17 de março de 2009

O Gigante centenário ressurgiu

Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de março de 2009
www.supremaciacolorada.com

Lembro do aniversário dos noventa anos como se fosse hoje. Na memória, lembranças tão rubras quanto o nosso coração vêm à tona como se vivesse este momento único novamente. Em 1999, o Inter chegava aos noventa anos de existência. Uma vida própria, que passou apaixonando e sendo cultuada por gerações e gerações. Uma história repleta de vitórias mas que, na época, pelos gramados do Brasil, deixava a desejar. O Inter era conhecido por ser um grande clube, de muita tradição. E só. O vermelho não brilhava nos momentos decisivos da forma como desejávamos enquanto fiéis torcedores. Naquele ano único, muitas coisas poderiam ter sido motivo de orgulho: o plano de sócios – Sócio Colorado – inédito no Brasil; a contratação de Dunga, o capitão do Tetra; a festa dos noventa anos, um belo espetáculo proporcionado pela diretoria do clube. Esperava-se a conquista de um grande título, já que a sede da torcida era de vitória. Entretanto, o que passamos nas arquibancadas naquele ano, ao ver as atuações do time em campo, foi uma verdadeira prova de amor incondicional e de persistência que somente um colorado pode saber o que significa. Não tem explicação. Aquele ano de 1999 foi um ano de provação. O último jogo do campeonato brasileiro foi contra o forte Palmeiras, campeão da Libertadores. Foi o último jogo do campeonato. O último jogo do ano. Poderia ter sido o último jogo das nossas vidas. Nas manchetes era destacada a fúria e a valentia de um gigante adormecido. Um gigante que não poderia cair. Não naquele momento. Não. Jamais.

Depois daquele aniversário, correram os anos. Dez anos. O amanhã surgiu, diria Nélson Silva, com suas próprias e sábias palavras que até hoje trazem à torcida alegres emoções. O Sport Club Internacional chega ao ano do seu centenário completamente renovado e voltado para o futuro. Estádio Gigante da Beira-Rio sendo remodelado. Plano ousado de sócios, onde a marca de oitenta mil adeptos é um feito nacional e mundial. Na sala de troféus, o Inter guarda para a história conquistas inéditas para si mesmo e para o futebol brasileiro. Em campo, torcemos não só por jogadores. Apoiamos jovens que buscam um futuro vitorioso com qualidade. Vibramos com verdadeiros ídolos. Jogadores identificados e adaptados ao clube e a cidade de Porto Alegre nos fazem vencedores. O Inter hoje tem qualidade em tudo e tem muito a melhorar – e sabe disso. O Colorado é um exemplo de administração de clubes desportivos para ser seguido por todos no Brasil. E alcançamos isso, todos juntos, com muita dificuldade. Foi difícil a transformação do clube. A profissionalização. A qualificação. A espera pelo primeiro grande título após anos. Parece um sonho. Mas não é. O quatro de abril está chegando. Estamos em 2009. A emoção vai tomando conta de todo torcedor. O gigante, aquele mesmo adormecido há anos e que no final de 1999 deu um suspiro destruidor, está de volta. Não digo que este gigante está maior hoje. Não. Nada no Sul do Brasil é, ou foi maior um dia, do que o Internacional sempre foi. Um verdadeiro Gigante. Gigante desde 1909.

Sport Club Internacional. Não nascemos por ti. Mas vivemos por ti. Nascemos para te fazer crescer e para proporcionar às novas gerações as mesmas emoções que vivemos na arquibancada de tua casa. Da nossa casa. O Beira-Rio. Gigante da Beira-Rio. Palco de vitórias, lágrimas e união. Indescritíveis e inigualáveis emoções. Próximo ao teu centenário, Inter, só quero deixar registrado meu muito obrigado. Obrigado Inter. Obrigado a quem fundou o Internacional em 04 de abril de 1909. Irmãos Poppe, hoje juntos a Nélson Silva, acima da marquise da Maior Torcida do Rio Grande: vocês deram início a um Gigante. E este Gigante, com vida própria, emociona até hoje a todos que ousam vestir o vermelho pelo menos uma vez na vida. Vestir vermelho deveria ser currículo escolar. Assim, todos saberiam a emoção que significa usar a camisa vermelha todos os dias e mostrar para o mundo inteiro o que é ser Internacional.

Um comentário:

Gerson Sicca disse...

Em 99 o Amoretty quase nos matou do coração. 10 anos depois somos outro clube, graças a Deus.
Abraço!