30 de março de 2014

Final na Arena: Grêmio 1 x 2 Inter

Por Luciano Bonfoco Patussi
30 de março de 2014

Para o torcedor do Internacional, foi de tirar o fôlego! O Gre-Nal deste domingo foi o 400° clássico da história. O time tricolor era favorito, conforme opinião de boa parcela da mídia esportiva local. A equipe alvirrubra ainda possui muitas questões e ideologias de futebol a serem revisadas, em minha opinião, e creio que essa é, também, a visão de outros torcedores. Os primeiros quinze minutos de jogo foram eletrizantes. Jogo aberto, diferente de um típico Gre-Nal. O Internacional saiu perdendo. Virou a partida no segundo tempo. Foi o vencedor dentro da Arena adversária.

Fato é que o campeonato gaúcho não está decidido. Longe disso! Faltam ser jogados noventa minutos de mais um grande e difícil jogo que vem pela frente. Porém, a vantagem inicial existe, devido ao placar obtido no jogo de hoje. É preciso saber trabalhar com esse fator. A grande final será disputada no domingo, dia 13 de abril. O campo de jogo ainda segue indefinido. Será outro jogo, uma nova história. Ao Internacional, bastará vitória, empate ou placar de 1 a 0 para o adversário.

Inegável e notório é, no entanto, a alegria colorada neste domingo. Em 400 clássicos na história, a vitória de hoje foi a de número 150 do Internacional. O empate prevaleceu em 125 oportunidades, mesmo número de vitórias do Grêmio.

Fiz algumas anotações no decorrer da partida de hoje e, através delas, elaborei avaliação sobre a atuação de todos os jogadores, de ambos os times. Abaixo, descrevo as conclusões que tive sobre a participação dos jogadores do Internacional no clássico:

Dida: levou um gol, onde Barcos cabeceou sozinho no meio da área. Praticou difícil defesa em chute de Riveros. Foi seguro nos demais lances em que foi exigido. Nota 7.

Gilberto: procurou apoiar com intensidade, principalmente na primeira etapa. Razoável defensivamente. Nota 7.

Paulão: obteve imposição física e demonstrou bom posicionamento na grande maioria dos lances. De modo geral, teve boa atuação. Nota 8.

Juan: atuação razoável. Deixou o campo no intervalo, para a entrada de Ernando. Nota 7.

Fabrício: primeiro tempo com dificuldades defensivas, devido a postura tática do time como um todo. Melhorou no segundo tempo com o reposicionamento da equipe. Fez cruzamento para a marcação do segundo gol colorado. Nota 7.

Willians: novamente, eficiente na marcação, cumprindo bem o seu papel defensivo. Também procurou aparecer na frente apoiando a linha ofensiva, quando foi possível. Nota 8.

Aránguiz: atuação de suporte defensivo no primeiro tempo. Posicionado de forma mais adiantada na segunda etapa, foi fundamental no apoio de todo setor ofensivo. Fez cruzamento perfeito para o primeiro gol da equipe. Teve muita movimentação e intensidade. Nota 9.

D'Alessandro: cadenciador, dentro da sua característica de muita técnica individual, foi visado pela marcação adversária, como de costume. Ao segurar um lance, perdeu a posse de bola, em lance que originou o gol em contra ataque do time rival. Atuação importante pela experiência acrescida, enervando os adversários. Mas apenas razoável, dentro de um contexto geral. Nota 7.

Alex: na segunda etapa, revezou com Aránguiz no apoio ofensivo. Também teve atuação individual favorecida pela mudança de postura da equipe no segundo tempo. No primeiro gol colorado, deu passe primoroso para Aránguiz efetivar o cruzamento derradeiro. Nota 8.

Jorge Henrique: esforçado, mas com atuação abaixo do esperado, tecnicamente e taticamente falando. No primeiro tempo, a frente de quatro jogadores ofensivos do Internacional, da qual fazia parte, não compôs defensivamente, fato que fez o Inter defender apenas com seis jogadores em determinados momentos. Saiu do time no intervalo. Nota 4.

Rafael Moura: foi com dois gols seus, marcados de cabeça após receber dois preciosos cruzamentos dentro da pequena área, que o Internacional fez história na Arena, alcançando sua primeira vitória no estádio rival. Nota 9.

Ernando: substituiu Juan no intervalo da partida. Teve atuação segura na zaga. Nota 7.

