Por Luciano Bonfoco Patussi
29 de Setembro de 2009
Caro leitor, imagine-se no ponto mais alto da Cordilheira dos Andes. De lá, é possível vislumbrar toda a América. Ela está em suas mãos. E como é bonita a América! O Novo Continente é o orgulho e a paixão de todos os americanos! América de Colombo! América de Che Guevara! América Latina! América do Sul! América "Independiente"! América do Boca! Do Peñarol! Do Olímpia! Do São Paulo! Porto Alegre do Rio Grande e da América! Inter da América! América vermelha! De terras andinas vieram para o Internacional muitos legados. Entre eles, o maior de todos, até hoje: Don Elias Figueroa. Há alguns anos, a torcida colorada olhava apenas para trás, imaginando repetir momentos proporcionados pelo "Capitão dos Andes", por Falcão, por Valdomiro e Cia Ltda. Pois a realidade mudou. Aos poucos. Todas as conquistas foram posteriores a muito trabalho, suor e lágrimas! E dentro de poucos instantes, o Internacional jogará no Chile, contra a "Universidad" que carrega junto com sua história o nome que entitula toda uma Nação!
Mas antes, bem antes das recentes conquistas históricas obtidas pelo Internacional - Libertadores, Mundial Interclubes, Recopa, Copa Sul Americana e outras mais - o Clube do Povo esbarrava em defesas milagrosas de Rodolfo Rodriguez. O goleiro da seleção uruguaia foi um dos maiores nomes da história do Nacional de Montevidéu, aquele grande clube que, com o comando de Victorino no ataque, enterrou os sonhos do Internacional de conquistar a América em 1980. E passamos os anos seguintes sonhando jogar a Supercopa dos Campeões da Libertadores. Ah, os anos 90! Mas para jogar aquela competição, era preciso ganhar uma Libertadores. E estava difícil chegar neste patamar!
O tempo passou e o Internacional seguia apoiado por uma imensa nação de apaixonados torcedores. Eles aplaudiam o time, mas também sabiam vaiar quando era preciso. Assim o Internacional seguia sua senda - não aquela de vitórias obtidas em épocas passadas. Um empate com o São Paulo em 1995 tirou do Inter a chance de chegar a fase de semi-final do campeonato brasileiro. Foi um empate sofrido, no Morumbi. As lágrimas que Abel Braga e Goycochea derramaram em solo paulistano simbolizavam o sentimento do torcedor do Inter naquele momento. Ainda no campeonato nacional, mas já no certame de 1996, o colorado Leandro Machado perdeu contra o rebaixado Bragantino a penalidade máxima que colocaria o time entre os oito principais times do País. O Inter seguia batendo na trave. E nem classificação para a Copa Conmebol o time do Beira-Rio conseguia, devido a tropeços como estes, citados anteriormente.
Após "Supercopas" e "Conmebois", foi criada a Copa Mercosul. Ela só tinha a participação de clubes convidados pela emissora que patrocinava o torneio. Nela figuravam o Boca Juniors, o River Plate, o Peñarol e tantos outros grandes clubes. E o Inter? Não era convidado. O Inter sempre foi grande, mas não conseguia classificações. Colecionava eliminações. Nem mesmo era convidado! Era reflexo da fase ruim e da má administração do clube. Anos depois, após a Copa Mercosul, foi criada a Copa Sul Americana. Ela é um torneio sucessor a Mercosul e que teria tudo para dar certo, não fosse o calendário "estufado" do nosso futebol. Mas aos poucos, ela vai crescer mais! A disputa paralela com um dos principais campeonatos do planeta - o campeonato brasileiro - acaba por fazer "parecer" com que a Copa Sul Americana não tem o mínimo valor. Atualmente, "almas penadas e amarguradas agonizam" aos quatro cantos do mundo: "A Copa Sul Americana não vale nada!"
