25 de outubro de 2013

R$ 1,99

Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de outubro de 2013

Esta breve crônica nada tem a ver com a eliminação do Internacional, frente ao Atlético Paranaense. Isoladamente, uma desclassificação pode trazer muitos ensinamentos dentro de uma gestão visionária e inovadora de futebol.

O grande problema inicia quando, para muitos, tudo parece estar no seu devido lugar. Tudo parece normal, e a eliminação frente aos paranaenses mais parece ser um "acaso". Não é. A propósito, de inovadora e visionária, a gestão do departamento de futebol do Internacional, atualmente, nada apresenta. Faço esta citação apenas para complementar o parágrafo anterior.

O Internacional tem feito campeonatos brasileiros medíocres. Tem vencido os certames estaduais, o que particularmente valorizo muito, guardadas as devidas proporções de importância destes títulos. De vagas em Libertadores o clube tem passado longe. O que dizer de um time que sequer tem “vagas” para comemorar? Tudo o que foi citado acima é fato!

Uma importante parcela do torcedor vermelho "parece" estar à sombra dos títulos de anos atrás. Isso aconteceu também no início da década de 1980. Ocorreu ainda com parte da torcida gremista que, no início dos anos 2000, aplaudia cegamente e em massa qualquer equívoco cometido pelo departamento de futebol do clube tricolor, além de tripudiar os rivais vermelhos pela falta de títulos e por comemorar apenas “vagas”.

Este sentimento faz parte do processo e não é recriminável. A ressaca dos títulos ocorre com qualquer grande clube. O torcedor reflete isso. É natural. Mas tudo tem um limite. E temos que saber reconhecer. Ele chegou! É hora de acordar! Basta vermos o histórico recente do planejamento de futebol do Internacional, avaliando o que tem acontecido em campo. O torcedor precisa se conscientizar e cobrar de maneira coerente. Exceto se achar que está tudo no rumo certo. Isso vai da consciência de cada um!

Dizer isso não é oportunismo. É a simples avaliação de, no mínimo, três anos de disputas do Internacional atuando como simples coadjuvante dentro de campo, no cenário nacional e internacional. São pelo menos 36 meses, sentado na poltrona, aguardando evoluções na gestão do futebol e na montagem de um elenco promissor. 

Algumas contratações inexplicáveis e estapafúrdias, bem como extremamente custosas, além de renovações de contrato milionárias para jogadores “endeusados” e que sequer são decisivos como de fato se espera, são alguns pontos que podem ser mais amplamente debatidos. Há muitos equívocos de avaliação técnica e de gestão de futebol. Assim como muita coisa boa foi feita no clube, é preciso despertar: tem muitos conceitos que precisam ser revistos. Prioritariamente!

Com todas estas ocorrências, a revista do sócio colorado – sempre produzida com qualidade e competência – procura estampar as manchetes do “Maior Vencedor do Século XXI”, sendo a capa coberta por fotos contendo belas taças conquistadas. Falta apenas ilustrar o desenho de um cavalo passando encilhado.

O torcedor não é bobo. Apesar disso, no jogo de ontem, enquanto Clemer substituía Otávio para colocar Forlán em um time que já estava lento na execução, aliado à saída de Damião para entrada de Rafael Moura, senti vontade de caminhar até um bazar de R$ 1,99 e comprar um nariz de palhaço. Àquela hora, estavam todos fechados! Menos pior. Fui dormir, eliminado e à sombra de títulos obtidos em um passado recente, que já está ficando muito para trás.

É preciso cobrar com veemência e coerência. Manter a busca pela qualificação e evolução. Sócio e torcedor não podem se acomodar! É apenas minha opinião. Mas reconheço que posso estar equivocado. Neste caso, está tudo certo e é só esperar a retomada dos títulos com o planejamento de futebol e com os "ídolos" atuais.

16 de setembro de 2013

Comunicado

Prezados leitores,

Por motivos de âmbito profissional, novas postagens neste blog ficarão inativas por tempo indeterminado. Agradeço à todos os leitores por críticas e sugestões recebidas.

Muito obrigado à todos!

Luciano Bonfoco Patussi
16 de setembro de 2013

21 de agosto de 2013

Internacional: os reforços do elenco, o pulmão do time e o "fica Damião"

Por Luciano Bonfoco Patussi
21 de agosto de 2013

Uma boa noite aos leitores!

Há algum tempo o blog não era atualizado. Portanto, através desta postagem, faço uma breve atualização, divulgando análise das últimas ocorrências envolvendo o Internacional.

REFORÇOS: eu não tenho dúvidas quanto à qualidade histórica do talentoso meio campista Alex. Nem mesmo quanto a capacidade do argentino Scocco. A contratação de ambos, não tenho dúvidas, reforça o plantel de maneira relevante. Ambos serão muito importantes no grupo, considerando-se o longo prazo. Ou seja, terão grande valor para o clube já em 2013, mas principalmente se tiverem uma boa sequência de trabalho também na próxima temporada. Essa é minha convicção. Futebol apresenta resultados em longo prazo!

DEFICIÊNCIA: apesar destes reforços valiosos, o elenco do Internacional segue carecendo de um atleta do porte de Fred. Fred foi vendido para o futebol europeu, sendo que este é um tipo de atleta que possui uma característica muito valiosa e é importante dentro de qualquer elenco. Fred era o pulmão do meio de campo do Internacional. Assim como foi, cada um com suas características, Guiñazú, Oscar, Tinga e o próprio Giuliano, em determinadas situações em um passado recente.

Não vejo a característica deste jogador em nenhum dos atuais armadores do Internacional, nem mesmo nos volantes que o elenco possui. Isso é uma carência que caberá ao treinador Dunga sanar, alterando a forma de jogar, com o que tem no elenco. Embora eu acredite ser esta uma questão diretiva: quero dizer, a reposição de um atleta deve ser feita em um elenco, analisando-se o mercado e buscando alternativas para que o treinador consiga manter um padrão de jogo. Ainda mais em uma função que pode ser considerada como o "pulmão" de uma equipe de futebol!

OTÁVIO: o jovem Otávio não tem a característica de Fred, mas é um atleta que, aos poucos, pede passagem dentro do atual grupo colorado. Otávio é um jogador mais agudo, com maior presença no ataque, mais próximo do gol. Precisa ter sequência, dentro do possível, e paciência de parte de todos. É um jogador com potencial técnico muito interessante.

COMISSÃO TÉCNICA: não mudo uma vírgula em questão a minha opinião sobre o trabalho que atualmente realizam Dunga e Paulo Paixão, comandando a comissão técnica do Internacional. O trabalho deve continuar, com respaldo, e independentemente de opiniões externas que possam existir, apenas com o intuito de criar conflito, desconfiança e dúvidas.

