5 de junho. Após mais um dia de trabalho, cheguei em casa, cansado, mas com a sensação de mais um dever cumprido. Queria saber informações sobre o 'novo treinador'. Então, a mãe me chamou na cozinha:
- Luciano, viste o que aconteceu hoje?
- Não – respondi.
- O Inter mandou o Iarley embora.
- Como? Mandou embora? – perguntei.
Então meu pai confirmou. Iarley foi mandado embora.
- Para o América do México ou para as Arábias, em uma proposta irrecusável? – questionei.
- Não, para o Goiás – respondeu meu velho.
Na hora o primeiro pensamento que me veio à cabeça: “diretoria desgraçada, arrogante e incompetente”. Que tristeza.
Fui ouvir rádio. Olhar a net. Assistir programas esportivos. A ficha tem que cair. É difícil o momento. As lágrimas marejaram meus olhos ao ouvir na Guaíba o lance de Iarley. A partida da vida dele. A partida da nossa vida. Ah, que lembrança!
Veterano. Matreiro. Habilidoso. Amor ao Inter. Profissional. Líder. Um craque. Bi-campeão mundial. É muito triste o momento. Não existe no futebol brasileiro um jogador com a malandragem do nosso craque. Iarley é rei.
Difícil o momento. Não queremos, às vezes, ver a verdade. Mas aquele time que vai ficar na história, aos poucos vai se desfazendo. Hoje, mais um foi embora. Mas não um qualquer. Iarley é craque. Iarley é rei.
Iarley, particularmente, agradecimento eterno a você. Particularmente – podem discordar, mas acho que, de minha geração – nascidos nos anos 80, tu és o maior craque que já vestiu a camisa vermelha – nos últimos dez ou vinte anos. Tu és o jogador que eu vou morrer e no dia em que eu estiver partindo, vou poder lembrar, com orgulho: “eu vi Iarley jogar”.
Tristeza grande. Desejo de sucesso ao REIarley. E lá no Centro-Oeste, podes escrever, tu vais fazer história também. Assim é tua carreira. Tu chegas em qualquer ambiente e conquista o torcedor. E se consagra. E vence. Assim como no Paysandu. No Boca. E no Inter, é claro!
Lamentável decisão diretiva. Sem mais.
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