Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de Março de 2010
SÃO JOSÉ/POA 3x0 INTERNACIONAL: a vitória do time do Passo d'Areia ontem foi indiscutível. O placar talvez tenha sido um pouco dilatado para a atuação das duas equipes, mas nada injusto. O treinador Argel montou uma equipe taticamente perfeita, ocupando espaços e marcando adiantado, quando necessário. Venceu com méritos. Meu sentimento é que Argel deve, em breve, ser cotado para assumir o comando de um grande clube do Brasil. Não é de hoje que, ainda jovem, vem realizando bons comandos pelos times em que passou. O São José faz campanha digna de brilhar no campeonato gaúcho de 2010. Se vai alcançar ainda maiores resultados, só os próximos jogos dirão.
FOSSATI: não vejo motivos para mudança neste momento. Fossati é um treinador experiente e competente. Deverá aos poucos conseguir encaixar as peças e formar uma boa equipe no Inter. O sinal de alerta está ligado, mas o Inter conta com jogadores individualmente muito bons. Estes bons jogadores ainda não formam uma equipe. Mas irão formar, se o trabalho for mantido. Outra situação que mostra que o momento não é de mudança foi a vontade do time colorado em campo. Pode ser dito que não houve organização, que ocorreram falhas. Mas vontade não faltou. O time lutou e correu até o último minuto, mesmo com o jogo perdido, e isso mostra que Fossati segue com a confiança dos jogadores em seu trabalho.
DEFESA: o esquema deve ser mantido. O 4-4-2 dá maior equilíbrio a equipe, embora esta convicção possa ser motivo de discordância, se avaliarmos apenas a última atuação do Inter. Um time que tem bons zagueiros no grupo, mas que nenhum deles tem como principal virtude a velocidade, deve atuar apenas com dois. Três defensores, nesta característica, podem tornar a zaga lenta. Com dois zagueiros, haverão mais jogadores para correr e marcar no meio de campo. Assim, a defesa tende a ficar mais protegida e compacta, pelo menos teoricamente.
MEIO DE CAMPO: não há um diagnóstico definitivo, mas os adversários tem chegado com muita facilidade até a defesa do Internacional. Isso não é culpa individual de ninguém, mas pode ser problema de esquematização, de entrosamento, de posicionamento, de repetição nos treinamentos. Enfim, é preciso mais tempo para os resultados aparecerem. A zaga tem ficado um tanto desprotegida e assim seus erros aparecem de forma mais visível. Acredito que a escalação do meio de campo deve ser mantida, pois Giuliano sabe atuar ajudando na marcação, assim foi na seleção brasileira júnior e também no próprio Inter. D'Alessandro também tem corrido para ajudar. O 4-4-2 é recente e em mais alguns jogos poderemos ver um time bem mais entrosado e compacto, não apenas com correria e vontade, mas também com organização tática. Pelo menos é o que se espera, tanto pela emoção do torcedor, quanto pela necessidade de resultados imediatos para que o Inter possa seguir vivo na busca de seus objetivos de curto e médio prazo: ou seja, títulos!
ATAQUE: Alecsandro é titular e atual artilheiro da equipe, é fato. Como isso acontece, não importa. O fato é que Alecsandro é titular e goledor do time. Mas há jogadores com muito potencial para fazerem companhia a ele. E talvez, até para o substituirem em eventuais situações, caso de Walter, centro-avante de grande potencial, movimentação e força. Taison, que vem buscando recuperar sua melhor forma de atuação, e Marquinhos, voltando de lesão, são bons jogadores. E Edu, que ainda não apresentou seu melhor futebol, acredito que vai conseguir fazer isso em breve. Há muita expectativa em relação a isso. O atleta está trabalhando e quem trabalha sério alcança resultados. É esperar para ver.
25 de março de 2010
3 de março de 2010
A maior dádiva do final do dia
Por Luciano Bonfoco Patussi
03 de Março de 2010
A mesa estava repleta de documentos. Protocolos. Pedidos. Notas. Um oceano de problemas clamava por solução. Você era a solução, ou apenas a expectativa dela. Decisões que precisavam ser tomadas de forma imediata tomavam conta de sua mente. Os números do digital mostravam que o entardecer se aproximava. O ponto estava ali, pronto para ser batido. Você namora o relógio. Ele faz chacota de você. O dia foi cheio. O telefone era o principal inimigo. Tocava sem parar. Do outro lado da linha, mais problemas. Você se sente inútil. Deveria ser a resolução de tudo. Mas tornava-se uma estopa velha empoeirada e engraxada sem utilidade atirada em um canto escuro do almoxarifado. As pessoas fazem você se sentir assim, um lixo. Nada disso importaria muito após o horário derradeiro de bater o ponto e cair fora da obrigação. Chegaria finalmente o horário da devoção. Ali você tornaria-se o ser humano, técnico-torcedor, mais feliz do mundo. Você teria encontro marcado, ao final do trabalho, com o Inter. Ver o Inter em campo seria a maior dádiva do final do dia para você, torcedor, fosse em um jogo decisivo de taça mundial interclubes, ou então em uma disputa deprimente da décima terceira rodada da segunda fase do primeiro turno do gauchão. Tudo parecia dar certo, até o momento em que você vê a realidade imposta, aparentemente, por papeis timbrados e rubricados. Você veria o Inter. Mas o Inter entra em campo às 17 horas de quarta-feira.
