27 de janeiro de 2009

Expectativa: Lateral esquerdo Kleber e atacante Alecsandro devem ser apresentados hoje

Por Luciano Bonfoco Patussi

Rumores dão conta de que o atacante Alecsandro, ex-Vitória, Cruzeiro e que estava no oriente médio, e o lateral esquerdo Kleber, ex- Corinthians, Santos e recentemente convocado para a seleção brasileira, serão apresentados hoje à tarde no Beira-Rio como novos reforços para o ano do centenário do Internacional. A direção, como de praxe e isso é correto, só oficializa e divulga após a assinatura do contrato. Ambos os atletas estão na faixa dos 27 ou 28 anos de idade. Se forem comprometidos com a profissão de jogador de futebol, tomando todas as precauções, dedicando-se aos treinamentos, respeitando o clube e o torcedor e adaptando-se a cidade, possuem qualidade suficiente para rapidamente assumirem, respectivamente, as camisas de número 6 e número 9 do time do Inter nesta temporada.

Confirmando estes reforços ao final da tarde de hoje, acredito que o grupo do Internacional estará fechado para o ano – isso se não tivermos nenhuma negociação dos principais jogadores colorados indo para o exterior, casos de, principalmente, Nilmar e Alex, que possuem interesse “extra-oficial” divulgado a todo instante. Quando digo “grupo fechado”, quero dizer que todas as principais carências do time estarão preenchidas. Lógico, faltou a contratação de um lateral-direito reconhecido e de ofício, mas isso é algo difícil de acontecer no mercado brasileiro. Hoje contamos com Bolívar na função e trouxemos Arílton, jovem revelação do Coritiba.

Mais ainda: quando falo em “grupo fechado”, e é importante que a direção do clube entenda assim, é necessário frisar que um time que alcançou nos últimos anos o status e o reconhecimento que o Inter adquiriu – clube de ponta, entrando favorito ao título em todas as competições que disputa – deve estar sempre preparado para reforçar o time com bons jogadores que, por ventura, estejam sendo colocados como disponíveis no mercado em determinado momento. Foi isso que o São Paulo, por exemplo, fez no início do ano. Não satisfeito com o tri-campeonato brasileiro consecutivo, o tricolor paulista foi às compras e reforçou ainda mais o time, tornando-se, desde já, favorito à conquista do campeonato paulista, da Copa Libertadores e do campeonato brasileiro de 2009. Todos foram reforços de primeira linha do futebol brasileiro.

Guardadas as proporções, é mais ou menos esta linha de pensamento que, acredito, o Inter está seguindo. Ao notar a carência na qualidade do apoio ofensivo na lateral pelo lado direito, o que foi feito? Foi firmado um lateral de boa marcação na direita e para disputar posição foi contratado um reforço que é uma jovem aposta. E espera-se compensar a aparente deficiência no apoio pelo lado direito, pelo lado esquerdo, trazendo para o setor canhoto um jogador em condições de lutar por vaga na seleção brasileira, que conta com boa marcação e ótimo apoio ao ataque, caso de Kleber. E a carência na capacidade de finalização estará sendo resolvida com a chegada do atacante Alecsandro. Lógico, isso tudo no “papel” é muito bonito e agradável de se analisar. Principalmente para o torcedor, a perspectiva é a melhor possível. Mas se falando de futebol, vamos esperar a confirmação da chegada dos reforços hoje para, após algumas partidas, fazer a avaliação. Devemos dar um tempo ao treinador para os resultados aparecerem.

Mas a tendência é de que o rendimento da equipe melhore consideravelmente, isso se for escalado com o quarteto ofensivo D’Alessandro, Alex, Nilmar e Alecsandro. Só espero que este quarteto, estando disponível, seja escalado pelo treinador colorado e que nenhum dos jogadores citados anteriormente fique no banco de reservas, para dar espaço a mais um volante no time titular.

A situação que o mercado de contratações impõe é de que alguns reforços demorem um pouco para chegar. É o caso de Alecsandro e Kleber. Mas vamos torcer pela chegada deles e aguardar os resultados dentro de campo!

18 de janeiro de 2009

OFF - Dor, comoção e solidariedade. Força, Grêmio Esportivo Brasil! Gigante pela própria natureza!