Esta competição pode valer menos que o campeonato brasileiro. Menos do que a Libertadores da América. Isso é inegável. Também acho exatamente isso! Mas não se pode em momento algum discriminar um torneio que vale prestígio, faixa no peito, volta olímpica, reconhecimento internacional, dinheiro nos cofres e taça no armário. Muitos cronistas e torcedores falam na Copa Sul Americana como se ela fosse um rolo de papel inútil, rasgado, que deveria ser amassado e atirado na lata do lixo. Hoje ouvi uma frase dita na televisão, e pensei nesse "poema" o dia todo. O autor da "pérola" dizia mais ou menos o seguinte:
"- Por qual motivo o Inter vai querer ganhar essa competição que não leva a nada? Ano passado foi um consolo! Ganhar a Sul Americana, para o Inter, será como beijar a Sharon Stone duas vezes! Já beijou uma, deixa assim que tá bom, não tenta beijar de novo porque não vai conseguir. Foi um momento de fraqueza dela. Se concentra no campeonato brasileiro, que não está nada bom pro time do Beira-Rio".
Para quem assiste futebol com fervor e vê o time do seu coração vencer, mas ao mesmo tempo já conviveu com derrotas sofríveis que pareciam jamais terminar, é importantíssimo todo o torneio que se dispute. Ainda mais um torneio como a Copa Sul Americana. Os colorados estão enlouquecidos em busca do título de campeão brasileiro. Isso é quase como uma "tara" do torcedor! Particularmente, cresci lendo e ouvindo as mais incríveis histórias do time que foi tri campeão do Brasil nos anos 70! Quero ver o Inter ser campeão brasileiro! Mas também quero a América! Na atual conjuntura de erros cometidos nas vendas de jogadores importantes efetuadas pela direção do Inter em meio ao campeonato, alheio a falta de reposições a altura, eu ficaria bastante contente em ver o colorado ganhar o campeonato gaúcho e a Copa Sul Americana no ano do centenário, tendo ainda obtido classificação para a Libertadores e ainda sendo o vice campeão da Copa do Brasil. Tudo no mesmo ano! Seria um ano bom. Os erros da direção devem ser discutidos, mas não neste momento pré-jogo decisivo!
É lógico que este 2009 que não seria um ano bom para o Inter, na visão de quem achava que o Colorado era imbatível! Essa imagem criada pela imprensa - e também por parte da torcida colorada - parece condenar o restante do ano do Inter. Ainda mais depois das vendas de Nilmar e Magrão, com a "reposição a altura" dos já presentes Alecsandro e Maycon. Nada contra eles! Alecsandro e Maycon, bem como Bolívar e Danilo Silva, são profissionais e estão lutando pelo Inter e pelo seu espaço! O Inter tinha um grupo muito bom. Hoje, é um grupo bom. Segue sendo um dos melhores grupos do Brasil, mas atualmente possui mais carências do que tinha antes das vendas. Isso equilibrou a disputa dentro do país! É precisa lutar para alcançar os objetivos. Nada cairá do céu! O Inter tem um grupo que pode, ainda, ser campeão brasileiro. Mas pode também ser campeão da América! Se lutar para isso, com força e determinação, as chances serão razoavelmente boas!
Nesta quarta-feira, o Inter volta a terra de Don Elias Figueroa, para lutar contra a Universidad do Chile, em busca de uma vaga entre os oito melhores times da Copa Sul Americana de 2009. A direção do clube, que pode ter perdido as contas de tanto cometer equívocos neste ano - dependendo da avaliação de cada um - está plenamente certa em levar o grupo principal ao Chile. Jogará quem tiver as melhores condições físicas. Se buscará a vaga. E independentemente da classificação vir para o Beira-Rio - ou não - o time estará domingo de volta aos gramados do Brasil, plenamente preparado para lutar e tentar reconquistar o País, sem jamais abdicar de disputar um título continental que, anos atrás, parecia impossível de ser alcançado!
E quem diz algo como a frase sobre a Sharon Stone, é porque deve estar acostumado a "descer" ao inferno em pleno início da semana - uma "segunda" - e abraçar o "capeta", e por duas vezes!
