27 de março de 2009

MEMORÁVEL – Campeonato brasileiro 1975: Fluminense FC x SC Internacional

Por Luciano Bonfoco Patussi
27 de março de 2009
lbpatussi@yahoo.com.br
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Para falar sobre um dos jogos mais importantes da história do futebol gaúcho, é interessante voltarmos ao tempo e relembrar alguns fatos que marcaram o envolvimento contido no jogo Fluminense “versus” Internacional, disputado em 1975, válido pelas semifinais do campeonato brasileiro daquele ano.

O futebol gaúcho tem muita tradição. Muito dessa tradição – grande parte – se deve à popularidade do Internacional. O Colorado é popular desde sua fundação e é responsável direto pelo respeito que todos passaram a ter pelo futebol do Rio Grande do Sul ao longo dos anos. Nosso futebol cresceu nas décadas de 1930, 40 e 50. Mais ao final dos anos da década de 1960, na disputa do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o “Robertão” – que era o antecessor do campeonato brasileiro atual – o Internacional já dava mostras de sua força além do Rio Mampituba. O Colorado foi vice-campeão deste torneio por duas vezes, mudando um pouco o conceito formado nacionalmente, de que times do Rio Grande do Sul não teriam condições de disputar grandes títulos nacionais. Essa situação colocada por parte da imprensa do centro do país incomodava a todos por aqui. Eles até tinham certa razão, pois os grandes títulos ficavam sempre por lá mesmo. Mas os gaúchos são fortes. Aguerridos. Bravos. E assim, os “vermelhos” – e anos mais tarde também os azuis – cresceram e se fortaleceram a tal ponto que, atualmente, podemos dizer que o futebol gaúcho também faz parte – em termos de força, poder econômico e tradição de títulos interestaduais – do grande centro do futebol nacional – ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ao final dos anos 60 e início da década de 1970, o Internacional já tinha um grande time, que ano após ano ia sendo fortalecido. Na diretoria do clube, nomes como Ephraim Pinheiro Cabral, Carlos Stechmann, Eraldo Herrmann, entre tantos outros, foram responsáveis pelo crescimento do clube no nível nacional das disputas. Em solo gaúcho, o Internacional tornava-se arrasador, ano após ano. De 1971 até 1974 o Colorado ficou sempre entre os cinco principais times do país. Na época, o comandante de tudo foi Eraldo Herrmann, presidente do Internacional no biênio 1974-1975. Ao final de 1974, o esquadrão vermelho foi hexacampeão gaúcho, igualando sua própria marca recorde, obtida em 1945 com o “Rolo Compressor” que tinha, entre outros tantos craques, Tesourinha, Alfeu, Nena, Abigail, Carlitos. Voltando ao nível nacional e à década de 70, mais precisamente em 1975, uma das chaves das semifinais do campeonato brasileiro daquele ano foi disputada em jogo único, entre Fluminense e Internacional, no Maracanã, na Cidade Maravilhosa. O Inter, naquela altura, já era heptacampeão do Estado. O mítico estádio Maracanã receberia naquele dia 7 de dezembro o Internacional para tentar selar o seguinte destino: o time do Sul é bom, mas vai ficar, novamente, em terceiro ou quarto lugar no campeonato brasileiro. Essa era a vontade e a convicção da grande maioria da imprensa e dos torcedores do centro do país. Mas desta vez, não foi bem assim. No Rio de Janeiro, a certeza era de que a máquina tricolor, comandada pelo brilhante craque Rivelino no meio-campo, e que contava ainda com jogadores consagrados como Félix, Carlos Alberto Torres e Zé Mário, entre tantos outros, passaria à final do campeonato, atropelando os “Vermelhos”.

Na véspera da partida, o povo do Rio de Janeiro praticamente comemorava o resultado do jogo que ainda seria disputado, de fato. A certeza de vitória era enorme. Passados vinte e cinco anos do “Maracanazo” de 1950, os vilões do Maracanã mudaram de cor. “Trocaram” a camisa “celeste olímpica” pela camisa vermelha – da cor do coração de todos nós.

