23 de junho de 2008

SEMANA DECISIVA – Exigimos somente gana, força e vontade!

Entramos em uma semana decisiva para o Internacional no campeonato brasileiro de 2008. Sim, todo clássico é decisivo. Ainda mais quando se trata de Gre-Nal. Clássico Gre-Nal, já dizia um antigo dirigente, arruma a casa. Mas também pode desarrumar. Hoje, em Salvador, vimos mais uma atuação que causa desconfiança em quase todo torcedor colorado. A defesa do Internacional esteve, digamos, patética em determinados lances, principalmente pelo seu lado esquerdo. E isso não foi apenas hoje. Este tipo de atuação vem ocorrendo há um bom tempo. Não vamos aqui comentar, individualmente, quem esteve ou não esteve bem no jogo. Nem vamos citar as perspectivas de resultados para a rodada do próximo final de semana.

Gre-Nal é tradição e pode significar uma mudança nos rumos do Internacional no campeonato brasileiro. Mudança para melhor. Não vislumbro nem admito piora no atual quadro. Todos sabem que o time não vem bem. Para tirar essa conclusão, não é preciso sequer assistir os jogos. Basta pegar a tabela de classificação do campeonato nacional e ver o posicionamento dos clubes no certame. Nesta tabela, podemos analisar o desempenho “pífio” do Internacional e seus resultados – principalmente fora dos seus domínios.

Nós colorados, neste momento, vislumbramos e ainda temos esperança em uma melhoria do atual quadro. Particularmente, acredito que a maioria, antes de desejar a vitória no maior clássico do país, só exige gana, força e vontade. Respeito pela nossa tradição. Só isso. E se o lateral Paulo César jogar com vontade? Então que o Marcão corra como nunca imaginou que pudesse correr em toda sua vida. Que mastigue grama, se for preciso. E se a defesa do Grêmio estiver intransponível? Então que o Gil, o Alex e o Nilmar lutem com toda força e se desdobrem em campo inimigo. Dêem carrinhos na bola. Destruam a saída de jogo deles. E se a força ofensiva do Grêmio estiver em tarde inspirada, com Roger ditando o ritmo de jogo do meio-campo com passes precisos? Então, que o Índio, o Edinho e quem mais quer que estejam ao lado deles, metam a cara na chuteira adversária se for preciso. Que derramem sangue no gramado, se for necessário. A tradição colorada exige isso. Por ter uma torcida como a nossa, vale toda essa atitude.

É só isso que o torcedor exige. Só isso. E se o nosso rival estiver motivado e mostrando toda essa vontade? Que o nosso grupo também mostre isso tudo em campo. Em dobro ou três vezes mais que eles. Se isso acontecer, temos grandes chances de vitória. E mesmo que ela não venha, é só isso que o torcedor exige: Gana, força e vontade. Respeito pela camisa vermelha e pelo torcedor. Vamos para o Olímpico honrar nossa tradição, respeitando o adversário. Mas vamos lutar por mais uma histórica vitória. Essa é a exigência. A nossa exigência. O resultado, será mera conseqüência. Força time do Inter. Força por nós, torcedores apaixonados!

20 de junho de 2008

FALCÃO - Manager de Futebol no Grêmio

Fico profundamente triste ao ver, atualmente, alguns torcedores do Internacional, nosso clube do coração, discutindo, com um certo tom de “raiva”, sobre qual o maior jogador da história do clube. A comparação de épocas distintas acaba causando, muitas vezes, grandes injustiças com determinados ídolos.

Ao meu ver – opinião pessoal, não existe chance alguma de um clube com a grandeza do Internacional, que em quase cem anos de história teve incontáveis craques vestindo seu manto, ter proclamado um jogador – um nome apenas, como sendo o maior de toda a história.

Pode ser na mesa do bar. Nas arquibancadas. Em fóruns de discussões na Internet. A discussão do momento gira em torno, principalmente, de Falcão e Fernandão. Opinião: Não existe chance alguma de dimensionar a importância de cada um para o clube, a ponto de se determinar que um deles – entre tantos outros – é a maior referência de uma história quase centenária de um clube que é o mais popular do Rio Grande do Sul.

O que pode ser discutido, sem sombra de dúvidas, é quem era o mais genial, técnico, matador, decisivo, craque, vitorioso ou líder da história. Isso é uma discussão que nunca terá fim. E não há como fugir disso. É até legal esse tipo de discussão. E é bom sinal termos isso para debater. Significa que o clube tem um incontável número de ídolos em sua história. Mas jamais qualquer fator pode determinar que “A”, “B” ou até “C” tenha sido o maior nome da história do clube – volto a frisar, é opinião pessoal. Isso tudo, sem contar que tantos outros craques honraram a camisa vermelha, alguns, por mais de uma década. Por vezes, nem são lembrados. Mais de dez anos vestindo vermelho com amor e orgulho. Isso é para poucos. Assim como ser campeão brasileiro ou mundial. Também é para poucos.

