Por Luciano Bonfoco Patussi
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O entardecer rubro naturalmente fazia com que a dúvida surgisse sobre o que destino nos reservara para aquele final de noite e início de um novo dia. O início de uma nova era. O sol sumia ao horizonte e fazia o cenário, antes de um belo pôr-do-sol, mais parecer uma noite escura e gélida.
Há pouca distância daquele horizonte noturno, que durante o final de cada dia forma um dos mais belos cartões postais de Porto Alegre, um misterioso fenômeno ocorreu naquele início de dezembro de 2008. Bolas de fogo, que deviam ser cometas ou algo equivalente, eram vistas, centenas delas, lado a lado e sobre o concreto sagrado erguido pela “Torcida do Povão”. Um espetáculo que se repete de tempos em tempos, mas que sempre tem uma história e uma emoção diferenciada e que guardamos no fundo do nosso coração. A névoa tomava conta do cenário imponente do Gigante da Beira-Rio. Nada se via. Tudo se ouvia. A névoa foi se dissipando aos poucos e, ao mesmo tempo, aos olhos de cada ser vivo presente naquela noite em cada degrau daquela arquibancada, camisas vermelhas foram tomando forma real em um tapete lindo e verde de esperança: era o Inter em campo para mais uma decisão.
Sorrisos, “flash’s”, lágrimas. Cânticos. Um apaixonado pelo time do seu coração sabe muito bem o que significa uma entrada triunfal em campo. E naquela noite, a torcida foi estupenda, fazendo parte do espetáculo de forma ativa, ordeira, civilizada e apaixonada. Em campo, o Inter foi fantástico. Foi gladiador quando a torcida mais precisava, clamava e implorava por isso. Assim foi. Emoção à flor da pele. O adversário argentino e seus fiéis seguidores engrandeceram o espetáculo e tentaram chamar para si o papel principal do cenário decisivo. A equipe do Estudiantes se encorajou e encarou o Inter dentro do Beira-Rio de igual para igual. Por pouco, não conseguiu triunfar no tempo normal de partida. Por muito pouco, não conseguiu levar a decisão para a loteria das penalidades máximas. A noite estava conspirando contra, aos poucos. A névoa baixou. O Estudiantes queria mais. Queria a América. Mas o Inter, mortífero, não deixou.
E a névoa tomou conta do Beira-Rio novamente. Densa, linda e ofuscante. No palco, Edinho com a Copa Sul-Americana em mãos premiou a melhor equipe da competição e, quem sabe, o time mais promissor do futebol brasileiro para o ano de 2009. E tudo isso foi alcançado com muito trabalho e doação dos diretores do clube, durante anos. Tudo foi construído com dificuldade e sofrimento. Com muito amor e devoção por parte da torcida. Isso faz o orgulho transbordar nos corações colorados!
O atual grupo de jogadores do Internacional está de parabéns, bem como nós, torcedores. Nós, fiéis torcedores, de todas as gerações, somos o motivo de o Sport Club Internacional ter alcançado um patamar invejado enquanto instituição. Quem acompanhou o clube no decorrer dos últimos vinte anos, entende muito bem o motivo da alegria e do orgulho dos colorados ao assistir, sob a névoa, em uma noite de quarta-feira ou em uma manhã de domingo, cada volta olímpica coberta de glória e emoção.
Parabéns, torcedor colorado! Inter, campeão da Copa Sul-Americana em 2008!
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