Os jogadores colorados, naquele longínquo dezembro de 1975, foram vilões para uns, mas heróis imortalizados na memória de uma inteira nação de torcedores sedentos por mais vitórias. Rubens Minelli, o magistral treinador do Internacional na época, pouco antes de o time entrar em campo, mostrou ao seu grupo de atletas algumas reportagens que foram divulgadas no dia anterior à partida. Essas reportagens estampavam a esperada vitória da equipe do Fluminense – que não aconteceu. Todos os tricolores do Rio esperavam ansiosamente pelo jogo contra o Cruzeiro, que decidiria o título daquele ano. O jogo contra o Inter seria apenas mais um na caminhada rumo ao título.

Rubens Minelli, o treinador colorado, motivou o time de tal maneira que, em campo, o Fluminense comandado por Didi não viu a cor da bola. Em campo, comandado pelo cerebral Paulo César Carpeggiani, o Internacional dominou o time carioca. Caçapava, tal qual um cão de guarda do sistema defensivo colorado, fez com que Rivelino não conseguisse tocar muitas vezes na bola no jogo. Em uma atuação épica, digna de grandes esquadrões que fizeram história no mundo da bola, o Colorado foi ao Rio de Janeiro, venceu o Fluminense por dois gols a zero – golaços de Paulo César Carpeggiani e do ponteiro-esquerdo Lula, jogou uma partida bela, irrepreensível e inesquecível para todos os amantes do bom futebol, “calou” mais de cem mil torcedores adversários que assistiam ao espetáculo das arquibancadas, “emudeceu” parte da imprensa que não respeitava o “Rolo Compressor Colorado” e, de quebra, garantiu vaga na decisão do certame que sagraria o Internacional como campeão brasileiro de 1975. Foi o primeiro título de expressão interestadual de um clube gaúcho. Mas aquele épico e heróico jogo contra o Fluminense foi que, verdadeiramente, encheu a todos de confiança e fez com que a história do Internacional e do futebol gaúcho desse uma verdadeira guinada no rumo das grandes conquistas.

Após a grande vitória contra o fortíssimo time do Fluminense, veio a decisão do campeonato brasileiro, contra o Cruzeiro. Foi outro jogo difícil, contra um outro grande esquadrão daquela década dourada. Mas este jogo decisivo já é uma outra história – e bem mais conhecida por todos.

Em 4 de abril de 2009, o Internacional completará cem anos de existência. Nas vésperas desta data tão significativa, nada melhor do que recordar alguns dos milhares de feitos alcançados na história do clube. A partida entre Fluminense e Internacional jogada em 1975 foi um destes capítulos inesquecíveis da história, não só do Internacional, mas do futebol gaúcho e brasileiro. O Inter é, e sempre será, uma força do futebol nacional e um clube que apaixona milhões de torcedores pelo Brasil e pelo mundo afora. Parabéns Sport Club Internacional pela passagem dos seus cem anos de lutas e glórias!

Fontes de Pesquisa realizada pelo autor entre 26 e 27 de março de 2009:

*www.internacional.com.br (Web)
*http://futpedia.globo.com/campeonatos/campeonato-brasileiro/1975/12/07/fluminense-0-x-2-internacional
*http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_presidentes_do_Sport_Club_Internacional

