22 de março de 2011

Parceria: menor risco em longo prazo


Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de março de 2011

Os conselheiros do Internacional optaram, em reunião na noite desta segunda-feira (21.03.2011), por dar sequência as obras de reforma do estádio Beira-Rio através de um contrato de parceria com uma construtora. Não acompanhei a reunião citada, mas a repercussão que ela teve e as colocações que foram divulgadas nos veículos de comunicação deixam claro uma situação: ao mesmo tempo em que a decisão demorou a ser tomada, ela foi compartilhada com todos dentro do clube e, depois de analisada sob todos os aspectos, se obteve a melhor posição possível para o presente momento.

Caso o Internacional optasse por dar andamento às obras através de seus próprios recursos, e sabendo que o clube apresenta déficit ao final de cada temporada, haveria um risco enorme. Assim sendo, duas situações norteariam o caminho a ser trilhado, ambas as opções sendo insatisfatórias e insuficientes: ou faltaria dinheiro para dar andamento às obras e elas ficariam em segundo plano, o estádio seria “remendado” e concorreria em desvantagem com arenas modernas que estão programadas para ser erguidas, não só a do Grêmio, mas também em nível nacional, como a do Palmeiras, a do Corinthians, entre outras; ou ainda, mesmo com a falta de verba, se daria andamento as obras, em ritmo lento, e isso acarretaria em uma drástica redução nos investimentos realizados no futebol. O time, em campo, passaria a dar volta olímpica com a obtenção de vagas.

Com a parceria, o Internacional negociará com a Andrade Gutierrez e também com outras construtoras que venham a realizar propostas nos próximos dias, colocando sua posição para as empresas, buscando uma negociação boa para todos os lados. Assim, se chegará a um meio termo. Ou seja, ao invés de a construtora explorar os espaços comerciais do entorno do estádio por 20 anos, talvez se chegue a um consenso de 15 temporadas. Quem sabe, até 25 anos, desde que gradativamente o Internacional comece a receber percentuais dos lucros já nas primeiras temporadas. Há ainda a questão da utilização do ginásio Gigantinho, que pode ser sugerido como opção de exploração para o parceiro do clube. Mais ainda: o Internacional terá o seu tão sonhado e fundamental Centro de Treinamento.

A partir deste momento, a questão é negociar. A melhor decisão possível foi tomada pelos conselheiros, pensando no longo prazo e nas situações que representam menor risco para o clube. Isso sem citar a questão dos jogos da Copa do Mundo, que é um evento importante, sem sombra de dúvidas, mas em minha visão fica em segundo plano neste momento fundamental na definição do rumo que o clube tomará nas próximas décadas. Sabemos que há agremiações concorrentes que estão mobilizadas, em todas as frentes, para levar partidas da Copa do Mundo para o seu campo de jogo. “Eles” não divulgam isso de forma clara, mas vários acontecimentos polêmicos dos últimos dias, envolvendo, além de alguns clubes, a confederação de futebol do país, mais a maior emissora televisiva nacional, comprovam essa situação. Basta um pouco de senso de análise para se concluir isso. Mas este é um assunto para outra oportunidade, até para não perdermos o foco do tema GIGANTE PARA SEMPRE.

O Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional está, neste caso, de parabéns pela decisão tomada. A direção, que também merece ser elogiada pela clareza demonstrada, conclamou a todos para tomar uma decisão de relevância gigantesca, e a resposta a esta convocação foi satisfatória, atendendo a maior parte das expectativas. O torcedor colorado pode ficar tranquilo. O melhor para o clube será feito!

Nenhum comentário: