No dia 29 de janeiro de 2013, o fifa.com divulgou uma reportagem exclusiva com Pablo Horacio Guiñazú. O website da federação que comanda o futebol no planeta deu grande ênfase ao fato de o volante argentino ser um atleta apaixonado pelas suas casas: a Argentina, sua pátria; o Libertad, clube onde o jogador teve sucesso, obtendo maior sequência e regularidade de atuações; e o Inter, equipe onde empilhou títulos, atuações destacadas e conquistou idolatria.
Abaixo, transcrevo para o conhecimento do leitor a reportagem da Fifa sobre Guiñazú:
TODOS AMAM GUIÑAZÚ
Fincar raízes e se sentir em casa num lugar pode ser perigoso para quem joga futebol profissionalmente. Com cada janela de transferências que se abre, vem junto a possibilidade de se mudar de clube e de país; de, num momento, ter que deixar de lado tudo aquilo que se chama de “casa”. A não ser, claro, que você seja como Pablo Horacio Guiñazú e tenha duas delas – e ambas fora do seu país de origem.
No início de janeiro, o volante argentino passou por aquele que definiu como o dia mais difícil de sua vida: o dia de dar adeus ao Internacional depois de mais de cinco anos de títulos e, principalmente, de respeito e adoração por parte da torcida. No embarque em Porto Alegre, Guiñazú foi aclamado no aeroporto por gente que lhe agradecia por tudo o que fizera pelo clube. O adeus só não foi mais difícil ainda porque o volante sabia que o desembarque em Assunção seria parecido: mais gente ainda o idolatrando e mais agradecimentos – dessa vez, por estar retornando à sua segunda (ou primeira?) casa no futebol: o Libertad.
“Sinceramente, nunca poderia ter imaginado o que aconteceu em Porto Alegre; o carinho com que me brindaram. Foi um sonho. É uma recordação que vou levar para o resto da minha vida. Fico muito orgulhoso. Não há como retribuir isso”, contou o jogador de 34 anos em conversa exclusiva com o FIFA.com. “Mas a verdade é que, por um lado, volto para casa. Chego ganhando um pouco menos, mas com um carinho e uma identificação muito grandes. Era algo que tinha de retribuir da mesma forma. Pesou também o presidente do Libertad (Horacio Cartes), que me trata como um filho. Não poderia dizer não. Aqui tenho casa, vinha sempre para cá nas férias, tenho amigos...”
Dito isso tudo – sair de uma casa brasileira e chegar a outra, paraguaia –, fica até difícil lembrar que Guiñazú é, de fato, argentino de Córdoba. Por alguma razão, foi só fora de seu país, e relativamente tarde, que o meio-campista se tornou tão respeitado. Até chegar pela primeira vez ao Libertad, aos 26 anos, o volante era uma peça de brilho irregular no futebol argentino: pelo Newell’s Old Boys, clube em que se tornou profissional em 1996, e o Independiente – de onde saiu em 2003 para uma temporada no Saturn, da Rússia. O retorno à América do Sul foi para o futebol paraguaio, onde logo se tornou um dos elementos fundamentais do grande momento da história do Libertad, em 2006, quando o clube foi campeão nacional e semifinalista da Copa Libertadores.
A campanha na Libertadores gerou interesse justamente na equipe que eliminara o Libertad e se tornara campeã, o Inter. Foi a vez de Guiñazú mudar novamente de país e ganhar ainda mais respeito – agora, não apenas da torcida do clube que representava. Pelo Colorado, ele se firmou como um dos melhores volantes do Brasil, até o ponto em que chamou a atenção, enfim, em sua Argentina natal. Foi jogando – e se destacando - no futebol brasileiro que o meio-campista, já veterano, se tornou parte da seleção Argentina.