17 de março de 2009

O Gigante centenário ressurgiu

Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de março de 2009
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Lembro do aniversário dos noventa anos como se fosse hoje. Na memória, lembranças tão rubras quanto o nosso coração vêm à tona como se vivesse este momento único novamente. Em 1999, o Inter chegava aos noventa anos de existência. Uma vida própria, que passou apaixonando e sendo cultuada por gerações e gerações. Uma história repleta de vitórias mas que, na época, pelos gramados do Brasil, deixava a desejar. O Inter era conhecido por ser um grande clube, de muita tradição. E só. O vermelho não brilhava nos momentos decisivos da forma como desejávamos enquanto fiéis torcedores. Naquele ano único, muitas coisas poderiam ter sido motivo de orgulho: o plano de sócios – Sócio Colorado – inédito no Brasil; a contratação de Dunga, o capitão do Tetra; a festa dos noventa anos, um belo espetáculo proporcionado pela diretoria do clube. Esperava-se a conquista de um grande título, já que a sede da torcida era de vitória. Entretanto, o que passamos nas arquibancadas naquele ano, ao ver as atuações do time em campo, foi uma verdadeira prova de amor incondicional e de persistência que somente um colorado pode saber o que significa. Não tem explicação. Aquele ano de 1999 foi um ano de provação. O último jogo do campeonato brasileiro foi contra o forte Palmeiras, campeão da Libertadores. Foi o último jogo do campeonato. O último jogo do ano. Poderia ter sido o último jogo das nossas vidas. Nas manchetes era destacada a fúria e a valentia de um gigante adormecido. Um gigante que não poderia cair. Não naquele momento. Não. Jamais.

Depois daquele aniversário, correram os anos. Dez anos. O amanhã surgiu, diria Nélson Silva, com suas próprias e sábias palavras que até hoje trazem à torcida alegres emoções. O Sport Club Internacional chega ao ano do seu centenário completamente renovado e voltado para o futuro. Estádio Gigante da Beira-Rio sendo remodelado. Plano ousado de sócios, onde a marca de oitenta mil adeptos é um feito nacional e mundial. Na sala de troféus, o Inter guarda para a história conquistas inéditas para si mesmo e para o futebol brasileiro. Em campo, torcemos não só por jogadores. Apoiamos jovens que buscam um futuro vitorioso com qualidade. Vibramos com verdadeiros ídolos. Jogadores identificados e adaptados ao clube e a cidade de Porto Alegre nos fazem vencedores. O Inter hoje tem qualidade em tudo e tem muito a melhorar – e sabe disso. O Colorado é um exemplo de administração de clubes desportivos para ser seguido por todos no Brasil. E alcançamos isso, todos juntos, com muita dificuldade. Foi difícil a transformação do clube. A profissionalização. A qualificação. A espera pelo primeiro grande título após anos. Parece um sonho. Mas não é. O quatro de abril está chegando. Estamos em 2009. A emoção vai tomando conta de todo torcedor. O gigante, aquele mesmo adormecido há anos e que no final de 1999 deu um suspiro destruidor, está de volta. Não digo que este gigante está maior hoje. Não. Nada no Sul do Brasil é, ou foi maior um dia, do que o Internacional sempre foi. Um verdadeiro Gigante. Gigante desde 1909.

Sport Club Internacional. Não nascemos por ti. Mas vivemos por ti. Nascemos para te fazer crescer e para proporcionar às novas gerações as mesmas emoções que vivemos na arquibancada de tua casa. Da nossa casa. O Beira-Rio. Gigante da Beira-Rio. Palco de vitórias, lágrimas e união. Indescritíveis e inigualáveis emoções. Próximo ao teu centenário, Inter, só quero deixar registrado meu muito obrigado. Obrigado Inter. Obrigado a quem fundou o Internacional em 04 de abril de 1909. Irmãos Poppe, hoje juntos a Nélson Silva, acima da marquise da Maior Torcida do Rio Grande: vocês deram início a um Gigante. E este Gigante, com vida própria, emociona até hoje a todos que ousam vestir o vermelho pelo menos uma vez na vida. Vestir vermelho deveria ser currículo escolar. Assim, todos saberiam a emoção que significa usar a camisa vermelha todos os dias e mostrar para o mundo inteiro o que é ser Internacional.

7 de março de 2009

EXPECTATIVA - Internacional x Veranópolis

Por Luciano Bonfoco Patussi
07 de março de 2009
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Taça Fernando Carvalho. Taça Fábio Koff. Estes dois troféus que significam a conquista de um turno regional. Erguê-las pode ser apenas o início de mais uma faixa estadual no peito. Cedo ou tarde, se a fórmula do campeonato gaúcho se mantiver nos próximos anos, Internacional ou Grêmio levarão para a sua sala de troféus uma taça com o nome de um grande presidente da história rival. Particularmente, flautas e deboches à parte, muito me honraria levar para casa uma taça contendo o nome de um histórico dirigente do arqui-rival.

