17 de dezembro de 2015

Inter: campeão mundial 2006

Hoje é 17 de dezembro de 2015. Esta data marca a passagem do nono aniversário da conquista do Mundial de Clubes, obtida pelo Internacional em 2006. Relembro texto escrito no dia 14 de dezembro, dois dias antes da madrugada sem fim: aquela que parecia nunca findar - alvorada de domingo, onde vimos do Brasil, onze jogadores fardados de branco, perfilados na beira do gramado, entrando em campo para desafiar o FC Barcelona no Japão!



"A taça que Maradona perdeu

Por: Luciano Bonfoco Patussi
14 de dezembro de 2006

Após cada time cumprir a sua obrigação na fase semifinal, podemos afirmar, finalmente, que a final da Copa do Mundo Interclubes 2006, será decidida no tão esperado confronto dos europeus contra os sul-americanos. FC Barcelona e SC Internacional decidirão a Copa no domingo, 17 de dezembro de 2006.


Toda torcida colorada está sendo alvo de brincadeiras, sadias, logicamente, de torcedores rivais, que dizem que Ronaldinho Gaúcho, o melhor jogador do mundo, vai fazer três, quatro ou cinco gols na defesa colorada. Como brincadeira, é valido, faz parte do futebol, e não poderia ser diferente. Ao mesmo tempo que brincadeiras sadias são válidas, dados históricos também são, e servem como motivação para o Internacional e para os seus torcedores, em busca de mais um importante título em sua história.


Entre os anos de 1980 e 1989 o time colorado não era mais o mesmo que na década anterior encantara o mundo com um futebol de técnica apuradíssima, aliada à garra gaúcha. Apesar de não conquistar títulos do campeonato nacional nesta época, o Internacional colheu, durante esta década, os frutos da imagem que o clube adquiriu nos anos anteriores. O resultado disso foi o convite recebido pelo Inter para a realização de vários torneios, principalmente na Ásia e na Europa. Vários títulos foram conquistados.


Breve introdução: O clube mais rico do mundo, o FC Barcelona, foi fundado por Joan Gamper, em 1899. Joan Gamper, desde 1966, é homenageado pelo clube, com a realização de um torneio anual que leva seu nome. O torneio tem uma tradição de 40 anos. É disputado, portanto, há mais tempo que o campeonato brasileiro. Em 41 edições da competição, o Barcelona, anfitrião, ganhou 31 troféus. Dos 10 torneios que o Barcelona não venceu, 9 foram conquistados por outros clubes europeus.


De fora do continente europeu, o torneio teve somente um campeão até hoje. O ano era 1982. O Internacional, por tudo que representou para o futebol brasileiro e mundial anos antes, foi um dos convidados de honra do Barcelona para a disputa em solo espanhol. Convidado de honra porque, para os espanhóis, nada melhor do que, em uma verdadeira festa, promover a estréia de Diego Armando Maradona, ídolo do futebol mundial, justamente contra um dos clubes mais populares do futebol brasileiro, que até então, era o detentor do maior número de conquistas nacionais, com três títulos.


Em agosto de 1982, o Internacional entrou em campo no estádio do Barcelona, com mais de 100.000 espectadores, para enfrentar o time da casa, na estréia de Maradona. O time catalão estava certo que venceria o Inter, e disputaria a final do torneio. Após muita luta, um empate em 0 a 0 no tempo normal. Na decisão por penalidades máximas, vitória colorada por 4 a 1. O time foi aplaudido, em pé, por mais de 100.000 espanhóis que, por instantes, esqueceram da estréia de Maradona, o melhor do mundo após a era Pelé. Na decisão, o Inter venceu o Manchester City por 3 a 1, sendo, assim, o único clube, até hoje, de fora da Europa, a sagrar-se campeão da disputa. A Taça Joan Gamper pode servir de inspiração ao time do Internacional, que chega humilde, em relação ao Barcelona, para a decisão do campeonato mundial 2006.


