Nasci em 25 de março de 1982. Vivo desde 4 de abril de 1909. Fácil explicar o sentimento de amor existente em meu coração para com a bandeira vermelha e branca do Sport Club Internacional? Não existe chance de isso acontecer. Mas estamos aí, vamos contar um pouco dessa história!
Tinha tudo para ser azul, branco e preto. Mas não era para ser. Por aquelas cores, não tinha amor, calor, sentimento. Não tinha nada. Nasci em uma época difícil, mas isso só causa orgulho. Eu ainda era pequeninho, tinha apenas um ano de idade, e o rival porto-alegrense de três cores era campeão no Japão. “Campeão no Japão”. A frase que marcou minha infância e adolescência. Mas enfim, vamos em frente.
Nos anos seguintes ao meu nascimento, só o rival tricolor era campeão no Rio Grande. Eu não lembro dos jogos. Nem dos gols. Só lembro de buzinaços. Carreatas com bandeiras azuis. E também lembro que eu tinha uns quatro ou cinco anos e vestia uma camisa azul, presente de meu falecido avô. Eu não sabia o que era aquilo. Tinha um Senhor, nosso vizinho, que sempre quando me avistava vestido com aquele “presente (de grego)” largava um: “E aí, gremista!”. Só que eu tinha quatro anos, ou cinco, talvez. Não sabia o que ele dizia. Só o cumprimentava. Hoje, talvez o insultaria (coitado)!
Corriam os anos, seguiam as carreatas, então comecei a, realmente, acompanhar futebol. Acompanhar jogos, de fato. Comecei a ler história, livros, revistas. Comecei a ver a torcida e a história real de cada clube. A influência e o significado das cores. Enfim, comecei a gostar de futebol. Meu pai é colorado. Mas nunca me influenciou. Acho que ele não queria se incomodar com o sogro que me presenteou com o pijaminha (risos). Eu que, ao ler sobre a história, lhe enchia de perguntas. Então meu velho se empolgava e começava a contar. Eu lia, mas queria acreditar que tudo que aprendia sobre o Inter, era verdade. Então, meu pai contava. Coisas que até hoje os mais vividos torcedores e conhecedores de esportes em geral dizem: “Time como aquele do Colorado, só o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha. E olhe lá!”.
E lá ia meu pai pra área de casa sentado em uma cadeira, com o radinho ao ouvido. E eu ia junto, ao seu lado, perguntando sobre história. E sobre o time. E contra quem jogávamos. E também queria saber se o estádio estava lotado. As nossas chances de vitória. O que dizia a imprensa. Queria saber tudo. Após muitos anos só vendo carreatas na cor azul, lembro da campanha da Copa do Brasil de 1992. Lembro da comemoração. Lembro do elenco colorado participando de um telejornal famoso que passa ao meio-dia na televisão gaúcha. A taça exposta. A torcida vibrando.
Em 1993, veio minha primeira camiseta do clube. Presente do pai. Era a camiseta da conquista do Brasil em 1992. Ela era linda. Um vermelho sangue. Tinha o patrocínio de um famoso refrigerante americano, e já veio com as quatro estrelas destacadas logo acima do “S”, do “C” e do “I” que foram bordados sobre o peito em 1909.
Meu pai não ia em jogos. Mas eu queria conhecer o campo do Inter. O Gigante da Beira-Rio. Eis que em um feriado de 1994, meu pai levou-me ao estádio. Arquibancada inferior. Ficamos ao lado da Camisa 12, de tanto apoio prestado ao Internacional. O Inter, dias antes, havia sido eliminado pelo Ceará, na mesma Copa do Brasil vencida dois anos antes. Mas eu não queria saber. Queria ir ao campo. A primeira de incontáveis vezes. Era Gre-Nal. Falta para o Inter. Argel, zagueiro colorado, meio sem jeito, fez Inter um a zero. Vitória. Explosão. Coisa linda, o Beira-Rio! Eu nunca vou esquecer desse dia! Minha primeira vez no estádio!
