25 de novembro de 2008

Lembranças que vêm na véspera

Mais uma véspera de decisão de campeonato. Bons tempos. Em nada esta nova época se parece com aqueles anos de insucessos do futebol do Inter da década de 1990. Mas as derrotas e decepções daqueles tempos só serviram para reforçar o amor e a devoção do torcedor colorado ao seu clube, o Clube do Povo. Aquilo tudo que aconteceu, tempos atrás, só serviu de estimulo e transforma cada decisão, cada nova conquista, em um momento com sabor único para nós que ficamos na arquibancada torcendo, sofrendo e vibrando: Sabor de queremos mais!

Inter, nós queremos mais! Nós te empurramos com todo nosso amor e devoção! E cá está você, em mais uma decisão! Hoje é o dia de reviver grandes emoções, grandes decisões. A dificuldade em dormir, aliado às discussões com amigos colorados no trabalho, na escola, nos bares e na Internet, trazem à tona todo o nervosismo, a ansiedade e a vontade de vermos, novamente, uma volta olímpica. Em uma temporada “meia-boca”, o terceiro título não será de um todo ruim. Muito pelo contrário. Uma terceira conquista em um ano que, para muitos, é fraco, mostra claramente o momento que o Internacional alcançou, com muito trabalho de sua direção e muito apoio de seu torcedor. Uma década atrás, vencer um campeonato gaúcho e chegar em uma decisão continental seria o ápice máximo possível. Hoje, lutamos por uma Copa Sul-Americana e, mesmo assim, não estamos totalmente satisfeitos. Esse nível de exigência e de esperança é a melhor coisa que poderia ter voltado a acontecer com o torcedor e com a direção colorada após anos de mediocridade administrativa.

A cada carrinho de Guiñazú, a cada golaço de Alex, a cada drible de D’Alessandro e a cada arrancada de Nilmar, como é bom recordar. Lembranças vêm a tona. E perto de mais uma taça ser disputada em noventa minutos, como é bom lembrar que em cada eliminação, em cada derrota, em cada momento difícil do Inter, nós estávamos juntos! E hoje, o Inter nos recompensa, em campo! Essas lembranças tornam o momento atual mais saboroso e de maior orgulho e emoção. É véspera do início de mais uma decisão!

La Plata, Argentina. Estudiantes e Internacional! São os primeiros quarenta e cinco minutos em busca de mais uma taça. O Inter é o Rio Grande e o Brasil em mais uma decisão!

Força! Muita força, colorado!

22 de novembro de 2008

CONHECIMENTO - História do Estudiantes

Internacional e Estudiantes decidem a Copa Sul-Americana de 2008. Nada melhor do que, antes das partidas decisivas, conhecermos e debatermos mais sobre nosso adversário nesta batalha que está por acontecer. Convido a todos os colorados, apaixonados por futebol e por conhecimento histórico, a colaborar com informações neste tópico.

FUNDAÇÃO E OS TEMPOS DIFÍCEIS

Fundado em 4 de agosto de 1905, este clube já centenário tem origem em dissidentes do outro clube da cidade, o Gimnasia y Esgrima. Estes não aceitavam o fato de o Gimnasia ser um clube que dava preferência a outros esportes e não ao futebol. Fundaram, assim, o Club Estudiantes de La Plata. Entretanto, no novo clube aceitavam-se apenas pessoas que tinham estudo. Esse fato fez com que o Gimnasia (de origem elitista na época) passasse a ter torcida nos bairros mais pobres de La Plata, tornando-se mais popular que o Estudiantes. Em 1913, o Estudiantes venceu o campeonato argentino na época do amadorismo. Em 1929, o Gimnasia foi o campeão argentino. O feito de “Los Professores” estava igualado. Este fato causava tremenda frustração nos adeptos do Estudiantes. Muitos jogos históricos e atletas importantes surgiram no Estudiantes com o passar dos anos. 1930. 1940. 1950. Mas o título do Gimnasia em 1929 seguia engasgado no torcedor.