LEANDRO DAMIÃO: não escreverei novidades a respeito. Minha opinião, à respeito do maior camisa 9 revelado pelo Internacional nos últimos tempos, pode ser conferida nas reportagens anteriores, elaboradas meses atrás, quando eu já afirmava ter convicção na permanência do atleta no Internacional, por pelo menos mais seis meses. Neste assunto, continuo convicto, mesmo na contramão de boa parte da mídia, que noticia à todo momento que "fontes quentes, ligadas ao amigo do sogro do empresário" possuem informação sobre a venda (blá blá blá) de Leandro Damião. Ele permanecerá no clube, para a tristeza de boa parcela da mídia e dos adversários do Internacional. Nada diferente do que venho afirmando há meses!

Uma grande saudação esportiva à todos os leitores!

3 de julho de 2013

Internacional: a sequência de 2013 e a revisão de conceitos aplicados

Por Luciano Bonfoco Patussi
03 de julho de 2013

Primeiramente, gostaria de deixar uma grande saudação à todos os leitores!

2013 ATÍPICO: neste momento, confesso que estou um pouco decepcionado. Reconheço que, para o Internacional, o ano de 2013 é atípico, por vários fatores já expostos em colunas anteriormente escritas. Sei que não serão contratados os reforços que deveriam manter a qualidade perdida com a negociação de importantes atletas. No caso, Giuliano para o lugar de Fred, e Lisandro López para a vaga de Rodrigo Moledo - isso em minha visão. A arrecadação caiu, em um ano atípico, e isso é compreensível. No momento, é praticamente impossível repatriar Giuliano junto ao Dnipro da Ucrânia, além do fato de que o Benfica de Portugal já praticamente fechou a contratação do jovem e promissor zagueiro Lisandro López, junto ao Arsenal da Argentina - conforme periódicos esportivos consultados de forma online nesta data.

Porém, apesar de reconhecer os obstáculos que a temporada oferece, ocorrem alguns fatores com os quais não concordo, entre eles: "pagar" para retirar Jorge Henrique do Corinthians. Por mais que o atleta possa vir a ser útil - e eu desconfio disso - o Inter não poderia "dar dinheiro" para o alvinegro paulista - mais do que ele já recebe de patrocinadores, em troca do citado jogador já na casa dos 30 anos de idade e de qualidade técnica apenas razoável - jogador do qual o rico Corinthians desejava se desfazer e assim o fez, sendo remunerado para realizar essa ação! Apesar disso, vamos torcer para que, vestido de vermelho, Jorge Henrique possa agregar qualidade ao elenco colorado!

Outra situação que discordo é a postura pública de alguns dirigentes durante as negociações: anos atrás, eu ouvia qualquer noticiário citar que o Inter estava interessado em determinado atleta. O clube, por sua vez, sempre negava as manchetes de maneira veemente. Assim, a especulação era dissipada, mesmo que houvesse um fundo de verdade nas negociações. Caso nada fosse concretizado, o torcedor pelo menos não ficava frustrado! Diante da atual postura, sem a negativa da direção, recentemente o clube contratou Nilmar, Júlio Baptista, Alex, Adriano Imperador, só para citar alguns nomes especulados. Quando apresentados pela imprensa, nenhum desses nomes foi negado pela direção, que inclusive confirmou tratativas em determinado momento. O torcedor ficou decepcionado! Nada igual ao espetáculo das caixas de som do estádio Olímpico no episódio da famigerada volta de Ronaldinho Gaúcho à Porto Alegre. Do que aquilo, "nada poderá ser maior". Porém, precisamos rever alguns conceitos no clube!

COMENDO QUIETO: o Inter é o clube que sempre efetivou suas causas e negociações pelas beiradas. Jamais precisou ser, ou parecer, algo que posteriormente não poderia bancar - o famoso "comer dejetos e arrotar caviar". Portanto, precisamos ter alguns cuidados em determinadas negociações! É apenas uma dica. Um conceito pelo qual tenho grande apreço!

A BOA NOTÍCIA: o centroavante que provavelmente integrará o elenco da seleção brasileira em 2014, jogador diferenciado, atacante "matador" e qualificado, atleta que os europeus querem comprar mas não tem dinheiro para isso no momento - ELE PERMANECERÁ! Leandro Damião é o camisa 9 do Internacional! A melhor notícia: ele quer ficar e fazer história! Isso tem que ser valorizado!

O RETORNO: a volta do "colorado das glórias" aos gramados, de maneira oficial, se dará no próximo domingo. O alvirrubro já deixava saudades nos seus torcedores!

Domingo - 07 de julho de 2013
16 horas
Estádio Centenário - Caxias do Sul/RS

INTERNACIONAL x VASCO DA GAMA


Torcedor colorado: lote o Centenário e reviva o jogo que deu ao Internacional o tricampeonato brasileiro de forma invicta em 1979. Quase 34 anos depois, em situações diferenciadas, os populares clubes do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro se enfrentam novamente, valendo três pontos, em busca de seus objetivos neste 2013!

Saudações esportivas e coloradas à todos!

24 de maio de 2013

Internacional: Damião e a barreira dos 21 pontos


Por Luciano Bonfoco Patussi
24 de maio de 2013

Prezados leitores,

O título da matéria não significa o desejo de vermos o Internacional acumular 21 pontos logo nas sete primeiras rodadas do campeonato brasileiro. A ideia é utilizar este espaço para fazer algumas ponderações que considero importantes, acerca de possíveis mudanças que o Internacional venha a sofrer em seu ataque, já afetando o elenco na disputa do campeonato brasileiro de 2013:

1) A temporada 2013 é atípica. O Internacional atuará praticamente 100% do tempo fora de Porto Alegre. Isto é um ponto considerável. É uma situação única. Diferente. Negativa;

2) Sendo uma temporada atípica, logo é um ano de zelo financeiro. Devido ao fato de o time não jogar em seu próprio estádio, a renda certamente diminuirá. A receita cairá drasticamente em 2013. Nesta temporada, o Internacional precisa adotar uma política de austeridade econômica;

3) Economizar, obviamente, não significa deixar de investir no time. A equipe precisa ser reforçada, sempre que necessário. Desde que com claro critério de investimento;

4) A política de austeridade na qual o clube necessita se encaixar, principalmente em 2013, não necessariamente significa dizer que basta a realização da venda de um atleta de grande nível para resolver todos os problemas do fluxo financeiro anual;

5) A imprensa, de um modo global, muitas vezes noticia precocemente fatos que não se concretizam. Isso é normal. Acontece. As fontes podem falhar, fazendo com que o canal de comunicação “queime seu filme” e, ainda assim, consiga “formar opinião”. Sabemos disso;