Por Luciano Bonfoco Patussi
18 de janeiro de 2009

Em 16 de janeiro de 2009, os amantes do futebol gaúcho acordaram e passaram a vivenciar um pesadelo que ficará, para sempre, marcado na memória: no final da noite anterior, o ônibus onde viajava a delegação do Brasil de Pelotas, sofreu um grave acidente. Faltando poucos dias para a estréia do time no campeonato gaúcho, vários atletas e integrantes da comissão técnica tiveram que ser hospitalizados. Mas o pior de tudo foi que três profissionais dedicados, cidadãos e pais de família, acabaram morrendo. Famílias desoladas, torcedores incrédulos e adversários comovidos com a situação. Esse era o quadro visto no estádio Bento Freitas, que foi invadido por muitos torcedores, pouco depois do acidente. Poderia ter acontecido com qualquer um. Aconteceu com o Brasil.

Entre as perdas, não há distinção de importância, visto que a vida tem um valor único e inestimável. Para cada familiar, a dor da perda é, sem dúvida, imensurável. Mas para o torcedor, ficarão para sempre na lembrança Giovani Guimarães, o preparador de goleiros do time; Régis Gouveia Alves, zagueiro da equipe; e, para finalizar, Claudio Milar, uruguaio, veterano, goleador. Ídolo de uma inteira nação de apaixonados torcedores. Com 110 gols marcados em 208 jogos pelo clube, Claudio Milar é o maior goleador da história do Grêmio Esportivo Brasil. Gols de falta, de pênalti, marcados de cabeça, de dentro da área, driblando adversários. Era um legítimo goleador. E tinha um sonho: encerrar a carreira no “Xavante”. Quis o destino que isso viesse a ocorrer de forma prematura, trágica, fatal. Tão fatal quanto o faro de gol que o uruguaio apresentava em frente aos goleiros adversários.

Neste momento difícil, cogitam-se várias hipóteses, entre elas, que o Brasil não dispute o campeonato gaúcho de 2009, voltando em 2010, após superar parcialmente o trauma da fatalidade. Entretanto, em nome dos apaixonados pelo futebol, faço um apelo e espero que isto chegue à diretoria do clube pelotense: o Brasil precisa disputar este campeonato. Este é o pedido.

O Brasil é grande demais. É um clube maior do que todos possam imaginar. Sua fiel, fanática e vibrante torcida é o maior bem do clube e é, também, patrimônio do futebol gaúcho e brasileiro. O Brasil não pode deixar de jogar o campeonato que, em 2009, completará 90 anos de existência. Nesta temporada, completarão 90 anos da conquista do Brasil de Pelotas no campeonato gaúcho de 1919. De lá para cá, o primeiro campeão do Rio Grande do Sul viu sua torcida crescer, seu time conquistar títulos, novos ídolos, grandes campanhas e forte reconhecimento.

O Brasil não é obrigado a disputar o campeonato gaúcho em 2009. Mas ele precisa disputar. É o tipo de agremiação que faz falta a qualquer certame. Deixo aqui este pedido e também meu mais sincero sentimento de pesar aos familiares das vítimas, bem como à toda fiel e enorme torcida xavante.

Como diz no hino do clube, “as tuas cores são nosso sangue e nossa raça”. Por toda essa tradição e pelos milhares de fieis torcedores que o Brasil possui, tenho a convicção de que meu pedido será atendido e o Brasil de Pelotas vai entrar na disputa do campeonato gaúcho de 2009 – com a mesma raça de sempre e mais fortalecido do que nunca. Fortalecido pela alma.

E a cada gol do Brasil marcado no Bento Freitas, o torcedor que estiver nas arquibancadas deverá olhar para o céu. Deverá erguer as mãos e agradecer por cada minuto vivido na arquibancada e por cada gol marcado por seu amado time. E neste exato momento, sobre o céu azul, uma flecha, que estará visível apenas para os apaixonados pela equipe que honra o nome de nosso país, atravessará o céu e descerá até o verde palco das grandes façanhas xavantes, acertando em cheio o vazio deixado no coração de cada torcedor, em cada degrau da arquibancada. Neste instante, por detrás de qualquer nuvem branca, Claudio Milar, auxiliado por seus companheiros de equipe, vibrará com todos e comemorará, lá de cima, cada gol, como se fosse outro de centenas de “tentos” marcados por ele, vestido de vermelho e preto e com o sete imortalizado bordado às costas. Então, ele se emocionará. Derramará lágrimas de emoção. Suas lágrimas tomarão o Bento Freitas em forma de uma fina chuva, que lavará a alma do torcedor e preencherá o vazio que tomou conta de todos os corações rubro-negros, como que em uma flechada do destino.