29 de setembro de 2009
15 de setembro de 2009
GAMARRA: O MAIOR ZAGUEIRO DE UMA GERAÇÃO
Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de setembro de 2009
Há exatos 14 anos estreava no time do Internacional o maior zagueiro que já vi jogar. Pode parecer exagero, nada comparado a quem viveu aquela tarde ensolarada de 15 de setembro de 1995. O Gigante da Beira-Rio era tomado por uma multidão de colorados, loucos por uma conquista, fanáticos pelo seu time e curiosos por ver o futuro novo ídolo com a "jaqueta" vermelha. Carlos Alberto Gamarra Pavón. O paraguaio Gamarra estreou em um empate colorado, placar de 1 a 1 contra o Goiás. O Beira-Rio tinha cinquenta ou sessenta mil pessoas. E vi o melhor zagueiro do mundo jogar! Gamarra tornou-se ídolo. Chegou a Porto Alegre comparado ao eterno dono da grande área colorada, Don Elias Figueroa. Muitos dizem que era melhor. Pode ser exagero. Não vi Figueroa, eterno capitão jogar. Sei se sua história, sua importância. Tantas vezes eleito melhor zagueiro do mundo. Mas o melhor zagueiro que eu vi jogar foi ele: Gamarra, "el colorado", predestinado apelido de infância, devido às sardas que inundavam sua face.
Gamarra era a técnica capaz de pentear um atacante goiano em sua estreia. A mesma técnica que o levou a atravessar uma Copa do Mundo inteira sem cometer praticamente nenhuma falta, sendo eleito melhor defensor do mundial. Gamarra era a força capaz de destroçar o tornozelo do Edmundo em um lance limpo em que só acertou a bola e saiu jogando limpamente. Gamarra representava o temor adversário, ao fazer Romário, certa vez, clamar dolorosamente pelo banco de reservas. Gamarra representava o torcedor em campo, ao implorar para não sair do Inter após erguer a taça do título gaúcho de 1997 - isso tendo contrato já assinado com o Benfica e com dólares se direcionando para sua conta corrente!
Gamarra era isso. Gamarra foi melhor que Mathias Sammer. Gamarra foi melhor que Fábio Cannavaro. Gamarra foi melhor que Paolo Maldini. Gamarra foi um mito paraguaio de garra porteña, gaúcha e técnica genuinamente brasileira a serviço do Internacional entre 1995 e 1997.
15 de setembro de 2009
Há exatos 14 anos estreava no time do Internacional o maior zagueiro que já vi jogar. Pode parecer exagero, nada comparado a quem viveu aquela tarde ensolarada de 15 de setembro de 1995. O Gigante da Beira-Rio era tomado por uma multidão de colorados, loucos por uma conquista, fanáticos pelo seu time e curiosos por ver o futuro novo ídolo com a "jaqueta" vermelha. Carlos Alberto Gamarra Pavón. O paraguaio Gamarra estreou em um empate colorado, placar de 1 a 1 contra o Goiás. O Beira-Rio tinha cinquenta ou sessenta mil pessoas. E vi o melhor zagueiro do mundo jogar! Gamarra tornou-se ídolo. Chegou a Porto Alegre comparado ao eterno dono da grande área colorada, Don Elias Figueroa. Muitos dizem que era melhor. Pode ser exagero. Não vi Figueroa, eterno capitão jogar. Sei se sua história, sua importância. Tantas vezes eleito melhor zagueiro do mundo. Mas o melhor zagueiro que eu vi jogar foi ele: Gamarra, "el colorado", predestinado apelido de infância, devido às sardas que inundavam sua face.
Gamarra era a técnica capaz de pentear um atacante goiano em sua estreia. A mesma técnica que o levou a atravessar uma Copa do Mundo inteira sem cometer praticamente nenhuma falta, sendo eleito melhor defensor do mundial. Gamarra era a força capaz de destroçar o tornozelo do Edmundo em um lance limpo em que só acertou a bola e saiu jogando limpamente. Gamarra representava o temor adversário, ao fazer Romário, certa vez, clamar dolorosamente pelo banco de reservas. Gamarra representava o torcedor em campo, ao implorar para não sair do Inter após erguer a taça do título gaúcho de 1997 - isso tendo contrato já assinado com o Benfica e com dólares se direcionando para sua conta corrente!