O Inter pode derrubar o Barcelona novamente. A tradição colorada permite imaginar isso. A Taça de Ouro Joan Gamper 1982 não foi de Maradona. A Taça Mundial FIFA 2006 não será de Ronaldinho. É esperar para ver. O Inter não vai deixar. Novamente."

14 de dezembro de 2015

Internacional: campeão brasileiro 1975

O Internacional encarou o Cruzeiro, na decisão do campeonato brasileiro de 1975. O time colorado, que há tempos vinha incomodando os grandes clubes do eixo Rio São Paulo, finalmente obteve a sua primeira conquista em nível interestadual.

Isso, há exatos 40 anos!

Internacional, campeão brasileiro, em conquista obtida no dia 14 de dezembro de 1975!

São 40 anos de uma conquista inédita e que mudaria, para sempre, a história do futebol gaúcho!

Vale lembrar, sempre!

Abaixo, confira reportagem do jornal Correio do Povo, divulgada na página oficial www.correiodopovo.com.br, no dia 14 de dezembro de 2015:

Inter celebra 40 anos da conquista do primeiro Campeonato Brasileiro

Colorado de 75 marcou época e abriu as portas do Brasil para Rio Grande do Sul

Para muitos, aquele foi o melhor esquadrão que já vestiu o manto vermelho. Mas ok. Mesmo que tal afirmação não seja consenso na comparação com outros grandes times, como o do Rolo Compressor ou aquele que conquistou o Mundial em 2006, é correto afirmar pelo menos que aquele foi um dos grandes times do Inter em toda a sua história. Foi também a melhor equipe da década de 1970. O Inter de 1975, que conquistou o título do Campeonato Brasileiro e retirou os gaúchos da antessala do futebol nacional, impressionava os adversários. Metia medo até. É assim que, exatos 40 anos depois daquela conquista, recordam alguns dos adversários daquela equipe.

• Inter vence 19 e perde apenas três jogos na campanha do título 

“O Inter era quase imbatível, ainda mais jogando no Beira-Rio”, lembra Tarciso, ponteiro do Grêmio que enfrentou os colorados duas vezes naquele Brasileirão: um empate e uma vitória colorada: “Deletei aquele ano da minha memória. Não foi fácil”.

A qualidade do Inter não estava só na técnica. O time colorado, que começou a ser formado no início da década com a incorporação ano a ano de novos valores, tinha outras características importantes: marcava com força no meio-campo, tinha jogadas ensaiadas, pressionava a saída de bola do adversário, apresentava um fôlego incomum para a época e mostrava uma união interna e um comprometimento com o clube irretocáveis. 

O comandante era Rubens Minelli. Trazido de São Paulo, o técnico tinha um temperamento tranquilo. Cobrava, mas dificilmente levantava a voz. Quando o fazia, sempre dentro do vestiário, o negócio era sério. Acima de tudo, era um estudioso da bola. “O Minelli era um cara que te mostrava tudo e ainda tinha o Gilberto Tim como preparador físico. Os dois eram muito bons. Bastava o jogador cumprir o que ele pedia que o time andava. Eu trabalhei com o Minelli depois, no Grêmio, e ele sempre citava o time do Inter de 75 como exemplo”, relembra Tarciso.

A base da equipe começava com Manga, o goleiro dos dedos tortos e das defesas incríveis. A zaga tinha o lendário Figueroa, que chegara em 1972 e estava no auge da forma física em 1975. Hermínio e Pontes revezavam-se ao seu lado. As laterais tinham Cláudio Duarte, exímio apoiador, na direita e, Vacaria, na esquerda. O meio-campo, no início da competição, começava com Falcão e seguia com Carpegiani e Escurinho. Da metade da competição em diante, Minelli trocou Escurinho — que transformou-se em uma arma letal de segundo tempo — por Caçapava, dando maior poder defensivo ao time. No ataque, despontavam Lula, que ficou famoso por incomodar os dirigentes durante a semana e os adversários no domingo, Flávio Minuano, centroavante com passagem pela Europa, e Valdomiro. Alguns reservas importantes eram o meia Jair e o lateral Chico Fraga — que entrou nos jogos finais quando Vacaria se lesionou.

