Este fim de ano e início de uma nova temporada trás à tona lembranças. Para quem gosta de futebol, as lembranças são boas. Para quem é apaixonado por futebol, a memória é melhor ainda. Agora, para quem é colorado, nem se fala! Haja fôlego para comemorar! Somem-se todos os gritos colorados! Finalizamos a temporada de 2008 com três faixas no peito! É tempo de comemorar. É tempo de recordar. É tempo de desejar mais ainda! É época de sonhar!
Se sofremos uma vida inteira ao lado do Internacional em uma busca incessante por vitórias, nada temos a reclamar de 2008. Temos a buscar melhorias em comparação a nós mesmo, isso sim! Este ano realmente não foi bom como dizem por aí? Poderíamos estar na Copa Libertadores no ano do centenário do clube? Sim. Concordo. Poderíamos. Não chegamos. Incompetência ou azar. Não interessa! O que importa é que o pensamento da direção do clube e da torcida mudou e, em um ano que foi 'mediano', levantamos três taças. Imaginem um ano bom como seria? Imaginem anos atrás. Sonhem e realizem. Pois este ano vem aí. Vem aí 2009, o ano do centenário colorado! Vem aí o ano que todos os colorados sonhavam que um dia chegaria, mas que tempos atrás tínhamos em mente chegarmos com Reginaldo’s, Tim’s e Anderson’s Barbosa’s em campo. Desculpem-me estes cidadãos citados anteriormente, que podem ser excelentes enquanto pessoa, mas que quando passaram pelo Internacional, deixaram a desejar. Talvez, pessoalmente, considerem-se vencedores, por chegarem em determinada época a vestir o manto sagrado vermelho. E diga-se de passagem, isso realmente foi uma vitória. Para eles. Mas só chegaram ao Inter em uma época ruim e de derrotas do colorado! E nada fizeram por aqui! Isso é um fato. E tudo isso que vivemos engrandece o atual momento vivido pelo Clube do Povo!
No início da temporada de 2008, veraneando em uma praia do litoral norte gaúcho, recordo de uma manhã diferente. Era início de tarde. Lembro bem de sair da praia, o sol a pino, em direção ao bar. O garçom trazia uma cerveja. Era o Inter em campo. O oponente daquela manhã de verão era o campeão alemão, Stuttgart. Um bom time. Inter um a zero. E mais uma cerveja! E voltei à capital. Foi uma viagem longa e chata. Demorada. Uma ‘tranqueira’. Na decisão da luxuosa ‘pré-temporada’, estava no escritório, a trabalho. Mas quem passou trabalho foi a Internazionale. A poderosa campeã italiana sucumbiu. Inter dois a um. Uma bela e memorável vitória. Golaço de Fernandão. Golaço de Nilmar. E para quem ousar desmerecê-la, basta assistir aos vídeos, vendo o rosto do Materazzi, do Júlio César, do Júlio Cruz e de tantos outros. Eles queriam a vitória para a “squadra” italiana. A qualquer custo! O Inter não deixou. Era um prenúncio do que aconteceria naquela última e memorável partida de dezembro de 2008, assistida em um Beira-Rio tomado pelo amor e pela devoção do torcedor colorado!