Gamarra era isso. Gamarra foi melhor que Mathias Sammer. Gamarra foi melhor que Fábio Cannavaro. Gamarra foi melhor que Paolo Maldini. Gamarra foi um mito paraguaio de garra porteña, gaúcha e técnica genuinamente brasileira a serviço do Internacional entre 1995 e 1997.
[OFF] NAS QUARTAS, AOS DOMINGOS OU NA SEGUNDA
Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de setembro de 2009
Antes de qualquer coisa, é importante salientar que, acima da rivalidade entre Internacional e Grêmio, deve sempre haver bom senso e respeito às cores clubísticas defendidas por cada cidadão. Isso é fundamental, não somente no futebol, mas em qualquer outro departamento - política, religião ou quaisquer outras áreas onde possam haver discordâncias de gostos e ideias. Parece "lorota", mas muitos não entendem assim. E ignorância não tem cor de camisa. Mas enfim, fica o recado.
A glória do desporto nacional é o orgulho do Brasil. O colorado das glórias é gigante e seguirá sendo assim para sempre! Mas cá entre nós, dá mais gostinho dizer isso e seguir o vermelho até debaixo d'água, quando se sabe que existe um rival em um mesmo patamar de grandeza histórica! Dá um tremendo orgulho gritar aos quatro cantos do mundo que somos da torcida do Clube do Povo e sabermos que sempre haverá um Imortal Tricolor querendo - e muitas vezes conseguindo - atravessar nosso caminho. Isso sempre será combustível para novas glórias, tanto de um, quanto de outro. Inter e Grêmio são inigualáveis e a história dos dois gigantes de Porto Alegre prova que um caminha ao lado do outro, mesmo que o aparente rancor, raiva e asco que envolvem a relação de ambos pareça os separar. Isso apenas os une ainda mais!
Assim como no Bairro Menino Deus há um Gigante do futebol, que é a casa onde se acolhem milhões de almas coloradas, na Azenha há outro Monumental que só trás boas lembranças ao torcedor tricolor. Nas quartas, aos domingos ou na segunda, é para lá que todos rumam - a pé, se for preciso! E seguem junto ao seu time, onde ele estiver! Mudam as cores da bandeira. Muda o campo de batalha. Alternam-se os ídolos. Distinguem-se os títulos. O que importa é o respeito e o reconhecimento. Assim como este ano é importantíssimo na história do Internacional, que completa cem anos de vida, não é possível deixar passar em branco a data de hoje. 15 de setembro de 2009. Parabéns à Nação Tricolor e à todos os amigos gremistas pela passagem dos cento e seis anos de existência do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense!
15 de setembro de 2009
Antes de qualquer coisa, é importante salientar que, acima da rivalidade entre Internacional e Grêmio, deve sempre haver bom senso e respeito às cores clubísticas defendidas por cada cidadão. Isso é fundamental, não somente no futebol, mas em qualquer outro departamento - política, religião ou quaisquer outras áreas onde possam haver discordâncias de gostos e ideias. Parece "lorota", mas muitos não entendem assim. E ignorância não tem cor de camisa. Mas enfim, fica o recado.
A glória do desporto nacional é o orgulho do Brasil. O colorado das glórias é gigante e seguirá sendo assim para sempre! Mas cá entre nós, dá mais gostinho dizer isso e seguir o vermelho até debaixo d'água, quando se sabe que existe um rival em um mesmo patamar de grandeza histórica! Dá um tremendo orgulho gritar aos quatro cantos do mundo que somos da torcida do Clube do Povo e sabermos que sempre haverá um Imortal Tricolor querendo - e muitas vezes conseguindo - atravessar nosso caminho. Isso sempre será combustível para novas glórias, tanto de um, quanto de outro. Inter e Grêmio são inigualáveis e a história dos dois gigantes de Porto Alegre prova que um caminha ao lado do outro, mesmo que o aparente rancor, raiva e asco que envolvem a relação de ambos pareça os separar. Isso apenas os une ainda mais!