Alan Patrick: entrou no lugar de Jorge Henrique, também no intervalo. Ajudou a equipe com maior movimentação e suporte defensivo. Acertou passes. Junto com Aránguiz, apoiou o time de modo incansável nas transições de chegada ao ataque. Nota 9.

Ygor: adentrou o gramado aos 35 minutos do segundo tempo, substituindo Alex. Foi seguro e ajudou o sistema defensivo. Esteve pouco tempo em campo para ter a atuação avaliada com uma nota.

Abel Braga: devido a sua participação na leitura desse jogo e na mudança de posicionamento do time, é preciso reconhecer e dar nota, principalmente pelo que foi alterado no segundo tempo da partida. Nota 9.

De um modo geral, vimos um jogo aberto desde o início. Até os 17 minutos, Grohe fez duas excelentes defesas. Dida fez uma, sendo que dois minutos antes, o Grêmio marcou seu gol. O jogo esfriou em chances claras. O Grêmio, após obter vantagem no placar, passou a esperar as ações coloradas. O Inter procurava ficar com a bola mas sedia alguns contra ataques para o Grêmio. Após o intervalo, o panorama do jogo foi outro.

Aliado a entrada de Alan Patrick e ao reposicionamento de Alex e Aránguiz, fatores que melhoraram o rendimento de todo o time colorado no segundo tempo, o Grêmio teve a saída de Dudu, aos vinte e cinco minutos. Com isso, perdeu ainda mais o potencial de velocidade na chegada à frente. Com toque de bola, então, o Internacional passou a dominar as ações no decorrer do jogo. Empatou aos oito minutos. Virou aos vinte e sete. Teve outras chances de chegar à frente e marcar. As chances de gol do time tricolor escassearam. O Inter segurou o jogo. Tocou a bola. Sofreu faltas e parou o jogo. Venceu um difícil confronto com muita autoridade.

27 de março de 2014

Internacional 3 x 0 Caxias: colorado avança à decisão estadual

Por Luciano Bonfoco Patussi
27 de março de 2014

O Internacional obteve a classificação para a final do campeonato gaúcho de 2014. Na semifinal da noite de ontem, disputada no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, o time alvirrubro venceu o Caxias por 3 a 0, tendo uma atuação de nível aceitável, dentro da realidade imposta pelo atual certame regional.

Durante a partida, anotei dez conclusões do Internacional contra o gol adversário, fator que chamou a atenção positivamente. Em breve avaliação individual do elenco que atuou ontem, enumero as avaliações de modo resumido - exclusivamente sobre a referida partida semifinal:

Dida: não exigido no primeiro tempo. Seguro na segunda etapa. Nota 7.

Gilberto: apoiou o ataque. Deu assistência para o primeiro gol. Nota 7,5.

Paulão: atuação dentro de minha expectativa. Nota 6.

Juan: experiência e qualidade técnica na orientação da zaga. Nota 7,5.

Fabrício: idem ao Paulão. Nota 6.

Willians: forte marcador no meio de campo. Nota 8.

Aránguiz: bem na movimentação e na cobertura. Razoável no apoio ao ataque. Nota 8.

D'Alessandro: muito bem no primeiro tempo, dando assistência para o segundo gol e iniciando a jogada do primeiro. Cadenciador na segunda etapa. Nota 8.

Alex: marcou um golaço. Procurou movimentação no meio de campo. Nota 6,5.

Jorge Henrique: assistência para o terceiro gol. Nota 6.

Wellington Paulista: marcou dois gols. Procurou se movimentar e dar opções ao ataque. Nota 8.

Ygor, Ernando e Alan Ruschel: atuaram cerca de quinze minutos. Injusto seria atribuir uma nota, devido ao tempo de amostragem insuficiente.

No domingo, dia 30 de março, o Internacional voltará à Arena, para disputar a primeira partida da final do campeonato gaúcho de 2014, contra o Grêmio. O jogo terá início às 16 horas.