“O Inter tinha um grande time, assim como o Cruzeiro. A diferença, na minha opinião, foi o Manga, principalmente na final. Mas também havia o Falcão, o Carpegiani... Era um timaço. O Inter tinha conjunto e grandes jogadores”, lembra o goleiro Raul, que defendia a meta do Cruzeiro naquela temporada.

Brasileirão no segundo semestre 

À época, o Brasileirão era jogado no segundo semestre. O Inter estreou em agosto e foi campeão em dezembro, após disputar 30 partidas. Na semifinal, venceu o Fluminense no Rio e trouxe a grande decisão contra o Cruzeiro para o Beira-Rio, inaugurado apenas seis anos antes. Depois de um primeiro tempo equilibrado, Figueroa marcou aquele que entrou para a história como o “gol iluminado” no início do segundo tempo. Depois, Manga e a torcida seguraram o resultado até o apito final de Dulcídio Vanderlei Boschilia.

No ano seguinte, a equipe se manteve. Foi reforçada por Dadá Maravilha e Marinho Peres. Veio o bi e a confirmação do Inter como a principal potência futebolística da época. “O nosso time (Fluminense) era muito bom. O Cruzeiro também era. Mas acho que o título de 1975 ficou em boas mãos. O Inter mereceu, ganhou o título e o confirmou nos anos seguintes. Foi uma honra enfrentar aquela grande equipe”, finaliza Zé Mário. 

15 de julho de 2015

Noites de 2006

Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de julho de 2015

O torcedor apaixonado por futebol, invariavelmente, tem o costume de comparar situações e momentos vividos, em busca da reaproximação com alguma grande emoção ocorrida há meses, anos ou décadas!

Tenho criticado, enquanto torcedor, alguns fatores que envolvem o planejamento de longo prazo feito pelo Internacional, o que não é foco nesse momento importante na história do clube, dentro de campo! Nesse instante, quaisquer outros sentimentos são jogados para escanteio, como se neles fosse dado um carrinho do Guiñazú, ou uma trombada do Índio! Noventa minutos de bola rolando tem esse poder e essa magia!

Noites de 2006! Olhos abertos, horas em claro! Debates, discussões, troca de informação, textos e vídeos emotivos! O torcedor colorado passou uma Copa do Mundo inteira na espera de uma quarta de final decisiva, que colocaria a instituição novamente em uma semifinal de Libertadores, após quase duas décadas!

Ah, as noites de 2006! Embora hoje seja tudo diferente, não há como esquecer! Também não há como comparar. O ano de 2006 é emblemático na história recente do Internacional. Foi algo único para torcedores apaixonados e que passaram anos na espera e na fila, aguardando um grandioso título para comemorar e exaltar, às plagas mais distantes, os feitos relevantes de seu apaixonante clube do coração!

Nada será igual a Libertadores de 2006! Comparável ao sentimento e a emoção que ela proporcionou aos torcedores do Internacional, talvez apenas a conquista do campeonato brasileiro de 1975, em uma outra época! Outra geração! Outra história. Mas, essas são histórias que se confundem, em mais de 100 anos de tradição, futebol e emoção dentro de campo!

Se 2006 é incomparável, ao menos gera um turbilhão de lembranças e emoções – as mais rubras possíveis! Se é impossível comparar, também é bom relembrar. Ah, as noites de 2006... velhas madrugadas!

Internacional e Tigres do México se enfrentarão, em algumas horas, dentro do remodelado e tradicional Gigante da Beira Rio. Em pé na arquibancada, com o radinho ao pé do ouvido, na mesa do bar, ou em casa ao lado da família, milhões de seguidores estarão juntos, unidos em uma só emoção. Tal qual em vários outros momentos. Assim como, em especial, naquelas noites, em 2006!

O resultado final disso, ninguém sabe! É um jogo! Mas, para quem ergueu um gigante sobre as águas, talvez a taça, ou a falta dela, seja o menos importante! O maior legado é vestir a camisa vermelha e mostrar para toda a América a força e o orgulho de ser Internacional, mais uma vez!