6) O Internacional é um time que não joga em favor de seu centroavante. Isso ocorre há tempos e não é uma crítica. Apenas uma constatação. O estilo de jogo colorado não favorece o futebol do principal atacante da equipe. Basta verificarmos as ocorrências de gol de Leandro Damião, a forma como ele normalmente recebe as assistências, entre outros pontos;

7) Em média, acredito que Leandro Damião deve receber apenas umas duas bolas de seus companheiros por jogo, em plenas condições de marcar gols. Isso por jogo. Em média. Em alguns jogos, pode receber três. Raramente quatro. Em outros jogos, pode receber apenas um bom passe para ficar em condição plena de balançar a rede, como chegou a ocorrer no gauchão de 2013;

8) Mesmo com uma equipe que, devido ao estilo de jogo, não favorece seu melhor atacante, Leandro Damião já possui quase 100 gols com a camisa colorada. O atacante é um talento descoberto pelo Internacional e que ainda está a serviço do clube. Precisa ser valorizado;

9) Ainda assim, o atacante colorado muitas vezes é criticado por opiniões que dão conta de que o melhor é vendê-lo para o futebol europeu imediatamente. Respeito essa opinião, mas acho que esta ideia dá voz à parte da mídia que deseja a saída de Leandro Damião, o que favoreceria interesses listrados em três cores, dentro de nossa região de atuação;

10) Minha opinião é de que a venda de Leandro Damião poderia favorecer os cofres do clube, em um primeiro instante. Entretanto, as finanças seriam muito mais favorecidas com Damião em campo, marcando gols, atabalhoando as defesas rivais, sendo decisivo, vendendo camisa e ganhando cada vez mais a idolatria do torcedor colorado. Os maiores afortunados com a venda de Leandro Damião seriam os adversários do Internacional;

11) Obviamente, chegará o momento que Leandro Damião desejará atuar em novos ares;

12) Este momento não chegou. Há anos que Damião destaca, com sinceridade, seu desejo de permanecer no clube;

13) Há pessoas torcendo para que a diretoria do clube aceite qualquer proposta pelo atleta;

14) Repito: “Damião no Tottenham”, ou em outro clube qualquer, é interessante apenas para os adversários do Internacional, secadores de plantão e alguns outros determinados setores que possuem interesse em fazer o rival do Inter mais forte outra vez. Isso, para mim, é óbvio, embora reconheça que posso estar equivocado;

Após 14 tópicos, gostaria de descrever outras duas ponderações, antes de concluir o assunto proposto. Estas opiniões não são minhas. São idéias que, se podem ser consideradas inválidas para uma ou outra diferente realidade aplicada, com certeza valem ao menos como reflexão, visando adaptação ao meio futebolístico em que vivemos:

15) Em uma pesquisa da Pluri Consultoria, o campeonato brasileiro era considerado o sexto certame nacional mais valorizado do mundo em 2012. Isso analisando o valor de mercado dos atletas dos clubes. O brasileirão caiu para o oitavo posto em 2013, perdendo posições para os campeonatos Turco e Russo dentro deste critério de avaliação. Segundo a entidade pesquisadora:

“[...] A queda do Brasileirão vai contra o senso comum, que aponta para um maior nível de competitividade de nossos clubes no mercado internacional. Sem capacidade de investimentos em direitos econômicos, e com redução no número de craques revelados, boa parte de nossos clubes tem optado por se desfazer de jovens talentos (justamente os mais valorizados), e repatriar (ou importar) veteranos. Em resumo, estamos trocando ativos de valor (jovens talentos) por aumento dos gastos correntes (altos salários de veteranos com baixo valor de mercado). No longo prazo, um péssimo negócio. Ao menos estamos conseguindo vender mais caro hoje que no passado recente [...]”;

16) Em uma das passagens de “A bola não entra por acaso”, livro de Ferran Soriano, vice-presidente do Barcelona entre 2003 e 2008, o autor demonstra diversas vivências e episódios que apoiaram a transformação do clube catalão na potência de futebol tecnicamente bem jogado e de economia plenamente rentável que vemos atualmente:

“[...] Existe outra maneira de construir talento. Consiste em desenvolvê-lo. Trata-se de recrutar meninos com potencial de crescimento futebolístico, formá-los e treiná-los nas equipes inferiores. Neste caso, o custo é menor, e a experiência demonstra que a porcentagem de êxito é muito mais alta. Uma das primeiras análises que fizemos ao começar a administrar o clube em 2003 foi calcular, com base nos dados dos últimos dez anos, quanto havia custado em média cada jogador das divisões inferiores que tinha chegado à equipe principal, somando todos os custos de formação de todas as equipes e categorias, dividindo pelo número de jogadores que haviam chegado à equipe principal: 2 milhões de euros por jogador. Um excelente negócio. [...]”;

Seguindo no campo das hipóteses e especulações, até porque vivo fora do ambiente interno do Internacional, o que pode limitar minha visão, há outros cinco pontos que gostaria de destacar:

17) Luis Fabiano, experiente atacante do São Paulo, é um jogador tecnicamente muito bom. Isso é provado. Fato;

18) Uma suposta venda de Leandro Damião jamais será tecnicamente suprida, de maneira plena, com os atletas que atualmente poderiam vestir a camisa colorada em seu lugar, dentro da atual realidade do clube. Luis Fabiano é um dos que mais próximo chegaria. Entretanto, alguns pontos me preocupam;

19) Com base em tudo o que vimos nos tópicos anteriores, Luis Fabiano poderia ser um reforço de bom nível, desde que se comprometesse com os objetivos do clube e, principalmente, apenas se fosse contratado sem custos, assinando seu contrato apenas pelo salário;

20) Pagar multa rescisória para contratar Luis Fabiano neste momento seria um negócio arriscado, isso para não dizer péssimo. Diante de todo o histórico acima apresentado, sou contrário ao clube pagar para ter Luis Fabiano no elenco. Quem agradeceria esta negociação, mais uma vez, seria o São Paulo.

O Tricolor do Morumbi não afirma categoricamente, mas aparenta que a vontade é vender Luis Fabiano, assim como conseguiu fazer talentosamente com Dagoberto. Não estou dizendo que Luis Fabiano seria improdutivo no Internacional. Poderia ser muito útil, pois tem talento. Entretanto, a negociação só seria boa, para o Internacional, se fosse conduzida em outra situação, sem a existência do ônus dos custos pela rescisão.