Luciano Bonfoco Patussi
18 de janeiro de 2009

12 de janeiro de 2009

Gre-Nal: 100 anos, quatro cores, rivalidade, títulos e emoção a flor da pele

Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de janeiro de 2009

www.inter-clubedopovo.blogspot.com
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=29755&tid=5290127526475954016&start=1

No futebol, as cores são um mero detalhe. O que importa é o sentimento de quem as ostenta. Cada um ama seu time da sua forma. Do seu jeito. Cada um tem sua maneira de torcer, de seguir, de acompanhar. Cada clube grande tem sua tradição, seus títulos, seus craques e seus milhões de seguidores. Milhares de novos torcedores nascem a cada momento. Isso tudo graças à grande tradição dos principais clubes do futebol mundial. Muitas são as rivalidades do futebol. Mas uma disputa em especial está, em minha opinião, no topo do ranking dos principais clássicos do futebol do Planeta Terra. Por esse tipo de colocação, posso ser taxado por muitos de bairrista. Então, que assim seja! Sou bairrista!

Quando o manto sagrado vermelho – e seus detalhes em branco – perfilam-se em um tapete verde contra uma tradição representada por três cores – listrada em azul, preto e branco, o Rio Grande do Sul e parte do Brasil param. Literalmente. Nos campos da Região Sul do Brasil, é como se o tempo não existisse. A linha do tempo e o calendário da história da existência humana poderiam, neste instante, ser separados em “antes” e “depois” do Gre-Nal. Não há diferenças. Não há classe social, racial, nem nada, que separe as duas maiores paixões do povo gaúcho. O Internacional e o Grêmio. O Colorado e o Tricolor. O Clube do Povo e o Imortal. O Saci e o Mosqueteiro. Nomes, alcunhas, apelidos. Flauta. Deboches. Vibração. Emoção. Títulos. Mas acima de tudo, respeito. Assim deve ser o futebol. Assim devem ser todas as rivalidades. Cada um aprende com seus próprios erros e também com os acertos. Mas cada um, também, aprende com o outro. Com o adversário. Dia-a-dia isso acontece. Ninguém admite. Mas isso faz parte da rivalidade.

Neste ano de 2009 que chega, particularmente, como um vulto na história de minha existência, a disputa entre Grêmio e Internacional completa 100 anos de vida. Para um apaixonado por futebol, pelo Internacional e pelo Gre-Nal, este ano é histórico. Deve ser histórico também, tenho certeza, para quem segue o azul e o defende até debaixo d’água. Para quem é apaixonado por seu clube, todos o ano são memoráveis, diga-se de passagem. Independentemente do momento vivido. O Internacional, após a reestruturação ocorrida nesta década, segue forte. Cada vez mais, é um modelo a ser seguido. É um sonho para o seu torcedor. Já o Grêmio, clube que teve inúmeros momentos excelentes e títulos históricos – e que atravessou grave crise cerca de três ou quatro anos atrás, se fortalece novamente, ano após ano. Isso ocorre há três anos, passo a passo. Gremistas e colorados só têm a ganhar com isso. A força de um é – e sempre foi – um combustível extra para o outro. Logicamente, cada um tem seu brilho, sua história, seu crescimento. Mas é inegável que a presença de um rival forte é motivação extra para crescimento, profissionalismo, paixão e vitórias do seu adversário.

