Após cada time cumprir a sua obrigação na fase semifinal, podemos afirmar, finalmente, que a final da Copa do Mundo Interclubes 2006, será decidida no tão esperado confronto dos europeus contra os sul-americanos. FC Barcelona e SC Internacional decidirão a Copa no domingo, 17 de dezembro de 2006.
Toda torcida colorada está sendo alvo de brincadeiras, sadias, logicamente, de torcedores rivais, que dizem que Ronaldinho Gaúcho, o melhor jogador do mundo, vai fazer três, quatro ou cinco gols na defesa colorada. Como brincadeira, é valido, faz parte do futebol, e não poderia ser diferente. Ao mesmo tempo que brincadeiras sadias são válidas, dados históricos também são, e servem como motivação para o Internacional e para os seus torcedores, em busca de mais um importante título em sua história.
Entre os anos de 1980 e 1989 o time colorado não era mais o mesmo que na década anterior encantara o mundo com um futebol de técnica apuradíssima, aliada à garra gaúcha. Apesar de não conquistar títulos do campeonato nacional nesta época, o Internacional colheu, durante esta década, os frutos da imagem que o clube adquiriu nos anos anteriores. O resultado disso foi o convite recebido pelo Inter para a realização de vários torneios, principalmente na Ásia e na Europa. Vários títulos foram conquistados.
Breve introdução: O clube mais rico do mundo, o FC Barcelona, foi fundado por Joan Gamper, em 1899. Joan Gamper, desde 1966, é homenageado pelo clube, com a realização de um torneio anual que leva seu nome. O torneio tem uma tradição de 40 anos. É disputado, portanto, há mais tempo que o campeonato brasileiro. Em 41 edições da competição, o Barcelona, anfitrião, ganhou 31 troféus. Dos 10 torneios que o Barcelona não venceu, 9 foram conquistados por outros clubes europeus.
De fora do continente europeu, o torneio teve somente um campeão até hoje. O ano era 1982. O Internacional, por tudo que representou para o futebol brasileiro e mundial anos antes, foi um dos convidados de honra do Barcelona para a disputa em solo espanhol. Convidado de honra porque, para os espanhóis, nada melhor do que, em uma verdadeira festa, promover a estréia de Diego Armando Maradona, ídolo do futebol mundial, justamente contra um dos clubes mais populares do futebol brasileiro, que até então, era o detentor do maior número de conquistas nacionais, com três títulos.
Em agosto de 1982, o Internacional entrou em campo no estádio do Barcelona, com mais de 100.000 espectadores, para enfrentar o time da casa, na estréia de Maradona. O time catalão estava certo que venceria o Inter, e disputaria a final do torneio. Após muita luta, um empate em 0 a 0 no tempo normal. Na decisão por penalidades máximas, vitória colorada por 4 a 1. O time foi aplaudido, em pé, por mais de 100.000 espanhóis que, por instantes, esqueceram da estréia de Maradona, o melhor do mundo após a era Pelé. Na decisão, o Inter venceu o Manchester City por 3 a 1, sendo, assim, o único clube, até hoje, de fora da Europa, a sagrar-se campeão da disputa. A Taça Joan Gamper pode servir de inspiração ao time do Internacional, que chega humilde, em relação ao Barcelona, para a decisão do campeonato mundial 2006.
O Inter pode derrubar o Barcelona novamente. A tradição colorada permite imaginar isso. A Taça de Ouro Joan Gamper 1982 não foi de Maradona. A Taça Mundial FIFA 2006 não será de Ronaldinho. É esperar para ver. O Inter não vai deixar. Novamente.
Texto de Luciano Bonfoco Patussi, escrito em 14 dezembro de 2006.
21 de maio de 2007
Texto - Adepto do coloradismo, sempre fui, sempre serei
Sou adepto do coloradismo, sempre fui, sempre serei. Comecei a acompanhar o futebol na década de 90. Me apaixonei por futebol. Me apaixonei pelo Inter. Época de puro sofrimento com os times fracos formados pelas direções do colorado. Times abaixo da tradição vencedora rubra.
A cada derrota, a cada eliminação, meu sentimento de amor aumentava. Nunca me afastei dessa paixão.
"É teu passado alvi-rubro, motivo de festas em nossos corações". Sempre cantei o "Celeiro de Ases", nosso hino, com o maior orgulho. Sempre ouvi essa canção, em casa, no volume máximo, os vizinhos coitados que o digam, pobres ouvidos, nunca tinham sossego. Na verdade, felizes ouvidos. Uma canção como esta faz florescer o amor nos corações. Alguns vizinhos nunca entenderam. Azar deles. Eram tardes, as vezes noites, ouvindo o belo hino colorado, para comemorar uma vitória qualquer, ou para simplesmente afogar a mágoa de uma eliminação, de uma derrota, de uma humilhação, de um sofrimento.
