20 de dezembro de 2011

Fabiano Eller, 2006: "nós vamos lutar por isso"


Por Luciano Bonfoco Patussi
20 de dezembro de 2011

O clima era descontraído na churrascaria do Parque Gigante. Junto a um grupo de amigos que trabalhavam na mesma empresa, havia presenciado uma grande vitória do Internacional. No Beira-Rio, o “Clube do Povo” acabara de vencer o tradicional Nacional de Montevidéu, pelo placar de 3 a 0. A partida foi válida pela Copa Libertadores da América. Estávamos em 2006. Naquela noite, entre conversa jogada fora, piadas e recordações sobre os lendários “Rolo Compressor” dos anos 40 e sobre o magnífico time tricampeão brasileiro nos anos 70, sugeri o seguinte jargão ao meu amigo, Scapini: “faltam doze jogos!” Todos que estavam na mesa “compraram” e adotaram a brincadeira. Faltavam doze jogos para a inédita conquista da América.

A conversa rolava e, aproximadamente uma hora após o final da goleada, todos os colorados que estavam presentes no restaurante posicionaram-se em pé. Aplausos tomaram conta do ambiente, seguidos por gritos de “Inter, Inter, Inter”. Adentraram o recinto os atletas Léo, Márcio Mossoró, Rubens Cardoso e Fabiano Eller. Entre um queijo assado, uma cerveja bem gelada e uma picanha bastante suculenta, surgiu o desafio:

“- Vamos falar com nossos craques?”.

Prontamente alguém respondeu:

“- Vamos!”.

Fomos. Rubens Cardoso e Léo eram os mais reservados. Já Márcio Mossoró era uma “figuraça”. Ao se retirar do local, antes de se despedir de todos, foi de encontro a um pote, daqueles que ficam junto ao caixa, e que servem para disponibilizar balas aos clientes. Encheu uma mão de doces e levou consigo. Gente fina e de bom papo, ele gargalhava. Ríamos junto. Mal sabíamos que cada bala de Mossoró poderia ser a viva representação de cada um dos títulos que o Internacional obteria dentro de campo nos meses subseqüentes.

Fabiano Eller chegou ao Internacional, como sendo um reforço de confiança de Abel Braga, que estava assumindo o cargo de treinador do Internacional em 2006, e que já havia trabalhado com o atleta em anos anteriores, no Flamengo e também no Fluminense. Fabiano Eller era a peça que faltava para fechar o elenco colorado em busca da conquista da Libertadores. Como popularmente se diz, Eller era a “cereja do bolo”. Chegou ao Internacional, vestiu a camisa número 4 e tomou conta da grande área.

Naquela noite, Fabiano Eller era um dos atletas mais descontraídos. Tirou foto com os fãs, distribuiu autógrafo e conversou com todos. Eu disse a ele que acreditava muito naquela equipe, pois o Inter tinha um elenco muito qualificado. Para finalizar, pedi para Fabiano Eller ir com força na Libertadores. Eu não estava acostumado com atletas do meu time falando em títulos. Em anos anteriores a 2006, havia certo “conformismo” entranhado no vestiário, e isso contagiava negativamente uma parcela dos jogadores que chegavam para jogar no Internacional.

Para minha surpresa, a resposta de Fabiano Eller foi sucinta, breve e alentadora: “podes ficar tranqüilo, vim para o Inter para ganhar a Libertadores, nosso grupo é muito forte e nós vamos lutar por isso”. Essa frase serviu de combustível e esperança nas noites em claro que antecederam decisivos confrontos contra a LDU, o Libertad e o São Paulo. Noites inigualáveis foram aquelas vividas em 2006!

O zagueiro Eller, aquele que dava carrinho certeiro quando necessário e que saía jogando com técnica apurada como poucos, não só venceu a Libertadores em 2006, cumprindo a sua “promessa”, como também foi peça fundamental na conquista do Mundial de Clubes no mesmo ano, ajudando o grupo colorado a fazer frente à “seleção” do Barcelona. Eller saiu do Internacional sendo campeão mundial e, após alguns anos, retornou ao Beira Rio, onde foi importante peça no elenco bicampeão da América em 2010.

Atualmente, Fabiano Eller assinou contrato com o São José. Na capital do Rio Grande, vai disputar o campeonato gaúcho de 2012 comandando a grande área do “Zequinha”. Provavelmente terá a camisa número 4 às costas. Com quase 35 anos de idade, desfilará sua técnica no gramado do estádio Passo d’Areia. Isso para a infelicidade dos seus adversários!

18 de dezembro de 2011

Vai!


Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de dezembro de 2011

Dentro de mais alguns minutos, Santos e Barcelona estarão perfilados, lado a lado, adentrando o gramado. O estádio estará completamente lotado de torcedores enlouquecidos para ver a partida mais esperada da temporada. De um lado, Neymar. De outro, Messi. O Santos estará todo de branco. O Barça terá seu elenco recheado de estrelas. Ouve-se o hino da FIFA, marejam-se os olhos dos apaixonados torcedores e entram em campo as equipes, perfiladas, em busca da conquista do Mundial de Clubes. Da mesma forma que fizeram Ronaldinho, Deco, Fernandão e Iarley em 2006.

O tempo passa muito depressa e, às vezes, parece que insistimos em não acordar de um belo sonho. Houve uma época em que torcedores fardados de vermelho representavam uma religião que poucos entendiam qual era a sua crença. Mas eles acreditavam e isso era suficiente. Alguns entraram em profundo sono em uma certa data de agosto, dia em que o Inter desvendou os mistérios de uma noite, deixando para trás uma época de “quases” e de mediocridade futebolística, cravando no pico mais alto da América a bandeira colorada. Foi uma noite de sonho. Quatro longos meses.

Todos acordaram desses quatro meses de sonho, lá no Japão. Foi a maior de todas as conquistas. Quando Adriano foi chamado por Abel para entrar no time, no lugar do lesionado capitão Fernandão, bateu o desespero em boa parte da nação colorada. Em casa, vi a fisionomia de desconsolo de meu pai. Eu disse para todos na sala: “vai dar certo”. Eu falei isso e mais parecia um senhor tentando consolar uma criança. Mas eu acreditava. Puro sentimento de torcedor. Ora, quem mais acreditaria?

Quando Iarley pegou a bola e partiu para cima de Puyol, levou consigo, de arrasto, na garra e na força, uma inteira nação apaixonada que acreditava que era possível. Todos foram juntos. Todos gritavam: “vai”! Iarley foi, seguiu, prosseguiu. Todos nós, torcedores, olhamos para trás e, em uma questão de segundos, lembramos de tudo o que passamos. Iarley não olhou para trás. Ergueu a cabeça. Foi. Seguiu. Driblou. Arrancou. Deu passe, perfeito. Concretizou. Realizou. Em minha visão, já era ídolo. Virou eterno!

Acordamos! Há cinco anos, o Inter conquistava o Mundial de Clubes da FIFA. Foi uma data histórica, uma manhã de domingo que deve ser lembrada, comemorada e consagrada para sempre. Afinal de contas, como canta o torcedor: “é colorada a cor do meu sentimento, minha alegria é o Internacional, e no Japão em 17 de dezembro, nós conquistamos a taça do mundial”.

Parabéns ao Internacional, e a toda a sua apaixonada nação de torcedores, por mais essa passagem histórica.

17 de dezembro de 2006: INTER, CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES!

16 de dezembro de 2011

Debate: final de ano e expectativa para uma nova temporada

Por Luciano Bonfoco Patussi
16 de dezembro de 2011

Finalizada a temporada de futebol em 2011, é momento de fazer uma reflexão sobre os fatos que marcaram o ano, e também projetar as competições que se aproximam em 2012. No caso específico do Internacional, muito os torcedores tem a discutir, tanto no futebol, quanto fora das quatro linhas. Tudo isso visando o aperfeiçoamento do time e da gestão do clube como um todo. De forma sucinta, descrevo abaixo vários tópicos para reflexão e debate entre os torcedores do Internacional:

INTER 2011: a temporada que se encerra deixou para o Internacional o legado do 40º título gaúcho e também mais uma conquista internacional, a Recopa Sul Americana. Entretanto, em momentos decisivos de competições de nível técnico superior, como no campeonato brasileiro e na Copa Libertadores, o time sofreu certa instabilidade em algumas atuações, fato que comprova a necessidade de alguns pontuais reforços. Não é momento de uma “revolução” no elenco. Mas é preciso uma oxigenada. Isso é óbvio e os resultados das principais competições em 2011 comprovam isso. É preciso valorizar ainda mais a base e obter reforços pontuais para posições em que o grupo é carente.

ATAQUE VERMELHO 2012: muito a mídia e o próprio clube admitem a negociação em andamento com Dagoberto. O atacante tricolor é um jogador muito bom tecnicamente e, ao se adaptar ao Internacional, poderá ser um reforço decisivo. Só creio que o clube não deve ficar “preso” em apenas um nome. É preciso ter “cartas na manga”, ainda mais em um setor onde o time necessita reforçar o elenco. Vejo Éder Luis, do Vasco da Gama, que pertence ao Benfica de Portugal, como um jogador de boa qualidade. Seria uma opção.

DEFESA COLORADA 2012: vejo que o elenco colorado necessita de um reforço na defesa. Um jogador que chegue com condição técnica de ser titular do time. Pode ser um atleta já formado, caso de Victorino, jogador do Cruzeiro e também da qualificada seleção uruguaia, ou pode ser um jovem que busca alavancar sua carreira com um grande desafio, caso de Rafael Tolói, do Goiás. A mídia comenta a possibilidade de Manoel, do Atlético Paranaense. É um nome que pode ter condições de atuar na equipe e crescer como atleta.