Assim como no Bairro Menino Deus há um Gigante do futebol, que é a casa onde se acolhem milhões de almas coloradas, na Azenha há outro Monumental que só trás boas lembranças ao torcedor tricolor. Nas quartas, aos domingos ou na segunda, é para lá que todos rumam - a pé, se for preciso! E seguem junto ao seu time, onde ele estiver! Mudam as cores da bandeira. Muda o campo de batalha. Alternam-se os ídolos. Distinguem-se os títulos. O que importa é o respeito e o reconhecimento. Assim como este ano é importantíssimo na história do Internacional, que completa cem anos de vida, não é possível deixar passar em branco a data de hoje. 15 de setembro de 2009. Parabéns à Nação Tricolor e à todos os amigos gremistas pela passagem dos cento e seis anos de existência do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense!
12 de setembro de 2009
A GRANDE CHANCE DA VIDA DE TODOS NÓS
Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de setembro de 2009
Há longínquos 34 anos, um grande e inesquecível time de futebol, fardado de azul e branco e representando Minas Gerais, veio à Porto Alegre buscar o título de campeão brasileiro. Era uma equipe que marcaria época no futebol nacional e mundial, capaz de trucidar adversários, marcar lindos gols, conquistar títulos memoráveis, revelar craques e fazer história, ficando nela para sempre, imortalizado na memória de cada torcedor e de cada cidadão apaixonado pelo esporte que tem a preferência nacional.
Era um domingo de sol de dezembro de 1975 quando, à beira do Rio Guaíba, no Gigante da Beira-Rio, duelaram o timaço do Cruzeiro, de Belo Horizonte, contra o tão fenomenal quanto, Internacional, de Porto Alegre - do Rio Grande e do Brasil! Na ocasião, os craques colorados, comandados por Falcão, Figueroa, Manga, Valdomiro e Cia Ltda, conquistaram o Brasil, cobrindo a nação de vermelho e branco e trazendo ao estado mais setentrional do Brasil o primeiro grande título comemorado por um clube da nossa terra.
O tempo correu. Surgiu o amanhã. Mais e mais títulos memoráveis vieram. Aqui e também no lado de lá do Bairro Menino Deus. Chegamos a 2005 e o título brasileiro passou a tomar conta do pensamento do torcedor colorado. Vivíamos campeonato brasileiro. Comíamos, bebíamos e sonhávamos campeonato brasileiro. Desde 75. Desde 76 e 79. E o sonho virou pesadelo em um apito. Em um escândalo. Um mar de amargura que todos até hoje fariam questão de esquecer, se isso fosse possível. Sentimo-nos impotentes. Derrotados por forças além das quatro linhas. O Internacional ganhou o campeonato brasileiro de 2005, mas não levou o título e o reconhecimento oficial.
Após 34 anos de uma memorável conquista colorada, o adversário glorioso de outras décadas, o Cruzeiro, volta a Porto Alegre. Ostentando o vice-campeonato da Libertadores da América de 2009, o time da Raposa enfrenta o Internacional que é, humildemente e com os pés no chão, um dos favoritos ao título nacional de 2009. Lá se vão 34 anos daquele confronto! E lá se vão 30 anos do último título! É bom relembrar tempos em que muitos de nós sequer havíamos nascido, para poder buscar no presente a realização de um sonho que escapou durante décadas e que esteve tomando conta de nossos sonhos lá pelos idos de 2005 e 2006. Sonhos realizados há 30 anos e que hoje, tomara, possamos reviver novamente!
Inter e Cruzeiro é clássico e é a primeira das próximas "15 finais" que o Inter irá disputar neste campeonato brasileiro. Cada jogo é uma decisão. A vitória no domingo será tão representativa quanto os três pontos em qualquer rodada do campeonato. Mas amanhã temos um diferencial: o torcedor colorado! O apoio ao time será fundamental. Todos os "campeões de tudo" juntos, no Beira-Rio ou em qualquer parte do Rio Grande ou do Brasil, gritando, vibrando e "ralando" junto com o time em busca de mais uma realização, farão a diferença!
Nesta semana, o volante Magrão fez uma declaração um tanto parecida com a que ouvi de Fabiano Eller, após o jogo contra o Nacional de Montevidéu, pela primeira fase da Copa Libertadores de 2006.