Iniciei este texto, colocando o fato de ficar triste com algumas situações. O fato é que todos nós torcedores – e não poderia ser diferente, tínhamos a necessidade de voltar a ver nosso clube ser campeão interestadual. Alguns, inclusive, jamais tinham visto. Quando isso finalmente voltou a acontecer, não fomos campeões do certame nacional – o que não seria novidade em nossa história. Quando conseguimos dar a tão sonhada volta olímpica, ela foi continental. Era uma novidade em nossa história. Novidade que foi seguida de uma triunfante e inesquecível volta olímpica mundial.

Antes de isso acontecer, quase todo colorado citava Paulo Roberto Falcão, o cérebro do melhor e mais famoso time brasileiro dos anos da década de 1970, como o maior nome da história do clube. Com o título da Copa Libertadores da América e da Copa do Mundo de clubes, alguns delegaram ao camisa 5 mais genial da história do futebol brasileiro - Falcão, o posto de, no máximo, segundo maior nome da história do clube, e ainda o acusaram de não possuir o ímpeto de um verdadeiro colorado. E isso que Falcão saiu de Santa Catarina nos anos 60 para jogar no clube do coração.

Outros tantos chegam a dizer que Falcão não representa o torcedor colorado, pois não demonstra seu amor ao clube publicamente. E que por isso, não merece o título de maior nome da história do clube. Particularmente, até acho que não pode ser taxado de maior nome da história. É um dos maiores. Pode ser considerado o maior por alguns, mas nunca será unanimidade. Até porque, se eu falasse em unanimidade, estaria simplesmente rasgando e colocando na lixeira tudo o que neste texto venho expondo. Falcão simplesmente é, como comentarista, o que ele era dentro de campo. Profissional. Genial. Dos melhores. Isso muita gente não entende.

Para finalizar, sobre o fato da discussão do “coloradismo” do mais genial camisa 5 da história do futebol brasileiro, vai uma pequena lembrança:

Uns cinco anos atrás, mais ou menos, o rival azul de Porto Alegre cogitou a criação de um departamento no futebol do clube, que teria o molde semelhante a alguns clubes europeus. Seria criada a figura que chamamos de “Manager de Futebol”. O escolhido e convidado para o cargo teria sido Paulo Roberto Falcão. Isso foi divulgado pela imprensa gaúcha na época do ocorrido. Ninguém – ou quase ninguém – recorda.

Com muito estilo – como só um craque é capaz de fazer, Falcão teria agradecido o convite. Disse ter ficado envaidecido com a lembrança. Só que não poderia dizer “aceito”. Ele não aceitaria este cargo em respeito ao torcedor colorado e também porque não se sentiria à vontade, devido à sua bela história, construída dentro do Internacional. Foi o mais categórico “NÃO” da história do futebol gaúcho. Lembro de ter ouvido isso em uma rádio, em uma época que o Inter, dentro de campo e fora dele, não ia “nada bem das pernas”.

E mesmo assim, alguns preferem denegrir a imagem do, repito, mais genial camisa 5 da história do futebol brasileiro. Enquanto isso, um jogador que fez história jogando de azul – Renato, mas que jamais seria cogitado pelo Internacional para quaisquer cargos – dentro ou fora de campo, faz questão de dizer a todo o momento que torce contra o Inter, porque é tricolor, e que no Beira-Rio nunca atuaria – como se, pelo Internacional, fosse desejado. No lado de lá, ele é unanimidade. “Esse é tricolor!” – gozam os gremistas. E realmente, Renato é tricolor. Ao seu estilo. Foi um grande atacante e fez história no time dele, não há como negar. Mas jamais “engraxaria” uma chuteira de Valdomiro ou Tesourinha, por exemplo – com todo o respeito.

Enquanto isso, no lado vermelho, alguns poucos torcedores jogam para “escanteio” grandes ídolos da história do clube. Ídolos que, nos tempos de “vacas magras”, eram considerados deuses e espelho para um futuro melhor e de títulos. E quando as novas conquistas surgiram, com novos ídolos que entraram, merecidamente, na história do clube, alguns poucos fizeram questão de tentar, de uma forma ou outra, “apagar” parte da história do clube de futebol mais popular do Rio Grande do Sul. Aí é dito por essas pessoas que Falcão “só foi campeão brasileiro” – como se isso fosse pouco, “foi mercenário” ou que “não é colorado”. Mas nada se apaga da história de um clube como o Internacional, o Clube do Povo.

