13 de dezembro de 2009

Lembranças históricas: 13 de dezembro colorado

Por Luciano Bonfoco Patussi
13 de dezembro de 2009

O dia 13 de dezembro leva o torcedor colorado para uma aventura no túnel do tempo. Ao final da temporada, sem nada mais ter a jogar e somente com especulações sobre a próxima temporada, é importante e saboroso recordar grandes momentos. É como se aventurar pelo passado - como diria Nélson Silva - "trazendo à torcida alegres emoções".

Há exatos três anos no Japão, o garoto Alexandre Pato, 17 anos de idade, "SCI" bordado no peito e o número 11 gravado às costas, marcava o primeiro gol do Internacional na Copa do Mundo Interclubes. Seu gol abriu caminho para a vitória por 2x1 sobre o egípcio Al-Ahly. Esta partida classificou o Colorado para decidir o campeonato mundial, dias depois, contra o poderoso Barcelona da Espanha. O resto da história, todos conhecem: Internacional, campeão mundial interclubes em 2006.

Há mais tempo ainda, para ser mais exato, há quinze anos, o Inter faturou pela 32ª vez na sua história o campeonato gaúcho. Em um campeonato longo, onde cada equipe jogou mais de quarenta partidas durante toda a temporada, o Colorado sagrou-se campeão estadual em 1994 ao vencer o Veranópolis no Beira-Rio, por 1x0, gol do atacante Dinei. O campeonato daquele ano foi muito longo e por pontos corridos, o que acabou por desmotivar grande parte das equipes. Mas o Inter perdeu apenas três jogos naquele certame. Foi merecedor. Foi um grande e importante momento, por se tratar de um título, de fato. Este título representou uma das tantas importantes taças que ajudaram, ao longo da história, a cravar o nome do Internacional como o maior campeão gaúcho de todos os tempos.

Recuando mais no tempo, chegamos ao ano de 1992. Após tornar-se o maior campeão do futebol brasileiro nos anos 70, o Inter ficou um bom tempo sem dar uma volta olímpica nacional. Pois a Copa do Brasil de 1992 foi a volta por cima de uma equipe que necessitava, novamente, ser campeã do país. A vitória sobre o Fluminense há 17 anos atrás, com gol de pênalti marcado por Célio Silva nos minutos finais da partida, fez a felicidade e a emoção tomarem conta do Beira-Rio, do Rio Grande e do Brasil. Internacional, campeão da Copa do Brasil de 1992.

Seguindo um pouco mais neste túnel do tempo, chegamos a uma das maiores partidas de futebol de toda a história desse esporte. Fazem exatamente 30 anos que o Estádio do Morumbi foi tomado pelo torcedor do Palmeiras. O Inter, seu adversário, saiu perdendo. O palco estava armado. A festa seria paulista. Seria. Era apenas o início de mais um momento de provação, rubor e paixão. Tudo misturado. Pura emoção. A equipe comandada pelo maestro Falcão, camisa 5 às costas, virou a partida de forma fantástica. Jogou um futebol audacioso, de pegada e marcação. Tudo isso aliado a uma objetiva técnica. Com o mestre Ênio Andrade no comando da equipe, o Internacional derrotou o Palmeiras por 3x2. Calou o Morumbi. Assombrou o Brasil. A Academia do Povo fez história. Poucos dias após derrotar de forma magnífica o Alviverde do Parque Antártica, o Inter tornaria-se tricampeão brasileiro. Invicto. O maior campeão brasileiro. Simplesmente e sem sobra de dúvidas, o time da década.

8 de dezembro de 2009

Treinador colorado: especulações para 2010

Por Luciano Bonfoco Patussi
08 de Dezembro de 2009

Após o vice-campeonato nacional obtido pelo Inter em 2009, o clube deverá, a partir deste momento, passar a planejar a temporada 2010, onde a equipe disputará a Copa Libertadores da América, o campeonato gaúcho e também o campeonato brasileiro. Há ainda a possibilidade de o time jogar o campeonato mundial interclubes. Mas isso só será destinado à equipe que triunfar na disputa da Libertadores. Na verdade, a temporada 2010 já começou. Só que, a partir deste instante, acredito que as atitudes passarão a ser mais explícitas, visto que o ano do futebol dentro de campo se encerrou para todas as equipes do Brasil.

COMANDO TÉCNICO: é preciso definir quem será o treinador do time colorado com prioridade máxima, mas com convicção. Em minha modesta opinião - e posso estar equivocado, mas respeito à todas as colocações - Vanderlei Luxemburgo seria o nome do momento. Ele foi cotado para assumir, foi contatado pela direção de futebol mas acabou acertando com o Atlético Mineiro, para fazer um trabalho de longo prazo em Belo Horizonte. Só o fato de tentar contratar Luxemburgo já mostra que o pensamento é grande. Muito o Internacional se equivocou nos últimos anos ao trazer treinadores que não tinham currículo e capacidade diferenciados e que acabaram comprovando, com a média abaixo do esperado das atuações do time em campo, que não eram a melhor opção para comandar o time. A possibilidade de "errar" trazendo Luxemburgo poderia ser tratada como um "erro" com boas e reais chances de acerto. Isso é minha opinião. Mas clube e treinador não se acertaram por motivos que no momento não cabem avaliação. Interessa é que não houve acerto. O fato, divulgado pela imprensa, é que o Inter tentou. Se não houve acordo, é porque algo na proposta (ou contra-proposta) de Luxemburgo não interessava ao Inter. Portanto, encerra-se aqui o assunto Luxemburgo. O problema a partir de agora é o "vão" existente entre Luxemburgo e as demais opções do mercado nacional.

MURICY RAMALHO: poderá vir. É especulado. É respeitado no cenário nacional. É bom técnico. No ano de 2009 não teve bom desempenho, primeiramente no São Paulo. Posteriormente, no Palmeiras. Com o alviverde do Parque Antártica, chegou a liderar o campeonato brasileiro com uma larga vantagem sobre o segundo colocado. Porém, acabou ficando fora até mesmo da zona de classificação para a Copa Libertadores da América de 2010. Além dos três títulos nacionais que ganhou com o São Paulo entre 2006 e 2008, fatos que cravaram de vez seu nome entre os principais treinadores do Brasil, Muricy foi campeão da Copa Conmebol com o próprio São Paulo em 1994 e da Copa da China em 1998 com o time do Shanghai Shenhua. E a partir de 2001 obteve um título estadual por ano, até 2005. Foi bi-campeão pernambucano no Náutico em 2001 e 2002, campeão gaúcho no Inter em 2003 e 2005 e venceu o paulistão com o São Caetano em 2004. A partir daí, vieram as conquistas nacionais. Muricy Ramalho é uma das opções aceitáveis para comandar o Inter no atual momento.

DORIVAL JÚNIOR: vejo Dorival com potencial para ser um dos grandes treinadores do futebol brasileiro nos próximos anos. Acho isso desde antes de ele ter assumido o comando do Vasco da Gama. Dorival montou boas equipes por onde passou. É treinador desde 2003. Em seu primeiro time, o Figueirense, foi campeão catarinense em 2004. Em 2005 venceu o campeonato estadual pelo Fortaleza. Em 2006 foi campeão pernambucano com o Sport. Em 2007 obteve destaque com o São Caetano, onde foi vice-campeão paulista. Em 2008 venceu o campeonato paranaense com o Coritiba. Para finalizar, em 2009, fez parte da campanha de reestruturação do Vasco da Gama, que faturou o campeonato brasileiro da série B, obtendo acesso para voltar à primeira divisão nacional. Teve também momentos difíceis na carreira, como o rebaixamento sofrido com o São Caetano no campeonato brasileiro de 2006. Porém, um ano depois, foi vice estadual com o próprio São Caetano. Depois assumiu o Cruzeiro, fazendo uma campanha de altos e baixos no brasileirão de 2007. Obteve a vaga para a Libertadores da América do ano seguinte. O "empecilho" do momento é que o próprio Dorival Júnior acabou de divulgar, no programa Arena Sportv, que está praticamente acertado com o Santos, para treinar o time da Vila Belmiro em 2010. É um dos bons nomes que poderiam assumir o comando técnico colorado no ano que vem.

OUTRAS OPÇÕES: acredito que o momento do Inter requer um treinador que tenha um nome afirmado no mercado, ou então que esteja em plena ascensão. Hoje, no futebol brasileiro, além dos nomes acima citados (Luxemburgo - que foi para o Atlético Mineiro, Muricy Ramalho e Dorival Júnior - que está próximo de acerto com o Santos), há outros nomes que poderiam ser cogitados, mas sem a mesma possibilidade ou sem a mesma repercussão positiva.

Um deles seria Mano Menezes, um ótimo treinador, mas sua contratação não passaria de cogitação, visto que ele está em meio a um trabalho muito bem executado e conceituado no Corinthians. É um grande treinador, mas não viria para o Inter. Não neste momento.

O outro nome que, particularmente, acredito ter potencial para vir a ser um técnico de destaque no futebol nacional, é Cuca. Isso é opinião pessoal e respeito todas as demais. O Cuca já tem uma longa carreira de treinador, treinou times pequenos, médios e grandes e nos últimos anos, após bater na trave algumas vezes, conseguiu suas primeiras taças. Conquistou a Taça Rio, duas vezes com o Botafogo e uma vez com o Flamengo, além do campeonato estadual do Rio com o Flamengo.

Porém, o treinador obteve a "fama" de montar bons times, mas sem conseguir dar maior sequência aos seus trabalhos. Faltam grandes títulos. Isso ocorre por motivos diversos. Acho que não seria o melhor momento de ele vir para o Inter. Porém, se analisarmos os nomes que estão com possibilidades de negociação dentro do futebol brasileiro, acabamos por chegar ao seu nome. Esta é a realidade. Acredito que sua contratação neste momento seria parecida com a de Abel Braga em 2006, embora admitindo que a carreira de Abel apresentava, já antes de vencer a Libertadores com o Inter, bem mais êxito que a carreira de Cuca, em se falando de títulos conquistados e até mesmo de experiência internacional.

Outros nomes poderiam ser cogitados, tais como o de Paulo César Carpeggiani, que tem vasta experiência internacional. Já montou bons times, tendo como exemplo maior o trabalho realizado no comando da seleção paraguaia em 1998. Aquele time do Paraguai era uma excelente seleção! Foi ainda comandante do Flamengo nas conquistas da Libertadores e da Taça Intercontinental em 1981 e do campeonato brasileiro em 1982. Tem experiência e alguns importantes títulos. Porém são poucos os seus troféus como técnico, se for considerado que é treinador de futebol desde o início da década de 1980.

Outros técnicos que poderiam ser cogitados e que pertencem a safra mais recente de treinadores brasileiros seriam os de Vágner Mancini e de Ney Franco. Estes, com bem menos "fama". Mas todos estes nomes que citei, desde Cuca até Ney Franco, seriam, neste instante, apostas. São treinadores que buscam afirmação em um grande clube, com regularidade e grandes títulos. E nesta mesma situação, enquadraria ainda o uruguaio Jorge Fossati, que é especulado pela imprensa para comandar o Inter. Fossati possui altos e baixos na carreira, mostrando certa irregularidade. Porém, tem muita experiência internacional e é um bom treinador. E no último ano, teve grande destaque na LDU do Equador. Esta é minha opinião.

Por tudo o que foi descrevi acima, particularmente, eu apostaria em uma negociação com Dorival Júnior neste momento. Vejo seu nome como o ideal para assumir o Internacional, visando trilhar um caminho de vitórias em 2010. É bem conceituado por onde passou e seus trabalhos tem, ano após ano, resultado em títulos. Muricy também é aceitável. E o trabalho dele já é mais conhecido pelo torcedor colorado. Já os outros nomes que destaquei, provavelmente, não teriam boa aceitação por parte do torcedor colorado. Isso porque a exigência do torcedor do Inter, nos últimos anos, aumentou demais - e com razão. Vejo que seria preciso, para 2010, um treinador afirmado no cenário nacional, ou então em visível crescimento. Um técnico que luta por afirmação, mas que vem de altos e baixos ao longo da carreira, seria visto com relativa desconfiança.

Fica exposta minha opinião para análise e, se for o caso, para debate. Fico aberto à críticas e sugestões sobre meu pensamento para o futebol colorado em 2010. Este momento é crucial para definir o futuro do time do Internacional e para encaminhar uma boa pré-temporada no início do próximo ano. Um começo ruim pode comprometer toda a temporada. Por isso, será importante definir logo quem será o comandante técnico. Mas também, e acima de tudo, é preciso convicção máxima nesta escolha.

Saudações coloradas.