E é com este espírito que o Internacional entrará em campo, hoje, contra o Veranópolis. A estréia no segundo turno do campeonato gaúcho – Taça Fábio Koff – é repleta de muita expectativa. Em campo, o Inter contará com jogadores que não vinham atuando, entretanto, são alguns jogadores de qualidade já reconhecida. Outros, são jovens revelações. Todos em busca de seu espaço. E isso só engrandece o espetáculo que poderá ser proporcionado ao torcedor que for na tarde de hoje ao Gigante da Beira-Rio.

Entre os concentrados para a partida, apenas quatro jogadores que vinham atuando regularmente: Lauro, Bolívar, Álvaro e Andrezinho. O provável time para logo mais deve ir a campo com:

Michel Alves – cogita-se que nesta tarde o arqueiro terá sua chance dourada de vislumbrar uma vaga no time titular do Inter. O Colorado está bem servido no gol.

Arílton – O jovem lateral-direito, contratado junto ao Coritiba, começa a lutar para alcançar um lugar de destaque no time. Mas Tite está correto ao lançar o jogador com cautela. Muitos jovens são “queimados” quando, recém chegados ao clube, são lançados como solução para uma determinada carência.

Bolívar – O atleta, que vem sendo escalado em sua posição de origem – onde nunca teve grande destaque, terá oportunidade de atuar novamente na posição em que tornou-se o “General Bolívar”, campeão da Copa Libertadores da América de 2006.

Álvaro – A tendência é que hoje seja o capitão da equipe. Um tanque no comando defensivo do Internacional.

Marcelo Cordeiro – Lateral de grande velocidade e movimentação, terá grande oportunidade para provar se realmente tem qualidade suficiente para deixar Kleber, um dos grandes reforços colorado para 2009, como opção no banco de suplentes. Quem ganha com esta sadia “briga” entre ambos é o Inter.

Sandro – O jovem capitaneou a seleção brasileira sub-20 na conquista do sul-americano da categoria, no início de 2009. É um jogador muito promissor: bom na marcação, imposição física e bom passe. São qualidades que tem tudo para ser ainda desenvolvidas ao máximo.

Rosinei – Terá oportunidade para literalmente “comer a grama” hoje e provar que estamos bem servidos com opção para a substituição do guerreiro Guiñazú, quando este não puder atuar.

Andrezinho – Como sempre, é um jogador que não aparece muito para o torcedor. Mas é uma peça de fundamental importância para o grupo do Inter. Foi uma das renovações de contrato do Inter mais “comemoradas”, particularmente falando.

Giuliano – Outro talento da seleção sub-20 campeã da América do Sul, Giuliano recém chegou do Paraná Clube e já tem mostrado seu valor. Hoje terá noventa minutos para atuar, mostrar sua qualidade e ajudar o Inter a somar três importantes pontos.

Walter – Será o terceiro jogador que foi campeão sub-20 com a seleção nacional e estará em campo hoje. Comparado por muitos a Claudiomiro, Walter tem força e é oportunista. É jovem e tem muito a crescer. Mas não deve ser cobrado por resultados imediatos, sob pena de ser “queimado” no clube.

Alecsandro – A pedido de Tite, que queria um centro-avante de força para mudar eventuais partidas, Alecsandro foi contratado. E já mudou uma difícil situação. Foi um dos principais responsáveis pela difícil vitória alcançada contra o União de Rondonópolis, em jogo que classificou o Inter para seguir na briga pelo título da Copa do Brasil. O centro-avante terá, hoje, chance para atuar desde o início do jogo.

Avante Inter, rumo ao bicampeonato gaúcho em 2009!

Inter. 100 anos. 100 mil sócios!

