Por Luciano Bonfoco Patussi
19 de abril de 2009
www.supremaciacolorada.com
lbpatussi@yahoo.com.br
Quando o relógio marcava aproximadamente dezessete horas da tarde histórica de 19 de abril de 2009, olhei para os lados. Estava cercado de gente de vermelho e branco. Todos se olhavam. Sorrisos de uns. Rosto fechado de outros. As expressões foram as mais diversas. Quando “a ficha caiu”, percebi. Estava na arquibancada superior do Gigante da Beira-Rio. Logo acima da Torcida Organizada Camisa 12, olhava para baixo. Irmãos colorados boquiabertos. Eu lia seus lábios, lá de cima. “Não acredito”. “O que é isso?”. “Que está acontecendo?”. Ao meu lado, as mesmas expressões e fisionomias. As mesmas frases. Tive lampejos em minha memória, na qual fechei os olhos e revi oito gols empilhados em cima de uma equipe de camisa verde tempos atrás. Nem tanto tempo assim. Eu acabara, minutos antes e junto a outros milhares de mortais humanos que vivem e respiram Inter doze meses por ano, de vivenciar outra situação impar. Vibrávamos de emoção em sete gols marcados em quarenta e cinco minutos. Não vivi outras épocas, mas lembrei do que já li sobre o Rolo Compressor. O time hexa-campeão gaúcho dos anos da década de 1940 veio à mente. D’Alessandro, Taison, Nilmar, Guiñazú, Magrão e Kleber. Lindas tabelas no presente. Lances geniais. Eram eles naquele momento, ao vivo, assim como anos atrás foram Abigail, Ávila, Rui, Tesourinha, Adãozinho e Carlitos. A empolgação era do tamanho do Gigante da Beira-Rio.
Após essa lembrança, no intervalo da partida, no lindo e majestoso telão do imponente estádio colorado, lances do primeiro título gaúcho, conquistado pelo Internacional em 1927. E na seqüência, a imagem do eterno capitão Fernandão erguendo a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes em 2006. A emoção de ver em vídeo a primeira de dezenas de títulos regionais que fazem do Inter o maior campeão gaúcho da história, aliado à memória do time que me fez vibrar em 2006, causou emoção. Isso, sendo agregado à memória do Rolo Compressor e mais o que presenciamos ao vivo na decisão de 2009, me levou às lágrimas. Tudo isso ao final do primeiro tempo. Isso porque quem vive o Internacional sabe que vestir a camisa vermelha todos os dias é maior do que qualquer coisa que se possa imaginar.
Só temos, todos, a agradecer ao Inter como um todo – funcionários, atletas, comissão técnica e competente diretoria – por ele existir e fazer de nós os torcedores mais felizes, orgulhos e empolgados do mundo. Felizes pelo momento e orgulhosos por nossa história e presente. Empolgados pelo futuro promissor que se aproxima. E aos colorados que lerem este simples texto, escrito de coração, só tenho a agradecer também. Agradecer por todos vocês fazerem parte da minha torcida e, por conseqüência, do clube mais maravilhoso do universo.
Obrigado Inter. Obrigado colorados, coloradas, senhores, senhoras, jovens e crianças. Obrigado a todos vocês que fazem questão de mostrar para o mundo inteiro o que é ser Internacional. E no gramado, nossos jogadores se encarregam de encarnar nosso espírito e se doam em campo, respeitam a camisa vermelha e trazem à torcida alegres emoções.
Internacional, bi-campeão gaúcho em 2009. Pela trigésima nona vez, o Inter vence o campeonato regional. Está alargada uma das duas vantagens históricas que me orgulham desde o berço. Um desses orgulhos é ter nascido tri-campeão do Brasil. O outro, é ser o maior campeão de nosso querido e amado Rio Grande. Vendo este Inter de 2008 e 2009 jogar no campeonato gaúcho, é possível relembrar esquadrões que por aqui fizeram história. E cada vez fica mais fácil entender o motivo de, desde décadas passadas, o “Colorado das Glórias” ser aclamado como “O Papai é o Maior”.
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