6 de dezembro de 2009

Vermelho da esperança

Por Luciano Bonfoco Patussi
06 de Dezembro de 2009
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Sentimento de esperança. Impossibilidade. Raiva. Emoção. Tudo se mistura. Isso é a promessa do 6 de dezembro de 2009, a data que ficará marcada para sempre na história do futebol gaúcho e brasileiro. O Inter pode sair da fila e dar ao seu torcedor, novamente, o título do qual foi especialista nos anos 70. Campeão brasileiro. Bi. Tri. Tetra. Meu sonho! Sonho nosso! Por outro lado, independentemente da forma como o Flamengo venha a ser o campeão, todos sabem, se dirá pela eternidade que o Grêmio foi pequeno - como na verdade não é - e que entregou a partida. Não acredito que isso vá acontecer. Mas é o que se dirá para sempre. Vai virar uma lenda. Será uma data histórica.

Hoje somos escravos da esperança novamente, como certa vez disse Emanuel Neves, entitulando uma de suas tantas emocionantes e magníficas obras. A cor da esperança universal não mais é o verde. É o vermelho. Vivo. Forte. Apaixonante! Por mais que digamos e que tenhamos a convicção de que o rival não vai complicar a vida do Flamengo - por motivos técnicos e talvez outros mais - ao entrarmos no Beira-Rio e vermos aquele povo vermelho todo junto vibrando pelo Clube do Povo, tudo muda. A esperança vem à tona. Junto dela, a emoção. A camisa vermelha, a cachaça na mão! Uma inteira geração que segue esta centenária religião aonde ela for, precisa do Brasil novamente. O Inter tem sede de um campeonato brasileiro. Da mesma forma, o maior certame nacional precisa do Inter campeão, outra vez. Assim como nos anos 70. Esse é o Inter. Nosso Inter. Inter do Povo.

Hoje, ao pisarmos nas sagradas arquibancadas do Gigante da Beira-Rio, só importa Inter e Santo André. Esse é o jogo, essa é a final do campeonato. E que não se esperem facilidades. Vai ser difícil! Se tiver que ser, será nosso. Caso contrário, não será. Simples assim! Importa é o jogo do Inter e é nele que todos vão se emocionar. Todos sentirão de perto o cheiro do título. Ele estará escapando entre nossos dedos novamente, se dissipando no ar junto à névoa que o torcedor proporciona antes das partidas, em um belo espetáculo visual. Ou então, estará ficando mais próximo, tomando a forma real de uma taça linda e cheia de glórias que nos foge há trinta anos! Esse é o sentimento. Sempre. E isso, por sí só, torna-nos os mais felizes e realizados torcedores do planeta. Ser colorado é uma dávida reservada a alguns milhões de seguidores espalhados pelo mundo afora. Todos vivem de esperança e sonho. E também de realização! Isso é a melhor coisa que existe!

22 de novembro de 2009

Um Gigante sobre as águas!

Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de Novembro de 2009

Com o passar dos anos, aprendemos muito. Na vida. Na profissão. Nos esportes. No futebol, cada um tem seu time do coração. Sua crença. Sua paixão! É importante acreditar. É importante também ter senso crítico e saber analisar. Entretanto, para toda a pessoa que é apaixonada por um time de futebol, as análises coerentes e imparciais se encerram no instante em que sua equipe do coração entra em campo. É, torcedor colorado! O mar vermelho do Beira-Rio acaba com qualquer estatística e destroi toda a teoria do que deveria, por amostragem, acontecer! Percentuais não mais existem! Números viram poeira! "Levantou poeira!".

Ainda é muito difícil! Mas poder enxergar onze camisas vermelhas perfiladas em campo, lutando por todos nós, é a melhor coisa que existe! Nos faz ter a sensação de hibernar! É como se morrêssemos. Mas ao mesmo tempo, é possível viver novamente! Ver o mar vermelho vibrante e vestir a camisa colorada nos trás o sentimento de que entre erros, equívocos e eventuais acertos, o rubro manto que você enverga toma forma de vida própria e o conduz para mais uma etapa decisiva e emocionante de sua vida! Da vida de todos nós! Eu sou um apaixonado por análises táticas, sou louco por futebol e não somente por jogos do Inter. Amo esse esporte! Mas um jogo do Inter é diferente! É chegado o momento em que é preciso dar uma trégua! É necessário esquecer, enquanto torcedor colorado, troca de comando técnico, venda de jogadores e quaisquer outros fatores que possam tornar uma conquista mais difícil ainda do que já é. Qualquer coisa, que se analise depois! Assim é um torcedor! Assim é um apaixonado! Assim é um colorado!

É chegado o momento de olhar para o lado e ver: diante de todos os fatos ocorridos, qualquer um pode ser campeão! Assim sendo, que este seja o Clube do Povo! Por este motivo, vamos todos entrar com o Inter em campo, juntos, de corpo, alma e coração, contra o Sport Recife no próximo final de semana. O Colorado precisa vencer esse jogo a qualquer custo, para garantir sua classificação para a Copa Libertadores de 2010. Será uma importante classificação, devido a realidade que foi criada no decorrer do campeonato. Mas se o Inter vencer o Sport - e deve lutar muito por isso - e outros dois times ajudarem... meus amigos... aí eu prefiro nem pensar nessa possibilidade, pelo menos por enquanto... talvez meu coração não resista a mais uma semana de pura emoção!

Por atuações medíocres e por entregadas de jogos teoricamente fáceis em momentos decisivos, nenhum clube mereceria vencer o campeonato. Inter e Palmeiras seriam os campeões das grandes chances desperdiçadas, seguidos de pertinho por São Paulo, Atlético Mineiro, Flamengo e Cruzeiro. Diante deste equilíbrio, levaremos nossa camisa vermelha, e tudo o mais que for preciso, para onde for necessário. Para onde nosso coração mandar! E de onde estivermos, vamos acreditar! A Ilha do Retiro pode ser o carimbo do passaporte para a América Vermelha em 2010. Mas pode ser, ainda, muito mais do que isso! É difícil! Mas nada é impossível! Para quem ergueu um Gigante sobre as águas, nada é impossível!

Força! Muita força, Colorado!

12 de novembro de 2009

SUGESTÃO - Escolha do treinador colorado para 2010: por onde "não" começar

Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de novembro de 2009

Torcedor colorado! Estamos no final de 2009, onde o Internacional ainda busca uma vaga na Copa Libertadores da América de 2010. Todos devem torcer como nunca para que o time conquiste, pelo menos, esta vaga. Entretanto, estamos na metade de novembro e, com ou sem classificação à Libertadores, é impossível não começar a, pelo menos, projetar o time e as preferências para 2010. Estive lendo algumas notícias que deixaram-me com um certo receio do que possa acontecer no comando da equipe. Não que isso esteja sendo especulado no momento pelo clube. Não é - assim espero! Divulgo isso apenas como uma "lembrança", uma sugestão para que o clube não transforme em realidade o desejo de um treinador que recentemente venceu uma Copa do Brasil e que já passou, sem sucesso e com muitas lembranças amargas, pelo Beira-Rio.

Paulo Vinícius Coelho, o PVC da ESPN Brasil, divulgou no seu blog, dia 10 de novembro, uma entrevista feita com o treinador do Kashiwa Reysol, quase rebaixado no campeonato japonês. O brasileiro Nelsinho Batista falou sobre o difícil momento vivido pelo Sport Recife, seu ex time, mas falou também sobre a atual situação que vive com o Reysol no Japão. Disse ainda que assiste aos jogos do campeonato brasileiro no Japão. O treinador tem mais um ano de contrato com o clube japonês. Entretanto, se voltar a treinar no Brasil, revelou que tem um clube em especial que deseja dirigir. Abaixo descrevo o último trecho da entrevista de Nelsinho:

"Paulo Vinícius Coelho (PVC) - Quando for o caso de voltar ao Brasil, há algum clube que você ainda gostaria de trabalhar?

Nelsinho Batista - Acho que deixei um trabalho pela metade no Internacional. Em 1996, saí do Inter para ir ao Corinthians e até hoje ficou um mal-entendido. Houve quem afirmasse que eu disse que saía para ir para um clube grande. Eu nunca disse isso, nunca diria isso. O Inter é um clube de enorme tradição. Hoje tem um técnico, o Mário Sérgio. Trabalhei em muitos lugares importantes, mas acho que deixei um trabalho pela metade no Inter. Um dia, gostaria de voltar para lá."

Devido ao momento vivido pelo Internacional, já que é de conhecimento de todos que Direção de Futebol deverá definir em breve um nome qualificado para comandar o time colorado em 2010, é importante lembrar que Nelsinho Batista foi muito especulado nos bastidores do clube para assumir o cargo de treinador recentemente, segundo a imprensa.

Aos poucos, com a experiência de vida que adquirimos com o passar dos anos, é importante sabermos que o rancor guardado no peito não leva a nada. Esse sentimento só trás coisas ruins. É ruim para a mente, para o coração, para o dia-a-dia. Entretanto, e aqui destaco minha opinião, vivi intensamente o ano de 1996 e "se" eu fosse integrante da Direção de Futebol do Internacional, a partir deste momento, jamais voltaria a cogitar a volta de Nelsinho Batista para o Beira-Rio. Questão de opinião. Desejo tudo de bom para Nelsinho Batista, mas que isso aconteça longe do Beira-Rio. Ele não faz falta ao Inter, assim como o Inter também não deve fazer à ele. Confesso, entretanto, que essa entrevista do atual comandante do Kashiwa Reysol deixou-me com umas quantas "pulgas atrás da orelha".

Enquanto colorado, jamais esquecendo 1996, e enquanto analista, em uma breve análise da carreira do técnico em questão, espero sinceramente que em qualquer lista onde conste os nomes dos próximos possíveis pretendentes ao cargo de treinador do Inter, não apareça o nome de Nelsinho Batista. Nem no início da lista. Nem no meio. Nem no final.

A entrevista completa de Nelsinho Batista concedida ao PVC pode ser conferida através do link abaixo:

http://espnbrasil.terra.com.br/pauloviniciuscoelho/post/85819_NO+JAPAO+NELSINHO+BAPTISTA+ASSISTE+AO+BRASILEIRAO+E+A+CRISE+DO+SPORT

Em tempo: eu não poderia fazer toda uma análise de quem não contratar, sem pelo menos deixar pistas dos nomes que prefiro para o cargo de treinador do Inter. Tempos atrás, minha preferência seria para Vanderlei Luxemburgo, sem sombra de dúvidas e sem restrições. Hoje, entretanto, há alguns treinadores promissores no mercado, que merecem uma chance em um grande clube. É uma nova safra de técnicos sendo formada e que conta com nomes como os de Silas, Dorival Júnior - que já está em um grande clube, entre outros. Há ainda o experiente Muricy Ramalho, que já passou pelo Beira-Rio e que agrada muitos e desagrada tantos outros. Ainda estou formando minha opinião sobre o nome que acredito ser o ideal para o comando do time em 2010. E devo divulgar isso após o final do campeonato brasileiro. Mas já sei por qual nome a lista de possíveis treinadores do Inter não deve começar: Nelsinho Batista.

Uma grande saudação esportiva e colorada à todos!

5 de novembro de 2009

ANÁLISE - Venda de jogadores: motivos e avaliação da reposição

Por Luciano Bonfoco Patussi
06 de novembro de 2009
www.supremaciacolorada.com

Recebi apenas nesta quinta-feira, dia 5 de novembro, a Revista do Inter do mês de "outubro", destinada à mais de cem mil sócios do Sport Club Internacional. Nesta edição, há uma carta aberta do Sr. Vitório Píffero, atual Presidente do Clube do Povo, direcionada à todo o associado. Esta breve divulgação, exposta em um momento de turbulências e críticas, foi uma verdadeira prestação de contas à toda a torcida, no que se refere às negociações de jogadores em meio ao campeonato brasileiro. Com o que foi escrito pelo Sr. Vitório Píffero, é possível entender as negociações feitas, bem como analisar os equívocos cometidos, visando melhorar cada vez mais os procedimentos internos para fazer o Internacional ser cada vez mais forte, dentro e fora de campo. Como o Internacional é um clube de dimensões imensuráveis e que possui milhões de seguidores além dos seus associados, tomo a liberdade de divulgar as ideias centrais desta manifestação feita pelo Presidente. Entitulado "Assim é que Prosperamos", o texto redigido por Píffero explica ao torcedor cada uma das negociações de jogadores realizadas nos últimos meses. Nos casos de Fernandão, Alex e Magrão, os atletas chegaram em determinado momento a pedir a liberação. Particularmente, admito que poderia ter feito o mesmo, pois não se segura profissional em nenhum lugar do mundo, sendo que o mesmo deseja mudanças. Ainda mais em se falando de cifras milionárias.