SAÍDAS: há atletas que, apesar de todo o serviço prestado ao clube, eu consideraria negociáveis neste momento, casos principalmente de Bolívar, Andrezinho e do próprio Glaydson, até mesmo para dar uma oxigenada na carreira dos atletas citados e também para “abrir espaço” para jovens que estão surgindo da base. Havendo propostas, é importante considerá-las. Há outros jogadores que já foram liberados e que, em minha visão, a dispensa foi a decisão mais correta no momento, de modo geral. Quanto a Wilson Matias, não vejo esperança em uma crescente técnica deste atleta dentro do Internacional. O clube poderia aproveitar a aliança estratégica com o América do México e buscar uma negociação do volante, já que ele possui muita moral no futebol mexicano.

JOVENS: a temporada 2011 serviu para termos algumas boas afirmações de jovens que buscaram seu espaço dentro do elenco com muita competência, casos de Muriel, Juan, Rodrigo Moledo, Oscar, do próprio Leandro Damião, entre alguns outros. A temporada 2012 poderá servir para afirmar estes e ainda buscar novas alternativas “pratas da casa”, como os casos de Dalton, Romário, Élton, João Paulo, Dellatorre, e outros mais. Tem ainda o atacante Gilberto, contratado junto ao Santa Cruz de Recife. Gilberto é um jogador que, em minha visão, o Internacional deve cuidar com bastante atenção. Creio que ele tenha potencial para se tornar um grande jogador em médio prazo. Se não “estourar” no Inter, algum outro clube vai aproveitar e o jogador terá grande oportunidade de “deslanchar” fora do Beira Rio.

REEBOK: é importante ressaltar a relevância que teve a parceria entre Internacional e Reebok. Esta marca participou ativamente nos últimos anos do clube e ajudou no crescimento da entidade, tanto fornecendo material esportivo qualificado, como buscando sempre evoluir em diversos quesitos. Além disso, participou ativamente no processo de construção do Museu do Inter, sonho antigo e que há décadas o Internacional não só sonhava, mas precisava realizar. Foi uma grande e inadiável realização.

NIKE: como tudo na vida, nos negócios também é preciso estarmos sempre atentos a novas oportunidades. A Nike busca entrar forte no mercado nacional, já tendo fechado acordo com clubes populares de diversas capitais brasileiras, entre eles, o Internacional. A partir de 2012, o material esportivo do Internacional será da Nike, empresa que irá prestar forte apoio financeiro aos cofres do clube. Sobre o modelo dos uniformes, apenas deixo uma dica para a Nike: “simplicidade e objetividade”. O uniforme do Inter é marcante devido a sua simplicidade. O vermelho sem “frescuras”, modelo instituído pela Reebok nos últimos anos, deve ser mantido. Se assim for, será um sucesso!

GIGANTE PARA SEMPRE: o Conselho Deliberativo aprovou na noite de ontem a parceria com a Andrade Gutierrez. Primeiramente, vejo que um modelo de parceria deveria ser aprovado. Se não fosse com a Andrade Gutierrez, deveria ser com outra empresa. O problema maior é a “pressão” sofrida devido a Copa do Mundo. A FIFA quer a parceria com a Andrade Gutierrez. Caso contrário, a Copa não seria no Beira Rio. Acho que o Inter precisaria de um período maior para receber outras propostas, de outras construtoras, visando escolher a melhor alternativa para, em parceria, modernizar o Beira Rio. Neste caso, o clube poderia perder a disputa do mundial, mas isso não seria um grande problema.

Sou favorável ao fechamento de uma parceria para tocar este tipo de empreendimento, porém, há alguns pontos que eu acho que deveriam ser considerados: primeiramente, creio que 20 anos é muito tempo para “pagar” a obra. Isso deveria ser revisto; em segundo lugar, para finalizar, ouvi boatos de que a construção do CT seria um negócio à parte da negociação, o que não me agradaria, pois assim sendo, mesmo com a parceria sendo efetivada por 20 anos, o Internacional seguiria carente, por um bom tempo, de um Centro de Treinamentos. Gostaria que essa informação fosse confirmada, ou desmentida.

FUTSAL: há informações de que o Internacional estaria reativando o departamento de Futsal, modalidade que deu ao clube muitos títulos, entre estaduais, nacionais, continentais e o mundial interclubes de 1997, sendo obtido após uma vitória contra o Barcelona, no Gigantinho. Se confirmar, isso é um fato que muito me agradaria. Seria o Campeão de Tudo voltando também às quadras, para competir e tentar vencer tudo de novo!

25 de agosto de 2011

"Campeão de Tudo", tudo de novo!


Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de agosto de 2011

No confronto entre “El Rey de Copas” e “O Campeão de Tudo”, a vitória do Internacional sobre o Independiente por 3 a 1 garantiu ao time colorado o bicampeonato da Recopa Sul Americana em 2011, fato que consolida ainda mais o “Clube do Povo” como um dos maiores campeões do futebol continental. A Recopa já havia sido vencida pelo Inter em 2007.

A equipe do Beira-Rio, desde 1909, sempre foi uma das mais tradicionais e vitoriosas do futebol brasileiro. Incontáveis títulos em território estadual e nacional foram conquistados ao longo do tempo. Em importantes torneios internacionais em que atuou como convidado, o time colorado também marcou presença e venceu adversários importantes na sua história, conquistando muitas taças para a galeria do clube. Entre elas, destaque para o torneio Joan Gamper, vencido em 1982 na casa do Barcelona, onde o Inter eliminou o time anfitrião e bateu o Manchester City na decisão. Vale lembrar também o recente título da Dubai Cup, onde a equipe colorada venceu a Internazionale na grande final. Isso para ficar apenas nas conquistas internacionais mais lembradas, devido aos adversários enfrentados em cada ocasião.

Porém, a partir de 2006, o ritmo de conquistas internacionais do clube tomou outro rumo. Foi o momento onde o Internacional passou a obter títulos oficiais das principais confederações de futebol do planeta, tais como a CONMEBOL e a FIFA. A lista de títulos, para a alegria e o contentamento do torcedor alvirrubro, aumentou na noite de ontem. O estádio Beira-Rio presenciou o confronto entre o time da casa e o Independiente de Avellaneda, sete vezes campeão da Taça Libertadores, maior campeão da competição até hoje. Pois o clima de decisão tomou conta de Porto Alegre desde as primeiras horas da manhã de ontem. Aproximadamente 3.000 argentinos rumaram do país vizinho para acompanhar a final. Confraternizaram com os colorados. Fizeram parte da festa, apoiando o seu time. O Beira-Rio recebeu o confronto mais vermelho dos últimos tempos.

Chegando ao estádio para a grande decisão, a delegação colorada foi recebida com o espetáculo “Ruas de Fogo”, proporcionado pelo seu torcedor de forma magnífica e apaixonante, onde centenas de sinalizadores vermelhos eram apontados em direção ao céu, proporcionando uma névoa densa e vermelha, da cor do coração de todos nós.

Durante a partida, mais uma vez Leandro Damião foi diferenciado e decisivo. É um camisa 9 diferente. Competente. No comando de ataque do Internacional, já marcou quase 40 gols, isso apenas nesta temporada. Foi ele quem abriu o placar em jogada onde recebeu a bola na ponta direita. Damião girou sobre dois marcadores, adentrou a grande área e, antes que alguém pudesse imaginar o que ocorreria, decidiu. Chutou no canto oposto, para desespero do arqueiro argentino, que ainda tentou defender, raspando de leve a bola, que morreu no fundo da rede. Inter 1 a 0.

O Inter seguiu pressionando, marcando posicionado à frente e encurralando o time de Avellaneda. O segundo gol saiu em uma bola alçada para Damião. Em um giro típico de centroavante, o defensor adversário ficou paralisado, sendo que poucos instantes bastaram para Damião colocar a bola no canto oposto do goleiro, fazendo a bola dormir na rede mais uma vez: Inter 2 a 0.

O início do segundo tempo aparentava dificuldades para o time colorado. A equipe do Independiente conseguiu antecipar um pouco sua marcação, dificultando o jogo do Inter. Passou a tocar mais a bola, chegando à frente e concluindo. Não demorou para descontar o placar adverso, em jogada combinada pela esquerda, momento em que Muriel nada conseguiu fazer diante do atacante adversário: Inter 2 a 1. Este foi o momento mais tenso da partida. Fisicamente, o Inter aparentava estar melhor e disputar a prorrogação não seria algo tão dramático, pelo menos na teoria. Animicamente, porém, o momento era do Independiente, que seguiu buscando o empate.

Após a saída de D’Alessandro, que sentiu lesão na coxa, entrou na equipe Andrezinho. Foi ele quem iniciou a jogada para o gol da vitória. O gol do título. O gol da consagração, da faixa no peito e da taça no armário. O gol do vermelho nas ruas. Andrezinho alçou a bola que sobrou na área para o atacante Jô. Dentro da área, ele adiantou a bola, que ficou mais para o goleiro. Era o goleiro argentino contra Jô. Jô antecipou, deu um toque na bola, escapou para o lado esquerdo e sofreu a falta. Pênalti. A cobrança foi executada com frieza. O experiente lateral Kleber bateu de perna canhota, deslocando o goleiro, que nem sequer saiu na foto. Inter 3 a 1.

O final do jogo e o decorrer do segundo tempo reservaram ainda algumas fortes emoções para os envolvidos na decisão. Bolas levantadas na grande área, defesa de Muriel, defensor se lançando em frente à linha de conclusão. Tudo isso bastou para que o tempo se esgotasse, o árbitro apitasse o final da partida, fazendo a alegria do torcedor colorado, que presenciou mais uma volta olímpica em 2011.