Naquela ocasião, após a partida contra os uruguaios, junto a um grupo de amigos, jantei na churrascaria do Parque Gigante, e para a surpresa e contentamento de todos, chegaram junto de seus familiares: Fabiano Eller, Mossoró, Léo e Rubens Cardoso. Foi tudo festa! Naquele dia, após a comida - e a bebida (nossa, não dos jogadores!), um grupo de torcedores chegou para conversar com os atletas. Um de nós comentou que aquele grupo tinha que trazer a Libertadores para nós, precisávamos de um título, estávamos sedentos por isso. Fabiano Eller sorriu e falou que seríamos campeões da Libertadores, porque o grupo era muito forte e estava unido em torno daquela conquista. Era para todos nós acreditarmos.
Nesta semana, assistindo a um programa de debates esportivos, um dos convidados era Magrão. O volante colorado, de garra reconhecida e as vezes criticado com razão - e outras tantas vezes injustamente, foi perguntado sobre o sonho da conquista do título brasileiro. Magrão disse mais ou menos isso:
"- Todos os dias nós jogadores comentamos, nos treinamentos e na concentração, sobre a possibilidade e a importância de um título dessa grandeza. Nós falamos e pensamos que este pode ser o início de um novo ciclo de vitórias, mas também não sabemos se algum dia em nossa carreira teremos a oportunidade, novamente, de fazer parte de um grupo como este do Inter, tão forte em qualidade e unido em torno de um objetivo. Por isso queremos o título brasileiro, queremos ficar marcados na história do clube com uma memorável conquista no ano do centenário."
Não foi bem com essas palavras, mas foi este o sentimento que Magrão passou para o torcedor colorado naquele momento. Essa declaração não garante título, isso é óbvio, pois existem muitos adversários - e bastante qualificados - que podem lutar por esta conquista. Mas perceber isso no grupo colorado - após um período de incertezas, onde o time parecia perder o rumo - é um primeiro passo para se chegar vivo até a última rodada, onde enfim poderemos, ou adiar o sonho novamente, ou então gritar para o mundo inteiro ouvir, que o Internacional é novamente, após muitos anos, sofrimento e devoção, campeão brasileiro de futebol! Assim como nos velhos tempos! É a grande chance da vida de todos nós: dirigentes, jogadores e torcedores! E se todos estiverem juntos, assim como nas grandes conquistas, podemos fazer a diferença!
12 de setembro de 2009
Há longínquos 34 anos, um grande e inesquecível time de futebol, fardado de azul e branco e representando Minas Gerais, veio à Porto Alegre buscar o título de campeão brasileiro. Era uma equipe que marcaria época no futebol nacional e mundial, capaz de trucidar adversários, marcar lindos gols, conquistar títulos memoráveis, revelar craques e fazer história, ficando nela para sempre, imortalizado na memória de cada torcedor e de cada cidadão apaixonado pelo esporte que tem a preferência nacional.
Era um domingo de sol de dezembro de 1975 quando, à beira do Rio Guaíba, no Gigante da Beira-Rio, duelaram o timaço do Cruzeiro, de Belo Horizonte, contra o tão fenomenal quanto, Internacional, de Porto Alegre - do Rio Grande e do Brasil! Na ocasião, os craques colorados, comandados por Falcão, Figueroa, Manga, Valdomiro e Cia Ltda, conquistaram o Brasil, cobrindo a nação de vermelho e branco e trazendo ao estado mais setentrional do Brasil o primeiro grande título comemorado por um clube da nossa terra.
O tempo correu. Surgiu o amanhã. Mais e mais títulos memoráveis vieram. Aqui e também no lado de lá do Bairro Menino Deus. Chegamos a 2005 e o título brasileiro passou a tomar conta do pensamento do torcedor colorado. Vivíamos campeonato brasileiro. Comíamos, bebíamos e sonhávamos campeonato brasileiro. Desde 75. Desde 76 e 79. E o sonho virou pesadelo em um apito. Em um escândalo. Um mar de amargura que todos até hoje fariam questão de esquecer, se isso fosse possível. Sentimo-nos impotentes. Derrotados por forças além das quatro linhas. O Internacional ganhou o campeonato brasileiro de 2005, mas não levou o título e o reconhecimento oficial.
