18 de janeiro de 2009

OFF - Dor, comoção e solidariedade. Força, Grêmio Esportivo Brasil! Gigante pela própria natureza!

Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de janeiro de 2009

Em 16 de janeiro de 2009, os amantes do futebol gaúcho acordaram e passaram a vivenciar um pesadelo que ficará, para sempre, marcado na memória: no final da noite anterior, o ônibus onde viajava a delegação do Brasil de Pelotas, sofreu um grave acidente. Faltando poucos dias para a estréia do time no campeonato gaúcho, vários atletas e integrantes da comissão técnica tiveram que ser hospitalizados. Mas o pior de tudo foi que três profissionais dedicados, cidadãos e pais de família, acabaram morrendo. Famílias desoladas, torcedores incrédulos e adversários comovidos com a situação. Esse era o quadro visto no estádio Bento Freitas, que foi invadido por muitos torcedores, pouco depois do acidente. Poderia ter acontecido com qualquer um. Aconteceu com o Brasil.

Entre as perdas, não há distinção de importância, visto que a vida tem um valor único e inestimável. Para cada familiar, a dor da perda é, sem dúvida, imensurável. Mas para o torcedor, ficarão para sempre na lembrança Giovani Guimarães, o preparador de goleiros do time; Régis Gouveia Alves, zagueiro da equipe; e, para finalizar, Claudio Milar, uruguaio, veterano, goleador. Ídolo de uma inteira nação de apaixonados torcedores. Com 110 gols marcados em 208 jogos pelo clube, Claudio Milar é o maior goleador da história do Grêmio Esportivo Brasil. Gols de falta, de pênalti, marcados de cabeça, de dentro da área, driblando adversários. Era um legítimo goleador. E tinha um sonho: encerrar a carreira no “Xavante”. Quis o destino que isso viesse a ocorrer de forma prematura, trágica, fatal. Tão fatal quanto o faro de gol que o uruguaio apresentava em frente aos goleiros adversários.

Neste momento difícil, cogitam-se várias hipóteses, entre elas, que o Brasil não dispute o campeonato gaúcho de 2009, voltando em 2010, após superar parcialmente o trauma da fatalidade. Entretanto, em nome dos apaixonados pelo futebol, faço um apelo e espero que isto chegue à diretoria do clube pelotense: o Brasil precisa disputar este campeonato. Este é o pedido.

O Brasil é grande demais. É um clube maior do que todos possam imaginar. Sua fiel, fanática e vibrante torcida é o maior bem do clube e é, também, patrimônio do futebol gaúcho e brasileiro. O Brasil não pode deixar de jogar o campeonato que, em 2009, completará 90 anos de existência. Nesta temporada, completarão 90 anos da conquista do Brasil de Pelotas no campeonato gaúcho de 1919. De lá para cá, o primeiro campeão do Rio Grande do Sul viu sua torcida crescer, seu time conquistar títulos, novos ídolos, grandes campanhas e forte reconhecimento.

O Brasil não é obrigado a disputar o campeonato gaúcho em 2009. Mas ele precisa disputar. É o tipo de agremiação que faz falta a qualquer certame. Deixo aqui este pedido e também meu mais sincero sentimento de pesar aos familiares das vítimas, bem como à toda fiel e enorme torcida xavante.

Como diz no hino do clube, “as tuas cores são nosso sangue e nossa raça”. Por toda essa tradição e pelos milhares de fieis torcedores que o Brasil possui, tenho a convicção de que meu pedido será atendido e o Brasil de Pelotas vai entrar na disputa do campeonato gaúcho de 2009 – com a mesma raça de sempre e mais fortalecido do que nunca. Fortalecido pela alma.

E a cada gol do Brasil marcado no Bento Freitas, o torcedor que estiver nas arquibancadas deverá olhar para o céu. Deverá erguer as mãos e agradecer por cada minuto vivido na arquibancada e por cada gol marcado por seu amado time. E neste exato momento, sobre o céu azul, uma flecha, que estará visível apenas para os apaixonados pela equipe que honra o nome de nosso país, atravessará o céu e descerá até o verde palco das grandes façanhas xavantes, acertando em cheio o vazio deixado no coração de cada torcedor, em cada degrau da arquibancada. Neste instante, por detrás de qualquer nuvem branca, Claudio Milar, auxiliado por seus companheiros de equipe, vibrará com todos e comemorará, lá de cima, cada gol, como se fosse outro de centenas de “tentos” marcados por ele, vestido de vermelho e preto e com o sete imortalizado bordado às costas. Então, ele se emocionará. Derramará lágrimas de emoção. Suas lágrimas tomarão o Bento Freitas em forma de uma fina chuva, que lavará a alma do torcedor e preencherá o vazio que tomou conta de todos os corações rubro-negros, como que em uma flechada do destino.

Luciano Bonfoco Patussi
18 de janeiro de 2009

Um comentário:

Anônimo disse...

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