21) Caso Luis Fabiano venha a ser contratado com pagamento de multa rescisória: ou o atleta surpreenderia positivamente nesta altura de sua carreira, repetindo tudo o que de melhor que já produziu nos gramados, estando tecnicamente e fisicamente muito bem, fazendo o time superar a ausência de Leandro Damião com a marcação de muitos gols e a idolatria do torcedor, compensando plenamente o custo da aquisição;

Ou então Luis Fabiano jogaria apenas razoavelmente bem, às vezes ficando apagado e omisso do jogo, o que não serviria para substituir Leandro Damião em hipótese alguma, ainda mais com o custo do pagamento da rescisão de contrato com o São Paulo. O que é mais provável?

- 20% que dê plenamente certo;

- 40% que seja um útil arroz com feijão, mas com custo de camarão;

- 40% que o clube tentará revendê-lo, possivelmente para o Cruzeiro, após se arrepender da negociação.

Isso é apenas minha opinião.

O jogador que um dia vier a substituir Leandro Damião, precisará fazer muito mais do que a expectativa nele depositada, para superar dentro da hierarquia histórica do clube, tudo o que Damião, maior camisa 9 revelado pelo Internacional nas últimas décadas, já fez e ainda faz pelo seu time. Tudo resumido em um detalhado pensamento descrito em 21 tópicos que, tomara, representem a pontuação obtida pelo clube nas primeiras rodadas do certame nacional!

Saudações esportivas para todos os leitores!

8 de maio de 2013

Internacional: tricampeão gaúcho 2013

Por Luciano Bonfoco Patussi
8 de maio de 2013

INTERNACIONAL TRICAMPEÃO GAÚCHO: após vitória nas penalidades máximas, em partida contra o Juventude ocorrida no domingo passado no estádio Centenário, o Internacional sagrou-se tricampeão gaúcho em 2013. Os comandados de Dunga alcançaram a marca de 42 títulos na história do certame estadual.

RECORDE: há exatos 12 anos, o Internacional conquista pelo menos um título oficial por temporada. Do campeonato gaúcho de 2002 até o estadual de 2013, a lista de títulos do Clube do Povo contém:

2002 - Campeão gaúcho
2003 - Bicampeão gaúcho
2004 - Tricampeão gaúcho
2005 - Tetracampeão gaúcho
2006 - Campeão da Libertadores da América - Campeão do Mundial de Clubes
2007 - Campeão da Recopa Sul Americana
2008 - Campeão gaúcho - Campeão da Copa Sul Americana - Campeão Dubai Cup
2009 - Bicampeão gaúcho invicto - Campeão Copa Suruga Bank
2010 - Bicampeão da Libertadores da América
2011 - Campeão gaúcho - Bicampeão da Recopa Sul Americana
2012 - Bicampeão gaúcho
2013 - Tricampeão gaúcho

Não tenho informação sobre algum outro clube brasileiro que tenha alcançado esta marca. E, mesmo que haja, a façanha do Internacional é histórica.

Esta lista contém ainda três vice campeonatos no certame nacional (2005, 2006 e 2009), além do vice da Copa do Brasil de 2009.

SUPREMACIA REGIONAL: nos últimos doze campeonatos estaduais, o atual tricampeão levantou a taça em nove oportunidades.

Parabéns à toda a nação colorada! Torcedores, diretoria, conselheiros, funcionários, atletas e comissão técnica!

Internacional, tricampeão gaúcho!

7 de abril de 2013

Relíquia: a primeira década do Beira Rio


Por Luciano Bonfoco Patussi
06 de abril de 2013

Na data em que o estádio Beira Rio completa 44 anos voltado para o futuro, compartilho com os torcedores colorados uma relíquia localizada em pesquisa na Internet. Por volta do mês de abril de 1979, a Rádio Guaíba teria lançado um disco, em homenagem aos 10 anos de existência da praça esportiva do Internacional.

Este disco, que na atualidade seria substituído por um CD, DVD ou artigo similar, permite ao torcedor ouvir, recordar e viver momentos inesquecíveis ocorridos naquela época, tais como:

- Registros de instantes e momentos relativos ao final da Era Eucaliptos;

- Declarações sobre a inauguração do novo estádio, bem como a narração de gols do festival inaugural do Beira Rio;

- Opinião de Pelé sobre a festa proporcionada pelo povo do maior estádio particular do mundo;

- Narrações de memoráveis gols, relativos a todos os títulos obtidos pelo clube entre a inauguração do Beira Rio e o mês de abril de 1979 – quando o estádio completou 10 anos de aniversário. Neste período, o Internacional conquistou nove títulos de campeão gaúcho e duas taças de campeão brasileiro;

- Declarações proféticas de Valdomiro, um ídolo ímpar da história colorada;

É um conteúdo que tem todo o potencial de causar emoção e deixar boquiaberto o mais jovem torcedor do Internacional. Além disso, fará com que os colorados da época relembrem momentos históricos, inesquecíveis e inigualáveis. Fatos que mudaram, para sempre, a história do futebol gaúcho!

Confira o conteúdo desta relíquia em:

5 de abril de 2013

A Copa do Brasil e as memórias de um passado glorioso



Por Luciano Bonfoco Patussi
04 de abril de 2013

ESTREIA NA COPA DO BRASIL 2013: na noite de ontem, o Internacional venceu o Rio Branco, na capital acreana, pelo placar de 2 a 0. O resultado, obtido nos minutos finais da partida, foi suficiente para classificar a equipe colorada para a próxima fase da Copa do Brasil.

Tecnicamente, a atuação do Internacional foi fraca. Entretanto, o que se leva de positivo deste confronto é a classificação obtida, sem a necessidade de um segundo enfrentamento. Em um ano atípico, onde o clube atuará sempre fora de seu estádio, é imprescindível reduzir a carga de partidas, sempre que isso for possível.

É importante destacar que, na partida, a equipe só conseguiu evoluir e alcançar o resultado a partir da entrada de jogadores jovens, lúcidos e velocistas no time: a alçada de Caio e Otávio à equipe, no segundo tempo, foi o que possibilitou a vitória e a classificação antecipada do Internacional.

Foi marcante a presença do torcedor colorado na Arena da Floresta, local da partida que deu a vaga ao Internacional. O adversário da próxima fase sairá do confronto entre o tradicional Santa Cruz-PE e o Guarani de Juazeiro-CE.

Rio Branco/AC 0 x 2 Internacional – matéria do website oficial do Internacional

INTER CAMPEÃO: há 21 anos, o Internacional alcançou o título da Copa do Brasil. Foi uma campanha memorável, onde a equipe colorada eliminou o Corinthians, o Grêmio, o Palmeiras e, na decisão, venceu o Fluminense.