5 de março de 2009

CRÔNICA - Internacional 2x0 União/MT

Por Luciano Bonfoco Patussi
04 de março de 2009
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A vitória por dois a zero, em favor do Internacional, contra o União de Rondonópolis, foi suficiente para fazer o Colorado alcançar sua vaga na próxima fase da Copa do Brasil, buscando recuperar a taça que conquistou pela única vez em 1992. E o próximo adversário será o Guarani de Campinas, tradicional clube, campeão brasileiro e que após uma péssima fase de sua história – onde esteve na terceira divisão do campeonato brasileiro em 2008 – volta à série B em 2009, para tentar recuperar seu lugar na primeira divisão nacional.

Mas o jogo desta quarta-feira não foi fácil. Esperava-se o União totalmente retrancado e sem ambição de jogar. Mas o time mato-grossense cumpriu a promessa de seu treinador, que dizia que a equipe jogaria fechada mas tentaria sair para o jogo sempre que possível, pois jogar só defendendo contra o Inter seria sinônimo de sofrimento e derrota certa. O União se defendeu como pôde, buscou – e conseguiu – tocar a bola e o Internacional tentou algumas vezes, sem sucesso, marcar seu gol. Andrezinho e Guiñazu foram incumbidos – mais ainda Andrezinho – de chegar com força ao ataque, para auxiliar D’Alessandro, Nilmar e Taison. Mas desta vez, Andrezinho – que ao meu ver é um bom jogador – esteve melhor na parte tática do que na parte criativa. Assim o primeiro tempo terminou com o zero no placar para ambos os lados.

Na volta do intervalo, o tempo passou rápido para o torcedor colorado. Cinco minutos. Dez. Giuliano no lugar de Andrezinho melhorou a equipe. Quinze minutos. Nada. Eis que Tite venceu um jogo que, teoricamente, deveria não ser tão difícil. Como àquela altura da disputa somente o Inter tentava algo na partida, Tite tomou uma decisão que nesta noite foi correta e iluminada: sacou o lateral defensivo Bolívar da equipe, colocando no ataque um centro-avante de ofício, Alecsandro. Assim o Inter ficou com o ataque tendo Nilmar flutuando pelas pontas e Alecsandro dentro da área, como referência. Como o União não atacava mais, Giuliano e Taison, com muita movimentação, passaram a preencher a lacuna deixada por Bolívar do lado direito do gramado – por vezes cobertos por Magrão.

Assim o Internacional conseguiu uma cobrança de falta próxima da área. D’Alessandro acertou a trave e, no rebote, Índio livre, de cabeça, abriu o placar. O camisa três do Inter campeão mundial cada vez mais passa a ser, além de exímio defensor, um jogador de gols decisivos. Inter um a zero. E em nova trama de velocidade do ataque colorado, a quase perfeita conclusão de Nilmar parou na trave do goleiro. A bola ricocheteou e voltou para o centro da pequena área. Aquele espaço estava habitado, naquele instante, por um camisa nove legítimo: Alecsandro, com um só toque, dominou a bola e a preparou para a conclusão. A rede estufou e o Gigante explodiu em um misto de alívio e esperança. Alecsandro mostrou a que veio. Sem goleiro. Fácil e, ao mesmo tempo, difícil. Chorado. Ao melhor estilo goleador de área. Foi uma vitória sofrida, com gols que pareciam não querer sair e chance de gol adversário no final da partida.

Entretanto, o mais importante foi a classificação do Internacional para a próxima fase da Copa do Brasil, bem como a precisão do treinador Tite ao modificar com inteligência – e uma certa dose de ousadia – uma situação da partida que começava a ficar caótica. Dizem que treinador que mexe bem na equipe o faz assim porque escalou de forma incorreta. Entretanto, nunca podemos esquecer que no futebol existe um adversário. Qualificado ou nem tanto, este oponente pode impor dificuldades que somente o treinador do time pode reconhecer e ter o poder de mudar para melhor. Às vezes, uma decisão tomada em uma fração de segundos pode modificar a história de uma competição. E foi o que Tite fez hoje. Tite mudou a equipe, venceu a partida, fez o Inter seguir vivo na Copa do Brasil e está de parabéns, juntamente com todo o elenco colorado.