De 2006 até 2011, eis a lista de títulos internacionais obtidos pelo Internacional. Pelo menos um título internacional foi obtido em cada uma das últimas seis temporadas:

- Copa Libertadores da América 2006 (CONMEBOL)
- Mundial de Clubes 2006 (FIFA)
- Recopa Sul Americana 2007 (CONMEBOL)
- Dubai Cup 2008
- Copa Sul Americana 2008 (CONMEBOL)
- Suruga Bank 2009 (Parceria CONMEBOL / Federação Japonesa)
- Copa Libertadores da América 2010 (CONMEBOL)
- Recopa Sul Americana 2011 (CONMEBOL)

Parabéns à toda a nação colorada! O Inter busca ser “Campeão de Tudo”, tudo de novo!

INTER, BICAMPEÃO DA RECOPA SUL AMERICANA 2011!

17 de agosto de 2011

Mistérios de uma noite


Por Luciano Bonfoco Patussi
16 de agosto de 2011

Olhamos na direção do céu e temos a sensação de que a escuridão representa imensidão, incerteza e sonho. É difícil descrever a noite, ou até mesmo desvendar seus mistérios. Dizem que ela é uma criança. Elas sonham. Todos sonhamos. Voltamos no tempo. A lua é um objeto de desejo. Um alvo a ser alcançado. Desbravado. Rodeada de estrelas, ela sempre estará lá, radiosa de luz. Por vezes, nuvens passageiras a tornam menos vista, porém ela sempre está por ali, pronta para aparecer e encantar. Sua aparição é fenomenal. Internacional.

Foi em um mágico dia 16 de agosto que o Internacional vislumbrou a lua. Em um gesto majestoso, a tocou com a taça erguida pelos braços de Fernandão e de toda uma apaixonada nação de fanáticos seguidores. Sóbis escalou a montanha mais alta do continente e nela cravou uma bandeira vermelha e branca. Ela tremulava após a volta olímpica mais inesquecível da história. A névoa produzida pelo calor da torcida colorada cobriu os Andes. Colorados do mundo inteiro entraram de carrinho nas incertezas e nos tempos de escassez de títulos marcantes no cenário interestadual. Tal qual fizeram Bolívar, Fabiano Eller, Ceará, Índio e Edinho com os seus adversários.

16 de agosto foi um marco histórico. Foi quando o Internacional tocou a lua com uma taça. Desvendou os mistérios de uma noite. Realizou um sonho. Foi um dia sem fim, que estará sempre vivo na nossa memória. 16 de agosto foi um recomeço. Foi o reencontro de todos os rubros com sua vitoriosa história. Aquela mesma que é motivo de festa em nossos corações, que teve início em 4 de abril de 1909 e que segue a cada dia mais firme, apaixonante, forte, vermelha e vibrante. Em resumo, é uma história cada dia mais Internacional. Você faz parte dela!

Parabéns, torcedor colorado!

Há cinco anos, o Internacional conquistou um grande título, mais uma vez!

Campeão da Copa Libertadores da América, pela primeira vez!

Para sempre, Inter 2006!

9 de agosto de 2011

Recopa 2011: choque rubro na decisão


Por Luciano Bonfoco Patussi
9 de agosto de 2011

É chegado o momento de mais uma grande final. O confronto decisivo marcará o embate entre dois gigantes do futebol, valendo a taça da Recopa Sul Americana de 2011. Internacional e Independiente são dois clubes que possuem muita tradição, ambos vermelhos que tem no amor de sua nação uma marca registrada. O local da primeira partida não poderia ter nomenclatura mais sugestiva: Libertadores da América!

Ah, Libertadores! O nome do estádio do Independiente remete à história do próprio clube, que se confunde com a existência do maior campeonato interclubes do futebol sul americano. Competição esta em que o time de Avellaneda é o maior campeão da história, com sete taças conquistadas ao longo do tempo!

O Internacional, campeão da Copa Libertadores da América em 2010, chega na decisão da Recopa rodeado de indefinições, principalmente no que diz respeito à definição de seu comando técnico. Entretanto, a vitória do último domingo, obtida contra o Cruzeiro em partida válida pelo campeonato brasileiro, motiva o grupo de atletas e promete embalar o torcedor colorado na disputa por mais uma conquista internacional.

Por outro lado, o Independiente teve razoável recuperação no campeonato argentino da última temporada, após início cambaleante e, até mesmo, decepcionante. Como campeão da Copa Sul Americana do ano passado, foi ao Japão recentemente disputar a Copa Suruga Bank, perdendo a taça para o Jubilo Iwata, representante japonês. Dias atrás, anunciou a contratação do zagueiro Milito, que fazia parte do elenco do Barcelona.

Vislumbro um leve favoritismo para o Independiente, isso apenas em caráter de opinião. Porém, isso é algo que não diminui minha particular motivação e confiança por ver o Inter mais uma vez em campo. A força e a emoção se tornam mais visíveis com a aproximação do momento decisivo. Serão duas grandes partidas! Os amantes do futebol da América do Sul verão dois ótimos jogos nos próximos dias. Vale a pena conferir!

“El Rey de Copas” enfrentará “O Campeão de Tudo” no confronto mais vermelho, vibrante e vencedor dos últimos tempos! Vale uma taça! É esperar para ver!

10 de agosto de 2011
Estádio Libertadores da América
Avellaneda – Argentina
C. A. Independiente x S. C. Internacional

Este jogo marcará o início de mais uma decisão. Os primeiros 90 minutos serão cruciais nesta disputa!

Se após o final desta partida você imaginar que a emoção terminou, se prepare:

24 de agosto de 2011
Estádio Beira Rio
Porto Alegre - Brasil
S. C. Internacional x C. A. Independiente

Será nesta jornada a grande decisão. Dela sairá o vencedor, ostentando a taça de campeão da Recopa Sul Americana de 2011!

O Inter é o Brasil na decisão da Recopa!

21 de julho de 2011

Certo ou errado, fico com a paixão!

Por Luciano Bonfoco Patussi
21 de julho de 2011

No futebol, uma das coisas mais difíceis é tomar uma decisão diretiva. A tomada de decisão deve ser rápida e certeira. É preciso que ela proporcione o resultado mais positivo possível. Certo ou errado? O correto é aquela opção na qual o resultado atinge as melhores expectativas possíveis.

Entretanto, é importante ter opinião. Tenho as minhas, assim como você leitor também tem as suas. Procuro manter coerência dentro do possível e, particularmente, creio que foi um equívoco a demissão de Falcão do cargo de técnico do time do Inter. Certo ou errado? Acho que estou certo, pois tenho minhas convicções. Porém, não vivo diariamente o ambiente interno do clube. Porém, creio que estou certo. O maior problema do Inter, hoje, não é o treinador. Enfim...

Dito isso, acho que Cuca seria uma opção viável para o clube? Não. Acho que, neste momento, Cuca não deve ser contratado para o cargo de treinador do Inter. Mas isso não impede que eu acredite que Cuca é um treinador bastante razoável no cenário nacional. Assim como creio que Joel Santana é um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro. Isso não quer dizer que eu queira ver Joel treinando o Inter outra vez. Certo ou errado? Não sei, só digo que tenho minhas convicções.

Creio que Dorival Júnior é um treinador em ascensão no futebol brasileiro. Por onde passou, Dorival fez grandes trabalhos, tanto no que tange a renovação de elencos com jovens jogadores, quanto no que diz respeito a títulos obtidos. Dorival é um bom treinador e teria uma grande possibilidade de realizar um trabalho satisfatório no Inter. Isso é uma convicção minha. Pode dar errado? Pode, mas também pode dar certo. Estou certo ou errado? Não sei, até porque não sou o dono da razão. Apenas digo que isso é uma convicção atual que tenho!

Há outras convicções e crenças que tenho sobre o elenco de jogadores do Inter, seus possíveis reforços e dispensas, entre outros assuntos. Mas, como disse anteriormente, no futebol a convicção praticamente morre com a falta de resultados. E renasce com as vitórias. Isso, entretanto, não vem ao caso agora.

Certo ou errado, como tanto tenho repetido neste breve texto, o fato do momento é que a paixão fala mais alto, sempre. Em pouco tempo, o Inter estará em Munique, na Alemanha. Ao seu lado, estarão o AC Milan, o FC Barcelona e o anfitrião, Bayern München. Em disputa, a Copa Audi. Audi Cup. Independente do nome, um charmoso, primoroso e qualificado torneio.

Times titulares no auge, ou mistos em pré temporada, o fato é que o Inter chega nesta disputa em meio a uma particular crise. Todos sabem disso. Entretanto, há muito trabalho interno, no sentido de recuperar a auto estima e o foco central em favor da entidade. A chance de recuperação é de ouro. Ou você perde e não fez mais do que o mundo esperava. Ou você ganha, e os louros da vitória jamais serão esquecidos.

Certo ou errado, vamos imaginar um cenário horroroso e também um glorioso para os próximos dias:

Ou o Inter toma uma sacolada do Barcelona e leva 5 ou 6 gols – alguns imortais já profetizavam isso há cinco anos, estando de forma ansiosa no aguardo disso até hoje! Totalmente desmotivado, o colorado segue a má jornada e perde a decisão de terceiro lugar por um sonoro 4 a 1 de virada;

Ou ainda, motivado e em busca da recuperação, o Inter elimina o Barcelona, fazendo algo que poucos times foram capazes de fazer nos últimos tempos, sendo ainda campeão na decisão, esta disputada contra o Bayern ou o Milan: 2 a 1 pro colorado! Haja coração!

Certo ou errado, fico com a paixão. Em vermelho e branco, ela me permite sonhar. Mais uma vez. Assim como foi em 82, ou em 2006!