Entretanto, e aqui descrevo minha opinião, estes atletas foram negociados em meio à importantes disputas. No caso de Fernandão, justificou-se a negociação com a vinda de D'Alessandro. O argentino é um jogador que, desenvolvendo todo o seu potencial, pode ser o melhor meia-atacante do futebol brasileiro. Acho que esta negociação foi bem justificada. Fernandão já havia feito o seu melhor à serviço do Internacional, quis sair para o futebol árabe e houve a vinda de um grande jogador, que é D'Alessandro. Se D'Alessandro está rendendo o esperado - ou não - deve ser cobrado. A Direção fez o que deveria ter feito: trouxe um grande jogador para a saída de Fernandão! Já a saída de Alex foi justificada pelo crescimento de Taison. Aqui houve um erro claro de avaliação. Alex era um jogador que crescia no Inter ano após ano e estava no seu auge. Já Taison é um jovem que fez meia temporada excelente. Tem potencial. Mas agora suas atuações despencaram inexplicavelmente. Ou seja, para a saída de Alex, não houve reposição à altura. É preciso a Direção de Futebol saber disso e reconhecer isso, tendo o fato como base para uma reavaliação. Ao meu ver, foi um erro - que qualquer ser humano pode cometer. Mas deve ser corrigido. Admito, não sou dono da verdade. Posso estar errado em minha avaliação sobre as explicações das negociações. Se estiver, se me provarem que estou errado, admitirei sem quaisquer problemas!

A venda de Magrão também era inevitável. O jogador pediu para sair. Pois este foi outro caso onde deveria haver reposição, para se manter a qualidade do grupo. Pois o Internacional avaliou que para substituir Magrão, haviam jogadores no grupo ao nível de Sandro, Guiñazú e do próprio Giuliano. Isso foi um erro de avaliação ou, até mesmo, uma grande contradição. Foi um erro de avaliação no momento em que o Inter vendeu um grande jogador e não teve reposição à altura. Ao justificar que a reposição estava no grupo e citar jogadores titulares como sendo os "reforços", deve-se admitir que está se enfraquecendo o grupo. O grupo ainda é forte! Mas ao se analisar estes fatos ocorridos, fica visível que há perda de qualidade. Isso é fato! E a queda do time colorado na tabela de classificação do campeonato brasileiro prova isso. O São Paulo, que no início do ano tinha, ao meu ver, o melhor elenco de jogadores do Brasil - junto com o Inter - segue razoável no equilibrado campeonato brasileiro. Mas ainda tem chances reais de título. O Inter no momento luta para chegar à Libertadores em 2010. O título é possível, mas 99% improvável, tanto matematicamente quanto tecnicamente - se levarmos em conta a bruta queda de rendimento e as últimas atuações do time.

Voltando à análise da saída de Magrão, vejo que justificar a falta de uma contratação à altura, pela simples presença de Sandro no elenco, pode ser vista também como uma grande contradição, visto que a saída de Edinho foi justificada exatamente pelo surgimento do jovem volante da seleção brasileira e capitão da seleção sub-20 nacional. Ou seja, em um pequeno resumo de minha explanação, Sandro "apareceu" para justificar a negociação de Edinho e, em parte, a de Magrão. Dois por um. Cai a qualidade e jogadores que antes nem eram relacionados para figurar no banco de reservas - devido a alta qualidade do elenco - começam a aparecer no time, como se fossem a solução para os problemas. Antes o meio-campo colorado tinha no elenco Edinho, Sandro, Magrão, Guinãzú, Alex, D'Alessandro e Giuliano. Isso não faz muito tempo! Hoje tem Sandro, Guiñazú, D'Alessandro e Giuliano. Aí começam a aparecer nomes como o de Glaydson - que acho um jogador mediano, que pode apenas compor o grupo - e de Maycon - que acredito ser insuficiente tecnicamente para ser volante do Inter.

A negociação de Nilmar foi explicada por Vitório Píffero, e acredito que foi bem justificada. Os valores foram realmente altos, o jogador também tinha desejo de sair. Além disso, se não aceitasse a proposta, o Inter teria de pagar, por contrato, mais seis milhões de Euros (além do que já havia pago para segurar o jogador em outra oportunidade passada). E ainda assim correria o risco de perder o jogador ao final do contrato. Haja responsabilidade para decidir! É importante reconhecer isso! Talvez tenha faltado - não conheço os fatos profundamente, mas é o que parece - conversar com o jogador, fazer ele perceber o importante momento que o Inter vivia na história, buscando um título memorável, motivá-lo com isso e tentar, assim, renovar seu contrato, por mais uns dois ou três anos, com a promessa de venda por qualquer proposta mínima aceitável que chegasse no final do ano. Se perderia a chance de ganhar boa parte do dinheiro que se ganhou com a negociação. Se teria, entretanto, a real possibilidade de alcançar uma conquista tão esperada e de proporções gigantescas! Se alcançaria ainda mais alguns milhares de sócios em um piscar de olhos!

Nilmar, na seleção brasileira e possivelmente campeão brasileiro com o Inter, teria o seu nome - mais ainda - cravado na história colorada e seria mais valorizado ainda. Talvez não fosse parar no Villareal. Talvez o Real Madrid ou o Manchester United fossem seu destino. Talvez o La Coruña. Mas não o Villareal, com todo o respeito a este pequeno e emergente clube espanhol! Acredito que faltou neste caso à Direção tentar ousar um pouco mais, tentando renovar com o jogador por mais umas duas temporadas, o vendendo ao final do ano - propostas não faltariam! Mas reconheço que posso estar sendo injusto em minha análise, pois uma coisa é analisar, de fora, algo já feito. Outra coisa é ter o papel e a caneta nas mãos e o poder - e acima de tudo a responsabilidade - de decidir pelo bem do clube! O peso de ter a responsabilidade é realmente outro! É justamente por isso temos que saber analisar, criticar de forma construtiva, mas também entender como tudo acontece! Uma coisa positiva no caso Nilmar: se neste momento realmente faltou ousar um pouquinho mais ao não tentar uma renovação - coligada com a promessa de venda ao final do ano, por outro lado a Direção ousou muito na primeira renovação de contrato de Nilmar, onde boa parte das opiniões da imprensa e da torcida davam conta de que a Direção havia errado ao pagar "alguns euros" pela renovação contratual. Ela - Direção - estava mais do que certa! Nilmar acabou dando ao Inter - juntamente com toda a equipe - o título da Copa Sul-Americana em 2008!

Vejo que o principal equívoco cometido na venda de Nilmar foi acreditar que o bom centroavante Alecsandro seria o substituto natural do selecionável garoto formado na base do Beira-Rio. Isso é um erro tremendo de avaliação técnica! O time perde qualidade na comparação Nilmar-Alecsandro, mesmo com o atual camisa nove sendo esforçado, goleador e tendo influência positiva no grupo. Isso é algo óbvio, pois antes o time colorado tinha um dos melhores atacantes do futebol brasileiro e mundial. Hoje tem Alecsandro como referência do ataque. Alecsandro é um dos goleadores do brasileirão. Assim como é Adriano, o Imperador. Mas assim como também é o razoável Jonas, do rival Grêmio. Ser um dos goleadores do campeonato brasileiro, apenas isso, não justifica que se diga que a reposição de Nilmar, através de Alecsandro, foi feita a altura!

Por qual motivo escrevi tudo isso? Escrevi tudo isso porque acho extremamente importante este manifesto do Presidente Píffero. Explicar os fatos ocorridos é o mínimo que se pode esperar de um clube que tem uma massa de seguidores fanática! Mas tem gente que não faz isso! Fazer isso já é positivo e mostra uma aproximação com o torcedor e, aparentemente, mostra que se está aberto às críticas construtivas. Seria muito mais confortável, em um momento difícil, não explicar nada do que aconteceu e deixar a poeira baixar. Mas em resumo, com tudo isso, acho que as negociações foram bem justificadas. As reposições é que não foram, em sua maioria, em mesmo nível. Negociar não é problema. Os clubes brasileiros vivem de negociações. Tenho em minha memória os anos da década de 1990. Um dos clubes mais estruturados do futebol brasileiro naquela época, junto com o São Paulo, era o Cruzeiro. O Cruzeiro, naquela época, vendeu muitos jogadores importantes, esteve sempre com as finanças em dia e venceu duas Supercopas da Libertadores, uma Libertadores e duas Copas do Brasil, entre outros títulos. Soube vender, mas soube repor, ao mesmo nível e no momento certo. Sempre qualificou o grupo.

Em minha visão e com base em avaliação feita sobre tudo o que foi explanado acima, o maior problema do Departamento de Futebol do Inter em 2009 foi o erro de avaliação na maior parte das reposições feitas para substituir peças importantes do time! Porém, a Direção do Sport Club Internacional - formada por gente competente, qualificada e vitoriosa - tem tudo para corrigir isso e fazer um time competitivo e forte para o ano de 2010 trazer à torcida colorada alegres emoções! Basta, ao meu ver, vender jogadores quando isso for inevitável, tentar a qualquer custo e com ousadia manter os jogadores extra-classe e, quando não for possível segurar os jogadores no elenco - o que é plenamente compreensível, deve-se sempre repor ao mesmo nível - ou em nível superior! É importante não deixar a qualidade cair! A qualificação técnica do time deve ser feita em uma curva ascendente, jamais descendente! Este texto do Presidente Píffero mostra, ao meu ver, que o clube está aberto aos torcedores. É importante se ouvir ideias, se debater e se analisar sugestões de melhoria! É importante essa transparência na divulgação dos fatos! Assim se cresce! Assim se debate e assim se prospera!

Encerro por aqui esta análise! Eu tinha em mente, neste momento decisivo do time colorado no campeonato brasileiro, parar de debater e analisar fatos publicamente. Deixaria para fazer isso após o jogo do Internacional contra o Santo André, no fechamento do campeonato brasileiro. Mas achei extremamente importante destacar, em partes e com minhas palavras e críticas, as ideias centrais do texto divulgado pelo Presidente Vitório Píffero na Revista do Inter. Isso mostra que a Direção está mostrando e explicando os fatos. Isso é o primeiro passo para se corrigir eventuais equívocos e para se melhorar o que já é bom. Muita gente não tem conhecimento destas explicações e fatos. E ter conhecimento disso é o primeiro passo para se analisar os acontecimentos da forma mais clara possível e se tentar concluir a origem dos problemas, para se buscar soluções, bem como para não se fazer explanações injustas. Uma grande saudação à todos os leitores e em especial à toda a nação colorada! Fico, desde já, à disposição para críticas sobre minha análise e para debater sobre esta religião chamada Internacional!

29 de setembro de 2009

COPA SUL-AMERICANA: ABDICAR, JAMAIS!

Por Luciano Bonfoco Patussi
29 de Setembro de 2009

Caro leitor, imagine-se no ponto mais alto da Cordilheira dos Andes. De lá, é possível vislumbrar toda a América. Ela está em suas mãos. E como é bonita a América! O Novo Continente é o orgulho e a paixão de todos os americanos! América de Colombo! América de Che Guevara! América Latina! América do Sul! América "Independiente"! América do Boca! Do Peñarol! Do Olímpia! Do São Paulo! Porto Alegre do Rio Grande e da América! Inter da América! América vermelha! De terras andinas vieram para o Internacional muitos legados. Entre eles, o maior de todos, até hoje: Don Elias Figueroa. Há alguns anos, a torcida colorada olhava apenas para trás, imaginando repetir momentos proporcionados pelo "Capitão dos Andes", por Falcão, por Valdomiro e Cia Ltda. Pois a realidade mudou. Aos poucos. Todas as conquistas foram posteriores a muito trabalho, suor e lágrimas! E dentro de poucos instantes, o Internacional jogará no Chile, contra a "Universidad" que carrega junto com sua história o nome que entitula toda uma Nação!

Mas antes, bem antes das recentes conquistas históricas obtidas pelo Internacional - Libertadores, Mundial Interclubes, Recopa, Copa Sul Americana e outras mais - o Clube do Povo esbarrava em defesas milagrosas de Rodolfo Rodriguez. O goleiro da seleção uruguaia foi um dos maiores nomes da história do Nacional de Montevidéu, aquele grande clube que, com o comando de Victorino no ataque, enterrou os sonhos do Internacional de conquistar a América em 1980. E passamos os anos seguintes sonhando jogar a Supercopa dos Campeões da Libertadores. Ah, os anos 90! Mas para jogar aquela competição, era preciso ganhar uma Libertadores. E estava difícil chegar neste patamar!

O tempo passou e o Internacional seguia apoiado por uma imensa nação de apaixonados torcedores. Eles aplaudiam o time, mas também sabiam vaiar quando era preciso. Assim o Internacional seguia sua senda - não aquela de vitórias obtidas em épocas passadas. Um empate com o São Paulo em 1995 tirou do Inter a chance de chegar a fase de semi-final do campeonato brasileiro. Foi um empate sofrido, no Morumbi. As lágrimas que Abel Braga e Goycochea derramaram em solo paulistano simbolizavam o sentimento do torcedor do Inter naquele momento. Ainda no campeonato nacional, mas já no certame de 1996, o colorado Leandro Machado perdeu contra o rebaixado Bragantino a penalidade máxima que colocaria o time entre os oito principais times do País. O Inter seguia batendo na trave. E nem classificação para a Copa Conmebol o time do Beira-Rio conseguia, devido a tropeços como estes, citados anteriormente.