Tudo escrito acima pode representar o sentimento de parte da torcida do Inter. Ou o meu pensamento, somente. O que importa é que eu não consigo entender o que faz a Federação Gaúcha de Futebol marcar um jogo de quarta-feira para o início do entardecer. O Inter sai perdendo. Milhares de sócios são prejudicados. Outros tantos milhões de torcedores não conseguem acompanhar a partida. Enquanto torcedor e sócio do Internacional, eu gostaria que a Federação Gaúcha de Futebol explicasse publicamente o motivo de algumas de suas últimas decisões, tais como mandar o Inter à campo dois dias antes de o time estrear na Copa Libertadores da América, ou então o fato de marcar um jogo em meio de semana para as 17 horas, antes que qualquer trabalhador pudesse vestir o manto sagrado vermelho e correr para o Beira-Rio, para o boteco ou para casa ao lado do velho radinho de pilha. Explicar é melhor que silenciar. A quietude pode levar a interpretações diversas. Respeito é bom e os torcedores - não só os colorados - gostam.
Em tempo, é importante que se diga que tenho o maior respeito pela Federação Gaúcha de Futebol, entidade que ajudou no crescimento dos clubes de futebol do Rio Grande do Sul. Respeito seu atual presidente, Francisco Noveletto - o qual admiro muito profissionalmente, embora não o conheça pessoalmente. Respeito também os demais integrantes da entidade, que é uma das mais vencedoras do Brasil - graças aos vencedores clubes que a ela são filiados, diga-se de passagem. Enquanto consumidor do campeonato gaúcho, que é o produto oferecido pela Federação, eu gostaria que esclarecimentos fossem dados referente aos fatos acima expostos.
03 de Março de 2010
A mesa estava repleta de documentos. Protocolos. Pedidos. Notas. Um oceano de problemas clamava por solução. Você era a solução, ou apenas a expectativa dela. Decisões que precisavam ser tomadas de forma imediata tomavam conta de sua mente. Os números do digital mostravam que o entardecer se aproximava. O ponto estava ali, pronto para ser batido. Você namora o relógio. Ele faz chacota de você. O dia foi cheio. O telefone era o principal inimigo. Tocava sem parar. Do outro lado da linha, mais problemas. Você se sente inútil. Deveria ser a resolução de tudo. Mas tornava-se uma estopa velha empoeirada e engraxada sem utilidade atirada em um canto escuro do almoxarifado. As pessoas fazem você se sentir assim, um lixo. Nada disso importaria muito após o horário derradeiro de bater o ponto e cair fora da obrigação. Chegaria finalmente o horário da devoção. Ali você tornaria-se o ser humano, técnico-torcedor, mais feliz do mundo. Você teria encontro marcado, ao final do trabalho, com o Inter. Ver o Inter em campo seria a maior dádiva do final do dia para você, torcedor, fosse em um jogo decisivo de taça mundial interclubes, ou então em uma disputa deprimente da décima terceira rodada da segunda fase do primeiro turno do gauchão. Tudo parecia dar certo, até o momento em que você vê a realidade imposta, aparentemente, por papeis timbrados e rubricados. Você veria o Inter. Mas o Inter entra em campo às 17 horas de quarta-feira.
Tudo escrito acima pode representar o sentimento de parte da torcida do Inter. Ou o meu pensamento, somente. O que importa é que eu não consigo entender o que faz a Federação Gaúcha de Futebol marcar um jogo de quarta-feira para o início do entardecer. O Inter sai perdendo. Milhares de sócios são prejudicados. Outros tantos milhões de torcedores não conseguem acompanhar a partida. Enquanto torcedor e sócio do Internacional, eu gostaria que a Federação Gaúcha de Futebol explicasse publicamente o motivo de algumas de suas últimas decisões, tais como mandar o Inter à campo dois dias antes de o time estrear na Copa Libertadores da América, ou então o fato de marcar um jogo em meio de semana para as 17 horas, antes que qualquer trabalhador pudesse vestir o manto sagrado vermelho e correr para o Beira-Rio, para o boteco ou para casa ao lado do velho radinho de pilha. Explicar é melhor que silenciar. A quietude pode levar a interpretações diversas. Respeito é bom e os torcedores - não só os colorados - gostam.
Em tempo, é importante que se diga que tenho o maior respeito pela Federação Gaúcha de Futebol, entidade que ajudou no crescimento dos clubes de futebol do Rio Grande do Sul. Respeito seu atual presidente, Francisco Noveletto - o qual admiro muito profissionalmente, embora não o conheça pessoalmente. Respeito também os demais integrantes da entidade, que é uma das mais vencedoras do Brasil - graças aos vencedores clubes que a ela são filiados, diga-se de passagem. Enquanto consumidor do campeonato gaúcho, que é o produto oferecido pela Federação, eu gostaria que esclarecimentos fossem dados referente aos fatos acima expostos.
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