Santo de casa, enfim
“Sinceramente, nunca poderia ter imaginado o que aconteceu em Porto Alegre; o carinho com que me brindaram. Foi um sonho. É uma recordação que vou levar para o resto da minha vida. Fico muito orgulhoso. Não há como retribuir isso”, contou o jogador de 34 anos em conversa exclusiva com o FIFA.com. “Mas a verdade é que, por um lado, volto para casa. Chego ganhando um pouco menos, mas com um carinho e uma identificação muito grandes. Era algo que tinha de retribuir da mesma forma. Pesou também o presidente do Libertad (Horacio Cartes), que me trata como um filho. Não poderia dizer não. Aqui tenho casa, vinha sempre para cá nas férias, tenho amigos...”
Dito isso tudo – sair de uma casa brasileira e chegar a outra, paraguaia –, fica até difícil lembrar que Guiñazú é, de fato, argentino de Córdoba. Por alguma razão, foi só fora de seu país, e relativamente tarde, que o meio-campista se tornou tão respeitado. Até chegar pela primeira vez ao Libertad, aos 26 anos, o volante era uma peça de brilho irregular no futebol argentino: pelo Newell’s Old Boys, clube em que se tornou profissional em 1996, e o Independiente – de onde saiu em 2003 para uma temporada no Saturn, da Rússia. O retorno à América do Sul foi para o futebol paraguaio, onde logo se tornou um dos elementos fundamentais do grande momento da história do Libertad, em 2006, quando o clube foi campeão nacional e semifinalista da Copa Libertadores.
A campanha na Libertadores gerou interesse justamente na equipe que eliminara o Libertad e se tornara campeã, o Inter. Foi a vez de Guiñazú mudar novamente de país e ganhar ainda mais respeito – agora, não apenas da torcida do clube que representava. Pelo Colorado, ele se firmou como um dos melhores volantes do Brasil, até o ponto em que chamou a atenção, enfim, em sua Argentina natal. Foi jogando – e se destacando - no futebol brasileiro que o meio-campista, já veterano, se tornou parte da seleção Argentina.
Santo de casa, enfim
“Ter esse reconhecimento tardio foi motivo de alguma surpresa e, principalmente, de muita alegria”, conta ele, que, depois de uma convocação isolada em 2003, retornou à albiceleste em novembro de 2011, para as partidas de eliminatórias da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 diante de Bolívia e Colômbia. “Vestir a camisa da seleção Argentina é o melhor que já me aconteceu, porque sei que não é fácil: você concorre com muitos gente que faz um bom papel no mundo todo e dentro do país também.”
Como aconteceu no Libertad e no Internacional, Guiñazú ganhou moral também na equipe argentina de Alejandro Sabella. Pode-se até discutir seu futebol, mas, não aquilo que transmite para os torcedores e para seus companheiros de vestiário. “Sou assim mesmo. Tenho a cabeça forte: sou um cara que gosta de treinar e tentar sempre conquistar uma coisinha a mais. Tento ser uma excelente pessoa fora de campo e, dentro de campo, ser mais um”, conta ele.
“Passei a admirar muito a pessoa e o profissional que ele é”, conta outro argentino do Internacional, Andrés D’Alessandro, ao FIFA.com. “O Guina é um exemplo de dedicação, esforço, empenho e qualidade. Todo atleta tem que se inspirar nele e valorizar o quanto se entrega pelo grupo."
Demorou alguns bons anos, mas, agora, é assim. De Porto Alegre a Assunção, passando até por Buenos Aires, a obstinação do volante argentino fez dele quase uma unanimidade. “Quase” porque quem joga contra ele, no geral, não concorda. Com exceção desses, pode-se dizer: todos amam Guiñazú.
Demorou alguns bons anos, mas, agora, é assim. De Porto Alegre a Assunção, passando até por Buenos Aires, a obstinação do volante argentino fez dele quase uma unanimidade. “Quase” porque quem joga contra ele, no geral, não concorda. Com exceção desses, pode-se dizer: todos amam Guiñazú.
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