2 de junho de 2008

ABEL - Desconfiança. Trabalho. Títulos. Respeito!

Final de 2005. Estávamos entrando no ano de 2006. Chegava um ano que causava otimismo em todos os colorados, apesar de toda decepção causada com o “canetaço” de 2005. Era o fim de um ano que nos trouxe muito aprendizado. Era o início de um ano que prometia. Após treze anos, o Internacional estava voltando a ter a chance de disputar uma Copa Libertadores da América. Após o lamentável vice-campeonato brasileiro que nos foi imposto em 2005, havia a esperança da permanência do treinador Muricy Ramalho, para dar seqüência ao trabalho que, até o momento, era bem realizado. Mas Muricy já tinha um certo desgaste no clube. O treinador já não era unanimidade entre os torcedores. Apesar de bem habituado à capital gaúcha, o Muricy buscava novos ares.

Eis que o anúncio do treinador colorado para o ano de 2006 foi feito: Abel Braga foi o incumbido de comandar o time colorado. Muitos gostaram. Mas particularmente, preciso admitir, tive momentos de apreensão e tristeza. Como poderia o Internacional, voltando após muito tempo à disputar uma Libertadores, trazer um treinador como Abel Braga? Amigo dos jogadores, mas que, no momento das decisões, não conseguia vencer campeonatos importantes? Nunca! Isso era um histórico dele no Internacional e nos demais clubes grandes por onde passou. Era para mim, particularmente, um momento de tristeza e aflição. Mas a esperança nunca acabou.

Naquele instante, passava em minha mente a seguinte idéia: Fernando Carvalho está pondo na “lata do lixo” todo trabalho realizado, e toda credibilidade que o torcedor tinha nele. Sou um dos maiores fãs de Fernando Carvalho. Mas estava decepcionado com a decisão tomada por ele para o comando técnico colorado. Mas eu queria, do fundo do coração, ser calado por todos e dizer que eu estava errado em relação à escolha de Abel Braga. É, eu estava enganado. Enganadíssimo!

Em 16 de agosto de 2006, eu pude, em meio à lágrimas, sentir a emoção de ser campeão da Libertadores. Naquela data, Fernando Carvalho me mostrou que valeu a pena acreditar até o fim. Fernando Carvalho me mostrou que ele estava certo. E Abel Braga calou minha boca. Sim, calou minha boca. O time do Internacional era muito forte. Muito mesmo. Mas somente uma pessoa poderia colocar tudo a perder, em minha opinião: Abel Braga, e suas decisões estapafúrdias. Abel não colocou tudo a perder. Fez mais. Teve participação importantíssima no comando do time.

Durante toda Libertadores e alguns jogos do campeonato estadual daquele ano, Abel teve seus equívocos. Isso é inegável. Mas durante todas as decisivas partidas de 2006, Abelão, como é carinhosamente conhecido, esteve impecável. Foi um comandante do mais alto nível. E o time foi, simplesmente, seu reflexo em campo. Fica aqui registrada, e com muito orgulho, esta singela homenagem à passagem de um treinador que tornou-se vitorioso demais defendendo o Sport Club Internacional. E não canso de repetir. Nosso comandante calou minha boca em 2006. E que todos do Internacional que tenham a minha desconfiança pessoal, ou a desconfiança parcial ou geral da nação colorada, possam nos calar. Que possam nos calar, assim como fez Abel Braga desde que voltou ao Internacional em 2006: campeão da Copa Libertadores, campeão mundial, campeão da Dubai Cup e campeão gaúcho. Assim se vence. Assim se cala.

Ao nosso treinador do mundial 2006, Abel Braga, fica esta homenagem, e os mais sinceros votos de sucesso, saúde, dinheiro e títulos nesta nova etapa de sua carreira.

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