1995. Campeonato brasileiro. Penúltima rodada. A Portuguesa pisou no Gigante da Beira-Rio, diante de 70.000 torcedores. Uma vitória colorada classificaria o time para as semifinais do certame daquele ano. Entretanto, a derrota em casa praticamente terminou com as chances coloradas, que viu a equipe, após essa derrota, degringolar ladeira abaixo no campeonato. Os 70.000 fiéis ficaram incrédulos. Foram 90 minutos de apoio intenso que de nada adiantaram. Vieram os protestos. Vaias e xingamentos. Nada mais justo.
Correram os anos. Surgiu o "amanhã". Estávamos em 1997. A Portuguesa “pisou” no Beira-Rio, em uma noite de quinta-feira. Uma multidão colorada apoiou o tempo inteiro e a equipe colorada venceu a esquadra rubro-verde paulistana. Aos poucos, consolidava-se a liderança vermelha, na luta pelo título - que acabou não chegando.
Independentemente do momento do time ser positivo ou negativo, o torcedor colorado podia ser taxado de tudo naqueles tempos: Sofredor. Pé-frio. Apaixonado. Corneteiro. Fanático. Único. Inigualável. Mas jamais passivo. Jamais! Por não ser passivo, torcedor, é que o Inter jamais caiu! Por ser um torcedor ativo é que, além de nunca deixarmos o Inter cair, vimos o mesmo crescer dentro e fora de campo e conquistar títulos. Muitos títulos.
A hora é de apoiar em campo. Apoiar qualquer um que estiver vestindo vermelho. Ajudar a vencer a partida. Por outro lado, a hora é de cobrar. É de cobrar muito! Ninguém deve ser "palhaço" de uma diretoria, a ponto de ver o clube ir ao topo do mundo em 2006 e, em pouco tempo, ver o futebol cair drasticamente de produção, após uma série de trapalhadas administrativas encabeçadas por um senhor que estava - e ainda está - despreparado para assumir o cargo máximo do Clube do Povo.
Em 2008, Inter e Portuguesa se reencontrarão no Beira-Rio. E "se" empatarmos ou perdermos? Após apoiar os 90 minutos, nada mais justo que encher de xingamentos quem mais merecer. Presidente. Vice de futebol. Treinador. Alguns jogadores. Preparador físico. Vale faixas, cânticos. Seja na arquibancada, seja no "Portão 8". A torcida tem que ser "ativa". Devemos mostrar que ninguém é "palhaço" dessa gestão de futebol atrapalhada.
Mas e se vencermos? Bom, aí é hora de pés no chão. Será hora de aplaudir o time em campo, mas sem deixar de cobrar. E se for preciso, temos que xingar a todos aqueles que merecerem, mesmo com a vitória que poderá ocorrer. Porquê isso? Simplesmente para mostrar que essa torcida tem sangue. Tem coração. Tem fibra. Não é qualquer torcedor que já passou o que um colorado sentiu durante anos de mediocridade futebolística.
A camisa vermelha e a "cachaça" na mão, mas com os pés no chão. É só isso que o momento e a realidade do Inter nos permitem. Somente pés no chão e a sensação de que vem aí um sábado no qual cumpriremos nosso dever . Um dever que, dentro de campo, vem sendo deixado em segundo plano, há tempos!
Sábado, final de tarde, Beira-Rio, Internacional em campo. A Portuguesa será a adversária. A mesma Portuguesa de 1995 e 1997. Esperamos que a torcida seja a mesma daqueles tempos também! Só depende de nós! Força, torcedor! Força, Inter!
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2 comentários:
Belo texto, mas falando sério, eu estava no jogo de 1995 e o público não chegou nem perto de 70 mil pessoas.E depois que o inter tomou gol eu não ouvi nenhum apoio vindo da torcida.
abraço
Zack, valeu aí!
Na verdade, 70.000 é força de expressão de minha parte, para motivar o pessoal. É que naquele ano, quase todo jogo no Gigante, o Inter metia mais de 30.000 pessoas.
Segundo a Placar (Tabelão 9, resultados de 18 de setembro até 16 de outubro), o jogo Internacional e Portuguesa de 1995 registrou público de 30.843 pessoas. Porém, quem é da época (anos 90) recorda bem que o público divulgado pelo Inter (e que constava para a imprensa) era sempre "cortado", as vezes pela metade. Isso porque tinha um esquema de divisão de renda (que era absurdo e hoje inexiste).
Abraço e força Inter! Pra cima da Lusa (é a nossa realidade)
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