4 de março de 2009

CRÔNICA - "União" colorada contra o União

Por Luciano Bonfoco Patussi
04 de março de 2009
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Contra o União de Rondonópolis, hoje no início da noite, no estádio Gigante da Beira-Rio, pela Copa do Brasil de 2009, o Internacional deverá arrancar em busca do título do torneio que garante ao seu campeão uma vaga na Copa Libertadores da América do próximo ano. Sim! Começa hoje para o Internacional uma dura caminhada rumo ao título da Taça Mundial Interclubes da FIFA de 2010!

Digo que hoje começa a luta pelo bi-campeonato mundial, pois a derrota em Rondonópolis, na estréia da Copa, foi simplesmente inesperada e, ao mesmo tempo, merecida. O time do Inter acabou sucumbindo no segundo tempo e o União, jogando em casa, mostrou muita motivação, alcançando um histórico resultado. Mas o colorado do Mato Grosso é um time que carece de maior qualidade. Isso ficou claro na partida em que o time, heroicamente, derrotou o Internacional.

Acredita-se que a equipe do Inter entre em campo hoje escalado com Lauro no gol. Na zaga, uma linha de quatro defensores será formada contendo Bolívar, Índio, Álvaro e Kleber, sendo que caberá a este último atacar – e muito – pelo lado esquerdo de ataque. No meio de campo, buscando cada vez mais um maior equilíbrio defensivo e ofensivo, Tite deverá escalar Magrão na primeira função defensiva – ficando mais resguardado na defesa – tendo em Andrezinho e no capitão Guiñazú as peças de maior movimentação na meia-cancha, buscando defender com organização e chegar junto ao ataque com qualidade, e mais centralizado, D’Alessandro ficará encarregado de dar o toque de qualidade ao time. Caberá ao argentino receber a bola do meio de campo, aparecer para o jogo e distribuir passes para os atacantes do time, sendo o responsável pelo toque final, antes da conclusão. Na frente, Taison e Nilmar deverão se movimentar incessantemente, buscando atrapalhar a marcação que promete ser dura e extremamente defensiva, por parte da equipe mato-grossense. E mais: deverão, na ausência de um centro-avante de força, buscar incessantemente conclusões à gol.

Particularmente, vejo que, se o Inter trabalhar bem esta partida, mostrando organização e vontade de vencer, não terá maiores dificuldades. Mas se o time não demonstrar gana, as coisas podem se complicar, mesmo contra um adversário que reconhecidamente é bem inferior, tecnicamente falando. Por isso o futebol é apaixonante. Não basta ser o melhor e merecer vencer. “As vitórias são conquistadas e não apenas merecidas”, já dizia o eterno capitão Elias Figueroa *.

A “vacina” contra o “salto alto” já foi dada para todo time do Inter, que quando ingressou no Centro-Oeste brasileiro achando que voltaria com a vaga assegurada, voltou de lá com uma derrota justíssima. Agora, resta ao treinador Tite colocar o time em campo, motivar os atletas mostrando a importância desta partida em específico e desta competição e ir para cima do União de Rondonópolis, com muita organização, força, vontade e gana – com todo o respeito que esta equipe, como qualquer outra, merece.

Colorados, agora é o momento de unir todas as forças, torcer, vibrar e ajudar o Internacional na campanha rumo ao bi-campeonato ** da Copa do Brasil!




* Elias Ricardo Figueroa Brander, chileno de Valparaíso, foi capitão do Internacional. Um xerife da defesa colorada. Penta-campeão gaúcho (1972 até 1976) e bi-campeão brasileiro (1975 e 1976), Figueroa foi o autor do gol do primeiro título nacional conquistado por uma equipe gaúcha: o campeonato brasileiro de 1975. Entre tantos títulos e prêmios conquistados – tanto no Inter como em seus outros clubes – Figueroa está escalado na “Seleção da América do Sul de Todos os Tempos” em eleição feita com cronistas esportivos de todo mundo. Nesta “seleção”, o chileno está escalado ao lado de outros dez “gênios”, entre eles Di Stéfano, Maradona, Garrincha e Pelé.