18 de julho de 2011

Inter único

Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de julho de 2011

Em diversas situações do nosso dia a dia, vivenciamos momentos onde nossa mente volta ao passado e o vasculha. Distante, recordamos ocasiões inesquecíveis. Instantes onde fomos únicos. Sozinhos, ou rodeados por milhões de seres com um mesmo objetivo, conseguimos fazer a diferença.

Houve uma época em que o Inter foi mágico. Foram tempos onde Valdomiro era capaz de calar boa parte do Brasil, sepultando milhões de prognósticos com uma “bucha” de fora da área, um verdadeiro “paulistão”! Foi nesta época que o “Rei de Roma” desfilou nos gramados do mundo a técnica e o talento que jamais qualquer “Camisa 5” voltará a ver um dia. Naqueles anos, na grande área tremulava a bandeira chilena, onde a sombra do “Capitão dos Andes” causava calafrios nos adversários. O Inter ganhava quando e como ele queria.

Décadas depois, o Inter foi cirúrgico. O colorado entrava em campo contra seus mais variados adversários, buscando sempre a vitória da forma como era viável. A liderança de Fernandão, a técnica e a frieza de Iarley, tudo isso aliado aos torpedos de Alex, transformaram o Inter em um erguedor de múltiplas taças. O Inter se esforçava, derramava suor e ganhava no último suspiro, sempre que podia e do jeito que era possível. Do modo como estava escrito.

Houve outro momento, este infindável e posicionado entre o mágico e o cirúrgico, onde o time vermelho foi comum. Mas quando era único, mesmo simples e limitado, era possível ser diferente e alcançar o objetivo principal, por mais humilde que ele fosse. Naqueles distantes dias, foi possível ver outro chileno, desta vez Letelier, marcar de cabeça e de fora da área o gol antológico que salvou o torcedor colorado da amargura do leito de uma indesejável queda. Tal qual fez o “Capitão do Tetra” anos depois e repetiu, ainda, o jovem e talentoso Mahicon Libretato, em 2002. “Librelato Vive”.

Correram os anos e o amanhã surgiu, nos trazendo apenas uma certeza: o Inter precisa voltar a ser único. Nosso pensamento anda um tanto perdido. Disputas internas que possam estar ocorrendo, sejam por vaidades ou por quaisquer outros motivos, em nada lembram a luta travada em busca do tri brasileiro invicto, em 1979, ou o suor derramado em meio às lágrimas de emoção pelo título mundial de 2006. Há “picuinhas” que só tendem a apequenar o potencial de um gigante do futebol mundial. O Inter precisa voltar a ser único. Não em relação aos outros. Mas a ele mesmo. Pelo bem do seu torcedor!

1 de julho de 2011

Campeonato brasileiro em jogo, desde 1979!

Por Luciano Bonfoco Patussi
01° de Julho de 2011

Torcedor colorado: respeito é importante e, rivalidades e “amizades” criadas à parte, ao meu ver o Cruzeiro é tão tradicional adversário do Inter quanto é o Atlético Mineiro. No primeiro título brasileiro do Inter, o Cruzeiro estava lá, em plena decisão. Um timaço, com Raul, Nelinho e Cia Ltda fez frente ao Inter. Pelo menos, tentou. Mas não deu. O Inter venceu. Figueroa, de cabeça, ajudou o Inter a trazer o primeiro título nacional de futebol para o Rio Grande do Sul. O Inter foi campeão brasileiro, erguendo a taça de 1975 para todos os gaúchos! Ou para quase todos. Enfim, segue o baile!

Em 1976, o mesmo Cruzeiro estava na Copa Libertadores, eliminando o Inter e sendo campeão da América. Na semifinal do campeonato brasileiro do mesmo ano, o Inter empatava no Beira-Rio, contra o Atlético Mineiro. Eram 46 minutos do segundo tempo quando Escurinho recebeu a bola aérea de Falcão e voltou a escorar a mesma para o DEUS DA CAMISA 5! A histórica tabela de cabeça chegou, finalmente, aos pés de Falcão. Terminou na rede. GOLAÇO! Inter na final! Parada cardíaca nas arquibancadas do Beira-Rio! Fogos e explosão! O bicampeonato nacional era a realidade vivenciada em 1976 por todos os amantes do futebol. Inter bicampeão brasileiro, o melhor time do mundo na época! Conquistar o título de campeão do mundo, você conquista. Ser o melhor é outra história!

O tempo passou e o Atlético Mineiro, campeão brasileiro lá em 1971, também eliminado pelo Inter em 1976 e ainda vicecampeão brasileiro invicto em 1977, aprontou mais uma vez: em pleno Beira-Rio, o Galo sapecou 3 a 0 no Inter na semifinal do campeonato nacional, terminando com o sonho do tetracampeonato colorado. O sonho foi adiado! Adiado desde 1980! Adiado pela primeira vez pelo Galo! E segue adiado até hoje!

O tempo passou, os anos correram e surgiu o amanhã. Vieram taças. Foram-se tantas outras. É por esses e outros tantos fatos HISTÓRICOS que eu não gosto de desrespeito e de humilhações contra tradicionais adversários. É por este tipo de acontecimento que prefiro a vibração, a comemoração e o sonho mais vivo do que nunca. Na noite passada, em Minas Gerais, o Internacional venceu o Atlético Mineiro por 4 a 0. Foi uma goleada histórica, em um jogo entre GIGANTES do futebol nacional. Se eu não me empolgasse com isso, seria um "coração gelado". Mas ele, pulsante, é tão colorado quanto sempre foi!

Sei que não está tudo certo, longe disso. Sei que há muitos equívocos e incorreções. Mas, apesar disso, o torcedor colorado precisa ter consciência: o Internacional, assim como todos os grandes elencos vencedores da história do futebol, passa por um momento de reestruturação. Só não enxerga isso quem não deseja! Renovação é a palavra que ecoa nos corredores da beira do Guaíba. Não será contratado, nem o atacante Luis Fabiano, nem mesmo o zagueiro Lugano.

Virão para o Inter jovens promissores. Ou não. Outros permanecerão. Alguns se acertarão. Outros não. Assim é o futebol. É importante o torcedor cobrar resultados, mas com coerência. Mais importante ainda é o torcedor se associar, trazendo ao clube mais colaboradores e tornando o Inter cada vez mais soberano e competitivo em toda a América!

Em 1999, o Inter completava vinte anos sem vencer um campeonato brasileiro. Levava 4 a 0 do Juventude na Copa do Brasil e, de quebra, ao final do ano, quase era rebaixado. Tudo estava errado. A lástima era generalizada, e com razão! Chorei, achando ser um infeliz! Vibrei com a fuga da queda para a famigerada segunda divisão. Mas, apesar disso tudo, acreditei e não desisti. Doze anos depois, vemos o Inter bicampeão da Copa Libertadores, campeão do Mundial de Clubes da FIFA, campeão sul-americano, 40 vezes campeão gaúcho. Derramei lágrimas, dessa vez, de felicidade e pelo orgulho da persistência empreendida ao CLUBE DO POVO.

Torcedor, saiba que no futebol se acerta! Mas também se erra. Se erra muito até se acertar, não há como fugir disso! É com essa fórmula que o Inter buscará, com a sua confiança e força, seguir competitivo, lutando para chegar VIVO em todos os campeonatos que disputar, assim como tem ocorrido nos últimos dez anos! Se associe. Nesse momento, o Inter precisa de você! Seja sócio colorado, independentemente dos resultados!

O Inter, 40 vezes campeão gaúcho, o MAIOR campeão do nosso estado em toda a HISTÓRIA, entrará em campo nos próximos dias, lutando pela RECOPA SUL-AMERICANA, disputando a taça contra o Independiente, maior campeão da história da LIBERTADORES. Haverá ainda a disputa da AUDI CUP, em Munique, na Alemanha, contra o Bayern de Munique, o Milan e o Barcelona.

Talvez não maior, mas mais importante do que tudo isso, há o campeonato brasileiro em disputa, onde o Internacional precisa seguir FORTE até as últimas rodadas, lutando por vaga na LIBERTADORES e, quem sabe, pelo TÍTULO. Nestes momentos, o Inter precisará de você. Seja sócio, esteja nas arquibancadas, ou com o radinho ao ouvido, talvez em frente ao televisor! Seja ativo, coerente, decisivo, torcedor e apaixonado!

TORCEDOR COLORADO: LEMBRE-SE DOS TEMPOS DIFÍCEIS, ACREDITE QUE TUDO É POSSÍVEL E SE ASSOCIE. O SABOR DO CRESCIMENTO, ALIADO AO TRABALHO E AO ESFORÇO DE TODOS, É INIGUALÁVEL! RUAS DE FOGOS, ASSIM COMO EM 2010! AGORA É GUERRA, COMO FOI EM 2006! CAMPEONATO BRASILEIRO EM JOGO, DESDE 1979! SEJA DECISIVO!

21 de maio de 2011

Inter 2011: soberania regional e a luta por novas conquistas

Por Luciano Bonfoco Patussi
21 de maio de 2011

No final de semana que ficou para trás no calendário, mas que ficará marcado para sempre na história, o Internacional obteve uma das conquistas que mais comemorei, falando particularmente, enquanto torcedor colorado: o título de campeão gaúcho de 2011 foi o 40° da história do clube, soberano na liderança dos títulos dentro do Rio Grande do Sul. Mais do que isso, foi uma conquista obtida dentro do campo do maior rival, fato que não acontecia desde 1982.

Registro o meu agradecimento à todo o elenco de atletas do Internacional, pelo empenho e pela dedicação demonstrada no jogo derradeiro do título; meu reconhecimento aos demais profissionais do clube, pelo trabalho realizado e que resultou na desejada taça; bem como também agradeço à todos os torcedores que, da mesma forma que eu e ao meu lado, sofreram em cada minuto da partida e acreditaram sempre, até o final, que a conquista era possível.

