Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de julho de 2011
Em diversas situações do nosso dia a dia, vivenciamos momentos onde nossa mente volta ao passado e o vasculha. Distante, recordamos ocasiões inesquecíveis. Instantes onde fomos únicos. Sozinhos, ou rodeados por milhões de seres com um mesmo objetivo, conseguimos fazer a diferença.
Houve uma época em que o Inter foi mágico. Foram tempos onde Valdomiro era capaz de calar boa parte do Brasil, sepultando milhões de prognósticos com uma “bucha” de fora da área, um verdadeiro “paulistão”! Foi nesta época que o “Rei de Roma” desfilou nos gramados do mundo a técnica e o talento que jamais qualquer “Camisa 5” voltará a ver um dia. Naqueles anos, na grande área tremulava a bandeira chilena, onde a sombra do “Capitão dos Andes” causava calafrios nos adversários. O Inter ganhava quando e como ele queria.
Décadas depois, o Inter foi cirúrgico. O colorado entrava em campo contra seus mais variados adversários, buscando sempre a vitória da forma como era viável. A liderança de Fernandão, a técnica e a frieza de Iarley, tudo isso aliado aos torpedos de Alex, transformaram o Inter em um erguedor de múltiplas taças. O Inter se esforçava, derramava suor e ganhava no último suspiro, sempre que podia e do jeito que era possível. Do modo como estava escrito.
Houve outro momento, este infindável e posicionado entre o mágico e o cirúrgico, onde o time vermelho foi comum. Mas quando era único, mesmo simples e limitado, era possível ser diferente e alcançar o objetivo principal, por mais humilde que ele fosse. Naqueles distantes dias, foi possível ver outro chileno, desta vez Letelier, marcar de cabeça e de fora da área o gol antológico que salvou o torcedor colorado da amargura do leito de uma indesejável queda. Tal qual fez o “Capitão do Tetra” anos depois e repetiu, ainda, o jovem e talentoso Mahicon Libretato, em 2002. “Librelato Vive”.
Correram os anos e o amanhã surgiu, nos trazendo apenas uma certeza: o Inter precisa voltar a ser único. Nosso pensamento anda um tanto perdido. Disputas internas que possam estar ocorrendo, sejam por vaidades ou por quaisquer outros motivos, em nada lembram a luta travada em busca do tri brasileiro invicto, em 1979, ou o suor derramado em meio às lágrimas de emoção pelo título mundial de 2006. Há “picuinhas” que só tendem a apequenar o potencial de um gigante do futebol mundial. O Inter precisa voltar a ser único. Não em relação aos outros. Mas a ele mesmo. Pelo bem do seu torcedor!
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