Aquele título teve relevante importância na história do Internacional. Se a torcida colorada cresceu em devoção e fé nos momentos de dificuldade atravessados no decorrer do tempo, a Copa do Brasil de 1992 representou um marco dentro da história, sendo o instante onde o torcedor colorado teve o direito de comemorar um título oficial interestadual após o campeonato brasileiro de 1979 e antes da Copa Libertadores da América de 2006.

Do time campeão, ídolos obtiveram seu espaço nos corações de uma inteira geração de fanáticos torcedores, entre eles atletas como Fernandez, Célio Silva, Pinga, Élson, Marquinhos, Caíco, Maurício, Gérson, entre outros.

O Internacional de 1992 foi uma equipe que possibilitou a muitos jovens, nascidos com três estrelas douradas bordadas ao lado esquerdo do peito, sentir a alegria de dar uma volta olímpica!

Em 1992, o esquadrão colorado, tricampeão brasileiro nos anos 70, voltava a dar uma volta olímpica nacional. O Internacional vencia a Copa do Brasil.

Corinthians 0 x 4 Internacional - reportagem

Internacional 1 x 1 Grêmio – (3 a 0 Inter nos pênaltis) - reportagem

Palmeiras 0 x 2 Internacional - reportagem

Internacional 1 x 0 Fluminense - reportagem

Todos os gols da campanha de 1992

Internacional 1 x 0 Fluminense – jogo completo

INTER 104 ANOS: na data da comemoração pelo aniversário de 104 anos de fundação de um dos clubes mais apaixonantes do futebol mundial, reproduzo para o leitor link de matéria publicada no dia do centenário colorado, momento ímpar ocorrido há exatos quatro anos:


Parabéns à fanática e imensa “massa colorada”: Internacional, 104 anos!

25 de março de 2013

Internacional: as perspectivas do futebol e a conquista do futsal

Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de março de 2013

O FUTEBOL DO INTER EM 2013: estamos próximos do final do mês de março e vejo clara evolução no trabalho realizado no futebol do Internacional. O time comandado pelo técnico Dunga tem demonstrado qualidades, partida após partida, sucesso obtido com trabalho de convicção. Obviamente, a qualificação técnica dos adversários, até o presente momento, está abaixo daquela que será enfrentada no decorrer da temporada. Isso é óbvio e cabe ressaltar, tanto para que não haja superdimensionamento das atuações até o momento, quanto para que não se desqualifique o trabalho quando os resultados não forem alcançados em um primeiro instante. O elenco de atletas precisará ser "encorpado" com pontuais reforços. Porém, o crescimento físico e tático da equipe fica visível neste momento, em comparação com a última temporada. Desta maneira, a parte técnica também tende a evoluir.

É preciso sequência! Independentemente do que ocorra até a decisão do campeonato gaúcho e também se excetuando qualquer percalço que possa ocorrer no início das fases eliminatórias da Copa do Brasil, o trabalho realizado até então precisa ser monitorado e, logicamente, respaldado pela diretoria, a fim de produzir resultados satisfatórios já em 2013, vislumbrando colhimento de bons frutos neste ano e também em 2014. Isso se chama sequência, e é assim que se adquire competitividade no futebol, portanto, maximizando a possibilidade de se alcançar vitórias nos gramados!

A HISTÓRIA DO FUTSAL COLORADO: este mês marcou o aniversário de um dos memoráveis títulos obtidos pelo Internacional, enquanto manteve ativo o seu departamento de futsal adulto profissional. Na manhã de domingo, 16 de março de 1997, eu era um dos adolescentes que estava nas arquibancadas do ginásio Gigantinho, presenciando a decisão do Mundial Interclubes de Futsal. Em parceria com a Ulbra, o Inter já havia sido campeão da Liga Nacional em 1996. No mundial, disputado em território colorado no ano seguinte, o clube sagrou-se campeão mundial de clubes de futsal.

A partida decisiva foi contra o poderoso Barcelona, da Espanha. Após empate em 2 a 2 no tempo normal, o Internacional marcou dois gols na prorrogação, vencendo os espanhóis e garantindo para o clube o título de campeão mundial de futsal em 1997.

Em 16 de março de 2013, a conquista do mundo completou 16 anos. Parabéns, Internacional! Campeão do Mundial de Clubes de Futsal em 1997!

Mais sobre a conquista, você pode conhecer através do website oficial do Internacional, acessando o link: http://www.internacional.com.br/pagina.php?modulo=2&setor=18&codigo=19898

1 de fevereiro de 2013

A prevista permanência de Leandro Damião


Por Luciano Bonfoco Patussi
01° de fevereiro de 2013

Ao contrário de muitos canais da mídia esportiva que divulgavam a provável venda de Leandro Damião "já nas próximas horas", particularmente acreditava muito na permanência do atleta no Internacional - e defendia isso!

Para crer nisso, analisava uma série de fatores, entre eles:

- A demora no recebimento de uma proposta oficial, feita desta maneira na tentativa de seduzir o clube a vender o jogador no último dia por "livre e espontânea pressão";

- As declarações do próprio Damião, que afirma o desejo de permanecer no clube em todas as oportunidades que tem para demonstrar essa vontade;

- As atitudes da direção do clube, através de atos de corte de despesas e negociações de outros atletas, visando a permanência do ícone do ataque colorado.

Enfim, são diversas as variáveis que apontavam para o desfecho da permanência de Leandro Damião no Internacional, pelo menos neste momento.

Leandro Damião é o tipo de jogador que "vale mais" vestindo a camisa do time onde atua, do que dentro dos cofres - sem desmerecer a importância que a negociação de atletas representa dentro do percentual de faturamento dos clubes de futebol no Brasil.

A partir de agora, boa parcela das manchetes mudaram, pois já vemos correr na mídia esportiva notícias do tipo:

"Damião até agosto"

"Até a próxima janela"

"Damião já estaria negociado"

Obviamente, um jogador deste porte chama a atenção de clubes compradores, de torcedores adversários e da mídia como um todo. Porém, agora que mais uma "janela" de transferências se passou, é momento de "deixar morrer" o assunto de "uma negociação que supostamente já estaria encaminhada para os próximos meses".

Não estou argumentando que a mídia deve parar de fomentar esse e outros assuntos. É papel dela noticiar e, até mesmo, especular sobre determinadas situações relativas ao esporte. Entendo isso perfeitamente. 

O que defendo é que, diante de todo esse arsenal de notícias sobre a venda de Damião, cabe ao torcedor colorado fazer a leitura correta dos fatos e apoiar o atleta de todas as formas, para que ele tenha o pensamento voltado para o clube o maior período de tempo possível e cada vez mais, fazendo com se sua permanência, talvez, ultrapasse até mesmo a já especulada "janela de agosto".

É óbvio que um atleta desta magnitude será negociado em uma oportunidade futura. Se for por menos dinheiro do que seria hoje, isso não interessa. O que importa é ter um jogador desta qualidade dentro de campo!

Neste instante, Damião deve ter apoio total para desenvolver o seu talento, vestido de vermelho, e ajudar o clube onde joga, para a tristeza dos adversários dentro do campo, e também para a decepção de alguns de fora das quatro linhas!

Transcrevo abaixo trecho de minha particular análise sobre o time do Internacional na pré temporada, visando o ano de 2013. Opinião emitida em 17 de janeiro deste ano:


"[...] Manutenção de Damião:

Dias atrás, conversando com Saul Pacheco e João Pansera Neto, outros fervorosos colorados de minha rede de amizades, chegamos a uma conclusão óbvia e, ao mesmo tempo, de complexa compreensão. Leandro Damião é, simplesmente, o maior camisa 9 revelado pelo Internacional nas últimas décadas. Não digo formado pelo Internacional, mas revelado! Embora todo o aporte que o clube ofereceu, desde sua chegada, tenha colaborado na formação e evolução profissional de Damião, em todos os quesitos!

Basta vermos os números obtidos, o rendimento do atleta com a camisa colorada e as atitudes do jogador, que é presença marcante nas convocações da seleção brasileira e que demonstra não querer sair do Internacional tão cedo, a não ser que seja para um clube do primeiro escalão do futebol europeu!

Isso o torcedor tem que valorizar, e a diretoria também – o que está sendo feito! É preciso fazer esforço para manter no elenco o maior camisa 9 revelado pelo Internacional nos últimos tempos! [...]"

Reportagem da FIFA sobre Guiñazú


No dia 29 de janeiro de 2013, o fifa.com divulgou uma reportagem exclusiva com Pablo Horacio Guiñazú. O website da federação que comanda o futebol no planeta deu grande ênfase ao fato de o volante argentino ser um atleta apaixonado pelas suas casas: a Argentina, sua pátria; o Libertad, clube onde o jogador teve sucesso, obtendo maior sequência e regularidade de atuações; e o Inter, equipe onde empilhou títulos, atuações destacadas e conquistou idolatria.

Abaixo, transcrevo para o conhecimento do leitor a reportagem da Fifa sobre Guiñazú:

TODOS AMAM GUIÑAZÚ


Fincar raízes e se sentir em casa num lugar pode ser perigoso para quem joga futebol profissionalmente. Com cada janela de transferências que se abre, vem junto a possibilidade de se mudar de clube e de país; de, num momento, ter que deixar de lado tudo aquilo que se chama de “casa”. A não ser, claro, que você seja como Pablo Horacio Guiñazú e tenha duas delas – e ambas fora do seu país de origem. 

No início de janeiro, o volante argentino passou por aquele que definiu como o dia mais difícil de sua vida: o dia de dar adeus ao Internacional depois de mais de cinco anos de títulos e, principalmente, de respeito e adoração por parte da torcida. No embarque em Porto Alegre, Guiñazú foi aclamado no aeroporto por gente que lhe agradecia por tudo o que fizera pelo clube. O adeus só não foi mais difícil ainda porque o volante sabia que o desembarque em Assunção seria parecido: mais gente ainda o idolatrando e mais agradecimentos – dessa vez, por estar retornando à sua segunda (ou primeira?) casa no futebol: o Libertad.

“Sinceramente, nunca poderia ter imaginado o que aconteceu em Porto Alegre; o carinho com que me brindaram. Foi um sonho. É uma recordação que vou levar para o resto da minha vida. Fico muito orgulhoso. Não há como retribuir isso”, contou o jogador de 34 anos em conversa exclusiva com o FIFA.com. “Mas a verdade é que, por um lado, volto para casa. Chego ganhando um pouco menos, mas com um carinho e uma identificação muito grandes. Era algo que tinha de retribuir da mesma forma. Pesou também o presidente do Libertad (Horacio Cartes), que me trata como um filho. Não poderia dizer não. Aqui tenho casa, vinha sempre para cá nas férias, tenho amigos...”

Dito isso tudo – sair de uma casa brasileira e chegar a outra, paraguaia –, fica até difícil lembrar que Guiñazú é, de fato, argentino de Córdoba. Por alguma razão, foi só fora de seu país, e relativamente tarde, que o meio-campista se tornou tão respeitado. Até chegar pela primeira vez ao Libertad, aos 26 anos, o volante era uma peça de brilho irregular no futebol argentino: pelo Newell’s Old Boys, clube em que se tornou profissional em 1996, e o Independiente – de onde saiu em 2003 para uma temporada no Saturn, da Rússia. O retorno à América do Sul foi para o futebol paraguaio, onde logo se tornou um dos elementos fundamentais do grande momento da história do Libertad, em 2006, quando o clube foi campeão nacional e semifinalista da Copa Libertadores.

A campanha na Libertadores gerou interesse justamente na equipe que eliminara o Libertad e se tornara campeã, o Inter. Foi a vez de Guiñazú mudar novamente de país e ganhar ainda mais respeito – agora, não apenas da torcida do clube que representava. Pelo Colorado, ele se firmou como um dos melhores volantes do Brasil, até o ponto em que chamou a atenção, enfim, em sua Argentina natal. Foi jogando – e se destacando - no futebol brasileiro que o meio-campista, já veterano, se tornou parte da seleção Argentina.

Santo de casa, enfim

“Ter esse reconhecimento tardio foi motivo de alguma surpresa e, principalmente, de muita alegria”, conta ele, que, depois de uma convocação isolada em 2003, retornou à albiceleste em novembro de 2011, para as partidas de eliminatórias da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 diante de Bolívia e Colômbia. “Vestir a camisa da seleção Argentina é o melhor que já me aconteceu, porque sei que não é fácil: você concorre com muitos gente que faz um bom papel no mundo todo e dentro do país também.”

Como aconteceu no Libertad e no Internacional, Guiñazú ganhou moral também na equipe argentina de Alejandro Sabella. Pode-se até discutir seu futebol, mas, não aquilo que transmite para os torcedores e para seus companheiros de vestiário. “Sou assim mesmo. Tenho a cabeça forte: sou um cara que gosta de treinar e tentar sempre conquistar uma coisinha a mais. Tento ser uma excelente pessoa fora de campo e, dentro de campo, ser mais um”, conta ele. 

“Passei a admirar muito a pessoa e o profissional que ele é”, conta outro argentino do Internacional, Andrés D’Alessandro, ao FIFA.com. “O Guina é um exemplo de dedicação, esforço, empenho e qualidade. Todo atleta tem que se inspirar nele e valorizar o quanto se entrega pelo grupo."