Após "Supercopas" e "Conmebois", foi criada a Copa Mercosul. Ela só tinha a participação de clubes convidados pela emissora que patrocinava o torneio. Nela figuravam o Boca Juniors, o River Plate, o Peñarol e tantos outros grandes clubes. E o Inter? Não era convidado. O Inter sempre foi grande, mas não conseguia classificações. Colecionava eliminações. Nem mesmo era convidado! Era reflexo da fase ruim e da má administração do clube. Anos depois, após a Copa Mercosul, foi criada a Copa Sul Americana. Ela é um torneio sucessor a Mercosul e que teria tudo para dar certo, não fosse o calendário "estufado" do nosso futebol. Mas aos poucos, ela vai crescer mais! A disputa paralela com um dos principais campeonatos do planeta - o campeonato brasileiro - acaba por fazer "parecer" com que a Copa Sul Americana não tem o mínimo valor. Atualmente, "almas penadas e amarguradas agonizam" aos quatro cantos do mundo: "A Copa Sul Americana não vale nada!"

Esta competição pode valer menos que o campeonato brasileiro. Menos do que a Libertadores da América. Isso é inegável. Também acho exatamente isso! Mas não se pode em momento algum discriminar um torneio que vale prestígio, faixa no peito, volta olímpica, reconhecimento internacional, dinheiro nos cofres e taça no armário. Muitos cronistas e torcedores falam na Copa Sul Americana como se ela fosse um rolo de papel inútil, rasgado, que deveria ser amassado e atirado na lata do lixo. Hoje ouvi uma frase dita na televisão, e pensei nesse "poema" o dia todo. O autor da "pérola" dizia mais ou menos o seguinte:

"- Por qual motivo o Inter vai querer ganhar essa competição que não leva a nada? Ano passado foi um consolo! Ganhar a Sul Americana, para o Inter, será como beijar a Sharon Stone duas vezes! Já beijou uma, deixa assim que tá bom, não tenta beijar de novo porque não vai conseguir. Foi um momento de fraqueza dela. Se concentra no campeonato brasileiro, que não está nada bom pro time do Beira-Rio".

Para quem assiste futebol com fervor e vê o time do seu coração vencer, mas ao mesmo tempo já conviveu com derrotas sofríveis que pareciam jamais terminar, é importantíssimo todo o torneio que se dispute. Ainda mais um torneio como a Copa Sul Americana. Os colorados estão enlouquecidos em busca do título de campeão brasileiro. Isso é quase como uma "tara" do torcedor! Particularmente, cresci lendo e ouvindo as mais incríveis histórias do time que foi tri campeão do Brasil nos anos 70! Quero ver o Inter ser campeão brasileiro! Mas também quero a América! Na atual conjuntura de erros cometidos nas vendas de jogadores importantes efetuadas pela direção do Inter em meio ao campeonato, alheio a falta de reposições a altura, eu ficaria bastante contente em ver o colorado ganhar o campeonato gaúcho e a Copa Sul Americana no ano do centenário, tendo ainda obtido classificação para a Libertadores e ainda sendo o vice campeão da Copa do Brasil. Tudo no mesmo ano! Seria um ano bom. Os erros da direção devem ser discutidos, mas não neste momento pré-jogo decisivo!

É lógico que este 2009 que não seria um ano bom para o Inter, na visão de quem achava que o Colorado era imbatível! Essa imagem criada pela imprensa - e também por parte da torcida colorada - parece condenar o restante do ano do Inter. Ainda mais depois das vendas de Nilmar e Magrão, com a "reposição a altura" dos já presentes Alecsandro e Maycon. Nada contra eles! Alecsandro e Maycon, bem como Bolívar e Danilo Silva, são profissionais e estão lutando pelo Inter e pelo seu espaço! O Inter tinha um grupo muito bom. Hoje, é um grupo bom. Segue sendo um dos melhores grupos do Brasil, mas atualmente possui mais carências do que tinha antes das vendas. Isso equilibrou a disputa dentro do país! É precisa lutar para alcançar os objetivos. Nada cairá do céu! O Inter tem um grupo que pode, ainda, ser campeão brasileiro. Mas pode também ser campeão da América! Se lutar para isso, com força e determinação, as chances serão razoavelmente boas!

Nesta quarta-feira, o Inter volta a terra de Don Elias Figueroa, para lutar contra a Universidad do Chile, em busca de uma vaga entre os oito melhores times da Copa Sul Americana de 2009. A direção do clube, que pode ter perdido as contas de tanto cometer equívocos neste ano - dependendo da avaliação de cada um - está plenamente certa em levar o grupo principal ao Chile. Jogará quem tiver as melhores condições físicas. Se buscará a vaga. E independentemente da classificação vir para o Beira-Rio - ou não - o time estará domingo de volta aos gramados do Brasil, plenamente preparado para lutar e tentar reconquistar o País, sem jamais abdicar de disputar um título continental que, anos atrás, parecia impossível de ser alcançado!

E quem diz algo como a frase sobre a Sharon Stone, é porque deve estar acostumado a "descer" ao inferno em pleno início da semana - uma "segunda" - e abraçar o "capeta", e por duas vezes!

15 de setembro de 2009

GAMARRA: O MAIOR ZAGUEIRO DE UMA GERAÇÃO

Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de setembro de 2009

Há exatos 14 anos estreava no time do Internacional o maior zagueiro que já vi jogar. Pode parecer exagero, nada comparado a quem viveu aquela tarde ensolarada de 15 de setembro de 1995. O Gigante da Beira-Rio era tomado por uma multidão de colorados, loucos por uma conquista, fanáticos pelo seu time e curiosos por ver o futuro novo ídolo com a "jaqueta" vermelha. Carlos Alberto Gamarra Pavón. O paraguaio Gamarra estreou em um empate colorado, placar de 1 a 1 contra o Goiás. O Beira-Rio tinha cinquenta ou sessenta mil pessoas. E vi o melhor zagueiro do mundo jogar! Gamarra tornou-se ídolo. Chegou a Porto Alegre comparado ao eterno dono da grande área colorada, Don Elias Figueroa. Muitos dizem que era melhor. Pode ser exagero. Não vi Figueroa, eterno capitão jogar. Sei se sua história, sua importância. Tantas vezes eleito melhor zagueiro do mundo. Mas o melhor zagueiro que eu vi jogar foi ele: Gamarra, "el colorado", predestinado apelido de infância, devido às sardas que inundavam sua face.

Gamarra era a técnica capaz de pentear um atacante goiano em sua estreia. A mesma técnica que o levou a atravessar uma Copa do Mundo inteira sem cometer praticamente nenhuma falta, sendo eleito melhor defensor do mundial. Gamarra era a força capaz de destroçar o tornozelo do Edmundo em um lance limpo em que só acertou a bola e saiu jogando limpamente. Gamarra representava o temor adversário, ao fazer Romário, certa vez, clamar dolorosamente pelo banco de reservas. Gamarra representava o torcedor em campo, ao implorar para não sair do Inter após erguer a taça do título gaúcho de 1997 - isso tendo contrato já assinado com o Benfica e com dólares se direcionando para sua conta corrente!

Gamarra era isso. Gamarra foi melhor que Mathias Sammer. Gamarra foi melhor que Fábio Cannavaro. Gamarra foi melhor que Paolo Maldini. Gamarra foi um mito paraguaio de garra porteña, gaúcha e técnica genuinamente brasileira a serviço do Internacional entre 1995 e 1997.

[OFF] NAS QUARTAS, AOS DOMINGOS OU NA SEGUNDA

Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de setembro de 2009

Antes de qualquer coisa, é importante salientar que, acima da rivalidade entre Internacional e Grêmio, deve sempre haver bom senso e respeito às cores clubísticas defendidas por cada cidadão. Isso é fundamental, não somente no futebol, mas em qualquer outro departamento - política, religião ou quaisquer outras áreas onde possam haver discordâncias de gostos e ideias. Parece "lorota", mas muitos não entendem assim. E ignorância não tem cor de camisa. Mas enfim, fica o recado.

A glória do desporto nacional é o orgulho do Brasil. O colorado das glórias é gigante e seguirá sendo assim para sempre! Mas cá entre nós, dá mais gostinho dizer isso e seguir o vermelho até debaixo d'água, quando se sabe que existe um rival em um mesmo patamar de grandeza histórica! Dá um tremendo orgulho gritar aos quatro cantos do mundo que somos da torcida do Clube do Povo e sabermos que sempre haverá um Imortal Tricolor querendo - e muitas vezes conseguindo - atravessar nosso caminho. Isso sempre será combustível para novas glórias, tanto de um, quanto de outro. Inter e Grêmio são inigualáveis e a história dos dois gigantes de Porto Alegre prova que um caminha ao lado do outro, mesmo que o aparente rancor, raiva e asco que envolvem a relação de ambos pareça os separar. Isso apenas os une ainda mais!

Assim como no Bairro Menino Deus há um Gigante do futebol, que é a casa onde se acolhem milhões de almas coloradas, na Azenha há outro Monumental que só trás boas lembranças ao torcedor tricolor. Nas quartas, aos domingos ou na segunda, é para lá que todos rumam - a pé, se for preciso! E seguem junto ao seu time, onde ele estiver! Mudam as cores da bandeira. Muda o campo de batalha. Alternam-se os ídolos. Distinguem-se os títulos. O que importa é o respeito e o reconhecimento. Assim como este ano é importantíssimo na história do Internacional, que completa cem anos de vida, não é possível deixar passar em branco a data de hoje. 15 de setembro de 2009. Parabéns à Nação Tricolor e à todos os amigos gremistas pela passagem dos cento e seis anos de existência do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense!

12 de setembro de 2009

A GRANDE CHANCE DA VIDA DE TODOS NÓS

Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de setembro de 2009

Há longínquos 34 anos, um grande e inesquecível time de futebol, fardado de azul e branco e representando Minas Gerais, veio à Porto Alegre buscar o título de campeão brasileiro. Era uma equipe que marcaria época no futebol nacional e mundial, capaz de trucidar adversários, marcar lindos gols, conquistar títulos memoráveis, revelar craques e fazer história, ficando nela para sempre, imortalizado na memória de cada torcedor e de cada cidadão apaixonado pelo esporte que tem a preferência nacional.

Era um domingo de sol de dezembro de 1975 quando, à beira do Rio Guaíba, no Gigante da Beira-Rio, duelaram o timaço do Cruzeiro, de Belo Horizonte, contra o tão fenomenal quanto, Internacional, de Porto Alegre - do Rio Grande e do Brasil! Na ocasião, os craques colorados, comandados por Falcão, Figueroa, Manga, Valdomiro e Cia Ltda, conquistaram o Brasil, cobrindo a nação de vermelho e branco e trazendo ao estado mais setentrional do Brasil o primeiro grande título comemorado por um clube da nossa terra.

O tempo correu. Surgiu o amanhã. Mais e mais títulos memoráveis vieram. Aqui e também no lado de lá do Bairro Menino Deus. Chegamos a 2005 e o título brasileiro passou a tomar conta do pensamento do torcedor colorado. Vivíamos campeonato brasileiro. Comíamos, bebíamos e sonhávamos campeonato brasileiro. Desde 75. Desde 76 e 79. E o sonho virou pesadelo em um apito. Em um escândalo. Um mar de amargura que todos até hoje fariam questão de esquecer, se isso fosse possível. Sentimo-nos impotentes. Derrotados por forças além das quatro linhas. O Internacional ganhou o campeonato brasileiro de 2005, mas não levou o título e o reconhecimento oficial.

Após 34 anos de uma memorável conquista colorada, o adversário glorioso de outras décadas, o Cruzeiro, volta a Porto Alegre. Ostentando o vice-campeonato da Libertadores da América de 2009, o time da Raposa enfrenta o Internacional que é, humildemente e com os pés no chão, um dos favoritos ao título nacional de 2009. Lá se vão 34 anos daquele confronto! E lá se vão 30 anos do último título! É bom relembrar tempos em que muitos de nós sequer havíamos nascido, para poder buscar no presente a realização de um sonho que escapou durante décadas e que esteve tomando conta de nossos sonhos lá pelos idos de 2005 e 2006. Sonhos realizados há 30 anos e que hoje, tomara, possamos reviver novamente!

Inter e Cruzeiro é clássico e é a primeira das próximas "15 finais" que o Inter irá disputar neste campeonato brasileiro. Cada jogo é uma decisão. A vitória no domingo será tão representativa quanto os três pontos em qualquer rodada do campeonato. Mas amanhã temos um diferencial: o torcedor colorado! O apoio ao time será fundamental. Todos os "campeões de tudo" juntos, no Beira-Rio ou em qualquer parte do Rio Grande ou do Brasil, gritando, vibrando e "ralando" junto com o time em busca de mais uma realização, farão a diferença!