DÉCADA DE 1960 – ANOS DOURADOS

Foi quando na década de 1960 surgiu um esquadrão que, fardado de vermelho, branco e preto, conquistou a Argentina, a América e o planeta. Em 1967, o Estudiantes era campeão argentino, com um time que viria a fazer história. Com astros como Verón (o pai do atual capitão do time), Bilardo (que viria a ser técnico da seleção argentina), e tantos outros, o time foi além: conquistou a Copa Libertadores da América em 1968, 1969 e 1970, tornando-se o primeiro tri-campeão do torneio. Nestes anos, venceu na decisão timaços da época, como o Palmeiras (1968), o Nacional do Uruguai (1969) e o Peñarol, também do Uruguai (1970). É verdade dizer que, naquela época, o atual campeão da Libertadores começava a disputa do ano seguinte diretamente das semi-finais. Na teoria, ficava mais fácil a conquista. Na prática, entretanto, não haviam facilidades, muito pelo contrário. O fato é que Estudiantes, na época, esmagava um a um os seus adversários.

Naquela década dourada, o ápice ocorreu em 1968, após a primeira conquista do clube na Libertadores. Credenciado a disputar a Copa Intercontinental, o Estudiantes venceu na Argentina o Manchester United – dos craques Bobby Charlton e George Best. O placar foi magro, mas suficiente: um a zero. Na Inglaterra, se não perdesse, o time sairia campeão. No início da partida, Verón calou os ingleses, marcando um a zero para o time de La Plata. Ao final da partida o Manchester United empatou, mas a festa foi dos argentinos. Estudiantes campeão da Copa Intercontinental em 1968.

Encerrou-se no início dos anos da década de 1970 o ciclo mais vitorioso da história do Estudiantes. Foi um futebol marcado pela virilidade e até alguns casos de violência. Muitos eram as críticas contra o treinador da equipe, o lendário Osvaldo Zubeldía. Diziam que o Estudiantes, ao seu comando, praticava algo violento que sequer lembrava o futebol enquanto esporte. Na verdade, o fato concreto é que um pouco disso até poderia ser verdade. Mas outra verdade, e esta é inegável, é que esses críticos muitas vezes desmereciam o Estudiantes, por ele não ser um clube grande de Buenos Aires. Mesmo assim, o Estudiantes venceu copa atrás de copa, deixando seus críticos um tanto inconformados. Se os anos de ouro do final da década de 1960 estavam encerrados, outro grande esquadrão estava por ser formado anos mais tarde.

DÉCADA DE 1980 – A VOLTA AS MANCHETES

Em 1982 e 1983, conquistou na seqüência dois títulos nacionais. Esta equipe esteve perto da decisão da Copa Libertadores em 1983. Nas semi-finais daquele ano, o time ficou na chave com Grêmio e América de Cali. No penúltimo jogo, a equipe perdia para o Grêmio em La Plata por três a um, e teve vários jogadores expulsos. Mas o time foi guerreiro e não se deu por vencido. Buscou o empate contra o time gaúcho e quase venceu o jogo. Após o heróico empate, o Estudiantes foi à Colômbia decidir seu futuro na competição. Entretanto, na Colômbia, a equipe argentina sentiu a falta dos jogadores que estavam suspensos devido às expulsões do jogo contra o Grêmio. Com o empate em Cali, o América, que já estava eliminado, eliminou o Estudiantes, deixando a vaga na decisão para o time brasileiro – com mais sorte que juízo. Ficou adiado o sonho de voltar a conquistar a Libertadores.

DÉCADA DE 1990 ATÉ HOJE – DA DIFICULDADE AO RESSURGIMENTO

Tempos difíceis vieram. Até pela segunda divisão o time de La Plata andou. Em 2006, o time voltou a ficar forte. Venceu o campeonato argentino, ao derrotar o Boca Juniors em pleno estádio de La Bombonera. E fez mais: na Libertadores, o time voltou a fazer grandes partidas. Foi eliminado pelo atual campeão mundial, São Paulo, nos pênaltis. Assim, uma decisão que era vislumbrada pelo Estudiantes, e que ocorreria naquele ano contra o Internacional, ficou adiada. Adiada até 2008, quando Internacional e Estudiantes decidirão a Copa Sul-Americana.

CURIOSIDADES

A torcida do Estudiantes está, em número, atrás somente dos cinco grandes clubes argentinos – Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing Club e San Lorenzo – e do Rosario Central, de Córdoba. Cerca de 1,5% da população argentina torce pelo Estudiantes.