26 de março de 2014

Inter: estruturas temporárias, reabertura do estádio e a filosofia de futebol

Por Luciano Bonfoco Patussi
26 de março de 2014

ESTRUTURAS TEMPORÁRIAS DA COPA DO MUNDO

Tinha plena convicção de que, politicamente, ocorreria a aprovação da isenção fiscal para as empresas que venham a patrocinar a aquisição das estruturas temporárias para a Copa do Mundo da FIFA. E digo mais: nessa questão, a direção do Internacional agiu da mesma forma que eu faria, se fosse o presidente do clube. O problema todo ocorreu lá no distante 2007, quando a presidência da república assumiu a responsabilidade pela realização do campeonato mundial. Oito cidades eram suficientes, mas para haver maior "investimento" no país, o Brasil implorou que fossem escolhidas doze sedes. A FIFA aceitou. As cidades passaram a lutar por sua vaga entre as escolhidas. Porto Alegre foi uma das vencedoras dessa disputa. E sequer precisou construir um estádio novo, como a maioria das outras capitais estaduais. Ou seja, se tiver que haver Copa em Porto Alegre, o custo de estruturas temporárias não poderia ser paga pelo Internacional. E nem mesmo pelo Grêmio, caso os jogos ocorressem no estádio rival. A prefeitura e o governo do estado, que desejavam receber jogos do torneio, não precisarão arcar com os custos da construção de um novo estádio municipal ou estadual. Então, que assumam suas responsabilidades, assim como as demais sedes, sem "grenalização"!

REABERTURA OFICIAL - O NOVO BEIRA RIO

Tenho enorme expectativa sobre a festa que o Internacional realizará na reabertura de seu estádio, no próximo dia 5 de abril. O Peñarol foi convidado para o jogo festivo que ocorrerá no dia seguinte, em 6 de abril. A curiosidade é que os Carboneros, alcunha do Peñarol no Uruguai, já marcaram presença no festival de inauguração do estádio, em 1969, quando o Internacional venceu o confronto por 4 a 0. Já no Torneio 25 anos do Beira Rio, ocorrido em 1994, o clube uruguaio também esteve presente. O Internacional lhe derrotou na semifinal por 2 a 0, e foi campeão do torneio após golear por 4 a 0 a seleção nigeriana, que eliminou o Grêmio na outra semifinal.

FALCÃO

Falcão é o maior craque já surgido no Internacional. Ídolo colorado, da Roma, da seleção brasileira e até mesmo do São Paulo, onde encerrou a carreira de futebolista profissional. Jogador de elegância e técnica apuradíssimas. Atleta que comandou a "seleção colorada" dos anos da década de 1970. Causa estranheza quando, nos anúncios publicitários da festa de reabertura do Beira Rio, verifico a falta da imagem de Falcão, o maior protagonista do estádio dentro de campo. Será ele o convidado especial? Haverá uma grande surpresa reservada para o maior ícone de todos os tempos do Beira Rio? A falta de Falcão nos anúncios da festa é uma tentativa de despistar uma provável homenagem especial, ou ele será simplesmente alçado ao mesmo patamar de outros jogadores comuns da era Beira Rio? Essa é uma pergunta que me faço diariamente! Espero que uma grande e agradável surpresa seja divulgada no dia da festa!

ESTÁDIO DA ROMA

Em tempo, Falcão foi convidado e esteve presente já no evento de anúncio da construção do estádio que a Roma erguerá na capital italiana. Mito do futebol!

ARENA DO PEÑAROL

O Peñarol lançou a pedra fundamental para a construção de um estádio próprio, em Montevidéu. Será uma moderna arena, com capacidade para aproximadamente 40.000 torcedores. Não tenho informações sobre a previsão de inauguração, nem mesmo como está o patamar de andamento do empreendimento. Diante do histórico da presença do Peñarol em festividades no Beira Rio, será o Internacional convidado, para entrar em campo no primeiro jogo do estádio mais moderno que promete surgir no futebol uruguaio?

TEÓRICA INOVAÇÃO NA FILOSOFIA DE FUTEBOL

Diante da atual conjuntura apresentada há alguns anos na gestão de futebol do Internacional, minha opinião segue imutável. O clube precisa imediatamente aproveitar os seus jogadores novatos. Será dentro do gramado que os atletas da base desenvolverão seu futebol e ganharão destaque, não apenas sendo negociados com outros clubes, para festejos do departamento financeiro, mas também com o intuito de colaborar em campo, agregando ao time vigor, talento técnico, capacidade de improviso, velocidade objetiva, entre outros pontos. São eles, os jovens do Celeiro de Ases, mesclados com pontuais jogadores de maior experiência, que possibilitarão ao time colorado voltar a figurar em um patamar de grandes competições, com chance real de obtenção de título em todos os torneios que disputar.