** O Internacional venceu a Copa do Brasil em 1992. Após dezessete anos e muitos “tropeços” nesta competição, o Colorado luta em 2009 pelo bi-campeonato do certame.

Fonte de referências de parte dos dados coletados e descritos nesta crônica: website “wikipedia”.

2 de março de 2009

ANÁLISE - Internacional 2x1 Grêmio

Por Luciano Bonfoco Patussi
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No clássico Gre-Nal 375, o Internacional voltou a derrotar o Grêmio e garantiu a Taça Fernando Carvalho, equivalente ao primeiro turno do campeonato gaúcho. Assim, o colorado está garantido na final do campeonato estadual de 2009 e se vencer o segundo turno, será campeão regional antecipadamente.

No primeiro tempo, foi nítida a vantagem colorada. Uma vantagem avassaladora, com chances de gol, diferentemente de uma “teórica” vantagem que o Grêmio obteve no primeiro clássico do ano, onde teve mais posse de bola, mas as chances de gol não foram tão claras. Durante o primeiro tempo de ontem, só o Internacional tentou jogar. Seus três qualificados volantes, e mais o bom Andrezinho no meio-campo, venceram duelos particulares contra seus marcadores. O problema é que o Grêmio escalou apenas um volante – Adílson – e os três zagueiros tricolores são rebatedores, não tem qualificação para sair jogando. Assim, o meio-campo do Grêmio sucumbiu. Suas principais tentativas aconteciam pelos lados do campo. Ruy e Jadílson tentavam com todas as suas forças criar. Souza e Tcheco estiveram super limitados, o que a meu ver não é nenhuma novidade. Particularmente, acho ambos jogadores de criação muito limitados e abaixo da grandeza do Grêmio. Nilmar e Taison eram caçados em campo o tempo todo. O árbitro Leonardo Gaciba foi muito infeliz na parte disciplinar, não conseguindo conter a violência da limitada equipe tricolor. Vitor salvou o Grêmio em pelo menos três claras chances de gol. E assim o primeiro tempo terminou em igualdade de zero no marcador.

No segundo tempo, o Inter voltou melhor e marcou seu gol, legítimo, através de Índio – uma espécie de zagueiro-gol colorado. Tal qual Nilmar, Índio passa a ser, cada vez mais, figura decisiva no clássico. O Internacional seguiu melhor até que, em uma boa troca de passes do Grêmio no campo de ataque, a bola foi rolada para Alex Mineiro, tal qual um camisa 9, com frieza, marcar um belo gol. Aquele lance esfriou um pouco o time colorado e fez com que o Grêmio se lançasse ao ataque. Mais com entusiasmo do que com organização. A superioridade do Grêmio lhe deu algumas tentativas de chute, inclusive com perigo, sendo defendida por Lauro. Entretanto, no momento que Magrão testou a bola para o fundo do gol, após uma cobrança de outra das tantas faltas cometidas pelo Grêmio, o Inter voltou a tomar conta do jogo, venceu com autoridade, ergueu a Taça Fernando Carvalho, aumentou a estatística da larga vantagem histórica de vitórias no clássico, deu mais uma volta olímpica e fica agora a um passo da conquista do bi-campeonato gaúcho.

1 de março de 2009

DECISÃO - Clássico Gre-Nal 375

Por Luciano Bonfoco Patussi
01º de março de 2009
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São quase quatrocentos enfrentamentos em uma vencedora história de quase cem anos que confunde a existência de dois vencedores e gigantes clubes. Neste dia 01º de março, Internacional e Grêmio decidem, no “colorado” estádio Gigante da Beira-Rio, o primeiro turno do campeonato gaúcho de 2009. O vencedor levará para casa a Taça Fernando Carvalho e, junto a ela, uma vaga antecipada à decisão do campeonato estadual deste ano. Em caso de empate, o vencedor será conhecido através de cobranças de penalidade máxima. Emoção à vista para a tarde deste domingo!