Grêmio 2 x 3 INTERNACIONAL

Nos pênaltis: Grêmio 4 x 5 INTERNACIONAL

Inter, 40 vezes campeão gaúcho! SOBERANO!

Por outro lado, hoje tem início o campeonato brasileiro de 2011. Nesta primeira rodada, o Internacional não tem nada a perder. Na Vila Belmiro, é quase impossível vencer o Santos. Não importa se o adversário entrará em campo com titulares ou com elenco misto. Jogar contra o Santos é sempre muito difícil. Na Vila Belmiro, mais ainda.

É buscando mais uma façanha que o Internacional entrará no gramado, hoje, no litoral paulista: o time vermelho busca os seus primeiros pontos na competição. Sabemos das dificuldades que ocorrerão durante a temporada, mas elas darão maior sabor a cada vitória. São elas que trarão mais força para ultrapassarmos todas as barreiras que surgirão. É hoje o início da busca pela realização de mais um sonho, aquele de ser CAMPEÃO!

O Internacional, tricampeão da competição nacional nos anos 70, busca mais uma glória dentro da sua história. Nas arquibancadas, em frente ao televisor, com o radinho ao pé do ouvido e em qualquer parte do planeta, o torcedor colorado estará, de alma e coração, reunido em um só local: na Vila Belmiro.

21 de maio. Vila Belmiro. 21 horas.

Santos x INTERNACIONAL

Força, INTER!

Deixo à todos uma enorme saudação colorada! Essa terra tem patrão!

12 de maio de 2011

Por uma taça a mais


Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de maio de 2011

Façamos um exercício de imaginação, onde nos vemos em uma aeronave, sobrevoando as águas do Guaíba, vislumbrando uma imagem que reflete liberdade e sonho. Águas calmas e muita imensidão. Estamos sobre Porto Alegre. No horizonte, há um Rio Grande inteiro a ser desbravado, onde tudo pode acontecer. Terra de Chimangos ou maragatos. Situação ou oposição. O bem ou o mal. O Inter ou o seu rival.

Em uma semana decisiva, muitos comentários que ouvimos nos debates esportivos, sejam eles através das rádios, da televisão, no trabalho ou nas escolas, dão conta de uma certeza: o Grêmio é o campeão gaúcho de futebol em 2011. O atleta Júnior Viçosa, do rival, inclusive já decretou, com gols e com gestos, o silêncio do torcedor colorado, dentro do Beira-Rio. O final da história está decretado. O pôster de campeão, em azul, preto e branco, já deve até mesmo estar encomendado.

Em resumo: no Gre-Nal do próximo domingo, o Internacional não tem nada a perder. Afinal, tudo já está perdido. Ou seja, vale acreditar, arriscar e ousar. Ser corajoso e valente. O torcedor acredita que é possível reverter todos os prognósticos. Basta haver atitude e união dentro de campo. Tudo é possível!

Você, colorado, que tem consciência sobre o real momento do seu time, deve estar um tanto receoso. Não o julgo. Sabemos que o momento é de relativa turbulência, devido aos resultados insatisfatórios recentes. Nem poderia ser diferente. Porém, antes mesmo dos grandes momentos e das conquistas que ficam na história, ocorrem situações semelhantes. São nessas horas que a superação deverá aparecer e que uma grande partida deverá ser apresentada pelos jogadores do Inter.

É chegada a hora derradeira de os atletas colorados, escalados para entrar em campo no domingo, fazerem a sua história. O torcedor colorado, se for o caso, saberá perder, mas em pé. Para isso, o mínimo necessário é que haja envolvimento, comprometimento e superação dos atletas vestidos com o rubro, tal qual a cor do nosso coração. É difícil vencer um clássico por dois gols de diferença. Mas não é impossível.

Os atletas colorados podem ter certeza: os “vermelhos” estarão no estádio, em frente ao televisor, com o radinho colado ao ouvido, em todo e qualquer lugar do planeta, aguardando e acreditando na força da camisa vermelha, visando superar mais esta barreira. Fazer história e entrar em uma eterna galeria de campeões é tudo o que se espera!

Em 1948, o Internacional conquistou seu décimo título gaúcho. Já em 1972, houve a coroação da vigésima conquista regional colorada. Em 1991, o Internacional encerrou uma série de seis títulos do rival, obtendo a sua trigésima conquista estadual, feito que mereceu até a confecção de um disco comemorativo, na época. Feito histórico! H I S T Ó R I C O!

Atualmente, o Internacional possui 39 conquistas estaduais em sua galeria. O próximo elenco de jogadores que obtiver o título gaúcho entrará em um seleto grupo na história do clube. Tal qual o “Gre-Nal do Século” em 1989, é preciso ser unido, ousado, heróico e valente. Da mesma forma que no “Gre-Nal dos 5 a 2” em 1997, é necessário unir organização com atitude, vibração e empolgação. Aliando tudo isso, há tendência de a qualidade técnica superar qualquer barreira.

Se isso tudo acontecer, poderemos ver o elenco do Inter, de 2011, com grandes possibilidades de se tornar eterno dentro da nossa rivalidade regional. A torcida colorada acredita no potencial e na seriedade de seus atletas, até o último minuto, mesmo contra todos os prognósticos e contra todos os gols e gestos do atleta Júnior Viçosa, que decretou o silêncio do torcedor colorado em pleno estádio Beira-Rio.

A última vez que o Internacional ergueu uma taça, dentro do estádio Olímpico, foi em 1982. Lá se vão quase 30 anos. "Tabus" existem para se correr atrás e se "quebrar".

Domingo, dia 15 de maio – 16 horas (Estádio Olímpico):

Grêmio x INTERNACIONAL

Ingressos para o torcedor colorado: R$ 30,00 (arquibancada inferior) e R$ 40,00 (cadeiras).

Torcedor, compareça ao estádio! Faça sua festa! Apoie o seu time e, independentemente do resultado, a civilidade e a cordialidade são os melhores acontecimentos dentro do esporte, até mesmo em uma rivalidade centenária como o nosso Gre-Nal.

Civilidade, cordialidade e paz! Festa e cânticos, tudo pela beleza do espetáculo, pela segurança dos torcedores e por uma taça a mais!

Força, Inter!

5 de maio de 2011

Debate: reforços no Inter para a disputa do campeonato brasileiro

Por Luciano Bonfoco Patussi
05 de maio de 2011

Na noite de 04 de maio, o Internacional foi eliminado da Libertadores de 2011 pelo Peñarol. Foi uma classificação justa do time uruguaio. O segundo tempo do Inter foi, além de acomodado nos minutos em que o time “carbonero” virou a partida, um tanto desorganizado na busca pela recuperação do resultado dentro da partida. O time colorado buscou empatar e virar o jogo contra o Peñarol, guardadas as proporções, da mesma forma que o Grêmio foi para cima do Internacional no Gre-Nal do último domingo: muito mais na emoção, mas com pouca organização.

Fui um dos defensores da contratação de Falcão para treinador, profissional que vejo como uma “aposta” no cargo, mas com qualificação suficiente para ter êxito. Falcão, desde jovem, era uma liderança do Internacional, tanto dentro de campo, quanto fora das quatro linhas. Era o tipo de personagem que, quando sabia de excessos cometidos pelos colegas do time, comparecia ao local em que o "excesso" estava sendo praticado e, literalmente, “colocava o dedo na cara” dos responsáveis, exigindo comprometimento. Aquele Falcão que habitualmente vemos, educado e de fino trato, creio que no vestiário tem total capacidade para agir conforme a exigência do momento. Merece crédito. Mas a eliminação para o Peñarol passou por suas substituições, em minha opinião. Não gosto da palavra “culpa”, prefiro “responsabilidade”.

Em minha opinião, Oscar deveria continuar na equipe. Sem ele no segundo tempo, aliando a isso os ingressos de Tinga e do jovem e promissor Ricardo Goulart, o time colorado perdeu ainda mais o pouco potencial de conclusões que tinha. Com isso, Leandro Damião ficou ainda mais isolado no ataque. Creio que a partir dos 15 minutos da etapa final, Falcão deveria ter ousado mais. O jogo se desenhava para um Peñarol defendendo bem, sem deixar muitos espaços. O Inter, por sua vez, teve reduzido – ainda mais – o potencial de conclusão. Cavenaghi deveria ter entrado na equipe, para segurar o Peñarol dentro de sua área. Desta forma, no tradicional “abafa”, talvez o Inter tivesse mais chances de virar o placar. Na teoria, pelo menos.

A partir deste momento, muitos comentários entre torcedores e profissionais da imprensa são inevitáveis. Alguns defendem a manutenção do trabalho realizado, com o elenco colorado seguindo da forma como está atualmente; outros defendem a busca por reforços pontuais; já outros defendem que este é o momento de uma reformulação completa no grupo de jogadores, com a prioridade pelos jovens talentos das categorias de base. A minha ideia é de que o Inter precisa de reforços pontuais, neste momento. Principalmente um lateral direito, um zagueiro central e um atacante de velocidade e incisivo no campo ofensivo.

Manter o elenco sem reforços fará com que o Internacional siga com algumas carências técnicas. Já optar pela reformulação total, neste momento, é muito arriscado. O clube tem a decisão do campeonato gaúcho dentro de alguns dias. Em poucas semanas, tem início o campeonato brasileiro. Optar por jovens como sendo a base de um time requer tempo, tranqüilidade e convicção na qualidade e no potencial dos escolhidos.