Na semana passada, Mauro Galvão concedeu entrevista para um programa televisivo, onde comentou o motivo de ter optado por jogar nas categorias de base do Internacional na década de 1970. Em outras palavras, o memorável zagueiro citou que não continuou na base do Grêmio, pois era filosofia tricolor naquela época apostar em jogadores "cascudos", ou seja, naqueles que vinham de fora do clube, já na faixa dos trinta anos de idade. A opção foi acertada, pois da base do Internacional, o talentoso Mauro Galvão logo ascendeu ao time profissional, onde foi campeão brasileiro invicto em 1979, com apenas 17 anos de idade. Isso em um time onde, segundo o próprio entrevistado, tinha entre seus principais jogadores, atletas oriundos da base, tais como Falcão, Batista, Jair, entre outros talentos.

Porém, reafirmo minha convicção. Os jovens talentos não podem ser simplesmente lançados em um time sem estrutura, em meio a grandes competições. A aposta nos jogadores da base precisa ser feita em um início de temporada e com muito critério. Em 2013, o Internacional capengava em campo, com atletas que possuem anos de seu currículo jogando no Beira Rio. Era o máximo que aquele time poderia apresentar, ainda mais com o Beira Rio interditado para jogos, devido às obras. Após algumas derrotas, a diretoria extinguiu a competente comissão técnica, encabeçada por Dunga e Paulo Paixão. Erro! O time, que era limitado, ainda figurava na famosa primeira página da tabela de classificação do certame. Foi então Clemer Silva quem resolveu apostar nos jovens, em um time bastante desestruturado e sem recursos, e que só degringolava no campeonato brasileiro. Novo equívoco! Culpa de Clemer Silva? Dos jovens? Não! Culpa do planejamento, que vem da diretoria. Que escolhe nomes sem convicção. E os demite sem critério tão logo o andamento não vai de acordo com a mágica imaginação de quem faz futebol no clube. Em 2013, o Internacional fez tudo ao contrário do que manda a cartilha de uma boa gestão de futebol. Só poderia resultar em "quase" rebaixamento dentro de campo!

Em 2014, tudo seria diferente. Teoricamente. O clube apostaria nos talentos formados na base, de forma criteriosa e dando confiança para os jovens de potencial diferenciado - Otávio, Murilo, Andrigo, Leandro, Bertotto, Valdívia, Bruno Gomes, Augusto, entre outros. Porém, o Internacional contratou Abel Braga, um treinador vencedor, mas que tem perfil profissional contrário à filosofia desejada. A direção determinou um perfil, e contratou um técnico que trabalha com outra metodologia. Erro de avaliação! Ficam os registros. O Internacional tem talentosos jogadores no seu elenco. Precisa aproveitá-los na equipe principal, para qualificar o futebol apresentado e maximizar o seu potencial nas competições de maior nível técnico que vem pela frente! Se não trabalhar desta maneira, a tendência é o torcedor colorado vivenciar um novo 2013. Mas agora sem o potencial de Rodrigo Moledo, Fred e Damião, e com os substitutos que entram em campo com a "confiança" do treinador.

CAMPEONATO GAÚCHO - SEMIFINAL

À partir das dez horas da noite de hoje, o Internacional adentrará o gramado do Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, para enfrentar o Caxias, em partida única válida pela semifinal do campeonato gaúcho de 2014. O Clube do Povo lutará para chegar a decisão do certame estadual, em busca da obtenção do difícil tetracampeonato gaúcho. Estou entre os que, apesar de reconhecer a necessidade de mudanças urgentes no calendário, valoriza muito a conquista de um campeonato estadual! Títulos alegram, fazem bem ao ego do torcedor e, enquanto colorado, o que mais posso é torcer pelo tetracampeonato estadual vermelho em 2014. Para alegria de milhões, e tristeza de tantos outros!

14 de março de 2014

S. C. Internacional: aproveitamento insuficiente dos talentos da base

Por Luciano Bonfoco Patussi
14 de março de 2014

O Internacional é um clube que tem na sua essência o fato de ser formador de atletas. "Celeiro de Ases" inclusive dá nome ao hino oficial da instituição, enfatizando a característica enraizada nas tradições do clube. Nas últimas temporadas, inúmeros jogadores formados e revelados no Internacional foram fundamentais para o time.

Luiz Adriano, Rafael Sóbis, Alexandre Pato, Nilmar, Taison, Fred, Oscar, Giuliano, Leandro Damião, Sandro e Rodrigo Moledo. Esses nomes da história recente do clube apenas comprovam o potencial institucional na revelação de jogadores que possuem grande talento. Todos foram formados, ou revelados, pelo Internacional. Favoreceram o elenco em importantes conquistas nas últimas temporadas, além de beneficiarem as finanças do clube ao serem negociados com outros mercados.

