26 de fevereiro de 2009

DEBATE - Internacional x Novo Hamburgo

Por Luciano Bonfoco Patussi
26 de fevereiro de 2009
www.supremaciacolorada.com

O Internacional entrará em campo hoje com diferenças na equipe que vinha atuando há algum tempo. Sem Alex, vendido ao futebol russo, D’Alessandro passará a ser o único jogador com características fortes de armador do meio-campo colorado. Deverá ser assessorado nesta tarefa por jogadores vindos de trás – Kleber, Guiñazú e Magrão – e também por Taison, que está orientado por Tite para buscar o jogo – mas também jogar ao lado de Nilmar. Assim, o Internacional enfrentará o Novo Hamburgo, no Beira-Rio, em busca de uma vaga na decisão do primeiro turno do campeonato gaúcho de 2009 – Taça Fernando Carvalho.

Acredito que o time começa a tomar forma com essa escalação. Eu acreditava, anteriormente, que a equipe deveria jogar com dois meio-campistas mais avançados e com dois atacantes. Mas a derrota em Rondonópolis, para o fraco União, causou dúvidas. Uma delas diz respeito aos três volantes. Passei a analisar e acreditar que a equipe colorada ficará mais equilibrada, ainda mais jogando com três volantes do estilo de Sandro, Magrão e Guiñazú – independentemente do posicionamento, os três sabem jogar. Eles não são o tipo de jogador que apenas está escalado porque “rosna” e “come grama” na frente da defesa. Eles sabem jogar e isso poderá facilitar o novo esquema de jogo adotado. Mas ainda assim, vejo ainda duas situações que deveriam mudar para o time ficar mais compacto e mais equilibrado em todos os setores.

PRIMEIRO: Quando são escalados três volantes e apenas um armador no meio-campo – mesmo que os cabeças-de-área saibam jogar com qualidade – é muito importante o time ter o apoio qualificado dos laterais – pelos dois lados do campo. Bolívar pela lateral direita, assim como era Marcão pelo lado esquerdo, compõe muito bem o sistema defensivo em uma linha com quatro zagueiros, que foi utilizada por Tite com sucesso na Copa Sul-Americana de 2008. Isso porque a formatação tática dos times estrangeiros também ajudou no sucesso da linha de quatro defensores do Inter. Mas no futebol do Brasil é diferente. Quando a equipe passa a ter apenas um armador de ofício, é fundamental o time ter a passada com qualidade dos dois laterais no apoio ao ataque. E todos sabem, Bolívar na lateral direita pode ser sinônimo de defesa forte no lado direito e, ao mesmo tempo, de “hectares de campo vazio” pelo setor direito de ataque.

Talvez fosse o momento de a direção do Internacional investir na contratação de um lateral direito formado. Um jogador que chegue e vista a camisa dois titular do Inter. Um jogador bom na defesa e bom no apoio. Assim, as apostas Arílton e Danilo teriam mais tempo para evoluir e para não “se queimar” com o torcedor. Quando no início do ano, em debates na Internet, eu citava Wagner Diniz e Ruy como sendo jogadores com contrato encerrando ao final do ano – e que poderiam ser contratados gratuitamente, muitos diziam que eles não serviam para o Internacional. Um deles parou no São Paulo. O outro, parou no rival Grêmio, sendo uma das principais figuras do time comandado por Celso Roth. Por isso insisto: O Internacional precisa trazer um lateral direito com qualificações ofensivas. Disso dependerá parte do sucesso coletivo do novo esquema de jogo de Tite.

SEGUNDO: A escalação de um centro-avante é primordial. No time dos anos 70, brilharam Claudiomiro, Flávio e Dario. No final dos anos 80, Nilson era o goleador colorado. Nos anos 90, tivemos em Gérson e Christian figuras notáveis. Na atual década, Fernandão – mesmo as vezes cumprindo funções defensivas no meio-campo – foi um camisa nove de causar inveja e fazer história. Assim sendo, acredito que a escalação de um centro-avante – Alecsandro ou o próprio Walter – dê à equipe colorada o toque de qualidade definitivo para a finalização das jogadas. Sobraria um bom jogador. Talvez Taison. Talvez um dos volantes. Mas na nova concepção de jogo do Inter, Taison acabaria sobrando para a entrada de um centro-avante. Nilmar e D’Alessandro ficariam – em um primeiro momento – escalados. E Taison seria o reserva que qualquer treinador poderia querer em sua equipe. Um meia-atacante para entrar no time no decorrer de todos os jogos – e mudar resultados. Um jogador que evolui dia-a-dia em todos os possíveis quesitos para um jogador de posição avançada.

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