Particularmente, não tenho ainda a convicção de que jogadores como Moledo, Juan, Ricardo Goulart, entre outros, já possam ser lançados como a solução dos problemas do time. Se esta opção trouxer bons resultados, o trabalho flui normalmente. Se eventualmente ocorresse algum problema na opção pelos jovens como sendo a base da equipe, o time do Inter, com a exigência que se faz dele, correria sérios riscos no campeonato nacional.

Portanto, neste momento, vejo que os jovens atletas devem galgar seu espaço, mas entrando aos poucos no time colorado. Atletas já consagrados seguem tendo sua importância no elenco, não tenho dúvidas disso. O Inter necessita, além de fazer uma competitiva final de campeonato estadual, realizar um campeonato brasileiro da melhor forma possível.

Conforme já citado anteriormente, creio que o Internacional necessita qualificar pontualmente o elenco, visando se fortalecer para a disputa do campeonato brasileiro em 2011. Tenho algumas dicas para avaliação e debate:

Lateral direito: se o clube não conseguir neste momento contratar um lateral direito para disputar com Nei a vaga no time titular, já deve se preparar para fazer isso ao final da temporada 2011. O lateral Cicinho, que completará 25 anos neste ano, está emprestado ao Palmeiras até o final desta temporada. Pertence ao Santo André. Pode ser uma viável opção. É um jogador que chega ao ataque com qualidade. Já o lateral Vítor, que não teve sequência no Palmeiras e, há poucos dias, foi repassado ao Cruzeiro, é um bom jogador. Entretanto, acredito que sua contratação seria um pouco mais difícil.

Zagueiro central: existe um bom zagueiro, promissor, com envergadura e boa velocidade de recuperação, que joga pelo Goiás. Atualmente, disputará a série B do campeonato brasileiro. Se chama Rafael Tolói, que completará 21 anos nesta temporada. Ele já fez parte das seleções nacionais de base e teria, a princípio, um valor relativamente alto de multa rescisória. Rafael Tolói joga prioritariamente pelo lado direito da área, além de fazer boa cobertura pelos dois lados do campo. Teria tempo para adquirir a titularidade, aos poucos. Futuramente, quem sabe, poderia formar a zaga colorada com Rodrigo e, posteriormente, com Juan, caso este confirme com qualificação o seu potencial.

Atacante de velocidade: Com o centroavante Leandro Damião em grande crescimento e com Cavenaghi aguardando sua oportunidade, vejo que o Inter precisa de mais um atacante, que seria um jogador com capacidade de cair pelos lados do campo, desde que seja veloz e que tenha, ainda, capacidade de marcar gols e efetuar assistências qualificadas. O jogador Dagoberto, do São Paulo, é taxado por muitos como “problemático” no vestiário. Mas é bom tecnicamente. Jogador “problema”, se este for o caso de Dagoberto – e eu não posso afirmar isso, mas que resolve os problemas do time dentro de campo, é administrável. O problema é atleta que não resolve em campo, que trás problemas extra campo para o grupo e que, além disso, gosta de jogar futebol apenas com as palavras. Este tipo não serve.

No caso de Dagoberto, há boatos lançados por parte da mídia, dizendo que seu ciclo estaria encerrado no São Paulo, pois há outros jogadores das categorias de base aparecendo no time com qualidade. O Inter poderia tentar esta aproximação, talvez colocando na negociação algum jogador que o São Paulo tenha interesse. Minha informação é de que o contrato de Dagoberto teria apenas mais um ano de validade. Não sei se estou correto.

Ainda há alguns jogadores que, acredito, o Inter poderia tentar contratar, em um segundo momento, visando sempre a qualificação do elenco: jogadores como Willians, volante do Flamengo, e Fábio, goleiro do Cruzeiro, poderiam ter uma nova fase em suas carreiras, atuando no Internacional. Eu já havia indicado Willians no início da temporada. O Inter superou as expectativas e trouxe Bolatti. Mas qualificar sempre é importante. Sobre Fábio, eu tenho a informação de que seu contrato estaria encerrando com o Cruzeiro. Admiro o futebol de Fábio desde os tempos em que ele atuava no Vasco da Gama. Vejo com bons olhos a boa fase de Renan, que tem potencial reconhecido. Mas Renan não pertence ao Inter, está apenas emprestado ao clube. Portanto, é preciso ficar atento ao mercado.

Com os reforços propostos neste debate, alguns jogadores deveriam ser incluídos em determinadas negociações, até para “liberar espaço” no elenco, oportunizando a eles, ainda, a chance de atuar em outro ambiente, dando sequência aos seus objetivos de carreira: casos de Índio, que teve contrato renovado – um equívoco, em minha visão, além de Wilson Matias. Jogadores que atuam de forma afobada, cometendo faltas desnecessárias e que ainda não acrescentam nada tecnicamente à equipe, precisam ficar um tanto longe de ser opção para o time: sendo uma das opções, cedo ou tarde, acabam jogando. Espero “queimar a língua”, mas há mais de um ano aguardo uma atuação segura de Matias.

Desta forma, espero ter colaborado para o debate de um tema que, enquanto torcedores e apaixonados pelo Internacional, não temos como fugir neste momento. A Libertadores acabou para o Inter, o futuro está próximo, domingo já tem mais uma partida e com contratações pontuais o elenco colorado poderá realizar um campeonato brasileiro competitivo. Com competitividade e qualidade, buscará voltar a disputa da Copa Libertadores no ano que vem, além de lutar pela conquista de um título que lhe foge desde 1979.

12 de abril de 2011

A camisa 5 tremula na casamata


Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de abril de 2011

Quando todos consideravam “zebras” os clubes sediados no sul do Brasil, o Inter tratou de mudar a história. Calou o Maracanã, apenas 25 anos após o “Maracanazzo”. Imobilizou Rivelino. Trancou o forte time do Fluminense, que se viu sem reação. Impotente. Um mágico facho de luz iluminou a história que o futebol gaúcho escreveu além do Mampituba em 1975. Figueroa testou para o fundo da rede a desconfiança e a descrença, dando ao Internacional o seu primeiro título nacional. Falcão estava lá. Explodiu o Beira-Rio!

Em 1976, o Clube do Povo reeditou sua maior conquista até então. Se um título, em muitos casos, pode ser considerado um acaso do destino, dois é a confirmação sobre quem é o melhor. O protocolo carimbado. A glória. Falcão e Escurinho que o digam. Falcão. Escurinho. Falcão. Magia! A tabela aérea que encantou o Brasil colocou o Inter na decisão. Méritos para o grupo e, logicamente, para Falcão. Esquadrões diferenciados e inesquecíveis em nível planetário, isso é para poucos! Inter 76, o melhor time do mundo na época!

Não bastassem duas conquistas, era preciso carimbar o “S”, o “C” e o “I” como sendo uma “glória do desporto nacional” no decorrer de uma década inteira. Falcão sempre foi diferenciado. Em 1979, foi simplesmente Falcão. O Palmeiras e o Morumbi sucumbiram diante de sua atuação de gala. O Vasco da Gama e o Beira-Rio presenciaram o belo gol de Falcão na partida em que a terceira estrela dourada foi bordada sobre o peito. Inter 79, “O Time que Nunca Perdeu”, imortalizado em gols e na obra de Falcão na literatura colorada!

Em 1980, pouco antes de ser negociado na maior venda de atleta brasileiro para o exterior, Falcão ajudou o Internacional a cumprir sua primeira grande jornada fora do Brasil. Após eliminar Vélez Sarsfield e América de Cali, o Inter de Falcão foi vicecampeão da Copa Libertadores. Nem sempre vence o time com maior potencial. Talvez o Nacional, que mereceu a conquista, tenha apenas se tornado o responsável por ajudar Falcão a reescrever sua história vermelha na Libertadores, décadas mais tarde. Tudo está no seu devido lugar!

Na Roma, Falcão se tornou unanimidade. Foi coroado “Rei de Roma”. Ajudou o tradicional clube da capital italiana, de fiel e fanática torcida, a reconquistar o título nacional, após décadas de espera. Falcão disputou duas Copas do Mundo e inclusive esteve na seleção brasileira de 1982, um dos times que jogou o futebol mais vistoso da história. Mais tarde, quando estava no São Paulo, abandonou o gramado. O futebol jamais voltaria a ver, ao vivo, os desfiles do “maior camisa 5” de todos os tempos. Tudo tem seu tempo.

Como treinador, Falcão ajudou a renovar o elenco da seleção brasileira em 1991. Na Copa América, o Brasil foi segundo colocado, perdendo o título apenas no saldo de gols para a seleção argentina, que vivia um momento diferenciado tecnicamente em sua história. Em 1993, o Inter estava em um momento difícil. Fez várias contratações, algumas de qualidade técnica duvidosa. Mesmo assim, Falcão foi o treinador e fez um trabalho razoável, mantendo o time vermelho vivo até a última rodada do campeonato nacional.

Falcão treinou a seleção japonesa. Deu sequência a apaixonante mania do futebol, que iniciou de forma mais avassaladora com Zico e invadiu por completo a terra do sol nascente. Foi técnico do América, um dos clubes mais populares do México. Em todas as suas aparições, fez trabalhos razoáveis. Não foi campeão, mas também não teve grandes fracassos, no que tange a avaliação sobre toda a realidade envolvida em cada situação. Jamais foi demitido de seus clubes e seleções.

Em determinado momento, Falcão optou por seguir carreira jornalística, sendo comentarista, colunista e agregando qualidade às informações e análises passadas para seu público, tudo graças a seu conhecimento e a busca constante pela qualificação. Como comentarista, Falcão também foi diferenciado. Neste meio tempo, buscou informação e maior conhecimento, estudou, conversou com ícones do futebol mundial e, finalmente, decidiu voltar para o futebol no campo. Agora em pé, ao lado do gramado.