Demorou alguns bons anos, mas, agora, é assim. De Porto Alegre a Assunção, passando até por Buenos Aires, a obstinação do volante argentino fez dele quase uma unanimidade. “Quase” porque quem joga contra ele, no geral, não concorda. Com exceção desses, pode-se dizer: todos amam Guiñazú.

17 de janeiro de 2013

O Internacional no rumo de 2013



Por Luciano Bonfoco Patussi
17 de janeiro de 2013

O Internacional está na serra gaúcha, onde faz sua pré temporada, visando as competições do ano de 2013. Neste ano, terá pela frente muitas dificuldades, tanto devido à renovação de parte da equipe profissional, quanto também e, principalmente, em virtude da construção de um bem maior para todo o seu torcedor: o Novo Beira Rio, reforma que fará com que o time atue fora de seu estádio por um período considerável. O torcedor e o associado precisarão compreender esse momento e apoiar o clube, de maneira ainda mais incisiva, diante dos obstáculos que surgirão!

COMPETIÇÕES

Nesta temporada, o Internacional disputará o campeonato gaúcho e o campeonato brasileiro. Atuará também na Copa do Brasil, competição em que, se for eliminado em uma das primeiras etapas, acabará sendo “deslocado” para jogar a Copa Sul Americana no segundo semestre. Se avançar na Copa do Brasil, não jogará a competição continental. Isto é apenas mais um ponto contraditório a ser debatido em relação ao calendário do futebol brasileiro. Mas isso é outro assunto.

APOIO E COBRANÇA COERENTE

Defendo que o torcedor deve, além de ser um fervoroso apoiador do seu time, atuar como fiscal em relação às ações tomadas pelo clube do seu coração, apoiando com força e discordando democraticamente e coerentemente de determinadas ações, quando necessário.

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL E COMISSÃO TÉCNICA

Reconheço que fiquei satisfeito com a definição da gerência de futebol e do comando técnico do Internacional para 2013.

Newton Drummond tem experiência e qualificação para conduzir gerencialmente as mudanças que o clube efetuará a partir deste momento – ações que, vale lembrar, já deveriam ter sido tomadas ao final de 2010!

Paulo Paixão é seguramente um dos três profissionais mais gabaritados e reconhecidos da preparação física do futebol brasileiro. Chega ao Internacional para solucionar uma questão que foi fortemente discutida em 2012, em relação ao preparo atlético da equipe colorada.

Dunga fez um trabalho de alto nível no comando técnico da seleção brasileira. Se tivesse que, particularmente, avaliar todas as circunstâncias do trabalho de Dunga em frente ao selecionado nacional, fazendo uma avaliação de 0 a 10, daria tranquilamente nota 8 ou 9.

TRABALHO RESPALDADO E DE LONGO PRAZO

Em minha visão, o Internacional passa a ter condições de formar um time competitivo já em 2013, isso se esta comissão técnica tiver o respaldo necessário para tal realização. Mas o trabalho deve ir mais além. A direção deve avaliar desde o primeiro dia de treinamentos na serra gaúcha, todas as atividades desenvolvidas, comprometimento dos atletas, resultados de competições e produtividade.

Isso desencadeará em uma possibilidade muito boa já em 2013 e maior ainda em 2014, isso se for dada a devida sequência de trabalho, com a realização da correção de desvios que possam ocorrer no decorrer das atividades. Assim é que se faz futebol!

Colocada a primeira impressão sobre a comissão técnica, é momento de falar sobre as questões que envolvem os jogadores – contratações, dispensas e negociações em geral.  

Abaixo, destaco minha particular opinião sobre alguns aspectos da equipe colorada na atualidade.

DISCORDO

Negociação de Renan e manutenção de Lauro no elenco:

Renan é um goleiro de bom nível técnico e foi formado na escola do Internacional. O Goiás, seu novo clube, não precisará se preocupar em formar um novo goleiro nos próximos anos. Se tudo ocorrer dentro da normalidade que espero, dentro de seis meses, até no máximo um ano, Renan assumirá a titularidade do time goiano.

Lauro, apesar de ter vivenciado um momento importante no clube tempos atrás, poderia ter sido envolvido em alguma negociação. O equívoco maior ocorreu na época da renovação de seu contrato, momento em que a direção optou por renovar o vínculo, se não estou enganado, até o final de 2014. Uma avaliação totalmente equivocada, em minha visão. Talvez este tipo de ação tenha motivado Renan a buscar novos ares.

Saída de Guiñazú:

Afirmo desde 2008 que Guiñazú é um ídolo colorado e teria tudo para se firmar na galeria dos grandes atletas do Internacional, isso se mantivesse o seu nível de atuações nos anos subsequentes. Manteve e fez mais. Conquistou títulos. Jogou a cada dia melhor.

Porém, chegou o momento em que Guiñazú quis sair do Internacional. Deixou o clube pela porta da frente, tendo atuações sempre média 8 ou 9. Quando atuava mal, era nota 7. Discordo de sua saída, mas se fosse dirigente, não complicaria sua rescisão.

Ofertaria novo contrato em respeito ao que o atleta já fez pelo clube e até para não perder o jogador sem efetuar qualquer reação. Mas reconheceria que não seria isso que mudaria sua cabeça e seu pedido de rescisão. O desejo de sair chegou. Guiñazú é um ídolo colorado e muito já fez pelo clube! Saiu, repito, pela porta da frente!

Manutenção de Índio e “não contratação” de Lúcio:

Sou profundo admirador de tudo o que Índio já fez – e ainda faz – pelo Internacional. Mas o início da temporada talvez fosse o momento de o clube buscar qualificação e renovação de ares no setor. Talvez com a contratação de Lúcio e a liberação de Índio.

O Internacional liberaria um ídolo, que sairia do clube pela porta da frente – assim como Guiñazú, e traria outro, veterano e com histórico de seleção brasileira.

Apesar de ter quase 35 anos de idade, Lúcio representaria uma renovação no setor. Porém, não sei se por falta de interesse do Internacional no atleta ou demora em alguma negociação - o que não sei se existiu, o fato é que Lúcio assinou contrato com o São Paulo. Vai jogar no Morumbi. O São Paulo não precisou pagar sua rescisão.

Especulação sobre Gabriel:

A mídia está divulgando e o Internacional não confirma oficialmente, mas é provável que Gabriel, 31 anos de idade, assine contrato com o clube. Pode ser que dê certo. É óbvio. Mas em uma avaliação de gestão de riscos, é bem mais provável que o destaque da lateral direita do Fluminense no campeonato brasileiro de 2005 – fato ocorrido há oito anos – acabe não correspondendo à expectativa nele depositada. Se for confirmada sua contratação, torceremos pela reedição de suas atuações dos tempos de Fluminense. Sabendo que a chance de não dar certo, avaliando o histórico dos últimos anos, é maior.