Entre um pífio campeonato brasileiro, onde terminamos em sexto lugar – uma colocação que anos atrás seria digna de volta olímpica – e outra eliminação – entre tantas – em Copa do Brasil, vimos Fernandão ser humilhado pelo torcedor do Juventude na primeira partida decisiva do campeonato gaúcho, em Caxias do Sul. Mexeram com a pessoa errada. Quando, no Beira-Rio, o Inter marcava o quinto gol no time caxiense, o “Capitão Planeta” marcava seu terceiro na partida. E não precisava fazer mais. Não precisava mais nada. Em quatro anos vestidos de vermelho e branco, Fernandão fez história. O recado estava dado, o caixão fechado e a história escrita. A torcida verde ia embora. Confesso que, naquele momento, senti falta do azul no estádio. Parecia que algo estava faltando. Mas o Beira-Rio sorria. Gozava. Fernandão ainda estava em campo, mas pensando em o que deveria fazer na seqüência. Isso porque marcara três gols. E , com Fernandão já “em férias” e os aplausos e o “olé” da torcida, vieram mais dois gols. Seis. Sete. E mais um pênalti. A massa implorava por Clemer. E lá foi ele! Gol. “Hehehe”. Oito. Gargalhadas. Risadas. Deboche. “Huashuashuas”. Na arquibancada, colorados riam. Choravam. Rolavam nas cadeiras. Internacional oito. Oponentes um. Rasgaram a touca. Nem estava tão frio mesmo! O sol brilhou em uma tarde nublada e de chuva e, em um facho que iluminou “A Maior Torcida do Rio Brande”, lembramos de Figueroa em 1975! Lágrimas! Recordações! Era o gol iluminado e a tarde iluminada. Era nossa memória vindo à pele em um dia inesquecível. Tudo junto, em uma só pulsação!
E como se não bastasse, em um campeonato de “segundo nível” que foi assistido pelo mundo inteiro, eliminamos o temível Boca Juniors. Reservas ou não. Não interessa. A Bombonera sucumbiu. D’Alessandro sorriu! Na seqüência, eliminamos e calamos a maior torcida do México. O Chivas Guadalajara foi derrotado. Lá e aqui! Tal qual o Boca. Na decisão, matamos o tradicional e bravo Estudiantes na temível La Plata. Sucumbimos a força e a tradição castelhana no Beira-Rio. O time do Estudiantes era forte e movido à perfeita tática, força e raça! Nada nos amedrontou. Crescemos na partida e, na prorrogação, terminamos em festa e emoção! O Beira-Rio pulsou no compasso de nosso coração! É verdade que, no caminho, passamos também por equipes menores. Talvez por isso, alguns poucos no Rio Grande classificaram a Copa Sul-Americana como um “torneio de segunda linha”. Isso faz parte e eu não poderia deixar de destacar este ponto. É a flauta fazendo parte da maior rivalidade do mundo. O “Gre-Nal” é o maior clássico do mundo. Posso ser taxado de arrogante, mas só quem vive isso pode descrever. E, diga-se de passagem, alguém lembra do placar do único clássico de 2008 que terminou com vitória de um dos times, após mornos empates na temporada?
Enfim, quero desejar de todo coração, à toda nação colorada e à todos que lerem este texto escrito de forma emotiva, um Feliz Ano de 2009, onde todos irão correr atrás de seus sonhos e que todos tenham saúde, paz, amor, sorte e tudo o que for necessário para alcançar seus objetivos individuais e coletivos! E, como não poderia deixar de ser, desejo à nação colorada só mais um título: eu quero ser campeão brasileiro. Assim sendo, eu que já nasci tri, verei, de fato e de direito, o único título que falta para, enfim, eu morrer feliz! Sim, aí eu poderei morrer! Isso porque ser colorado é a melhor coisa que existe. Eu nasci tri-campeão brasileiro, ouvindo as mais belas histórias que foram proporcionadas por Manga, Marinho Peres, Figueroa, Vacaria, Caçapava, Falcão, Batista, Carpegiani, Valdomiro, Claudiomiro, Flávio, Lula, Dario, Mário Sérgio, Chico Spina, Mauro Galvão, Benitez, Jair, Escurinho e tantos outros. No dia em que eu gritar, sem a dor da impunidade de 2005 que até hoje sangra em lágrimas vermelhas meu coração, que sou tetra-campeão brasileiro de futebol, bom, aí eu poderei morrer de emoção na arquibancada do Beira-Rio, após o gol do título. Seja ele marcado em um pênalti duvidoso. Em um cabeceio de um zagueiro ‘xerifão’. Em uma ‘patada’ de um volante ídolo. Simples, indescritível e sem palavras.
Um Feliz e Próspero ano de 2009 à todos! Saúde, paz e amor! Saudações coloradas!
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