No Grêmio, o técnico Celso Roth levará a campo, provavelmente, a seguinte escalação: Vítor; Léo, Réver e Rafael Marques; Ruy, Adílson, Souza, Tcheco e Jadílson (ou Fábio Santos); Jonas e Alex Mineiro. São bons zagueiros, aliados a bons alas, tanto pela direita quanto pela esquerda. Com Fábio Santos, o time não teria tanta força ofensiva, com perigosos cruzamentos pelo lado esquerdo, mas teria melhor força defensiva. Fábio Santos é regular nessa função ofensiva. Já Jadílson é ótimo. A formação com três zagueiros e apenas um jovem volante, Adílson – que aos poucos parece ser uma boa afirmação do Grêmio – mostra que o Grêmio vai ao Beira-Rio para tentar vencer a qualquer custo, garantir uma vaga na final do estadual e colocar fim a um jejum de vitórias em clássicos que já dura um bom tempo. Ao lado de Adílson no meio campo, estarão Souza e Tcheco cumprindo funções defensivas e, ao mesmo tempo, sendo responsáveis por municiar o ataque – que, pelo que tem sido divulgado pela imprensa, vai de Jonas (a meu ver, uma espécie de “Andrezinho do Grêmio” – uma ótima opção, uma espécie de 12º titular do time) e mais o goleador Alex Mineiro – um jogador que precisa de um lance para ter a oportunidade de decidir uma partida. Merece atenção, por parte da defesa colorada, o camisa nove tricolor.

No Inter, Tite vive um dilema que muitos treinadores gostariam de ter: muitas opções para escalar o time com diferentes formações táticas. Pelo que tem sido divulgado na imprensa, o Inter vai a campo formado com Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Kléber; Sandro, Magrão, Guiñazú e Andrezinho (ou Giuliano); Taison e Nilmar. D’Alessandro, suspenso, fica fora do clássico. Particularmente, sou adepto da escalação de um típico camisa nove na equipe – tarefa que ficaria, no Inter, com Alecsandro ou o jovem Walter. E além disso, os três volantes escalados por Tite, mesmo que tenham qualidade para jogar, ficam muito presos defensivamente, ainda mais considerando que o Inter não tem uma força ofensiva relevante pelo lado direito, com Bolívar. A solução para o Gre-Nal talvez fosse a escalação do jovem, talentoso e promissor Giuliano no meio-campo, não no lugar de Andrezinho, mas sendo o seu companheiro na armação de jogadas. Ambos, além de criativos, sabem ajudar o setor defensivo. Assim, o meio campo ficaria, ao mesmo tempo, compacto e mais criativo. Desta forma, Bolívar poderia ficar mais recuado na lateral, cumprindo, e bem, somente sua função de defensor. E Magrão, neste jogo, seria uma opção no banco de reservas. Sandro e Guiñazú poderiam guarnecer bem a zaga colorada. Na frente, Taison e Nilmar ficariam encarregados de, mais uma vez, tentar infernizar a defesa gremista e fazer sucumbi-la a sua qualidade ofensiva – de novo. Alecsandro e Walter seriam opções suplentes para tentar mudar o panorama da partida – em caso de necessidade – no decorrer da partida.

Particularmente, esta é minha visão do Gre-Nal que se aproxima. É mais um grande clássico na vida de todo apaixonado torcedor colorado e gremista. Muita paz para todos. Vamos juntos torcer. Uns pelo vermelho. Outros, pelo azul. E independentemente do resultado final, sem violência. Afinal de contas, somos apenas mortais que nos divertimos com o futebol proporcionado por nosso time preferido.

No mais, boa sorte à todos os jogadores e torcedores da dupla Gre-Nal e MUITA FORÇA MEU INTER! Em busca de mais uma TAÇA, TODOS ao Gigante da Beira-Rio! Como de costume e como SEMPRE!

Inter, 100 anos! 100 mil sócios!