Em 10 de abril de 2011, foi anunciado como treinador do Internacional. Dia 11, foi apresentado oficialmente. A partir de agora, como ele mesmo diz, perseguirá títulos e recordes. Buscará um futebol ofensivo e equilibrado, algo que vem bem ao encontro dos valores históricos do Clube do Povo do Rio Grande do Sul. O vento gélido sopra na beira do Guaíba, invade as arquibancadas e adentra o gramado. A camisa 5 tremula na casamata. A história não se apagará jamais. Falcão, o mito, agora é treinador do Internacional!

1 de abril de 2011

Clemer: do Maranhão para o mundo


Por Luciano Bonfoco Patussi
01° de abril de 2011

No início de 2002, o Internacional reformulava completamente o seu elenco de atletas. Sem títulos desde 1997, o clube necessitava dar uma resposta positiva ao seu torcedor, no menor prazo possível. Para dar segurança ao gol colorado, Carlos Germano foi contratado. Campeão da Copa Libertadores de 1998 pelo Vasco da Gama, Germano já treinava no Beira-Rio, apesar de faltar a liberação da Justiça do Trabalho, visto que o arqueiro estava em litígio com o Santos. João Gabriel, outro goleiro do elenco rubro, sofreu uma lesão. Desta forma, o Inter não poderia aguardar, ainda mais, a liberação de Carlos Germano, que já se tornava uma novela com ares dramáticos. Desistiu de sua contratação. Para reforçar o gol de forma urgente e com menor risco de errar na reposição, o Inter repassou ao Flamengo o guarda-metas Renato, jogador que não teve sucesso em sua passagem pelo Beira-Rio. Deu ainda, ao rubro-negro carioca, mais uma quantia financeira. Em troca? Clemer foi liberado pelo Flamengo e anunciado como novo reforço do Internacional em março de 2002.

Na época eu havia completado 20 anos de idade. Colorado apaixonado, fanático e louco que era, fiquei um tanto desconfiado. Não era um admirador do futebol de Clemer. Embora o arqueiro tivesse muita experiência e alguns títulos conquistados na carreira, era uma contratação que, em um primeiro momento, não me agradou. Gosto e convicção, cada um tem os seus. Certo ou errado, isso é outro assunto. A grande verdade é que o tempo passou e Clemer ganhou a confiança de boa parte dos torcedores. Até a Copa do Brasil de 2004. Nesta competição, Clemer foi expulso da partida contra o Vitória, após arremessar a bola contra um gandula que estava retardando o reinício da partida. Prejudicou o time, que foi eliminado. No instante do apito final, completamente transtornado em frente a um aparelho de televisão que, em miragem, via como um alvo convidativo à guerra, decretei: “o Inter nunca vai vencer com este goleiro”. Frases populares, como por exemplo, “nunca diga nunca”, são sábias verdades.

O tempo passou e eu posso dizer, contrariando totalmente as palavras por mim anteriormente escritas, “nunca”. Nunca esquecerei que Clemer sempre brigou pelos interesses do Internacional, acima de qualquer suspeita; nunca esquecerei da defesa praticada por Clemer, já nos acréscimos de um dramático final de partida contra a LDU, jogo este que foi um dos mais aguardados da história e que plantou, em todos os corações colorados, madrugadas inesquecíveis de angústia, esperança e paixão; nunca esquecerei dos minutos finais do jogo derradeiro contra o São Paulo, partida em que Clemer fez defesas que traziam à mente um filme retroativo sobre os anos que passei ao lado do Inter e que fez enxugar, mesmo que parcialmente, as lágrimas da decepção de 2005, sentindo o emocionante sabor de uma grande conquista; nunca esquecerei do “vai que é sua, Clemer”, nos chutes de Deco, Ronaldinho Gaúcho e companhia Ltda, em um jogo que mostrou, à todos, os valores que o vermelho e o branco do Inter representam. Inter do Rio Grande. Inter do Brasil. O Inter é o Brasil, para o mundo inteiro assistir!

Clemer Melo da Silva é um vitorioso que atropelou a desconfiança de alguns torcedores para gravar o seu nome na história. Defendeu o Inter em 354 jogos durante 8 anos como goleiro e ergueu mais de 10 troféus. Podem não gostar. Podem não simpatizar. Podem qualquer coisa. Mas é preciso reconhecer e respeitar todos os grandes momentos que o goleiro mais vitorioso da história do Inter proporcionou para todos os colorados e coloradas espalhados mundo afora. Recentemente, Clemer foi anunciado como treinador da categoria 94 das equipes juvenis do Inter, isso após curta passagem como treinador de goleiros. Só o que podemos, neste momento, é desejar sucesso nessa nova empreitada do “camisa 1” colorado, além de ficar na torcida para que ele possa alcançar os seus sonhos. Agora, como treinador de futebol.

PRINCIPAIS TÍTULOS DE CLEMER NO INTER

Copa do Mundo de Clubes: 2006.
Copa Libertadores da América: 2006.
Copa Sul-Americana: 2008.
Recopa Sul-Americana: 2007.
Campeonato gaúcho: 2002, 2003, 2004, 2005, 2008 e 2009.

Além destes títulos, Clemer ajudou o Inter na conquista da Dubai Cup em 2008, nos Emirados Árabes Unidos, e ganhou ainda a Suruga Cup em 2009, no Japão. Foi o preparador de goleiros do time colorado na conquista do bicampeonato da Copa Libertadores da América em 2010. Agora, a nova jornada deste vitorioso cidadão, que saiu do Maranhão para conquistar o mundo, será na casamata, comandando a equipe juvenil do Internacional. Sucesso, Clemer! A nação colorada agradece por toda a colaboração que prestaste nos grandes títulos recentes da história do Clube do Povo do Rio Grande do Sul!

22 de março de 2011

Parceria: menor risco em longo prazo


Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de março de 2011

Os conselheiros do Internacional optaram, em reunião na noite desta segunda-feira (21.03.2011), por dar sequência as obras de reforma do estádio Beira-Rio através de um contrato de parceria com uma construtora. Não acompanhei a reunião citada, mas a repercussão que ela teve e as colocações que foram divulgadas nos veículos de comunicação deixam claro uma situação: ao mesmo tempo em que a decisão demorou a ser tomada, ela foi compartilhada com todos dentro do clube e, depois de analisada sob todos os aspectos, se obteve a melhor posição possível para o presente momento.

Caso o Internacional optasse por dar andamento às obras através de seus próprios recursos, e sabendo que o clube apresenta déficit ao final de cada temporada, haveria um risco enorme. Assim sendo, duas situações norteariam o caminho a ser trilhado, ambas as opções sendo insatisfatórias e insuficientes: ou faltaria dinheiro para dar andamento às obras e elas ficariam em segundo plano, o estádio seria “remendado” e concorreria em desvantagem com arenas modernas que estão programadas para ser erguidas, não só a do Grêmio, mas também em nível nacional, como a do Palmeiras, a do Corinthians, entre outras; ou ainda, mesmo com a falta de verba, se daria andamento as obras, em ritmo lento, e isso acarretaria em uma drástica redução nos investimentos realizados no futebol. O time, em campo, passaria a dar volta olímpica com a obtenção de vagas.

Com a parceria, o Internacional negociará com a Andrade Gutierrez e também com outras construtoras que venham a realizar propostas nos próximos dias, colocando sua posição para as empresas, buscando uma negociação boa para todos os lados. Assim, se chegará a um meio termo. Ou seja, ao invés de a construtora explorar os espaços comerciais do entorno do estádio por 20 anos, talvez se chegue a um consenso de 15 temporadas. Quem sabe, até 25 anos, desde que gradativamente o Internacional comece a receber percentuais dos lucros já nas primeiras temporadas. Há ainda a questão da utilização do ginásio Gigantinho, que pode ser sugerido como opção de exploração para o parceiro do clube. Mais ainda: o Internacional terá o seu tão sonhado e fundamental Centro de Treinamento.

A partir deste momento, a questão é negociar. A melhor decisão possível foi tomada pelos conselheiros, pensando no longo prazo e nas situações que representam menor risco para o clube. Isso sem citar a questão dos jogos da Copa do Mundo, que é um evento importante, sem sombra de dúvidas, mas em minha visão fica em segundo plano neste momento fundamental na definição do rumo que o clube tomará nas próximas décadas. Sabemos que há agremiações concorrentes que estão mobilizadas, em todas as frentes, para levar partidas da Copa do Mundo para o seu campo de jogo. “Eles” não divulgam isso de forma clara, mas vários acontecimentos polêmicos dos últimos dias, envolvendo, além de alguns clubes, a confederação de futebol do país, mais a maior emissora televisiva nacional, comprovam essa situação. Basta um pouco de senso de análise para se concluir isso. Mas este é um assunto para outra oportunidade, até para não perdermos o foco do tema GIGANTE PARA SEMPRE.

O Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional está, neste caso, de parabéns pela decisão tomada. A direção, que também merece ser elogiada pela clareza demonstrada, conclamou a todos para tomar uma decisão de relevância gigantesca, e a resposta a esta convocação foi satisfatória, atendendo a maior parte das expectativas. O torcedor colorado pode ficar tranquilo. O melhor para o clube será feito!

4 de março de 2011

Reforma do Beira-Rio: opinião e tomada de decisão

Por Luciano Bonfoco Patussi
04 de março de 2011

No último dia 02 de março, tive a honra de participar da reunião do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional. O convite partiu do movimento Convergência Colorada, na pessoa do conselheiro Gilberto Zechlinski Júnior, que abriu espaço para alguns associados participarem do evento. Só tenho a agradecer por esta oportunidade ímpar que o Convergência Colorada proporcionou.