CONCORDO

Liberação de Nei:

Nei é um atleta voluntarioso, dedicado e qualificado. Mas tudo chega a um limite. A passagem de Nei pelo Internacional teve seu ciclo encerrado. A decisão será boa para o Internacional, para o próprio Nei e, tenho certeza, para o clube que acertar com o lateral direito campeão da Libertadores de 2010. O momento é de renovar. Cláudio Winck precisa ter oportunidades.

Rescisão de Bolívar:

Tenho minha opinião e avalio questões diversas, além de única e exclusivamente importantes e memoráveis títulos conquistados. Por isso e sem entrar em detalhes, assino embaixo a decisão diretiva de rescindir o contrato do capitão colorado na conquista do bicampeonato da Libertadores. Assino embaixo e com data retroativa, já em 2010!

Venda de Dagoberto:

Assim como fui favorável à contratação do atacante, reconheço que a sua negociação com o Cruzeiro veio em excelente momento. Os cofres do clube receberão aporte financeiro em um ano que será mais difícil do que o normal, devido principalmente ao fato de o time atuar fora de casa durante um período longo. Além disso, atacantes como Cassiano e Gilberto, por exemplo, terão maiores oportunidades de buscar afirmação no time.

Retorno de Gilberto:

Muitos discordam, mas acho que Gilberto é um atacante com muito potencial. Sua volta ao elenco do Internacional poderá trazer benefícios para o time, em minha opinião.

Willians:

O volante Willians tem o estilo de marcador “carrapato”, totalmente tático e cumpridor de funções defensivas. Pelo que demonstrou no Flamengo em alguns campeonatos brasileiros que disputou, Willians tem totais condições para buscar seu espaço no Internacional e colaborar diretamente para o sucesso do time.

Manutenção de Damião:

Dias atrás, conversando com Saul Pacheco e João Pansera Neto, outros fervorosos colorados de minha rede de amizades, chegamos a uma conclusão óbvia e, ao mesmo tempo, de complexa compreensão. Leandro Damião é, simplesmente, o maior camisa 9 revelado pelo Internacional nas últimas décadas. Não digo formado pelo Internacional, mas revelado! Embora todo o aporte que o clube ofereceu, desde sua chegada, tenha colaborado na formação e evolução profissional de Damião, em todos os quesitos!

Basta vermos os números obtidos, o rendimento do atleta com a camisa colorada e as atitudes do jogador, que é presença marcante nas convocações da seleção brasileira e que demonstra não querer sair do Internacional tão cedo, a não ser que seja para um clube do primeiro escalão do futebol europeu!

Isso o torcedor tem que valorizar, e a diretoria também – o que está sendo feito! É preciso fazer esforço para manter no elenco o maior camisa 9 revelado pelo Internacional nos últimos tempos!

ESPERAR PARA VER

Caio e Vítor Júnior:

Revelado pelo Botafogo, onde era aclamado como talismã por boa parcela do torcedor, Caio acabou indo atuar no Figueirense. É jovem. Vamos aguardar o decorrer do tempo para uma maior avaliação.

O mesmo vale para Vítor Júnior, revelado pelas categorias de base do Internacional. O meia atacante rodou por vários clubes, até retornar às suas origens, para defender o time colorado em 2013.

Por ser um atleta com 26 anos de idade, e considerando seu histórico dentro dos grandes clubes onde jogou, a chance de esta contratação ser proveitosa gira em torno de 30%, em minha particular primeira avaliação. Porém, além de profissional, Vítor Júnior é colorado de nascimento. Talvez o ambiente do clube e o fato de trabalhar com Dunga o auxilie no aumento deste percentual de probabilidade de acerto e o atleta possa ser importante dentro do elenco.

ATLETAS DIVERSOS

Os experientes Forlán e Juan terão tudo para se firmar no time colorado, após a realização de uma boa pré temporada. A não ser por algum comprometimento físico, estes dois atletas não me preocupam. Conheço o potencial técnico de ambos. Ter técnica diferenciada faz a diferença em jogadores mais experientes!

É preciso o clube valorizar talentos como os zagueiros Moledo, Jackson e Romário, na busca pela renovação gradativa do sistema defensivo.

Creio que jogadores como Josimar e Elton poderiam ser envolvidos em alguma negociação, pois além de Igor e do recém contratado Willians, existem jogadores na base para suprir essas posições, tais como Augusto, Marlon Bica, Rodrigo Dourado e outros que buscam seu espaço. Isso sem falar em Bolatti, cuja situação ainda é indefinida.

Sou admirador do futebol de D’Alessandro. Entretanto, entendia que se houvesse proposta boa para o clube, seria chegado o momento de uma renovação nesta posição também. Como isso não aconteceu, basta torcermos para que o camisa 10 colorado tenha uma ótima temporada e seja decisivo para o plantel, comandado agora por Dunga e com o preparo de Paulo Paixão.

Fica a mesma torcida pela recuperação do bom futebol que o lateral esquerdo Kleber pode apresentar. De contrato renovado, sabemos da qualidade que Kleber possui. Além dele, o clube conta com Fabrício e com o jovem Zé Mário, buscando espaço na posição.

Dátolo é um jogador que ainda precisa provar mais dentro do Internacional. Tem qualidades reconhecidas, mas foi muito prejudicado pelas lesões. Deve permanecer no elenco em minha opinião, pelo menos por mais uma temporada.

Fred é outro talento que o Internacional precisa valorizar. Quando eu achava que seria impossível o surgimento tão rápido de algum atleta para suprir a saída de Oscar, eis que Fred passou a assumir a responsabilidade no meio de campo colorado. Jovem, veloz, talentoso tecnicamente e promissor. O Internacional precisa ter máxima atenção com este atleta.

Fico imaginando um meio de campo formado com um trio composto por Giuliano, Oscar e Fred. O quarto nome nem faria tanta diferença. O azar seria dos adversários! Fred tem que ser valorizado, trabalhado e mantido no elenco colorado o máximo tempo que for possível.

FINALIZANDO

De modo geral, finalizo aqui esta análise e avaliação sobre os principais pontos relativos ao time do Internacional para o decorrer do ano de 2013. As ações e resultados, poderemos conferir já a partir das próximas semanas, quando o time colorado entrar em campo, fardado de vermelho e branco, em busca da competitividade necessária para tornar a equipe postulante ao título nos campeonatos em que atuar.