5 de março de 2009

CRÔNICA - Internacional 2x0 União/MT

Por Luciano Bonfoco Patussi
04 de março de 2009
www.supremaciacolorada.com

A vitória por dois a zero, em favor do Internacional, contra o União de Rondonópolis, foi suficiente para fazer o Colorado alcançar sua vaga na próxima fase da Copa do Brasil, buscando recuperar a taça que conquistou pela única vez em 1992. E o próximo adversário será o Guarani de Campinas, tradicional clube, campeão brasileiro e que após uma péssima fase de sua história – onde esteve na terceira divisão do campeonato brasileiro em 2008 – volta à série B em 2009, para tentar recuperar seu lugar na primeira divisão nacional.

Mas o jogo desta quarta-feira não foi fácil. Esperava-se o União totalmente retrancado e sem ambição de jogar. Mas o time mato-grossense cumpriu a promessa de seu treinador, que dizia que a equipe jogaria fechada mas tentaria sair para o jogo sempre que possível, pois jogar só defendendo contra o Inter seria sinônimo de sofrimento e derrota certa. O União se defendeu como pôde, buscou – e conseguiu – tocar a bola e o Internacional tentou algumas vezes, sem sucesso, marcar seu gol. Andrezinho e Guiñazu foram incumbidos – mais ainda Andrezinho – de chegar com força ao ataque, para auxiliar D’Alessandro, Nilmar e Taison. Mas desta vez, Andrezinho – que ao meu ver é um bom jogador – esteve melhor na parte tática do que na parte criativa. Assim o primeiro tempo terminou com o zero no placar para ambos os lados.

Na volta do intervalo, o tempo passou rápido para o torcedor colorado. Cinco minutos. Dez. Giuliano no lugar de Andrezinho melhorou a equipe. Quinze minutos. Nada. Eis que Tite venceu um jogo que, teoricamente, deveria não ser tão difícil. Como àquela altura da disputa somente o Inter tentava algo na partida, Tite tomou uma decisão que nesta noite foi correta e iluminada: sacou o lateral defensivo Bolívar da equipe, colocando no ataque um centro-avante de ofício, Alecsandro. Assim o Inter ficou com o ataque tendo Nilmar flutuando pelas pontas e Alecsandro dentro da área, como referência. Como o União não atacava mais, Giuliano e Taison, com muita movimentação, passaram a preencher a lacuna deixada por Bolívar do lado direito do gramado – por vezes cobertos por Magrão.

Assim o Internacional conseguiu uma cobrança de falta próxima da área. D’Alessandro acertou a trave e, no rebote, Índio livre, de cabeça, abriu o placar. O camisa três do Inter campeão mundial cada vez mais passa a ser, além de exímio defensor, um jogador de gols decisivos. Inter um a zero. E em nova trama de velocidade do ataque colorado, a quase perfeita conclusão de Nilmar parou na trave do goleiro. A bola ricocheteou e voltou para o centro da pequena área. Aquele espaço estava habitado, naquele instante, por um camisa nove legítimo: Alecsandro, com um só toque, dominou a bola e a preparou para a conclusão. A rede estufou e o Gigante explodiu em um misto de alívio e esperança. Alecsandro mostrou a que veio. Sem goleiro. Fácil e, ao mesmo tempo, difícil. Chorado. Ao melhor estilo goleador de área. Foi uma vitória sofrida, com gols que pareciam não querer sair e chance de gol adversário no final da partida.

Entretanto, o mais importante foi a classificação do Internacional para a próxima fase da Copa do Brasil, bem como a precisão do treinador Tite ao modificar com inteligência – e uma certa dose de ousadia – uma situação da partida que começava a ficar caótica. Dizem que treinador que mexe bem na equipe o faz assim porque escalou de forma incorreta. Entretanto, nunca podemos esquecer que no futebol existe um adversário. Qualificado ou nem tanto, este oponente pode impor dificuldades que somente o treinador do time pode reconhecer e ter o poder de mudar para melhor. Às vezes, uma decisão tomada em uma fração de segundos pode modificar a história de uma competição. E foi o que Tite fez hoje. Tite mudou a equipe, venceu a partida, fez o Inter seguir vivo na Copa do Brasil e está de parabéns, juntamente com todo o elenco colorado.

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