Aliás, nosso hino foi composto em uma mesa de bar, em um momento de tristeza, após uma derrota do time, o que mostra a paixão do povo por este clube, a qualquer momento. A existência de times como o Inter é rara. No Inter, independentemente de resultados, o passar dos anos só tende a aumentar o amor ao time do coração.
"Correm os anos surge o amanhã, radioso de luz, varonil". Essa parte do hino diz tudo. "O teu presente diz tudo". O "amanhã", cantado no hino, é hoje. O "amanhã" está acontecendo, sempre sonhei com o Inter em um momento como o atual. O Inter nunca deveria ter deixado de disputar títulos. Hoje, o clube é exemplo.
Sempre soube que nunca me arrependeria dessa paixão. Sempre tive essa convicção. Sempre fui apoiado por alguns apaixonados colorados, fui ignorado por outros. Por minha paixão sempre fui tripudiado, zombado, debochado por adeptos de um amor diferente, vestido de três cores. Nunca me importei com isso. Diziam eles que tais cores opostas representavam amor e paixão. Cada um, cada um.
Daqui um dia, teremos uma partida semi-final de Libertadores. Poderemos ser campeões da América. Poderemos ganhar o brasileiro e o mundial. Poderemos perder todos esses títulos, e mais alguns. Porém nada, absolutamente nada, tornará este clube maior ou menor. Nada fará com que percamos o amor por esse manto sagrado, o manto encarnado. O Inter é simplesmente gigante. Ele é do tamanho da paixão do torcedor.
Por mais gigante que seja, cabe sempre, o Inter, em nossos corações. Inter, continue sempre "trazendo à torcida alegres emoções". Inter, siga sempre "tua senda de vitórias, colorado das glórias, orgulho do Brasil". Meu orgulho, nosso orgulho.
Texto de Luciano Bonfoco Patussi, escrito em 02 de agosto de 2006.
A cada derrota, a cada eliminação, meu sentimento de amor aumentava. Nunca me afastei dessa paixão.
"É teu passado alvi-rubro, motivo de festas em nossos corações". Sempre cantei o "Celeiro de Ases", nosso hino, com o maior orgulho. Sempre ouvi essa canção, em casa, no volume máximo, os vizinhos coitados que o digam, pobres ouvidos, nunca tinham sossego. Na verdade, felizes ouvidos. Uma canção como esta faz florescer o amor nos corações. Alguns vizinhos nunca entenderam. Azar deles. Eram tardes, as vezes noites, ouvindo o belo hino colorado, para comemorar uma vitória qualquer, ou para simplesmente afogar a mágoa de uma eliminação, de uma derrota, de uma humilhação, de um sofrimento.
Aliás, nosso hino foi composto em uma mesa de bar, em um momento de tristeza, após uma derrota do time, o que mostra a paixão do povo por este clube, a qualquer momento. A existência de times como o Inter é rara. No Inter, independentemente de resultados, o passar dos anos só tende a aumentar o amor ao time do coração.
"Correm os anos surge o amanhã, radioso de luz, varonil". Essa parte do hino diz tudo. "O teu presente diz tudo". O "amanhã", cantado no hino, é hoje. O "amanhã" está acontecendo, sempre sonhei com o Inter em um momento como o atual. O Inter nunca deveria ter deixado de disputar títulos. Hoje, o clube é exemplo.
Sempre soube que nunca me arrependeria dessa paixão. Sempre tive essa convicção. Sempre fui apoiado por alguns apaixonados colorados, fui ignorado por outros. Por minha paixão sempre fui tripudiado, zombado, debochado por adeptos de um amor diferente, vestido de três cores. Nunca me importei com isso. Diziam eles que tais cores opostas representavam amor e paixão. Cada um, cada um.
Daqui um dia, teremos uma partida semi-final de Libertadores. Poderemos ser campeões da América. Poderemos ganhar o brasileiro e o mundial. Poderemos perder todos esses títulos, e mais alguns. Porém nada, absolutamente nada, tornará este clube maior ou menor. Nada fará com que percamos o amor por esse manto sagrado, o manto encarnado. O Inter é simplesmente gigante. Ele é do tamanho da paixão do torcedor.
Por mais gigante que seja, cabe sempre, o Inter, em nossos corações. Inter, continue sempre "trazendo à torcida alegres emoções". Inter, siga sempre "tua senda de vitórias, colorado das glórias, orgulho do Brasil". Meu orgulho, nosso orgulho.
Texto de Luciano Bonfoco Patussi, escrito em 02 de agosto de 2006.
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