Se pegarmos como exemplo o futebol brasileiro, vemos que nosso país tem cerca de uns doze grandes clubes, que possuem uma inegável tradição, títulos memoráveis e milhões de torcedores. Mas há também outros tantos clubes que podem ser tratados como médio-grandes (clubes que não tem o mesmo poder econômico e o mesmo número de torcedores das grandes agremiações). Este assunto pode ser muito debatido. Mas o exemplo se encerra por aqui. Sempre que se falar em um grande clube, este tem, pelo menos, um grande rival, da mesma grandeza, na mesma cidade – a exceção é o Santos, mas seus três grandes rivais estão distantes poucos quilômetros, na capital paulista. Ou seja, um é importante para o outro dentro de cada disputa entre rivais. E a maior rivalidade do futebol brasileiro é o Gre-Nal. Grêmio e Inter. Inter e Grêmio. Um contra o outro, juntos, dentro do mesmo campo. Emoções diferentes e distintas mas que, no fundo, deve diferir apenas nos nomes dos craques e nas cores de cada camiseta. Não verdade, não há palavras para definir isso.

Como definir a emoção de um colorado ao relembrar Figueroa e o “gol iluminado” de 1975? E como definir o que viveu o torcedor vermelho ao presenciar a tabela histórica, feita em cabeceios que mais pareciam arremessos manuais, feita entre Paulo Roberto Falcão e Escurinho naquela década dourada? Da mesma forma, como definir, em uma escala de emoção, o que sentiu um colorado ao ver os gols de Rafael Sóbis, Paulo César Tinga e Fernandão na Copa Libertadores de 2006? E Adriano no Mundial Interclubes? E outros tantos momentos e títulos, como definir a emoção?

Para um gremista imaginar o que isso tudo significa para um colorado, basta ele imaginar e rever o que André Catimba fez em 1977 em um Gre-Nal histórico que marcou uma importante conquista tricolor. Basta ele relembrar o que Baltazar fez em um Morumbi lotado, contra o São Paulo, em 1981. Ele precisa apenas reviver e entortar, junto com Renato Portaluppi, zagueiros desnorteados do Hamburgo, como em 1983 – o mesmo ano em que César ajudou o tricolor a desbancar o Peñarol e a pintar a América de azul. Ele precisa reviver as fases difíceis e recordar a nova ascensão do Grêmio comandado pelo mestre Felipão. Isso mesmo, gremista! Isso mesmo, colorado, o recíproco é verdadeiro! Se quiseres ter uma idéia ou uma noção aproximada do motivo pelo qual o seu amigo, pai, filho ou irmão, torce pelas cores opostas, lembre-se de suas conquistas! De seus momentos difíceis! E lembre que cada um defende uma cor. No mais, mudam os nomes, os craques, as épocas. A emoção, deve ser parecida, mas indescritível. Esse é o Gre-Nal!

E em 2009,a rivalidade Gre-Nal completa 100 anos. 100 anos dos 10 a 0, uma goleada da época que a rivalidade ainda engatinhava, mas que está na história e que provavelmente jamais será batida! E veio os 10 a 1. Hegemonia tricolor. Arrancada colorada. Os 7 a 0. O Rolo Compressor colorado. Os 6 a 0 do Inter, que eram para ser 11, conforme relatos da época – coisa que também, provavelmente, jamais voltará a acontecer. Seja verdade ou não. Hepta tricolor. Doze títulos em treze disputas. Inigualável. E veio o octa colorado. Outra marca inigualável. Tudo dentro da rivalidade. A retomada da hegemonia vermelha. O campeonato citadino de Porto Alegre. O campeonato gaúcho. Crescemos juntos. E veio então o campeonato brasileiro. A Copa do Brasil. A Copa Sul-Americana. A Copa Libertadores. A Taça Mundial Interclubes. Títulos importantes. Grandes craques. Grandes conquistas. Torcedores apaixonados. Histórias distintas que sempre caminharam juntas, de mãos dadas – apesar das cores diferenciadas.

O azul, o vermelho, o branco e o preto. Quatro tonalidades. Duas paixões do povo. Duas histórias que se confundem. Este é o Gre-Nal. O clássico que completa 100 anos em 2009. É a maior rivalidade do futebol brasileiro, em minha “bairrista” e emotiva opinião! Parabéns Inter e Grêmio. Parabéns colorados. Parabéns gremistas. Eu, você. Todos nós. Somos protagonistas de uma rivalidade que começou há 100 anos e que começa, em 2009, a escrever novos e belos capítulos que ficarão marcados para sempre na memória do torcedor gremista e colorado e, também, e na história do futebol gaúcho, brasileiro e mundial!