Nesta semana, o volante Magrão fez uma declaração um tanto parecida com a que ouvi de Fabiano Eller, após o jogo contra o Nacional de Montevidéu, pela primeira fase da Copa Libertadores de 2006.

Naquela ocasião, após a partida contra os uruguaios, junto a um grupo de amigos, jantei na churrascaria do Parque Gigante, e para a surpresa e contentamento de todos, chegaram junto de seus familiares: Fabiano Eller, Mossoró, Léo e Rubens Cardoso. Foi tudo festa! Naquele dia, após a comida - e a bebida (nossa, não dos jogadores!), um grupo de torcedores chegou para conversar com os atletas. Um de nós comentou que aquele grupo tinha que trazer a Libertadores para nós, precisávamos de um título, estávamos sedentos por isso. Fabiano Eller sorriu e falou que seríamos campeões da Libertadores, porque o grupo era muito forte e estava unido em torno daquela conquista. Era para todos nós acreditarmos.

Nesta semana, assistindo a um programa de debates esportivos, um dos convidados era Magrão. O volante colorado, de garra reconhecida e as vezes criticado com razão - e outras tantas vezes injustamente, foi perguntado sobre o sonho da conquista do título brasileiro. Magrão disse mais ou menos isso:

"- Todos os dias nós jogadores comentamos, nos treinamentos e na concentração, sobre a possibilidade e a importância de um título dessa grandeza. Nós falamos e pensamos que este pode ser o início de um novo ciclo de vitórias, mas também não sabemos se algum dia em nossa carreira teremos a oportunidade, novamente, de fazer parte de um grupo como este do Inter, tão forte em qualidade e unido em torno de um objetivo. Por isso queremos o título brasileiro, queremos ficar marcados na história do clube com uma memorável conquista no ano do centenário."

Não foi bem com essas palavras, mas foi este o sentimento que Magrão passou para o torcedor colorado naquele momento. Essa declaração não garante título, isso é óbvio, pois existem muitos adversários - e bastante qualificados - que podem lutar por esta conquista. Mas perceber isso no grupo colorado - após um período de incertezas, onde o time parecia perder o rumo - é um primeiro passo para se chegar vivo até a última rodada, onde enfim poderemos, ou adiar o sonho novamente, ou então gritar para o mundo inteiro ouvir, que o Internacional é novamente, após muitos anos, sofrimento e devoção, campeão brasileiro de futebol! Assim como nos velhos tempos! É a grande chance da vida de todos nós: dirigentes, jogadores e torcedores! E se todos estiverem juntos, assim como nas grandes conquistas, podemos fazer a diferença!

29 de julho de 2009

TRÊS PONTOS DOURADOS

A vitória do Internacional sobre o Barueri pode tornar-se, no longo prazo, decisiva. Assim como em caso de empate ou derrota estaríamos comentando sobre a perda de mais alguns pontos decisivos em casa. Nesta quarta-feira, após uma "revolução" proporcionada e comandada por Fernando Carvalho no vestiário colorado, o Internacional venceu o Barueri, do interior paulista, por três gols a dois. Pode parecer simples, mas não foi. Foi uma vitória dificílima, assim como quem escreve esta crônica, particularmente, esperava.

O Internacional vinha de derrotas, derrotas e derrotas. Teve empate entre elas. Mas as derrotas eram preponderantes. A queda de produção era visível e alarmante. Os fracassos colocam em dúvida qualquer trabalho. E com o time colorado não é diferente. Nesta quarta-feira, em pouco tempo, o Inter marcou seus dois gols contra o Barueri ainda no primeiro tempo. O primeiro motivo de comemoração do torcedor que compareceu ao Beira-Rio ocorreu em lance de oportunismo de Alecsandro, que em um tropeço do goleiro adversário, marcou o primeiro gol do Internacional. Após cruzamento de Andrezinho na área, o camisa 9 colorado pulou mais que o goleiro adversário e, na pequena área, fez Inter um a zero. O segundo gol não demorou e foi marcado por Andrezinho. O meio-campista, após cobrança de falta precisa no canto esquerdo do goleiro paulista, fez Inter dois a zero, em um bonito e importante gol.

O Inter esteve vencendo alguns jogos neste campeonato brasileiro por dois a zero, e caído de produção no segundo tempo. Foi assim contra Fluminense e São Paulo. Foi novamente assim contra o Barueri. Dramaticidade até o final da partida. Ainda no final do primeiro tempo, após rebote do goleiro Michel Alves em cobrança de fata de Márcio Careca, o volante Sandro marcou contra, após "bate rebate" dentro da área. Inter dois, Barueri um. Inicou-se o segundo tempo e o jogo foi lá e cá. Jogo feio, para quem queria espetáculo. E, particularmente falando, quem quisesse espetáculo em "Inter em crise técnica" contra "pequeno e organizado Barueri", que ficasse em casa. Inter em má fase técnica contra o Barueri, espera-se esforço ao máximo. Jamais grande técnica. E assim foi. Assim o Barueri empatou. Próximo aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, após cobrança de falta de Ewerton, Michel Alves falhou, espalmando a bola para dentro da grande área. Com a maioria de jogadores do Barueri no lance, Franciscatti cruzou e o zagueiro André Luís empatou o jogo.

Aí o Inter foi pra cima. Em uma alteração completamente ousada para os padrões adotados pelo Sr. Adenor Bacchi, o Inter substituiu Bolívar por Leandrão. Não que Leandrão seja uma peça fundamental ao time. Mas só a alteração de um lateral-direito por um centroavante, na atual conjuntura imposta por Tite a sua equipe, já é de se louvar. A alteração não foi fundamental no placar. Mas o Inter venceu. Próximo ao final da partida, em nova cobrança de falta precisa, Andrezinho colocou a bola no travessão, próximo ao ângulo esquerdo do goleiro do Barueri. Caído, o arqueiro pouco pode fazer quando o uruguaio Sorondo pegou o rebote para sacramentar o placar: Inter três. Barueri, apenas dois.

Andrezinho, que pelo colunista que vos escreve, desde o início do ano têm sido taxado de décimo segundo titular do Inter, aos pouquinhos, vai trabalhando e mostrando ser um dos jogadores com mais vontade de jogar. Assim foi, inclusive, no Gre-Nal. Andrezinho, naquela ocasião, foi muito mal. Errou tudo: passes, chutes, marcação. Mas foi melhor que muitos jogadores colorados naquele momento. Mostrou vontade. Assim se forma um novo titular. Aos poucos. E tomara que siga assim. Mostrando produtividade. E que assim siga, titular e decidindo jogos. Coisa que outros não em feito. Outros de quem se espera muito e ainda se acredita.

Tomara, para o torcedor colorado, que este grupo esteja tomando, aos poucos, forma de time. Forma de time campeão! Nesta noite, foram conquisados três pontos dourados. Ao final do ano, eles não significarão nada. Ou significarão vaga na Libertadores. Ou então, se nos permitirmos sonhar mais alto, após grande arrancada, poderão significar o sonho de campeão brasileiro sendo realizado pelo torcedor do Inter. Resta esperar para ver!

23 de julho de 2009

APELO: FICA, NILMAR!

Por Luciano Bonfoco Patussi
23 de Julho de 2009

Prezado Nilmar! Antes do empate do Inter contra o São Paulo, pelo campeonato brasileiro de 2009, o que mais se destacava na imprensa era a notícia de que você havia rechaçado uma proposta do Wolfsburg, atual campeão alemão. "Golaço" marcado por ti, caro Nilmar! O Wolfsburg é um clube médio, sem qualquer grande tradição em competições como o campeonato alemão e a Liga dos Campeões da Europa. O Wolfsburg é o atual campeão alemão. E daí? Qual o problema? Finalmente alcançou o maior título que será possível, para ele, nos próximos cinquenta ou cem anos. O Wolfsburg é médio. É campeão alemão. Mas é médio. Grande, na Alemanha, são o Bayern de Munique, o Borússia Dortmund, o Werder Bremen, o próprio Hamburgo, o Schalke 04, o Stuttgart e o Borússia Monchengladbach. Entre outros. O Wolfsburg é médio.

Após o empate com o São Paulo pelo campeonato brasileiro, é forte a notícia - por parte da imprensa - de que você está de partida para o Villarreal. Nilmar, o Villarreal é médio. Na Espanha, ele não é mais do que médio. O Villarreal foi um dos responsáveis por mandar Riquelme de volta para a América do Sul, para conquistar uns dezenove ou quem sabe vinte e sete títulos com o Boca Juniors. Se hoje o Villarreal vai bem em nível nacional ou até continental, isso não significa que o clube é grande. A sua administração pode ser boa. Mas o clube é médio. Menor que os gigantes Barcelona e Real Madrid. Bem menor que os grandes Atlético de Madrid, Valência, Atlethic Bilbao, Real Sociedad, Sevilla, Real Betis, La Coruña e Espanyol. Se você, Nilmar, acreditar que está indo para o terceiro ou quarto maior clube do futebol espanhol, digo com a maior convicção do planeta: você estará errado! Será um erro grotesco! Tão grotesco quanto ter partido, anos atrás, para o Lyon, multi-campeão francês e médio clube europeu.

Nilmar, ouvimos declarações colocadas pela imprensa, dizendo que você coloca o Villarreal como o terceiro ou quarto maior clube espanhol. Só queria esclarecer que, caso você pense isso, está completamente equivocado. O seu lugar é no Gigante da Beira-Rio. Mas o que você escolher, será bem escolhido e apoiado pela grande maioria. Tanto por minha pessoa, quanto pela maioria do torcedor colorado. Mas fica dado o recado. Agora é contigo, goleador!

Fica, Nilmar!

Força, Inter!

20 de julho de 2009

QUANDO A "CONVICÇÃO" TORNA-SE "BURRA"

Por Luciano Bonfoco Patussi
19 de Julho de 2009

Título idiota para uma crônica, de minha parte. Assumo meu erro. Erro previsível. Tão previsível quanto as últimas atuações do Internacional. Não poderia ser diferente. O Inter comandado por Tite venceu a Copa Sul-Americana brilhantemente em 2008. O Sr. Adenor Bacchi também recuperou o time no certame nacional do ano passado, onde apesar de alguns tropeços, chegou em sexto lugar, após início cambaleante. No campeonato gaúcho deste ano, atuações que lembraram aos mais empolgados torcedores o Rolo Compressor da década de 1940. Mas o Inter já não é mais o mesmo time do campeonato estadual. Não era mais o time com a mesma união e o mesmo ímpeto, já lá nas quartas-de-finais da Copa do Brasil. O colorado inexistiu no jogo do Maracanã contra o Flamengo, depois quase foi eliminado pelo Coritiba e, na sequência, foi vencido pelo Corinthians que foi o campeão do Brasil. Alheio a isso, a perda da Recopa para a LDU e mais derrotas com reação deprimente, frente ao fraco Atlético Paranaense e ao esforçado Grêmio trazem a tona a questão: será a hora do "fato novo" acontecer?

O "fato novo", todos sabem, seria a troca do comando técnico. Eu sou uma das pessoas que mais abomina a troca de treinador em meio a uma competição. A grande maioria dos times que são campeões do campeonato brasileiro, não trocam o treinador no meio da competição. Eu acho que isso jamais deveria ser a melhor alternativa. Mas certas vezes, é pior prosseguir em algo que começou a cambalear, que segue declinante e que tende a terminar pateticamente. O Inter hoje é um arremedo de time. Tem jogadores muito bons. Mas o time tem somente duas jogadas: ou é o contra-ataque, quando se consegue encaixar. Neste caso, entende-se melhor, é lançamento para o ataque e o Nilmar que resolva; ou então são tabelas manjadas pelo meio de campo, que não levam a lugar algum. É fácil marcar um time que joga somente pelo meio-campo. E o Inter não tem jogadas pelas laterais. O Inter tornou-se previsível. Digo novamente, o Inter sequer tem laterais. Kleber está em uma fase técnica difícil. Tem bom histórico, é bom lateral. Mas não está rendendo. Será culpa de quem? Mas e o lateral-direito? Bom, o lateral-direito, a torcida está no aguardo da contratação até hoje. Hoje, no Gre-Nal, vimos a deficiência do setor: próximo ao final do jogo, Tite teve a chance de criar um "fato novo". Sacou Bolívar do time. Em seu lugar, entrou Danilo Silva. Vitória inquestionável do Grêmio.

