20 de dezembro de 2011

Fabiano Eller, 2006: "nós vamos lutar por isso"


Por Luciano Bonfoco Patussi
20 de dezembro de 2011

O clima era descontraído na churrascaria do Parque Gigante. Junto a um grupo de amigos que trabalhavam na mesma empresa, havia presenciado uma grande vitória do Internacional. No Beira-Rio, o “Clube do Povo” acabara de vencer o tradicional Nacional de Montevidéu, pelo placar de 3 a 0. A partida foi válida pela Copa Libertadores da América. Estávamos em 2006. Naquela noite, entre conversa jogada fora, piadas e recordações sobre os lendários “Rolo Compressor” dos anos 40 e sobre o magnífico time tricampeão brasileiro nos anos 70, sugeri o seguinte jargão ao meu amigo, Scapini: “faltam doze jogos!” Todos que estavam na mesa “compraram” e adotaram a brincadeira. Faltavam doze jogos para a inédita conquista da América.

A conversa rolava e, aproximadamente uma hora após o final da goleada, todos os colorados que estavam presentes no restaurante posicionaram-se em pé. Aplausos tomaram conta do ambiente, seguidos por gritos de “Inter, Inter, Inter”. Adentraram o recinto os atletas Léo, Márcio Mossoró, Rubens Cardoso e Fabiano Eller. Entre um queijo assado, uma cerveja bem gelada e uma picanha bastante suculenta, surgiu o desafio:

“- Vamos falar com nossos craques?”.

Prontamente alguém respondeu:

“- Vamos!”.

Fomos. Rubens Cardoso e Léo eram os mais reservados. Já Márcio Mossoró era uma “figuraça”. Ao se retirar do local, antes de se despedir de todos, foi de encontro a um pote, daqueles que ficam junto ao caixa, e que servem para disponibilizar balas aos clientes. Encheu uma mão de doces e levou consigo. Gente fina e de bom papo, ele gargalhava. Ríamos junto. Mal sabíamos que cada bala de Mossoró poderia ser a viva representação de cada um dos títulos que o Internacional obteria dentro de campo nos meses subseqüentes.

Fabiano Eller chegou ao Internacional, como sendo um reforço de confiança de Abel Braga, que estava assumindo o cargo de treinador do Internacional em 2006, e que já havia trabalhado com o atleta em anos anteriores, no Flamengo e também no Fluminense. Fabiano Eller era a peça que faltava para fechar o elenco colorado em busca da conquista da Libertadores. Como popularmente se diz, Eller era a “cereja do bolo”. Chegou ao Internacional, vestiu a camisa número 4 e tomou conta da grande área.

Naquela noite, Fabiano Eller era um dos atletas mais descontraídos. Tirou foto com os fãs, distribuiu autógrafo e conversou com todos. Eu disse a ele que acreditava muito naquela equipe, pois o Inter tinha um elenco muito qualificado. Para finalizar, pedi para Fabiano Eller ir com força na Libertadores. Eu não estava acostumado com atletas do meu time falando em títulos. Em anos anteriores a 2006, havia certo “conformismo” entranhado no vestiário, e isso contagiava negativamente uma parcela dos jogadores que chegavam para jogar no Internacional.

Para minha surpresa, a resposta de Fabiano Eller foi sucinta, breve e alentadora: “podes ficar tranqüilo, vim para o Inter para ganhar a Libertadores, nosso grupo é muito forte e nós vamos lutar por isso”. Essa frase serviu de combustível e esperança nas noites em claro que antecederam decisivos confrontos contra a LDU, o Libertad e o São Paulo. Noites inigualáveis foram aquelas vividas em 2006!

O zagueiro Eller, aquele que dava carrinho certeiro quando necessário e que saía jogando com técnica apurada como poucos, não só venceu a Libertadores em 2006, cumprindo a sua “promessa”, como também foi peça fundamental na conquista do Mundial de Clubes no mesmo ano, ajudando o grupo colorado a fazer frente à “seleção” do Barcelona. Eller saiu do Internacional sendo campeão mundial e, após alguns anos, retornou ao Beira Rio, onde foi importante peça no elenco bicampeão da América em 2010.

Atualmente, Fabiano Eller assinou contrato com o São José. Na capital do Rio Grande, vai disputar o campeonato gaúcho de 2012 comandando a grande área do “Zequinha”. Provavelmente terá a camisa número 4 às costas. Com quase 35 anos de idade, desfilará sua técnica no gramado do estádio Passo d’Areia. Isso para a infelicidade dos seus adversários!

Um comentário:

Anônimo disse...

Pessoal,
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