Outra curiosidade é que Verón – que é filho do maestro Verón, do lendário Estudiantes da década de 1960 – surgiu no clube em um momento de dificuldade, sendo um dos maestros do time na volta a primeira divisão, o que ocorreu em 1995. Depois disso, Verón brilhou no futebol europeu e na seleção argentina. Agora, o veterano capitão volta às origens e comanda o Estudiantes em busca de novos horizontes.

Nos últimos anos, o clube tem revelado talentosos goleadores, tais como Martin Palermo, Ernesto Farias, Calderón, Mariano Pavone, Bernardo Romeo e Luciano Galletti.


Luciano Bonfoco Patussi
22 de novembro de 2008
www.supremaciacolorada.com

20 de novembro de 2008

CONSTATAÇÕES - Internacional 4x0 Chivas Guadalajara

TORCIDA: Espetacular! A homenagem à Dallegrave, histórico e vencedor dirigente falecido dias atrás, foi algo impressionante. Antes da partida, gritos de “Dale, Dallegrave” foram cantados pela massa. No instante do minuto de silencio, antes da bola rolar, o estádio inteiro aplaudiu com intensidade o dirigente, e os gritos de saudação e agradecimento foram ensurdecedores. No decorrer da partida, uma intensa “Ola”, que deu a volta no estádio umas cinco vezes ininterruptas, embelezou o espetáculo.

TIME DO INTER EM CAMPO: Todos foram bem. Álvaro, Índio, Bolívar. Todos. Mas vale um destaque especial para Guiñazú, o guerreiro de sempre. Taison e Marcão (que estava “escanteado”) foram outras boas surpresas da partida. Taison chamou o jogo para si. Marcão também. Foi muito bem em suas decidas ao campo de ataque. Nilmar foi excelente, marcando dois gols e tendo intensa movimentação. D’Alessandro, por sua vez, simplesmente acabou com o jogo. Destruiu, mais uma vez. Aos poucos, vai surgindo uma nova figura que poderá liderar a equipe colorada na busca por novos títulos.

ADVERSÁRIO: Se o Chivas Guadalajara não é uma das sete maravilhas do mundo, em se falando de sua equipe, também não é de se desrespeitar. O time não jogou no Beira-Rio, não por sua falta de qualidade. Prefiro destacar os pontos positivos do Internacional que, com qualidade e empenho, não deixou o time mexicano impor seu jogo em Porto Alegre. Na noite de ontem, Inter “calou” a maior torcida do México – e fez a alegria dos seus rivais.

CLIMA DO JOGO: Ao mesmo tempo que o clima entre os torcedores era de decisão antes da partida, na medida que o jogo foi transcorrendo, parecia que víamos cenas em que o time apenas cumpria seu papel de forma protocolar – mas com qualidade. A sensação era de que essa vitória estupenda estava escrita e era questão de tempo e paciência para os gols saírem.

EXPECTATIVA: Fica a grande expectativa pela busca incessante ao troféu da Copa Sul-Americana, e os benefícios que este título trará: premiação financeira, status, crescimento da marca Internacional, disputa da Recopa e – quem sabe – uma vaga na Libertadores.

ADVERSÁRIO DA DECISÃO: Hoje conheceremos o outro grande finalista da Copa Sul-Americana de 2008. Estudiantes e Argentinos Juniors se enfrentam em La Plata, com a vantagem do “zero a zero” para o time da casa. Digamos que, na Argentina, existem cinco clubes grandes. O Estudiantes é um clube médio da Argentina (em se falando de grandeza, torcida, entre outros aspectos). Já o Argentinos Juniors, é um clube menor, neste quesito. Clubes grandes ou médios à parte, o fato é que quem torce por estes dois clubes é fanático ao extremo. E ambos os times tem muita tradição.

ARGENTINOS JUNIORS: O clube revelou, entre tantos talentos, simplesmente Diego Armando Maradona, que empresta seu nome ao acanhado estádio do clube. A equipe do Bairro “La Paternal” teve seus maiores momentos na primeira metade da década de 1980, onde conquistou seus principais títulos, entre eles, a Taça Libertadores da América, em 1985.

