19 de fevereiro de 2010

Mágico vermelho e branco

Por Luciano Bonfoco Patussi
19 de Fevereiro de 2010

Os tempos mudaram repentinamente. O clima parece diferente a cada novo amanhecer. Mistura-se uma sensação de "novidade e primeira vez" com um ar de "já vivi isso em algum momento da história". Há uma nova batalha se aproximando. As noites passam, a partir deste instante, a ficar mais longas. Quase intermináveis. Assim como aconteceu em 1977 e em 1980. Assim como foi também em 1989 e em 2006. Pura tensão no ar. Na memória, peleias inacabadas nas plagas mais distantes do novo continente insistem em continuar vivas. São imagens praticamente apagadas e, por outro lado, mais perfeitas do que nunca. É possível rever claramente o brilho e o talento de Falcão, Valdomiro e Mário Sérgio se apagar a cada nova disputa em "portunhol", fazendo o torcedor do Internacional ter pesadelos a cada ataque fulminante proporcionado pelo Cruzeiro de Palhinha e Joãozinho, ou então a cada milagre operado pelo goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez, do Nacional de Montevidéu.

Para os vermelhos, a América tinha forma de sonho possível convertido em dor e lamentação. Fanatismo e favoritismo aliados a frustração. Surgiria ainda uma nova chance para o Inter pintar o continente com suas vivas cores, cravando sua flâmula ao lado do cachimbo do Saci no topo do Aconcágua. Estava tudo dando tão certo. Partida após partida, o time colorado ajustava seu padrão de jogo, sendo apontado por muitos, após o decorrer da competição, como o favorito para vencer a Libertadores. O time de Taffarel, Leomir e Nilson tinha futebol competitivo e "pinta de campeão". Só faltou um detalhe: avisar isso ao destemido e "copeiro" time do Olímpia do Paraguai, que tratou de "avacalhar" a festa vermelha que se armava em Porto Alegre. Penalidades desperdiçadas fizeram o Beira-Rio calar por segundos. Minutos. Anos. Silêncio sepulcral. Foi então que veio mais sofrimento. Mais angústia. Ainda bem que o verdadeiro colorado jamais abre mão do seu time independentemente do momento que a equipe vive.

Foi muita pressão para "virar a casaca", quem não lembra disso? Houve uma época em que ser azul era moda, principalmente na escola. Foi difícil. Muitos não resistiram. Venderam sua alma. Um colorado resiste a tudo. Por mais que tenha que esperar, o colorado espera. Espera junto. Ele sabe esperar. Sentado ou em pé, na arquibancada. Na televisão ou com o radinho. No Rio Grande, no Mato Grosso, na Paraíba, no México, na Holanda, na Somália, na Indonésia ou na Austrália. Ele, o colorado, não vive sem o Inter. Seja onde estiver.

Esperar vale a pena. O gigante adormecido finalmente despertou. Explodiu para o mundo inteiro ver. Valeu a pena tanta expectativa. Houveram novas noites em claro. E outras mais haverão. Haverá também aflição. Fé e oração. Devoção e paixão. Correram os anos e surgiu o amanhã, como sempre sonhamos. Garra e dedicação. Lágrimas de emoção. Força e tradição. Tinga, Sóbis e Fernandão. A Taça Libertadores na mão. O Beira-Rio é só vibração. Sonho e realização. O Inter é campeão. Está tudo tão vivo na memória, em um mágico vermelho e branco que jamais apagarão. É tão bom recordar. Parece que foi ontem. Hoje acordamos, vislumbramos nova realização e sonhamos novamente: estamos em 2010 e é ano de Copa Libertadores da América!

Haverão muitas dificuldades. Por outro lado, haverá muita superação. É hora de unidade, torcida e vibração. Vai começar tudo de novo. Se o teu passado é motivo de festa nos nossos corações, o teu presente diz tudo: ele é, simplesmente, pura emoção! Muita força ao Clube do Povo do Rio Grande do Sul!

16 de fevereiro de 2010

Há muita rivalidade recente envolvida

Por Luciano Bonfoco Patussi
16 de fevereiro de 2010

Uma disputa, seja de Internacional ou de seu maior rival, contra um dos grandes clubes do interior gaúcho - entre eles Brasil, Pelotas, Caxias e Juventude - sempre promete ser um jogo interessante. Porém, nas últimas duas décadas, um desses enfrentamentos tem sido diferenciado dos demais, por diversos fatores. É um jogo que chama a atenção de toda a comunidade gaúcha: Inter contra Juventude. Não concordo que esta disputa seja um clássico do futebol. Está anos luz longe disso. Muito longe. Mas há muita rivalidade recente envolvida, isso é inegável.

Nos últimos anos, Inter e Juventude se auto aplicaram goleadas acachapantes e eliminações recíprocas. Decidiram alguns títulos. Virou uma rivalidade recente, como já destacado anteriormente. Seja no Beira-Rio ou no Alfredo Jaconi, em campeonato estadual ou em disputa nacional, jamais há um vencedor por antecipação. Tudo se decide no gramado, independentemente do momento vivido por cada equipe tanto no âmbito do futebol quanto no ambiente diretivo. Quando um parece acabado, pode ressurgir. Quando outro imagina já ter vencido por antecipação, pode sucumbir, sendo surpreendido sem chance de reabilitação.

Aliando toda essa recente rivalidade com a decisão da Federação Gaúcha de Futebol de não antecipar o jogo em um dia - prejudicando o Inter no planejamento de jogar com força o gauchão, mas sem descuidar da estreia na Copa Libertadores da América terça-feira que vem - será com esse espírito que o Inter irá duelar com o Juventude na quinta-feira. O Beira-Rio receberá bom público para ver qual equipe seguirá firme na disputa do título do primeiro turno do gauchão 2010. Não é permitido errar. Por outro lado, é permitido e obrigatório torcer e cada um apoiar seu time. Há um favorito para sair vencedor desse enfrentamento. Todos sabem qual é. Mas ainda não há um vencedor.

Inter e Juventude, repito, não é um clássico do futebol. Mas já há ingredientes de sobra para acrescentar ainda mais rivalidade a esse recente enfrentamento que, ano após ano, decide importantes classificações e, até mesmo, alguns títulos. Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010. Lugar de colorado é no Beira-Rio. Internacional e Juventude. Segue a luta colorada para alargar ainda mais a histórica vantagem de conquistas estaduais favoráveis ao maior campeão da história do futebol do Rio Grande do Sul.