OBRAS DO ESTÁDIO BEIRA-RIO

O tema da reunião foi totalmente polêmico, complexo e relevante: a discussão sobre o modelo a ser adotado para a sequência das obras de reforma do estádio Beira-Rio. A apresentação e o debate transcorreram durante exatas cinco horas, adentrando a madrugada. Depois, ocorreram conversas e entrevistas para a imprensa.

A decisão que for tomada nos próximos dias causará forte impacto, não apenas na confirmação – ou não – de Porto Alegre e do estádio Beira-Rio como sede da Copa do Mundo de 2014, mas também no futuro do clube nas próximas décadas. Por isso, creio que a decisão do presidente Giovanni Luigi, em compartilhar estas informações com o Conselho Deliberativo, foi extremamente válida.

De um modo global, acho importante destacar que a reunião transcorreu em altíssimo nível, onde as propostas foram apresentadas de forma bastante didática, com valores e com análises de aspectos de viabilidade e riscos.

DIFICULDADE NA FORMAÇÃO DE OPINIÃO DEFINITIVA

Enquanto torcedor e associado do clube, ainda não formei uma opinião definitiva em relação ao modelo ideal a ser adotado. Entretanto, apesar de ambas as propostas terem sido bem explanadas na reunião, em um primeiro momento, a questão da parceria com a construtora Andrade Gutierrez parece, em minha particular opinião, ser um pouco mais viável para o momento econômico e financeiro que o clube e o país vivem. Logo abaixo, podemos observar algumas diferenças básicas entre as duas propostas oficiais que foram apresentadas ao clube:

CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ

A Andrade Gutierrez cobraria um determinado valor de entrada para dar início às obras. Em contrapartida, ela reformaria todo o estádio Beira-Rio, dando as garantias financeiras exigidas pela FIFA para a realização da Copa do Mundo no estádio colorado. Além disso, construiria o Centro de Treinamento em uma área a ser escolhida pelo clube. Para todo o grande investimento, há uma contrapartida: a Andrade Gutierrez administraria a locação de lojas, restaurantes, estacionamentos e alguns dos camarotes, durante um determinado período.

Receitas de cotas televisivas, vendas de ingressos, mensalidades de associados e negociações de atletas, entre outras, seguiriam sob administração do Internacional. Logicamente, com este modelo, a Andrade Gutierrez teria uma lucratividade ampla, em um espaço físico onde o Inter, atualmente, acumula prejuízos financeiros ano após ano.

De qualquer forma, este seria o preço a se pagar, afinal de contas, nenhuma empresa faria um investimento desta grandeza para ter um lucro apenas mediano, tendo em vista a responsabilidade e o risco de assumir um compromisso com relevante investimento. Após o período de locação, o Inter passaria a administrar os contratos, ficando com todas as receitas oriundas das instalações antes administradas pela construtora.

Nesta proposta, os riscos do clube seriam menores. Inicialmente, o Inter até poderia lucrar menos, em se falando de potencial. Entretanto, tenderia a reduzir os atuais prejuízos administrativos e operacionais. Devemos visualizar o longo prazo. Esta parceria reduziria, aparentemente, o risco da ocorrência de cortes no orçamento do futebol para dar sequência às obras.

CONSTRUTORA TEDESCO

O modelo de proposta apresentado pela construtora Tedesco também é muito bom. Diria mais, se o clube estivesse sanado financeiramente, esta proposta seria a melhor de forma disparada. Mas existe um detalhe que pode ser decisivo: estudos realizados pelo clube indicam que não haverá fluxo de caixa para dar sequência às obras desta forma. Mais do que isso, não existe nenhum indicativo de que a situação econômica dos clubes de futebol do Brasil irá melhorar nos próximos anos. Assim sendo, o que poderia ocorrer?

Em um primeiro momento, o clube iniciaria as obras, mas não sediaria a Copa do Mundo, por falta de garantias financeiras. Isso seria o primeiro fato. Toda a análise ideal deve possuir, pelo menos, um cenário positivo, um intermediário e um negativo, visando facilitar a tomada de decisão. Dentro dessa situação, vamos imaginar apenas os dois cenários extremos:

Em um imaginário positivo, o Inter venderia boa parcela dos camarotes, das cadeiras e locaria todos os demais espaços criados. Aliado a isso, o time seguiria competitivo e o clube conseguiria terminar a obra em dois ou três anos. Porém, ficaria sem o Centro de Treinamento, ficando com toda a administração do complexo desde o início. Entretanto, nada garante ao Inter que ele terá competência para negociar todos os camarotes e demais instalações pelo preço que ele, inicialmente, imagina ser viável e necessário para manter a obra em andamento. Neste ponto é que se inicia a incerteza e, assim, pulamos para o próximo ponto da análise.

Em um cenário negativo, a partir do momento em que se confirmar a incapacidade de caixa prevista e faltar dinheiro para o clube administrar a sequência da obra, o que ocorreria?

- Ou o Inter paralisaria as obras e seguiria investindo no time. Assim, ficaria sem as novas receitas programadas, com uma praça esportiva inacabada, enquanto outros grandes clubes do Brasil estariam com suas obras parcialmente ou completamente terminadas e modernas, prontas para começar a dar 100% dos lucros para a agremiação dentro de algum tempo. Neste caso, o Inter ficaria para trás, perdendo credibilidade e deixando de lucrar com um maior número de parceiros e patrocinadores;

- Ou ainda, o clube seguiria sua obra, alocando nela parte dos recursos que deveriam ser investidos no futebol. O time ficaria enfraquecido durante um bom tempo e passaria a disputar as posições intermediárias da tabela do campeonato nacional, tendo dificuldades em obter vagas para a Copa Libertadores. Vagas passariam a ser comemoradas como títulos. O clube perderia em mídia, em marketing, em auto-estima do torcedor e em outros diversos aspectos.

CONSELHO DELIBERATIVO COLORADO: O FUTURO ESTÁ EM SUAS MÃOS

Estarei relendo todas as observações realizadas durante a reunião, tanto dos dados financeiros, quanto do estudo do ambiente atual em que vivemos. Realizarei uma análise mais profunda e, antes mesmo da próxima reunião do Conselho Deliberativo, espero ter minha opinião formada com maior convicção.

Infelizmente, estas reuniões deveriam ter ocorrido alguns meses atrás. Assim, haveria maior tempo para negociação com os potenciais parceiros, diminuindo os riscos de haver uma decisão equivocada. Entretanto, este não é o momento para reclamar sobre o tempo perdido. O momento é de análise, reflexão e de decisão imediata, com responsabilidade e senso crítico de prováveis cenários diversos. O futuro do clube está em jogo.

4 de janeiro de 2011

Não existem fronteiras

Por Luciano Bonfoco Patussi
01º de janeiro de 2011

Viajando através do tempo, voltamos muitas e muitas décadas em uma centenária existência. Para cada tempo de dor, uma vitória em clássico. Para cada eliminação traumática e frustrante, um título nacional, seja ele obtido através de um “testaço” de Figueroa, de um “paulistão” de Valdomiro, de “obras de arte” de Falcão ou de uma “patada” de Célio Silva. Para cada “quase queda”, uma libertação da América. Para cada época de dificuldade, um ano de trabalho e paixão. Eucaliptos floresceram. Um gigante se ergueu sobre as águas. O mundo ficou vermelho, rubro como o coração de todo o ser mortal que habita o planeta Terra.

Em uma temporada na qual o Internacional completará 102 anos de existência, será possível ver o seu torcedor batendo no peito – como de costume – e mostrando para o mundo inteiro ver que, quem veste vermelho, jamais sente vergonha. Isso porque o Clube do Povo tem uma história diferenciada da que foi vivenciada, em determinada época, por algumas outras agremiações existentes mundo afora. Um colorado jamais sente vergonha. Ele fica com raiva, mas se acalma e aplaude. Um colorado fica frustrado, pois amores também decepcionam. Porém, estes mesmos amores voltam cada vez mais fortes. Por isso, um colorado, quando se desilude, lembra de seu passado e sente seu coração pulsar em festa, trazendo para todos alegres emoções.

Torcedor colorado, este ano que se inicia será muito competitivo no cenário esportivo. Humildemente, assim como é regada a história colorada, é importante reconhecer isso. Entretanto, assim como haverá muitos obstáculos, haverá muita superação e paixão. 2011 será o ano para o torcedor apoiar o Inter dentro do campo de jogo, em qualquer local. 2011 será o ano para se lutar pelo 40º título estadual, buscando recuperar a hegemonia regional em um estado onde o Inter é o maior campeão de todos os tempos. 2011 será o ano para o time colorado tentar reconquistar a Recopa, enfrentando o Independiente e as sete taças da Libertadores que o time de Avellaneda carrega nas costas e na sua história. 2011 será o ano para o Inter buscar com todas as suas forças obter o título de tetracampeão brasileiro, conquista que não ocorre há mais de trinta anos. 2011 será o ano de “ruas de fogos”, cânticos, apoio total, fé, torcida e paixão, na difícil luta pelo tricampeonato da Taça Libertadores da América.

Torcedor colorado, o futebol é um jogo. Logo, qualquer um pode vencer. O resultado final disso é uma apaixonante incógnita, que só é revelada após o apito final. Mas quando um dos envolvidos nessa disputa é o Internacional, não existem fronteiras que não possam ser sonhadas, desbravadas e conquistadas. É preciso a torcida cobrar resultados com coerência e torcer com fervor – como sempre acontece. Dentro das possibilidades, é preciso se associar ao Inter, que já tem o sexto maior quadro social de clubes de futebol do mundo. Torcedor colorado, vista vermelho, se associe, faça parte dessa história, mostre para o mundo inteiro o que é ser Internacional e tenha um promissor, ótimo e feliz ano de 2011.