ESTUDIANTES: O clube de La Plata é um dos mais tradicionais do futebol sul-americano. Para se ter idéia de sua fama, no ano de 1970 o Estudiantes tornou-se o maior campeão da Libertadores da América, até aquele momento. Conquistou naquele ano seu terceiro – e último – título da competição, o que faz o clube ter uma vontade fora do comum em erguer esta Copa Sul-Americana. Na Argentina, o clube também conquistou, algumas vezes, o campeonato nacional. No atual elenco, destaque especial para Verón. O veterano craque voltou para o clube onde começou sua carreira. Teve passagens de sucesso pela Europa e pela seleção argentina. Agora, o “bom filho a casa retornou”.

Quem será o adversário? Quem você prefere? Eu, sinceramente, não escolho. Eu prefiro a taça, contra quem ela vier! Força, Inter!

19 de novembro de 2008

Passaporte para a "História"

Quando, pela Copa Libertadores de 1980, o Internacional destroçou seus rivais América de Cali e Vélez Sarsfield’s, da mesma forma que fez com o Libertad em 2006, um “Passaporte para a História” foi carimbado. Em ambas as oportunidades. Em toda a história, o Colorado decidiu por duas vezes títulos, em se falando do âmbito continental. Os tempos passaram e novas competições foram tomando forma, como que para ser um torneio paralelo – mas com importância significativa – à Taça Libertadores. Primeiro, foi criada a extinta, mas charmosa, Supercopa dos Campeões da Taça Libertadores da América. Depois, vieram a Copa Conmebol e Copa Mercosul, também extintas. Por fim, a Copa Sul-Americana. Nunca um clube brasileiro decidiu a Copa Sul-Americana, que tem amplo domínio dos clubes argentinos. Em duas oportunidades – 2004 e 2005, os brasileiros foram à semifinal, ambas com o Internacional. A terceira semifinal com brasileiros em disputa será, mais uma vez, com o Inter. O Inter é o Rio Grande e o Brasil, em uma só voz. É hora de fazer história.

E o torcedor faz parte desse momento único! Colorado, hoje é o dia da Social e da Superior. Da Inferior e das Cadeiras. É o dia da Camisa 12 e da Super Fico. Da Nação Independente e da Popular. É dia de cantar e recordar. Todos juntos! É tempo de, a cada vaia direcionada aos jogadores mexicanos, lembrarmos do que cada torcedor, dirigente ou jogador, fizeram pelo clube, dia após dia. É dia de “entrarmos em campo”, com nossa voz e nosso apoio, independentemente de quem estiver escalado no gramado ou do lado de fora, na casamata. E ao lado dos eternos espíritos dos Irmãos Poppe, Carlitos, Tesourinha, Gérson, Dallegrave, e tantos outros familiares e amigos colorados que já vibraram e trabalharam muito pelo Internacional, teremos força suficiente para, do lado de fora do campo, fazermos nosso time ser imbatível dentro das quatro linhas – pelo menos em gana, força e coração! O resto, a qualidade vai decidir, a nosso favor!

É dia de fazer história. É dia de carimbar o “Passaporte para a História”. Vamos todos juntos em busca desta vaga – a terceira decisão da história colorada em nível continental. Força, Inter!

Luciano Bonfoco Patussi
19 de novembro de 2008
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17 de novembro de 2008

LEMBRANÇA - Valdomiro, gols, Librelato e salvação!

Estamos em 17 de novembro de 2008. Há exatos 26 anos, nesta mesma data de 1982, Valdomiro encerrava sua brilhante carreira, em um empate do Internacional contra o Esportivo, em Bento Gonçalves. Valdomiro foi atleta, persistente, um verdadeiro guerreiro que honrou a camisa vermelha da melhor forma possível. Natural de Criciúma-SC, onde vive atualmente, Valdomiro é um dos maiores nomes da história do Internacional. Em seu início de carreira, era um tanto “afobado”. Utilizou as críticas para evoluir. Tornou-se um exímio e veloz ponteiro direito. Participou do octa-campeonato gaúcho conquistado pelo Internacional entre 1969 e 1976, tendo sido ainda campeão do estado em 1978 e 1982. Além disso, Valdomiro foi, junto com Falcão, um dos dois únicos atletas que participaram do tri-campeonato brasileiro, conquistado nos anos de 1975, 1976 e 1979. Tinha, além de excelentes cruzamentos, faro de gol. Marcou importantes e decisivos gols, como na decisão dos campeonatos estaduais de 1974 e 1978, e também do campeonato brasileiro de 1976.