Após a grave crise técnica ocorrida novamente ano passado, entre tantos fatores causadores, relevante foi o fato de o Internacional ter findado o campeonato brasileiro na medíocre "segunda página" da tabela de colocação do certame - como disse um diretor de futebol na época. Mudanças foram prometidas pela diretoria. Haveria maior fomento ao adequado aproveitamento das categorias de base. Teoricamente.

Para comandar essa nova mentalidade, a diretoria do Internacional contratou Abel Braga. Que chegou ao clube apresentando para a mídia um discurso divergente em relação ao proposto pelos gestores. Além dos jogadores que possuem contratos pomposos em vigor com o Internacional e que já estão na "segunda página" de suas carreiras futebolísticas, o "novo" comandante referiu publicamente que seria interessante voltar a trabalhar com Edinho e Rafael Sóbis.

Ambos são bons jogadores, em minha opinião. Mas já passaram pelo clube. O discurso adotado era de mudança. A política "mais do mesmo" faria parte do passado. Era momento de inovação. Entretanto, o comandante escolhido pela diretoria, embora competente e vencedor, não tem este perfil, em minha humilde opinião. E isso já está se refletindo no gramado. Não nos resultados, ainda. Mas na configuração do time e também na dinâmica e na potencialidade apresentada em campo.

Contra o Remo, em goleada aparentemente incontestável na estreia da Copa do Brasil, nenhum jogador da categoria de base atuou desde o início da partida. Fato que vem ocorrendo desde o início da temporada. Os talentosos e promissores jogadores atuam apenas alguns minutos entrando no decorrer dos jogos, ou então fardam desde o início, mas em meio a reservas que jogam sem o mesmo ritmo dos "aclamados" titulares.

Ao final de 2013, o Internacional foi campeão brasileiro da categoria sub 20. Acompanhando o torneio, observei pelo menos cinco jogadores com potencial para aderir imediatamente ao grupo principal colorado e crescer gradativamente. Com potencial sendo desenvolvido, estes jogadores acrescentariam qualidade ao time e cresceriam enquanto profissionais.

Mas, "e se" a entrada destes jovens na equipe não correspondesse a expectativa, de maneira imediata? Não haveria problema, pois os resultados não seriam tão diferentes do que o produzido pelo clube nos últimos três anos. E a solução seria bem menos custosa, mais motivadora e mais promissora.

Otávio é outro exemplo: ano passado, foi um entre dois destaques individuais em meio a crise, mas hoje passa a impressão de estar esquecido por Abel Braga, que retornou ao clube com alguns de seus titulares previamente eleitos, respaldando uns publicamente, em detrimento de outros até mais talentosos. Atletas como, por exemplo, Andrigo, Leandro, Murilo, Bruno Mendes e Aylon, entre outros, que teoricamente passariam a ter melhores oportunidades, seguem na sombra de velhos ídolos, de titulares contestáveis e de seus reservas com limitada categoria técnica.

Os mais promissores jogadores do Internacional, citados no parágrafo anterior, se encaixariam perfeitamente nas posições que o clube mais necessita atualmente. Seriam suficientes para tentar uma mudança na mentalidade de futebol praticada pelo clube, buscando tornar a equipe novamente competitiva em alto nível de exigência. A matéria prima está em casa, sendo possível com ela sanar as posições mais carentes. Falta a devida e correta utilização.

Sou contra radicalizações. Mudanças precisam ser gradativas. Mas há momentos de exceção. A diretoria do Internacional anunciou esta mudança já para o início da temporada de 2014. Escolheu o comandante para a empreitada. Equivocadamente, em minha visão, considerando a nova filosofia defendida.

O que vemos, até então? Um time sobrando tecnicamente nos primeiros meses do ano, disputando o campeonato estadual de forma inigualável. Apresentando o mesmo futebol e a mesma dinâmica de jogo ocorrida em 2011, 2012 e 2013.

Fiquei um período sem emitir opiniões relativas ao Internacional, desde o ano passado. Não gosto de passar a imagem de "corneteiro", aquele que critica tudo, sempre. Aliás, meu histórico comprova que sou adepto a questões relativas ao "Clube do Povo". Assim sigo.

De maneira mais contundente, volto agora a opinar, logo após uma vitória aparentemente avassaladora. É a melhor forma de registrar as observações feitas ao longo do tempo e as ideias de planejamento adotado por gestores de futebol do clube nos últimos anos.