Estamos em julho. Próximos a agosto. A convicção em um trabalho é importante. Mas certas vezes, são necessárias mudanças. Após aquela derrota para a LDU do Equador, eu havia deixado qualquer análise para o dia seguinte. Eu aguardei, pois torcia por uma resposta positiva do time de Tite nos próximos dois ou três jogos. Mas o que aconteceu nos próximos jogos? Veio uma derrota patética e ridícula para o fraco time do Atlético Paranaense; uma vitória no sufoco contra o cambaleante e deprimente Fluminense; e para finalizar, uma derrota em um clássico, onde sabemos, há pelo menos seis ou sete anos, o Internacional está muito mais organizado do que o seu maior rival, para fazer um futebol decente. Até pode-se perder, em se tratando de clássico. É admissível. Não se vence sempre. E em tempo, o Grêmio mereceu o resultado e a vitória de virada por dois a um, pois foi mais time. Muito mais. Mas perder "se arrastando" em campo, outra vez, em um curto espaço de tempo, é imperdoável. É inadmissível.

Nada conta a pessoa Tite. Quem o conhece - e não o conheço - fala muito bem dele. Adenor Bacchi é profissional, trabalhador e dedicado. Mas os resultados sumiram. Despencaram. E futebol vive de resultados. É hora de mudança, definitivamente. Muricy Ramalho e Carlos Alberto Parreira, só para citar os mais capacitados, estão no mercado, livres e sem clube. Eles devem estar com muita vontade de terminar o ano de 2009 comemorando o título de campeão brasileiro.

16 de julho de 2009

[OFF] O MAESTRO VESTE 11

Eu assisti o maestro em campo. Ao vivo. Muitos viram. Muitos "Verón". Não lembro se na época ele já carregava o 11 às costas. Acredito que sim. Mas tempos depois, quando o vi novamente - desta vez pela televisão, ele trajava a camisa 11. Tenho certeza disso. Ela tinha listras verticais. Umas vermelhas. Outras, brancas. Naquela noite em que o vi jogar, das arquibancadas, ele fez o time para o qual torço, o Internacional, sofrer para vencer. Todas as jogadas do Estudiantes passavam pelos seus pés. E de suas passadas, todas as jogadas tinham sequência qualificada. O Internacional venceu a Copa Sul-Americana. E no Estádio Beira-Rio presenciei uma linda festa daquela torcida fanática que atravessou o Rio da Prata, chegou à Porto Alegre e apoiou seu time sem parar. Sem a vitória, veio a tristeza. O choro. Mas o orgulho estava em alta. Não houve sequer um registro de tumulto entre os torcedores. Ordeiramente, foram todos embora. Carregaram juntos a bandeira de seu time. E atravessaram o Rio da Prata de volta para casa. Em sua casa, voltaram a sonhar. E na impossibilidade de ver o meu time na Copa Libertadores da América do ano seguinte, naquela noite, diante de todos os acontecimentos, eu decidi: na próxima Copa Libertadores, torcerei pelo Estudiantes!

Não é de agora que o Estudiantes "belisca" uma conquista continental. Quem acompanha futebol, sabe. Desde o retorno de Verón ao time, anos atrás, muita coisa mudou. A liderança deste ídolo é algo fora do normal. Nas ruas, a torcida veste o 11 com orgulho. Jogadores de qualidade surgiram. Outros foram contratados. Mas maestro mesmo, só existe um nesta equipe. Confesso que fiquei dividido. Eu queria ver, como brasileiro, o título do Cruzeiro na Libertadores. Mas o Estudiantes era a equipe que eu tinha "fechado acordo de simpatizante" ao final do ano passado. Fiquei dividido. Desmoronei. Desmoronei tanto quanto a zaga celeste, no momento em que Verón atravessou uma bola do centro do campo para o lado direito de ataque. No cruzamento que veio, preciso, Fernandez empurrou a bola para a rede. Após o empate, o time seguiu mais vibrante do que nunca. O sonho era possível. E em uma cobrança precisa de escanteio do maestro da camisa 11, todos "Verón" o sonho mais perto ainda: cabeçada precisa de Boselli. Gol do Estudiantes. Virada. Estudiantes dois gols. Cruzeiro, apenas um. Em frente à televisão, imaginei La Plata. Percebi minha visão sendo tomada pelo vermelho e o branco. As cores tomaram conta das ruas. Das praças. La Plata sorria. Chorava. Imaginei o sonho daquela torcida sendo realizado. Uma "hinchada" que, praticamente, só ela acreditava no seu time. Assim como muitas vezes acontece. Muitos desconfiaram da capacidade da equipe. Até mesmo dentro da Argentina, muitos desconfiavam. Mas a força de quem acredita provou mais uma vez que supera qualquer dificuldade.

E veio a pressão do grande time do Cruzeiro. Jogadores como Kleber e Wagner são diferenciados. São excelentes peças do time celeste e, junto a seus companheiros, fizeram tudo o que era possível. Mas o Estudiantes fez mais. E veio a pressão de final de jogo. Voltei a imaginar as famílias torcendo, em La Plata, em frente à televisão. Colada à parede, a flâmula do tri-campeonato da Libertadores em 1970 está intacta, como um amuleto da sorte que resiste ao tempo. Resiste tanto quanto à tradição de uma equipe de fora do grande centro do futebol argentino e que não há palavras para explicar a sua força. Imagino aqueles senhores que viram o grande time dos anos 60 e 70, assistindo o jogo pelo televisor e se emocionando com o filho do grande craque de décadas passadas comandando sua equipe no rumo das vitórias para a nova geração. As lembranças são muitas. E ninguém queria acreditar que o sonho passaria diante dos olhos de todos como um pesadelo que se aproximava. E vieram instantes de tortura para o torcedor do time de La Plata. Foram momentos angustiantes.

Veio a pressão do Cruzeiro. Todos abandonaram qualquer tática, qualquer organização. Era só coração. Pulsante. De um lado, azul. De outro, vermelho. E o fabuloso goleiro Andújar rezava. De mãos com ele, parte do Mineirão que sacudia suas bandeiras vermelhas. E junto à eles toda a torcida da parte vermelha de La Plata. Milhares de apaixonados pelo Estudiantes podiam, aos poucos, sentir o grande momento chegar. Mas a pressão continuava. Sufoco. Bola na área. Bola na trave. O tempo estagnou. Os ponteiros do relógio travaram. São trinta e nove anos passando na mente de cada torcedor do time do Estudiantes como uma nave viajando pelo tempo em uma velocidade que só a história do futebol pode contar. Ouve-se um apito. Verón se ajoelha. O torcedor Verón está em campo neste momento. A braçadeira de comandante suada, a camisa 11 às costas e, agora, neste momento, a faixa no peito. O sonho. Verón, o maestro, junto aos seus guerreiros companheiros, fizeram história. Parte da imprensa brasileira ficou sem palavras. Mas eu amo futebol e acompanho sempre este esporte, tentando imaginar o que se passa dos dois lados da história. E essa foi mais uma grande decisão que vai ficar para a história. O Cruzeiro foi o grande vice-campeão do continente. Merece respeito e é uma equipe que brigará pelo título de campeão brasileiro. Já para o Estudiantes e toda sua fabulosa torcida, deixo meu respeito registrado e meus parabéns pelo título de Campeão da Copa Libertadores da América de 2009.

Recordei naquela noite de Mineirão lotado uma final de Libertadores ocorrida três anos atrás. O time do Inter do meu coração decidiu o título e sagrou-se campeão após uma jornada heróica e uma pressão generalizada do seu adversário. Assim ocorreu com o Estudiantes em sua conquista. Parece que voltei três anos na história. Este foi o sentimento e aqui o descrevo. Fica agora a minha torcida para que, em Abu Dhabi, o Estudiantes represente, não só a Argentina, mas a América do Sul, como ela merece. Eu não duvido de nada. E o adversário também é um velho conhecido de minha parte. Se Barcelona e Estudiantes chegarem à decisão da Copa do Mundo de Clubes - e ambos tem todas as condições para isso - será outro daqueles jogos para a história. E no momento em que isso ocorrer, tudo será possível. E para o Estudiantes, será um capítulo a mais de glória na sua existência. Não será uma novidade. Se não acredito? Acredito.

Sobre Verón: é um dos maiores jogadores que já vi jogar! Quem aprecia futebol de qualidade, deve ter opinião parecida. E para completar, na decisão da Copa Libertadores, Verón não só ajudou a marcação do meio-campo, anulando as presenças qualificadas de Ramires e de Wagner, como comandou o time à vitória, com passes qualificados, desarmes, posicionamento certo e assistência para o gol do título, sendo que iniciou ainda a jogada do gol de empate. E para finalizar, ergueu a Copa Libertadores em direção ao céu!

A história mostra que é tudo é possível quando defrontam-se duas grandes equipes. Ainda mais se tratando de Estudiantes e dessa escola disciplinada de futebol que a equipe de La Plata representa. Em se falando de mundial interclubes, é lógico que para Estudiantes e Barcelona chegarem até a final, terão que derrotar seus adversários. Mas desde já, fica registrada minha torcida para o time do país vizinho. Nada é impossível. O Barcelona de Ronaldinho Gaúcho que o diga, anos atrás. E por falar nisso, Old Traford e o lendário esquadrão do Manchester United de 1968 também sofreram nas mãos de um time disciplinado taticamente e que tinha o título como um objetivo maior do que a própria vida! Assim como o Estudiantes de 2009!

13 de julho de 2009

O CHOQUE DE ATITUDE NÃO ACONTECEU

Por Luciano Bonfoco Patussi
13 de julho de 2009

E o choque de atitude tão esperado não aconteceu! Até já era previsto, comparando com as últimas partidas do time colorado. Mas a derrota para o Atlético Paranaense na Arena da Baixada, ontem, é outra daquelas que não tem explicação lógica, se olharmos as equipes. Mas se analisarmos a fundo os acontecimentos, boa parte dos fatos tem explicação. O time comandado pelo Sr. Adenor Bacchi novamente se perdeu em campo.

Taticamente, o time do Inter foi sucumbindo com o decorrer da partida. Começou razoável. Seguiu cambaleante. Terminou patético. E quando o Atlético passou a desenvolver seu ataque pelas beiradas do campo, os laterais colorados não deram conta da marcação. A equipe, quando precisava atacar, ora afunilava as jogadas pelo meio, sobrecarregando Andrezinho que não conseguia dar seqüência à criação dos lances de forma objetiva, ora tentava avançar pelos lados do campo, sem qualidade, visto que o Inter não possui um lateral-direito de ofício e qualificado para esta função, e pelo lado esquerdo Marcelo Cordeiro, se atacou de forma mediana, defensivamente foi pior ainda.

Uma coisa inadmissível para laterais de uma equipe, ou até mesmo para os meio-campistas ou zagueiros que estejam na cobertura dos alas, é ao marcar um atacante adversário pelos lados do campo, ir recuando, recuando e recuando mais, até estar dentro da área, aí sim sem ter qualquer reação a tomar, a não ser levar o derradeiro drible e a conclusão contra o seu próprio gol. O Inter peca nesse quesito, exatamente por este motivo. Um lateral, no caso de ontem, não sabia marcar. O outro lateral, que na realidade é zagueiro, não conseguia atacar. E isso não é de hoje. Essa falha na marcação acaba sobrecarregando o meio-campo, que por sua vez não cria, e o ataque fica às moscas. Aliás, o Inter vem jogando com três volantes, o que deveria dar liberdade aos laterais para atacar.

Mas quais laterais? Ao meu ver, o Inter tem apenas um lateral qualificado para atacar. É Kleber, que ontem não jogou. Kleber tem qualidade técnica e procura sempre atacar na boa, sem deixar espaços. É outro que tem deixado a desejar, mas tem que ser analisado se isso não é uma causa do sistema de jogo, ou crise técnica dele mesmo. Já vimos esse filme contra o Coritiba e o Corinthians na Copa do Brasil e também contra a Liga Deportiva do Equador, pela Recopa. Alheio a isso tudo, destacaria a má fase técnica de alguns dos principais centros técnicos do time (D’Alessandro e Taison), que são algumas das peças mais decisivas da equipe. Se juntarmos a isso a inexplicável falta de reação anímica dos jogadores dentro de campo, chegaremos a derrota do Inter – um time que conta com mais de cem mil sócios e salários altíssimos em dia – para o esforçado – mas fraco individualmente – time do Atlético Paranaense.

Eu sempre espero um dia após as derrotas para descrever minha posição sobre as ocorrências. Isso no caso do Inter, pois sou torcedor e me “enfureço” durante as partidas com algumas coisas que acontecem. Agora, se algo não mudar na próxima partida, contra o Fluminense, deve haver uma mexida, pois por aí vem o Gre-Nal, e todos sabem: Gre-Nal é sempre Gre-Nal. Este jogo é um clássico que pode arrumar a casa de um – em caso de vitória – e destruir animicamente a outra – com a derrota sendo o resultado. Contra o Fluminense, além dos três pontos – que são fundamentais após uma derrota para o Rubro-Negro paranaense – é preciso o time mostrar postura. Tanto tática quanto anímica. Ou será hora de a Direção de Futebol tomar algumas outras medidas. Ainda há tempo: tanto para o time mostrar reação, quanto para a direção intervir. Mas tem que ser agora, enquanto ainda o sonho do título de campeão brasileiro é uma realidade possível.