Deixo a pergunta: Imaginem o que alguns torcedores fariam se Paulo Roberto Falcão aceitasse, na época, o cargo de Manager de Futebol do Grêmio? Como ele não aceitou, o fato passou despercebido. Essa notícia pode ter sido algum boato colocado pela imprensa, mas lembro como se fosse hoje a divulgação desse fato. Como torcedor, naquele momento, vi o mundo desabar. Falcão nunca poderia atuar no Grêmio. E nunca vai atuar – não que “eles” não quisessem. Foi ele que não quis.

Paulo Roberto Falcão, por tudo que agregou, não só ao Internacional, mas ao futebol mundial, deveria ter um pouco mais de respeito por parte de alguns torcedores. Ainda bem que são minoria os torcedores que não respeitam – estou sendo chato mas vou repetir – o maior camisa 5 da história do futebol brasileiro da forma como ele merece.

14 de junho de 2008

Obrigado, Fernandão. Liderança e títulos!

Hoje, 14 de Junho de 2008, o Internacional perde para o futebol do oriente médio o maior ícone das recentes conquistas do clube. Fernandão. Este goiano, mais gaúcho e colorado do que muitos que em nossa terra nasceram, merece todo o tipo de homenagem que for possível. O Internacional sofreu mudanças desde 2003. Estas mudanças resultaram em títulos memoráveis conquistados em 2006. Em 2004, em uma negociação difícil, foi definido o nome do capitão colorado para as conquistas que viriam. Fernando Carvalho foi à Goiás, levou em sua pasta a faixa de capitão e entregou-a pessoalmente.

“- Fernandão, aceitas a braçadeira?. Vamos ao Sul conhecer nossa estrutura, nossa torcida e o nosso planejamento.”

“- Então vamos ao Sul.” – Respondeu o capitão.

Ele veio ao Sul e não voltou mais. Tinha outras propostas concretas. Inclusive do Flamengo. Mas ele veio ao Sul. Conheceu o Inter. Por aqui ficou. Ficou exatos quatro anos para conquistar o mundo e, particularmente, um espaço merecidíssimo na galeria de ídolos imortais da história do Sport Club Internacional.

Gol 1000 da história dos Gre-Nais. Fato que rendeu até camiseta comemorativa. Gauchão 2005. Gols e mais gols. Liderança. Amor ao clube. Copa Libertadores. Propostas do exterior. Respeito ao torcedor. Gols e mais gols. Inteligência para jogar. Campeonato mundial. Mais propostas. Gols. Mais liderança. Recopa. Gols. Copa Dubai. Mais gols. Gauchão 2008. Um dia, ele iria sair. Infelizmente, este momento chegou.

No próprio gauchão 2008, desconfiavam dele. Diziam que não era mais o mesmo. Que havia entregue o primeiro jogo da decisão. Mexeram com os brios do nosso capitão. Na decisão, dos três primeiros gols, marcou dois. Fez três gols no total, dos oito aplicados no Juventude em plena final do campeonato. Memorável partida.

Até hoje, muitos questionam Adriano Gabirú. Como poderia ele ter marcado o gol do título mais importante da história do clube? A explicação é simples. Quando o capitão não agüentou mais jogar, exausto, depois de tanto serviço defensivo, para ajudar os companheiros a segurar o timaço do Barcelona, quem o substituiu? A explicação é simples. Adriano Gabirú entrou no lugar do capitão e encarnou seu espírito. Ou seja, decidiu.

Fernandão. Agradecimento eterno por seus serviços prestados ao Sport Club Internacional. Tristeza pela saída. Meus mais sinceros votos de felicidade nessa nova etapa de sua carreira. Sucesso merecido.

5 de junho de 2008

AGRADECIMENTO - Iarley é Rei!

5 de junho. Após mais um dia de trabalho, cheguei em casa, cansado, mas com a sensação de mais um dever cumprido. Queria saber informações sobre o 'novo treinador'. Então, a mãe me chamou na cozinha:

- Luciano, viste o que aconteceu hoje?

- Não – respondi.

- O Inter mandou o Iarley embora.

- Como? Mandou embora? – perguntei.

Então meu pai confirmou. Iarley foi mandado embora.

- Para o América do México ou para as Arábias, em uma proposta irrecusável? – questionei.

- Não, para o Goiás – respondeu meu velho.

Na hora o primeiro pensamento que me veio à cabeça: “diretoria desgraçada, arrogante e incompetente”. Que tristeza.

Fui ouvir rádio. Olhar a net. Assistir programas esportivos. A ficha tem que cair. É difícil o momento. As lágrimas marejaram meus olhos ao ouvir na Guaíba o lance de Iarley. A partida da vida dele. A partida da nossa vida. Ah, que lembrança!

Veterano. Matreiro. Habilidoso. Amor ao Inter. Profissional. Líder. Um craque. Bi-campeão mundial. É muito triste o momento. Não existe no futebol brasileiro um jogador com a malandragem do nosso craque. Iarley é rei.