13 de março de 2014

Estreia colorada na Copa do Brasil: Remo 1 x 6 Internacional

Por Luciano Bonfoco Patussi
13 de março de 2014

Há alguns aspectos relevantes a serem observados na estreia do Internacional na Copa do Brasil de 2014. A goleada por 6 a 1 contra o Remo, ocorrida em Belém na noite desta quarta feira, classificou o time colorado diretamente para a próxima etapa da competição. Isso foi o mais importante.

Porém, é imperioso destacar que o gramado do estádio Mangueirão não apresentava condições mínimas para possibilitar a prática esportiva em alto nível. Todavia, a precisa observação das últimas três temporadas não permite ao clube, nem mesmo aos ídolos de boa parcela de seu torcedor, utilizar este fator como desculpa para apresentação de futebol insuficiente e falta de planejamento. É preciso provar muito, ainda! Acho importante destacar isso após uma vitória incontestável, para não ser taxado de oportunista no caso de divulgar minha ideia apenas após uma derrota.

O jogo de ontem foi desparelho. O Clube do Remo, em minha avaliação, tomando como base sua história e popularidade dentro do futebol, é um clube representativo do futebol nacional. Isso causou boa expectativa para o jogo de ontem à noite. Entretanto, o time de futebol que representou os paraenses em campo não fez jus à tradição do clube. O Internacional foi soberano nas ações.

Registro convicção que tenho, para jogos futuros e com maior exigência: o meio campo de um time altamente competitivo não pode ter escalado junto jogadores como D’Alessandro (ausente ontem), Alex e Alan Patrick na linha de frente. Dois deles, ou até os três citados, tornam o time lento na execução. Equipes com características modernas atacam com técnica, mas também com velocidade e objetividade.

Sobre a atuação de ontem, segue minha avaliação:

Dida – Pouco exigido. Esteve seguro. Nota 6.

Gilberto – Apoiou bastante e procurou composições pela direita. Belo desarme e assistência no segundo gol do time. Destaque, juntamente com Willians e com os gols de Rafael Moura. Nota 8.

Paulão – Sofreu no primeiro tempo com a velocidade de Thiago Potiguar. Falhou no gol do Remo. Não teve a devida cobertura do meio campo para o apoio de Gilberto. Nota 5.

Ernando – Razoavelmente bem no posicionamento e na bola aérea. Nota 7.

Fabrício – Falhou tecnicamente nos cruzamentos pela esquerda. Abriu o placar com bonito gol. Nota 6.

Aránguiz – Sofreu o pênalti, convertido de maneira precisa, marcando o quarto gol do time. Muita movimentação, vindo de trás, tentando imprimir velocidade e objetividade ao setor de criação. Nota 7.

Willians – Na média, esteve bem na marcação, inclusive apoiando Aránguiz na tarefa de empurrar o meio campo à frente. O melhor desempenho no jogo, pela regularidade. Nota 8.

Alan Patrick – Jogando pela direita, procurou criar espaços se movimentando, mas sem muita efetividade. Uma bela cobrança de escanteio resultou no gol de Fabrício. Nota 6.

Alex – Procurou participação. Tentou se movimentar, marcar e aparecer para tabelar. Marcou um golaço de falta, o quinto da equipe. Mesmo com potencial, tecnicamente foi abaixo da média. Nota 4.

Jorge Henrique – Grande arrancada pela esquerda, no início do segundo tempo, jogada que resultou no terceiro gol colorado. No mais, apenas tentou imprimir velocidade. Nota 5.

Rafael Moura – Sem marcação fixa sobre ele, teve três conclusões claras. Conseguiu dois gols. Um deles, golaço com categoria, fechou o placar. Nota 7.

João Afonso – Entrou no meio campo, tentou apoiar na criação, mas não teve muito tempo para desempenhar papel de destaque. Nota 6.

Sasha – Pouco tempo e participação em campo para dar uma nota. Baixa, poderia ser injusta e causar avaliações indevidas. Sem nota.

Wellington Paulista – Idem ao Sasha. Sem nota.


OBSERVAÇÃO FINAL – Willians pela esquerda e Aránguiz pela direita levavam o time à frente, inclusive trocando de setor por algumas vezes, buscando infiltração na marcação rival. Como volantes e também criadores, acabaram prejudicados pela ineficácia da linha posicionada mais a frente no meio campo. Inclusive, em seus avanços constantes, deixaram alguns espaços na defesa. Paulão foi prejudicado, pois em duas oportunidades, ficou sozinho com o adversário, sem a devida cobertura. De um modo geral, a partida serviu para essa avaliação, em minha singela opinião. Além de confirmar a vaga em jogo único.