Exatos 20 anos depois do encerramento da carreira de Valdomiro, outro catarinense brilhou vestido de vermelho e com o “S”, o “C” e o “I” bordados ao lado esquerdo do peito. Naquele 17 de novembro de 2002, o Internacional foi a Belém no Pará e, com um dos gols de Mahicon Librelato, venceu o Paysandu por dois a zero. O resultado, aliado a derrotas de Palmeiras e Botafogo, salvou o colorado do rebaixamento. Librelato teve uma carreira meteórica. Veio do Criciúma e marcou importantes gols pelo Inter em 2002. Ganhou o carisma da torcida. Era ídolo em tempos difíceis do time do Inter. O jovem colorado faleceu dias depois, em um acidente automobilístico, em Florianópolis-SC.

Fica a lembrança e a homenagem a dois ídolos nesta importante data!

Luciano Bonfoco Patussi
www.supremaciacolorada.com

11 de novembro de 2008

Um confronto adiado pela história

Parece que voltamos no tempo. Há dois anos, passávamos madrugadas em claro, aguardando ansiosamente cada nova partida do Internacional pela disputa da Copa Libertadores 2006. Líamos notícias na Internet, participávamos de debates entre colorados. Em outras palavras, buscávamos a tranqüilidade no pensamento positivo de nossos irmãos vestidos de vermelho e sedentos de vitória.

Naquela oportunidade, os colorados das mais novas gerações ansiavam por uma importante conquista. Aquela conquista seria um marco, um ícone. A ida do Internacional para a disputa do mundial interclubes daquela temporada era, em um primeiro momento, um mero e irrelevante detalhe. A classificação do Inter para o mundial deveria ocorrer de uma forma suada, porém suprema. O Inter precisava de um título. O Inter precisava ser campeão. E foi com este pensamento que boa parte da torcida colorada, naquela outra semifinal, torceu pelo São Paulo. Isso porque caso o Chivas Guadalajara fosse à decisão, o Internacional já jogaria a final da Copa Libertadores classificado para o campeonato mundial ao final de 2006. Por outro lado, jogar o campeonato mundial interclubes, após uma derrota frustrante para pelo menos três gerações de apaixonados torcedores, nos daria a sensação de estarmos ocupando um lugar que, por méritos e merecimento, seria de outro.

Tamanha era a sede de vitória colorada, que preferíamos jogar a decisão da Libertadores, precisando ser campeão, para ir ao mundial. Se fôssemos derrotados, não nos interessava ir ao Japão. O Inter precisava dar ao seu torcedor momentos como aqueles, que foram bem vividos nas noites e madrugadas que passamos em claro em 2006. Com nosso pensamento transformado em um ímã, “atraímos” o São Paulo para a “armadilha” da decisão, deixando o confronto contra o Chivas Guadalajara, momentaneamente, adiado. Adiado pela história. Adiado para o bem e para a beleza de nossa história!

E chegou o momento. Junto com o América, o Chivas de Guadalajara é um dos dois mais queridos clubes do México. América e Chivas podem ser considerados uma espécie de “Corinthians e Flamengo mexicanos”, em se falando de popularidade. Este querido país, habitado por um povo simpático, hospitaleiro e apaixonado por futebol – inclusive pelo brasileiro, receberá a primeira partida da semifinal da Copa Sul-Americana de 2008. Os mexicanos vão literalmente “parar” para ver um de seus mais tradicionais clubes jogar. E por outro lado, metade do Rio Grande e boa parte do Brasil estarão “grudados” na telinha e no radinho, em busca da realização de mais um sonho.

Copa Sul-Americana 2008, Guadalajara, México: Chivas e Internacional.

“Ahora es la guerra! Fuerza, Inter!”

Luciano Bonfoco Patussi
11 de novembro de 2008
www.supremaciacolorada.com