18 de dezembro de 2011

Vai!


Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de dezembro de 2011

Dentro de mais alguns minutos, Santos e Barcelona estarão perfilados, lado a lado, adentrando o gramado. O estádio estará completamente lotado de torcedores enlouquecidos para ver a partida mais esperada da temporada. De um lado, Neymar. De outro, Messi. O Santos estará todo de branco. O Barça terá seu elenco recheado de estrelas. Ouve-se o hino da FIFA, marejam-se os olhos dos apaixonados torcedores e entram em campo as equipes, perfiladas, em busca da conquista do Mundial de Clubes. Da mesma forma que fizeram Ronaldinho, Deco, Fernandão e Iarley em 2006.

O tempo passa muito depressa e, às vezes, parece que insistimos em não acordar de um belo sonho. Houve uma época em que torcedores fardados de vermelho representavam uma religião que poucos entendiam qual era a sua crença. Mas eles acreditavam e isso era suficiente. Alguns entraram em profundo sono em uma certa data de agosto, dia em que o Inter desvendou os mistérios de uma noite, deixando para trás uma época de “quases” e de mediocridade futebolística, cravando no pico mais alto da América a bandeira colorada. Foi uma noite de sonho. Quatro longos meses.

Todos acordaram desses quatro meses de sonho, lá no Japão. Foi a maior de todas as conquistas. Quando Adriano foi chamado por Abel para entrar no time, no lugar do lesionado capitão Fernandão, bateu o desespero em boa parte da nação colorada. Em casa, vi a fisionomia de desconsolo de meu pai. Eu disse para todos na sala: “vai dar certo”. Eu falei isso e mais parecia um senhor tentando consolar uma criança. Mas eu acreditava. Puro sentimento de torcedor. Ora, quem mais acreditaria?

Quando Iarley pegou a bola e partiu para cima de Puyol, levou consigo, de arrasto, na garra e na força, uma inteira nação apaixonada que acreditava que era possível. Todos foram juntos. Todos gritavam: “vai”! Iarley foi, seguiu, prosseguiu. Todos nós, torcedores, olhamos para trás e, em uma questão de segundos, lembramos de tudo o que passamos. Iarley não olhou para trás. Ergueu a cabeça. Foi. Seguiu. Driblou. Arrancou. Deu passe, perfeito. Concretizou. Realizou. Em minha visão, já era ídolo. Virou eterno!

Acordamos! Há cinco anos, o Inter conquistava o Mundial de Clubes da FIFA. Foi uma data histórica, uma manhã de domingo que deve ser lembrada, comemorada e consagrada para sempre. Afinal de contas, como canta o torcedor: “é colorada a cor do meu sentimento, minha alegria é o Internacional, e no Japão em 17 de dezembro, nós conquistamos a taça do mundial”.

Parabéns ao Internacional, e a toda a sua apaixonada nação de torcedores, por mais essa passagem histórica.

17 de dezembro de 2006: INTER, CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES!

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