Sobre o Tite: acho ele um profissional correto. Não o acuso de “gremista”, como a maioria da torcida faz. Até pelo seu profissionalismo, ele já demonstrou que esse tipo de situação não interfere no seu rendimento. Basta ver os clássicos no qual ele comandou o Inter contra o maior rival. Mas é hora de Tite fazer o time dele, de uma forma ou outra, jogar novamente. É hora de Adenor Bacchi empreender em seu time o espírito do grupo campeão gaúcho com o Inter em 2009 e campeão da Copa Sul-Americana em 2008.

Tite sempre foi um motivador. Quem lembra do Caxias de 2000 e do Grêmio de 2001 sabe bem do que falo. Entretanto, ou o time começa a mostrar reação tática e anímica, ou mudanças serão necessárias. Se o time tiver esquema tático definido e ânimo de vencedor, a qualidade aparecerá naturalmente. Na falta das primeiras opções, a qualidade some. Como tem sumido nos últimos jogos e todos têm visto. Ainda assim, alerto novamente: além de tudo isso, é preciso um lateral direito de ofício nesta equipe, ou sempre ficaremos reféns de Bolívar e Danilo Silva, comprometendo o meio-campo, que não tem apoio para jogar.

Na próxima quarta-feira, o derradeiro teste: o Gigante da Beira-Rio receberá o torcedor colorado, que verá em campo o Inter contra o Fluminense, em busca dos três pontos, da tranqüilidade, do esquema tático definido e da reação guerreira em campo.

12 de julho de 2009

CHOQUE DE ATITUDE

Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de julho de 2009

RECOPA 2009: LDU x INTERNACIONAL

Acordei na manhã de sexta-feira ainda com dificuldade de processar os acontecimentos da noite anterior. Realmente só hoje despertei para os fatos. Uma derrota, muitas vezes, não é capaz de envergonhar uma inteira nação de torcedores. Muitas derrotas nos fazem crescer e buscar forças para novas disputas. Não foi o caso. Não nesta quinta-feira que passou. Em Quito, no Equador, o Internacional foi uma equipe apática e que deu toda a amostra de como entrar em campo sem espírito algum buscando a derrota. E o que mais me intriga é que, todos sabem, esse time tem qualidades. E muitas. Não é uma equipe imbatível. Ninguém é imbatível no futebol. Mas algo errado aconteceu naquela noite.

O que menos importa neste contexto é a perda da taça da Recopa. A Liga Deportiva Universitária tem uma equipe razoável e mereceu a conquista. O que não é possível entender é a atuação do Inter. Pode-se levar dois, três ou até uns quatro gols em uma partida. Mas deve-se mostrar atitude. Deve-se pelo menos ir para dentro do adversário, fazer o goleiro trabalhar, botar bola na trave, no travessão. Pressionar. O treinador Tite falou bonito no intervalo daquela partida de meio de semana. Acho que a maioria dos colorados que viram a indignação de Tite na volta para o segundo tempo pensou: "o time levou bordoada e vai jogar como nunca buscando o resultado". Pois é. Não aconteceu. Mas por qual motivo?

É preciso entender e saber como se vence e por qual motivo as vitórias são alcançadas. Assim ficará fácil entender as derrotas. Até mesmo porque ainda há tempo de recuperar o desempenho do time para manter a ponta na tabela do campeonato brasileiro em busca do tão sonhado título de campeão nacional.

TREINADOR

Acho que a mudança de técnico neste momento não é a melhor saída, a não ser que algo estranho esteja ocorrendo internamente e que isso justifique a mudança. Mas sabemos que um time bom, quando não rende, precisa de uma mudança. E normalmente a mudança ocorre na casamata. Portanto, acho que agora é preciso tranquilidade. Depois do jogo, eu ia querer a saída imediata de Tite. Essa é a nossa cultura. E por isso esperei quase três dias para analisar. Tem jogo do campeonato brasileiro hoje, contra o Atlético Paranaense. Tem Gre-Nal mais adiante. Estes dois jogos podem servir para consolidar o time na ponta do campeonato brasileiro, recuperando o desempenho dentro de campo. Ou então, derrotas nestes jogos, aliado aos insucessos nas últimas decisões de campeonato, exigirão uma conversa mais de perto entre direção de futebol e comissão técnica. Ainda assim, acredito que ninguém desaprende a jogar. Ainda há tempo. As próximas duas ou três rodadas serão cruciais para definir o futuro do time e da comissão técnica no campeonato brasileiro e no decorrer de 2009.

ESQUEMA

É preciso um lateral direito de ofício. Como Kléber só apoia "na boa", e até acho certo isso, e como temos um lateral-direito improvisado, ambos não sobem com a devida qualidade. Assim sendo, os três volantes acabam meio que se complicando no meio-de-campo. Ou se contrata um lateral-direito de ofício e que chegue para ser titular - o que não parece ser vontade da direção e é um erro - ou então que se fixe os laterais como verdadeiros zagueiros pelos lados do campo e se libere os volantes para atacar livremente - talvez até escalando mais um meio-campista de armação. Acho que a contratação de um lateral-direito seria a mais viável, para o time não ficar desequilibrado. Mas isso quem vai decidir é a comissão técnica junto a direção de futebol. Ficaremos na torcida.

COPA SURUGA

Acho que este torneio a ser disputado no Japão deve ser para o "time B". Deve-se mandar à terra do sol nascente jogadores que não estão atuando, junto com juniores e juvenis. Neste momento, é importante a direção pensar na logística e no desgaste. A Copa Suruga não dá qualquer prestígio internacional, diferentemente da Recopa, que já tem alguma tradição na sua disputa - embora também não leve a lugar algum. Acho que será um tremendo erro a direção mandar a equipe principal do Internacional ao Japão, para disputar este título. Os dólares que podemos perder em caso de derrota nesta disputa serão plenamente recuperados com o título de campeão brasileiro no final do ano. Não que deixar esta copa de lado nos garanta a taça nacional em dezembro. Mas ir até esse torneio com todos os titulares do time pode ser um erro que ameaça comprometer o desempenho do time no principal campeonato que o Inter disputa em 2009.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009: ATLÉTICO PARANAENSE x INTERNACIONAL

É a grande chance de recuperação da moral da equipe colorada. Atlético Paranaense e Inter sempre levam grandes públicos à Arena da Baixada, por ser um grande jogo entre times do Sul do Brasil. Tite tem a grande chance de, longe do Beira-Rio, fazer seus comandados voltarem a jogar com a qualidade que todos sabem que eles possuem, com o espírito e o coração na ponta da chuteira, e buscar os três importantes pontos para a sequência da luta pela conquista de um sonho que já completa trinta anos. Para isso, é preciso atitude! Um choque de atitude! É tudo o que o torcedor quer ver hoje à tarde! Seja do time em campo, comandado pelo seu treinador. Seja por parte da direção, que deve cobrar de forma séria a volta das atuações com gana de vitória e com padrão tático definido! Tendo isso, a qualidade decidirá! Só qualidade técnica não basta. Até porque na falta dos outros quesitos, ela some!

9 de julho de 2009

RECOPA: FAIXA NO PEITO E TAÇA NO ARMÁRIO

Por Luciano Bonfoco Patussi
09 de Julho de 2009

Ouço muitas pessoas falarem da pouca importância da Recopa Sul-Americana. Muitos que tem esse pensamento, inclusive, já viram sua equipe de coração vencer este troféu. É preciso entender. E entendo parcialmente. A Recopa é um torneio continental, disputado em dois jogos, em caráter de premiação. Ela põe frente a frente o campeão da Copa Libertadores da América e o campeão da Copa Sul-Americana (Anos atrás, quem disputava era o campeão da Supercopa da Libertadores e, posteriormente, o campeão da Copa Mercosul).

Como a Recopa tem caráter de premiação a dois grandes campeões continentais, não deve servir para abalar estruturas em caso de derrota, nem para "cegar" problemas, em caso de sucesso. Isso também é verdade. Para muitos torcedores - de diferentes clubes, a Recopa, realmente, não faz falta. Estes, podem ter certeza, sequer chegam até ela atualmente. Isso porque, para lhe disputar, é preciso ser campeão de algo grandioso e importante, e não apenas disputar e - tentar - sair campeão.

Nesta noite, o Internacional estará em Quito, no Equador, buscando mais um troféu para sua vasta galeria de sucessos e vitórias. Este troféu já foi erguido pelo Boca Juniors por quatro oportunidades. O Olímpia e o São Paulo também a venceram, estes, por duas vezes. O Inter terá uma disputa dificílima pela frente, visto que perdeu em casa o primeiro jogo da decisão e precisa vencer a LDU por qualquer placar para, ou ser campeão, ou pelo menos, levar para a decisão de pênaltis.

Estamos na luta! Nela estamos para sermos campeões! Será difícil! Uma derrota será ruim, como qualquer uma, mas deverá ser bem administrada, pois o ano ainda é longo e promissor. Entretanto, uma vitória colorada hoje aumentará o "status" internacional do clube, trará bonificação financeira, alegria ao torcedor, faixa no peito e taça no armário! E é só disso que o torcedor quer saber!

Quinta-feira, 09 de julho de 2009. Quito. Equador. De um lado, Liga Deportiva Universitária, campeã da Taça Libertadores da América de 2008. De outro, Sport Club Internacional, campeão da Copa Sul-Americana de 2008! Jogão e muita emoção pela frente! Força, Inter!

18 de junho de 2009

VOCÊ DESPERTARÁ POR INSTINTO

Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de junho de 2009

Tem dias que você sente a sensação de que a cama suplica a sua inseparável companhia. Nestes dias, o melhor a fazer seria acordar pela manhã, ir rapidamente ao banheiro, lavar o rosto, caminhar até a cozinha, tomar um bom café e degustar alguns biscoitos. Nestes dias, após breves minutos de desjejum, o melhor a fazer é voltar para o "berço". Puxar o cobertor, tapar-se. Esconder-se. Esquentar o corpo. E lentamente, adormecer. Adormecer e somente acordar no dia seguinte. Mas você insiste. Não volta para seu leito. O sol está raiando e você veste uma camisa - preferencialmente vermelha - com mangas curtas e vai ao ponto de ônibus. Faz calor. Está abafado. Você chega atrasado ao trabalho. Isso porque o ônibus que lhe transportaria passara minutos antes no ponto e você o perdeu. Por detalhe. Por milésimos de segundo. Segundos decisivos. Quando você acha que isso era o pior acontecimento, o sol é escondido por uma densa nuvem e a chuva cai. Isso bem no instante em que você está indo a caminho do ponto de taxi. Caminhando. Sem um guarda-chuva. No meio do nada. Água caindo feito lágrimas. Volta a sensação de que o melhor a se fazer neste dia teria sido não levantar da cama. Era melhor aguardar o dia seguinte. Você pensa que o pior passou e, na empresa, recebe a "grande notícia" do dia: você está demitido! As marés contrárias fazem parte dos grandes momentos da vida de todos nós. Assim crescemos pessoalmente e profissionalmente.

Por outro lado, você já deve ter tido uma sensação parecida como a de acordar no horário exato, sem a "bela porcaria" do despertador tocar no horário programado. A pilha falhou, mas você acordou, na hora correta e no mais preciso momento. Você despertou por instinto. Rápido banho e você está no ponto de ônibus. Em um minuto chega o coletivo. Neste dia você paga a passagem. Pouco mais de dois reais são investidos no transporte. O valor é reembolsado com juros e correção monetária no momento que você senta na poltrona e acha, por acaso, uma nota de cinquenta reais. Intacta. Sem aparente dono. Solta, na poltrona que você ocupa sozinho. É você, sozinho, o seu instinto de acordar no momento certo, cinquenta reais de brinde e o ônibus no horário mais exato possível. Ao chegar ao seu recinto de trabalho, é chamado ao departamento de Recursos Humanos. Cara amarrada. Tensão. Você está demitido? Não. Você é promovido para o cargo de confiança com o qual sempre sonhou desde a sua contratação, compra um automóvel, dá entrada em uma nova casa, se associa ao Internacional no mesmo dia e passa a ter uma vida mais confortável. Em um dia as coisas mudam. Da água para o vinho. Basta um dia. Uma nova maré. Toda a realidade que em um dia é, aparentemente, um evidente fato definitivo, pode mudar de um dia para o outro. Nada como um dia após o outro.