Após 34 anos de uma memorável conquista colorada, o adversário glorioso de outras décadas, o Cruzeiro, volta a Porto Alegre. Ostentando o vice-campeonato da Libertadores da América de 2009, o time da Raposa enfrenta o Internacional que é, humildemente e com os pés no chão, um dos favoritos ao título nacional de 2009. Lá se vão 34 anos daquele confronto! E lá se vão 30 anos do último título! É bom relembrar tempos em que muitos de nós sequer havíamos nascido, para poder buscar no presente a realização de um sonho que escapou durante décadas e que esteve tomando conta de nossos sonhos lá pelos idos de 2005 e 2006. Sonhos realizados há 30 anos e que hoje, tomara, possamos reviver novamente!
Inter e Cruzeiro é clássico e é a primeira das próximas "15 finais" que o Inter irá disputar neste campeonato brasileiro. Cada jogo é uma decisão. A vitória no domingo será tão representativa quanto os três pontos em qualquer rodada do campeonato. Mas amanhã temos um diferencial: o torcedor colorado! O apoio ao time será fundamental. Todos os "campeões de tudo" juntos, no Beira-Rio ou em qualquer parte do Rio Grande ou do Brasil, gritando, vibrando e "ralando" junto com o time em busca de mais uma realização, farão a diferença!
Nesta semana, o volante Magrão fez uma declaração um tanto parecida com a que ouvi de Fabiano Eller, após o jogo contra o Nacional de Montevidéu, pela primeira fase da Copa Libertadores de 2006.
Naquela ocasião, após a partida contra os uruguaios, junto a um grupo de amigos, jantei na churrascaria do Parque Gigante, e para a surpresa e contentamento de todos, chegaram junto de seus familiares: Fabiano Eller, Mossoró, Léo e Rubens Cardoso. Foi tudo festa! Naquele dia, após a comida - e a bebida (nossa, não dos jogadores!), um grupo de torcedores chegou para conversar com os atletas. Um de nós comentou que aquele grupo tinha que trazer a Libertadores para nós, precisávamos de um título, estávamos sedentos por isso. Fabiano Eller sorriu e falou que seríamos campeões da Libertadores, porque o grupo era muito forte e estava unido em torno daquela conquista. Era para todos nós acreditarmos.
Nesta semana, assistindo a um programa de debates esportivos, um dos convidados era Magrão. O volante colorado, de garra reconhecida e as vezes criticado com razão - e outras tantas vezes injustamente, foi perguntado sobre o sonho da conquista do título brasileiro. Magrão disse mais ou menos isso:
"- Todos os dias nós jogadores comentamos, nos treinamentos e na concentração, sobre a possibilidade e a importância de um título dessa grandeza. Nós falamos e pensamos que este pode ser o início de um novo ciclo de vitórias, mas também não sabemos se algum dia em nossa carreira teremos a oportunidade, novamente, de fazer parte de um grupo como este do Inter, tão forte em qualidade e unido em torno de um objetivo. Por isso queremos o título brasileiro, queremos ficar marcados na história do clube com uma memorável conquista no ano do centenário."
Não foi bem com essas palavras, mas foi este o sentimento que Magrão passou para o torcedor colorado naquele momento. Essa declaração não garante título, isso é óbvio, pois existem muitos adversários - e bastante qualificados - que podem lutar por esta conquista. Mas perceber isso no grupo colorado - após um período de incertezas, onde o time parecia perder o rumo - é um primeiro passo para se chegar vivo até a última rodada, onde enfim poderemos, ou adiar o sonho novamente, ou então gritar para o mundo inteiro ouvir, que o Internacional é novamente, após muitos anos, sofrimento e devoção, campeão brasileiro de futebol! Assim como nos velhos tempos! É a grande chance da vida de todos nós: dirigentes, jogadores e torcedores! E se todos estiverem juntos, assim como nas grandes conquistas, podemos fazer a diferença!
Assinar:
Postagens (Atom)