Por Luciano Bonfoco Patussi
19 de Julho de 2009
Título idiota para uma crônica, de minha parte. Assumo meu erro. Erro previsível. Tão previsível quanto as últimas atuações do Internacional. Não poderia ser diferente. O Inter comandado por Tite venceu a Copa Sul-Americana brilhantemente em 2008. O Sr. Adenor Bacchi também recuperou o time no certame nacional do ano passado, onde apesar de alguns tropeços, chegou em sexto lugar, após início cambaleante. No campeonato gaúcho deste ano, atuações que lembraram aos mais empolgados torcedores o Rolo Compressor da década de 1940. Mas o Inter já não é mais o mesmo time do campeonato estadual. Não era mais o time com a mesma união e o mesmo ímpeto, já lá nas quartas-de-finais da Copa do Brasil. O colorado inexistiu no jogo do Maracanã contra o Flamengo, depois quase foi eliminado pelo Coritiba e, na sequência, foi vencido pelo Corinthians que foi o campeão do Brasil. Alheio a isso, a perda da Recopa para a LDU e mais derrotas com reação deprimente, frente ao fraco Atlético Paranaense e ao esforçado Grêmio trazem a tona a questão: será a hora do "fato novo" acontecer?
O "fato novo", todos sabem, seria a troca do comando técnico. Eu sou uma das pessoas que mais abomina a troca de treinador em meio a uma competição. A grande maioria dos times que são campeões do campeonato brasileiro, não trocam o treinador no meio da competição. Eu acho que isso jamais deveria ser a melhor alternativa. Mas certas vezes, é pior prosseguir em algo que começou a cambalear, que segue declinante e que tende a terminar pateticamente. O Inter hoje é um arremedo de time. Tem jogadores muito bons. Mas o time tem somente duas jogadas: ou é o contra-ataque, quando se consegue encaixar. Neste caso, entende-se melhor, é lançamento para o ataque e o Nilmar que resolva; ou então são tabelas manjadas pelo meio de campo, que não levam a lugar algum. É fácil marcar um time que joga somente pelo meio-campo. E o Inter não tem jogadas pelas laterais. O Inter tornou-se previsível. Digo novamente, o Inter sequer tem laterais. Kleber está em uma fase técnica difícil. Tem bom histórico, é bom lateral. Mas não está rendendo. Será culpa de quem? Mas e o lateral-direito? Bom, o lateral-direito, a torcida está no aguardo da contratação até hoje. Hoje, no Gre-Nal, vimos a deficiência do setor: próximo ao final do jogo, Tite teve a chance de criar um "fato novo". Sacou Bolívar do time. Em seu lugar, entrou Danilo Silva. Vitória inquestionável do Grêmio.
Estamos em julho. Próximos a agosto. A convicção em um trabalho é importante. Mas certas vezes, são necessárias mudanças. Após aquela derrota para a LDU do Equador, eu havia deixado qualquer análise para o dia seguinte. Eu aguardei, pois torcia por uma resposta positiva do time de Tite nos próximos dois ou três jogos. Mas o que aconteceu nos próximos jogos? Veio uma derrota patética e ridícula para o fraco time do Atlético Paranaense; uma vitória no sufoco contra o cambaleante e deprimente Fluminense; e para finalizar, uma derrota em um clássico, onde sabemos, há pelo menos seis ou sete anos, o Internacional está muito mais organizado do que o seu maior rival, para fazer um futebol decente. Até pode-se perder, em se tratando de clássico. É admissível. Não se vence sempre. E em tempo, o Grêmio mereceu o resultado e a vitória de virada por dois a um, pois foi mais time. Muito mais. Mas perder "se arrastando" em campo, outra vez, em um curto espaço de tempo, é imperdoável. É inadmissível.
Nada conta a pessoa Tite. Quem o conhece - e não o conheço - fala muito bem dele. Adenor Bacchi é profissional, trabalhador e dedicado. Mas os resultados sumiram. Despencaram. E futebol vive de resultados. É hora de mudança, definitivamente. Muricy Ramalho e Carlos Alberto Parreira, só para citar os mais capacitados, estão no mercado, livres e sem clube. Eles devem estar com muita vontade de terminar o ano de 2009 comemorando o título de campeão brasileiro.
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