Nada como um dia após o outro. Eu já ouvi essa frase diversas vezes. Apaixonado por futebol que sou, o esporte bretão não seria o mesmo sem a existência do meu Internacional. Nosso Internacional. Inter do povo, do Rio Grande e do Brasil. Inter de 1909. Inter de sempre. Colorado das glórias. Orgulho do Brasil. E por incrível que pareça, todas as grandes conquistas do Internacional, dentro do Beira-Rio, foram alcançadas de forma épica, emocionante e, por vezes, dramática ao extremo. Entre tantas conquistas, lembro de 1976, onde não era preciso marcar dois gols contra o Corinthians na final do campeonato brasileiro. Um apenas bastava. Mas dois gols foram feitos. O Inter estava no dia dele. Da mesma forma que esteve em 1997, onde após ser derrotado pelo Santos na Vila Belmiro, derrotou o time da baixada santista em Porto Alegre pelo mesmo placar. Na decisão por penalidades máximas, três defesas do goleiro colorado e mais uma grande jornada - que se não terminou em título, ao menos foi uma noite inesquecível. Mais recentemente, após derrota pelo mesmo placar em Curitiba para o Paraná, o tricolor veio ao Beira-Rio levar cinco gols do Inter e acabou voltando à capital paranaense com a sensação de que, naquele dia, não deveria ter saído da cama.

É preciso ter a consciência de que vamos ao Beira-Rio no primeiro dia do mês de julho de 2009, com um placar bastante adverso. É preciso ter a maturidade de saber que o Corinthians deu um grande passo para alcançar uma grande conquista. Por outro lado, todos sabem que desde o momento em que o sol raiar no primeiro minuto do próximo mês, esta data terá tudo para ser um grande dia para toda a apaixonada nação colorada. Temos um grande time e grandes jogadores. Será aquele dia em que tudo dará certo. Será difícil, mas é importante acreditar. O Inter, e qualquer time do futebol mundial, só vence quando alguém acredita. Seja o grupo, a torcida, a direção. Alguém acredita. Se todos acreditarem, então, ninguém será capaz de separar time e torcida. É fundamental saber que o resultado favorável ao time paulista é muito bom, mas também é importante saber e se preparar: virão aí grandes emoções! Esta será a primeira noite das próximas duas semanas que sequer conseguirei "pregar os olhos à noite". Lembro das madrugadas de 2006, onde sonhávamos com algo inédito. O que farei? Imaginarei as circunstâncias da próxima batalha. Seja escrevendo. Seja pensando. Seja lembrando e acreditando.

E se não der? E se o Corinthians levantar a Copa do Brasil dentro do Beira-Rio? Vamos valorizar o momento, o próprio adversário e vamos fazer uma festa tão linda quanto a que estamos acostumados a ver na nossa casa há quarenta anos. E será merecido. Se assim for, parabéns para o bom time do Corinthians do Mano Menezes e de Ronaldo Nazário e Cia Ltda. Colorado não vive de vitórias, certo? Colorado vive de Inter, vive de ser colorado! Só o que queremos é que todos os jogadores do Inter joguem a decisão desta Copa da mesma forma como jogaram todas as últimas finais disputadas pelo time vermelho: com o coração na ponta da chuteira, superando qualquer adversidade, dando carrinho na sombra do adversário e arrancando a grama do sagrado tapete verde da beira do rio, até o último segundo do jogo. E só pedimos este campeonato. Não podemos perder! Mas se perder, que todos saibam: nas arquibancadas, daríamos a vida por um campeonato, por uma taça a mais...

E se der? Bom, se der, meus amigos... se o Inter vencer a Copa do Brasil de 2009... bem, aí cada um que imagine o cenário que será vivenciado dentro de quatorze dias. Eu já estou imaginando e sonhando. Poderá ser uma vitória estupenda e uma noite inesquecível, como tantas outras. Mas será único e indescritível o momento, podem ter certeza! Se você quiser participar disso, de uma forma ou de outra, acredite. Creia que, desde hoje, no primeiro raiar do sol do mês de julho, você despertará por instinto e, epicamente, o Internacional será - todos esperamos e torcemos por isso - o grande, majestoso e merecido campeão da Copa do Brasil de 2009!

17 de junho de 2009

São lampejos de memória, é verdade!

Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de Junho de 2009
www.supremaciacolorada.com

Na memória, lembranças tão vagas parecem vir à tona em imagens antigas sombreadas em preto e preto. Uma penalidade máxima. Era final de jogo. A televisão abriu à todos as imagens dos últimos cinco minutos daquela partida. E foi para todo o Brasil! Explosão. Gritos enlouquecedores! De repente, o alvi-negro começa a sumir da velha aparição gravada em minha mente. E o vermelho toma conta por completo. Da memória e de minha vida. Aquele garoto de dez anos de idade comemorava seu primeiro título nacional em vida. Isso porque já nascera tri-campeão brasileiro.

Célio Silva marcou o gol mais importante de sua vida naquela longínqua tarde. Junto à Fernandez, Marquinhos, Caíco, Maurício, Gérson e tantos outros, entrou para a história do Internacional. Naqueles tempos, A família de Taison, por exemplo, há pouco havia recebido o garoto em sua existência e sequer imaginava que ele jogaria bola um dia. E menos ainda que estaria em finais de campeonato! Já atletas como Falcão, em outro glorioso exemplo de épocas passadas, tiveram a chance de rever o vermelho tomar conta do Brasil.

Os anos correram. O amanhã surgiu. Radioso de luz, após quase duas décadas de alegrias e tristezas, o Internacional, aliado à sua gloriosa e imensa torcida, alcançou o topo do Aconcágua. Não satisfeito, seguiu fazendo história e conquistou o Planeta Terra. E reconquistou a América do Sul. E tomou conta do território pampeano outra vez. Outras diversas e incontáveis vezes. Mas falta reativar na mente de todos a sensação de conquistar o país.

Ah, o país! O Brasil. O meu e nosso querido Brasil! Aquele mesmo, que foi tomado das mãos da torcida colorada vergonhosamente anos atrás. A manipulação de resultados daquele tempo tão distante e ao mesmo tempo tão presente, faz até hoje faz o coração colorado derramar lágrimas de tristeza. Aquele acontecimento foi tão estrondoso e escandaloso que, pode-se dizer, foi mais fácil levar o campeonato brasileiro de 2005 do Internacional do que tomar um doce da mão de uma criança indefesa.

Ah, a criança indefesa! Uma inocente e nova alma colorada! E volto mais no tempo. E lembro novamente de 1992! E vejo os cabeceios de Célio Silva. Revivo os cruzamentos de Daniel. As defesas milagrosas de Fernandez parecem ocorrer neste exato momento, como se pênaltis fossem cobrados de todos os cantos do Brasil e espalmados pelo paraguaio a cada segundo. Os desarmes e o posicionamento preciso de Élson davam gosto de vê-lo jogar. As cobranças de falta certeiras de Marquinhos foram origens de importantes e decisivos gols. Os cruzamentos e a velocidade de Maurício aliados ao oportunismo do artilheiro Gérson fizeram reviver duplas como a passada Valdomiro e Dario, ou então a que surgiria dos pés de Sóbis e Fernandão anos depois!

São lampejos de memória, é verdade! E já passaram-se 17 anos! É hora de escrever o nome na história novamente. Os craques do presente tem toda a responsabilidade e toda a capacidade de escrever uma bonita e vencedora história mais uma vez, vestindo vermelho como se fosse sua segunda pele e cobrindo todo o Brasil com a cor do nosso coração!

1 de junho de 2009

O ALTO DA GLÓRIA E A CAMISA VERMELHA

Por Luciano Bonfoco Patussi
01 de junho de 2009

Hoje a competição dos "renegados" e de "todas as federações estaduais" completa vinte e uma edições. É verdade, a Copa do Brasil já tem mais de duas décadas de existência! E ainda existe quem a desmereça! Tratada por muitos como "competição entre campeões dos estados fortes e fracos", "segunda competição do país" ou "torneio do time de mais sorte", a verdade é que a Copa do Brasil só é vencida por quem a ela se dedica e dá o devido valor. Quem é competente o suficiente para vencer, ganha a Copa do Brasil. É normal quem não conseguir vencer, vir a tripudiar. Debochar. Quantos de nós já não tentamos "condicionar" a importância desta competição - e de tantas outras - de acordo com a classificação obtida pelo time do nosso coração?

O fato é que esta é a vigésima primeira edição da Copa do Brasil e o Internacional chega pela terceira vez até a fase semifinal. Em diversos anos o "Colorado das Glórias" foi incapaz de alcançar esta fase da disputa, exceto em 1999 e, anos antes, em 1992. Em 1999 chegamos à semifinal, mas o placar "quádruplo" que foi alcançado pelo Juventude naquela noite, no Beira-Rio lotado, faz até hoje o torcedor colorado ter pesadelos. Sabíamos perfeitamente que a vingança daquele "chocolate" um dia chegaria - como de fato chegou, com juros e correção monetária. Mas isso não vem ao caso neste momento.

Voltando sete anos antes daquela "tragédia", chegamos ao ano de 1992. Naquela temporada, o Palmeiras iniciava uma parceria com a multinacional e milionária "Parmalat". Mas na Copa do Brasil daquele ano, o "Clube do Povo" pôs "água no leite" do time do Palestra Itália, vencendo "lá e aqui", chegando até a decisão do torneio. Naquele ano, o Inter foi campeão da Copa do Brasil. Fernandez, Célio Silva, Élson, Marquinhos, Caíco, Gérson e todos os demais jogadores deram ao Inter a Copa do Brasil de 1992. Todos eles cravaram seu nome na história do Internacional e da competição!

Foram-se dezessete anos. Eliminações. Estádios lotados, vermelhos e muitas vezes em "clima de velório". E lá se foram "Londrina's", "Ceará's", "Parana'ses", "Flamengo's", "América's", "Juventude's", "Remo's", "Fortaleza's", "Vitória's" e "Sport'eses". A vida, entretanto, é um eterno aprendizado no qual muitas vezes precisamos "apanhar feio" para aprender.

Estamos em 2009. O Internacional vai à Curitiba nesta quarta-feira. Adversário desta semifinal, o bom time do Coritiba busca no seu histórico e no título de campeão brasileiro de 1985 a inspiração para voltar a ser campeão nacional. Assim como o Inter foi naquele longínquo e inesquecível 1992, após muitos anos de "jejum". E tenho a certeza absoluta de que o Inter vai a Curitiba com a gana da vitória e da classificação. O time vermelho vai novamente respeitar o seu torcedor e lutar até o último minuto pela classificação. Tenho a certeza absoluta que, no meio de um lindo e lotado estádio colorido em verde e branco, atrás de uma das goleiras, estarão milhares de colorados, cantando no "Alto da Glória", com a "camisa vermelha" para "começar a festa". Preparem-se corações apaixonados por Inter, Coritiba, verde, vermelho e branco!

Quarta-feira, 03 de junho de 2009. Estádio Couto Pereira, em Curitiba:

Coritiba x Internacional!

O duelo centenário da próxima quarta-feira é somente o início da luta para possibilitar a conquista de mais uma glória na história do Coritiba - e do Inter, é lógico!

30 de maio de 2009

O INTER E A QUARTA "FINAL" DE 2009

Por Luciano Bonfoco Patussi
30 de maio de 2009

Seja equipe titular, reserva, mista, juvenil ou de um ajuntado de torcedores que passarão pelo local do jogo no momento da disputa, é importante destacar o caráter decisivo indireto da partida entre Inter e Avaí, a ser jogada amanhã, no Beira-Rio em Porto Alegre. Para o Inter a importância do jogo é máxima, isso tanto para a torcida, quanto para o clube. Pode não parecer, mas é. Vejamos:

O time de Florianópolis, assim como outros clubes medianos em nível nacional e participantes da primeira divisão brasileira de 2009, sem dúvida alguma vai somar, no decorrer do campeonato, seus vinte, trinta ou quarenta e poucos pontos. Alguém vai perder estes pontos. E isso decide um campeonato.

Por isso, é fundamental o apoio do torcedor amanhã, no Beira-Rio. O Inter precisa de mais três pontos para seguir firme na disputa do título. Os três pontos somados a cada rodada serão fundamentais para a tão sonhada conquista, que é almejada pelo torcedor colorado há trinta anos.

Eu diria que amanhã veremos o Inter disputar a sua quarta final dentro do mesmo campeonato. Cada jogo é uma final, mesmo que indireta. Um campeonato que tem trinta e oito jogos para cada clube deve ser tratado assim por quem quer ser campeão.

O Avaí somará pontos no campeonato. Alguém perderá esses pontos. E o Inter tem que somar esses três pontos amanhã, será mais um passo na longa caminhada colorada em busca do título de campeão brasileiro de 2009.

E para a soma destes três pontos ser possível, é importante o apoio do torcedor. O campeonato é parelho, times mais fracos podem crescer em grandes disputas e causar dificuldades. Eu quero os três pontos, nem que a vitória seja de um gol. Se tiver espetáculo, ótimo. Se não tiver, o espetáculo será os três pontos. Colorados, vamos ao Beira-Rio apoiar nosso time, em busca de mais uma vitória!