! Salve a Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2006! A alma era lavada. O orgulho transbordava. Festa, lágrimas e emoção! O Internacional era o campeão mundial de clubes, feito que na década de 1990 alguns sonhavam – inclusive eu – e poucos acreditavam que iria um dia se realizar. Após aqueles feitos todos, entre uma ou outra “turbulência” vivida, vieram as conquistas da Recopa Sul-Americana e de um torneio amistoso – mas charmoso – como a Copa Dubai, vencido contra a forte equipe da Internazionale de Milão.
Veio também a conquista do campeonato gaúcho de 2008, conquistado em um massacre promovido pelo Internacional contra o Juventude, em uma memorável partida. O Juventude perdia aquela “pompa” de clube grande, do tamanho que achava ser – que nunca foi e nunca será, com todo o respeito. Veio a Copa Sul-Americana, suada e sofrida, contra o Estudiantes de La Plata, que lutava com todas as suas forças para reconquistar uma taça continental após muitos anos. O Internacional foi fabuloso. Heróico. Foi mortal! Que noite! A névoa tomava conta do Beira-Rio! Que espetáculo! O torcedor deu seu “show” à parte. Ordeiro, civilizado e apaixonante! Assim é o verdadeiro torcedor colorado!
Me falta uma conquista, admito! Eu quero o campeonato brasileiro! Sonhei com isso na minha adolescência alvi-rubra. Era o que eu sempre queria! Em vida não te vi, campeonato brasileiro! Nasci em 1982! Nasci TRI! Mas sei de tua história, do teu significado, sei que meu vermelho foi o maior erguedor de tua taça, anos atrás. Décadas atrás! Campeonato brasileiro, eu preciso de ti. Em uma véspera de tua decisão, eu te suplico. Meus rivais te disputam hoje. Grêmio quer se igualar a mim. Faz trinta anos que isso acontece! São Paulo quer ser tri-campeão de forma consecutiva, superando meu feito de bi-campeão alcançado em 1976. Ficarei um pouco triste, qualquer que seja o resultado do final da tarde de hoje. Mas eu te quero, campeonato brasileiro! Quero o TETRA-CAMPEONATO em 2009, ano do meu centenário. E se isso acontecer, eu poderei morrer. Morrer feliz e campeão de tudo! Isso porque ser INTERNACIONAL é a melhor coisa que existe! Salve o CLUBE DO POVO do Rio Grande do Sul!
Muita luta! Muito esforço! Vamos em busca do campeonato que falta para rechear de emoção o ano do centenário. Temporada que promete ter o aniversário mais emocionante da história do Sport Club Internacional! Sempre sonhei com o título brasileiro. Ouvi histórias de Falcão, Figueroa, Valdomiro, Manga, Marinho Peres, Carpegianni, entre tantos outros. Quero que por aqui fiquem, em 2009, Índio, Guiñazú, Alex, D’Alessandro e Nilmar. E que estes craques me façam sonhar com o título que me falta para, enfim, eu gritar – sem escândalos de arbitragem que até hoje sangram meu coração – que sou TETRA-CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL!
Um comentário:
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