Difícil o momento. Não queremos, às vezes, ver a verdade. Mas aquele time que vai ficar na história, aos poucos vai se desfazendo. Hoje, mais um foi embora. Mas não um qualquer. Iarley é craque. Iarley é rei.

Iarley, particularmente, agradecimento eterno a você. Particularmente – podem discordar, mas acho que, de minha geração – nascidos nos anos 80, tu és o maior craque que já vestiu a camisa vermelha – nos últimos dez ou vinte anos. Tu és o jogador que eu vou morrer e no dia em que eu estiver partindo, vou poder lembrar, com orgulho: “eu vi Iarley jogar”.

Tristeza grande. Desejo de sucesso ao REIarley. E lá no Centro-Oeste, podes escrever, tu vais fazer história também. Assim é tua carreira. Tu chegas em qualquer ambiente e conquista o torcedor. E se consagra. E vence. Assim como no Paysandu. No Boca. E no Inter, é claro!

Lamentável decisão diretiva. Sem mais.

2 de junho de 2008

ABEL - Desconfiança. Trabalho. Títulos. Respeito!

Final de 2005. Estávamos entrando no ano de 2006. Chegava um ano que causava otimismo em todos os colorados, apesar de toda decepção causada com o “canetaço” de 2005. Era o fim de um ano que nos trouxe muito aprendizado. Era o início de um ano que prometia. Após treze anos, o Internacional estava voltando a ter a chance de disputar uma Copa Libertadores da América. Após o lamentável vice-campeonato brasileiro que nos foi imposto em 2005, havia a esperança da permanência do treinador Muricy Ramalho, para dar seqüência ao trabalho que, até o momento, era bem realizado. Mas Muricy já tinha um certo desgaste no clube. O treinador já não era unanimidade entre os torcedores. Apesar de bem habituado à capital gaúcha, o Muricy buscava novos ares.

Eis que o anúncio do treinador colorado para o ano de 2006 foi feito: Abel Braga foi o incumbido de comandar o time colorado. Muitos gostaram. Mas particularmente, preciso admitir, tive momentos de apreensão e tristeza. Como poderia o Internacional, voltando após muito tempo à disputar uma Libertadores, trazer um treinador como Abel Braga? Amigo dos jogadores, mas que, no momento das decisões, não conseguia vencer campeonatos importantes? Nunca! Isso era um histórico dele no Internacional e nos demais clubes grandes por onde passou. Era para mim, particularmente, um momento de tristeza e aflição. Mas a esperança nunca acabou.

Naquele instante, passava em minha mente a seguinte idéia: Fernando Carvalho está pondo na “lata do lixo” todo trabalho realizado, e toda credibilidade que o torcedor tinha nele. Sou um dos maiores fãs de Fernando Carvalho. Mas estava decepcionado com a decisão tomada por ele para o comando técnico colorado. Mas eu queria, do fundo do coração, ser calado por todos e dizer que eu estava errado em relação à escolha de Abel Braga. É, eu estava enganado. Enganadíssimo!

Em 16 de agosto de 2006, eu pude, em meio à lágrimas, sentir a emoção de ser campeão da Libertadores. Naquela data, Fernando Carvalho me mostrou que valeu a pena acreditar até o fim. Fernando Carvalho me mostrou que ele estava certo. E Abel Braga calou minha boca. Sim, calou minha boca. O time do Internacional era muito forte. Muito mesmo. Mas somente uma pessoa poderia colocar tudo a perder, em minha opinião: Abel Braga, e suas decisões estapafúrdias. Abel não colocou tudo a perder. Fez mais. Teve participação importantíssima no comando do time.

Durante toda Libertadores e alguns jogos do campeonato estadual daquele ano, Abel teve seus equívocos. Isso é inegável. Mas durante todas as decisivas partidas de 2006, Abelão, como é carinhosamente conhecido, esteve impecável. Foi um comandante do mais alto nível. E o time foi, simplesmente, seu reflexo em campo. Fica aqui registrada, e com muito orgulho, esta singela homenagem à passagem de um treinador que tornou-se vitorioso demais defendendo o Sport Club Internacional. E não canso de repetir. Nosso comandante calou minha boca em 2006. E que todos do Internacional que tenham a minha desconfiança pessoal, ou a desconfiança parcial ou geral da nação colorada, possam nos calar. Que possam nos calar, assim como fez Abel Braga desde que voltou ao Internacional em 2006: campeão da Copa Libertadores, campeão mundial, campeão da Dubai Cup e campeão gaúcho. Assim se vence. Assim se cala.

Ao nosso treinador do mundial 2006, Abel Braga, fica esta homenagem, e os mais sinceros votos de sucesso, saúde, dinheiro e títulos nesta nova etapa de sua carreira.