Depois daqueles anos, tempos difíceis vieram. O fanatismo, só aumentou. A paixão do povo por este clube, também. Para cada dia da semana, na escola, era uma camisa vermelha diferente. Às vezes era branca. Ou então, a lilás do goleiro André. Ou quem sabe a com uma faixa vermelha diagonal, ao estilo “River Plate”. Enfim, na escola, nas ruas, por vezes passava frio, só para estar com a camisa vermelha à mostra. Alguns me chamavam de louco, de problemático. Mas podiam falar e podem continuar falando até hoje. Nunca tive vergonha em mostrar e vestir a camisa vermelha. A segunda pele. Algo sem explicação.
Não vou citar neste texto o 16 de agosto, nem o 17 de dezembro de 2006. Eu já estou quase chorando à frente do computador. São muitas lembranças. Algumas boas. Outras, nem tanto. Mas todas elas, sem exceção, só vieram a fortalecer o meu sentimento de amor e orgulho por este clube!
Os títulos não me orgulham. Eles me deixam felizes, isso sim. E também engrandecem nossa história, não nego isso. Mas o que me orgulha, de fato, é vestir a camisa vermelha do Clube do Povo e mostrar para todo mundo o que é ser Internacional. Me orgulha a história do clube mais popular do futebol gaúcho. Faça chuva ou faça sol. Perdendo, empatando ou ganhando. Mas todos sabem, o clube é predestinado à vitória. Já dizia Nélson Silva, mais ou menos assim: “Os anos passam, o futuro chegará. A luz ilumina tua história, teu povo, tua gente. Cada vez mais. Segue tua senda de vitórias, colorado das glórias, orgulho do Brasil.”
22 de maio de 2008
4 de maio de 2008
Dia de ver o maior campeão em ação
Parece um sonho. Quando que, dez anos antes, imaginaríamos uma situação semelhante à que vou descrever em seguida? Internacional, nosso time do coração, um clube organizado, com grupo de jogadores de extrema qualidade, com um número de sócios que nossa casa sequer pode receber (todos ao mesmo tempo). É fonte de receita, é fidelidade, é tradição. É amor e títulos. E neste domingo, 4 de maio de 2008, mais uma decisão. Não acho que o Juventude seja um rival natural. Mas que existe uma rivalidade formada há cerca de quinze anos, isso não há como negar. E é com muito respeito, contra o representante da serra gaúcha que o nosso grupo de jogadores, verdadeiros operários em plena atividade, vai buscar mais uma taça para rechear nossa rica galeria de conquistas.
Esse breve texto é para conclamar o torcedor? Na verdade, isso não é necessário. Desde segunda-feira passada, já temos a certeza do cenário que vamos encontrar hoje à tarde: Faça chuva ou faça sol, mais de 50.000 colorados vão fazer o Beira-Rio ferver, em busca de mais uma conquista. E a certeza da qualidade e do empenho máximo na busca por mais um título vem da organização de primeiro mundo do Clube do Povo. Isso foi construído com muito trabalho e após muitas derrotas nas quais as diretorias atual e recentes souberam mudar pouco, mas o suficiente. O vermelho do amor e do calor da torcida. O branco, pela paz. A faixa no peito, a taça no armário e a alegria do povo pintando nessas cores as ruas do Rio Grande. Inter único octa-campeão da história. Rumo a mais uma conquista. O maior campeão gaúcho da história. Pra cima deles, meu Inter!
Esse breve texto é para conclamar o torcedor? Na verdade, isso não é necessário. Desde segunda-feira passada, já temos a certeza do cenário que vamos encontrar hoje à tarde: Faça chuva ou faça sol, mais de 50.000 colorados vão fazer o Beira-Rio ferver, em busca de mais uma conquista. E a certeza da qualidade e do empenho máximo na busca por mais um título vem da organização de primeiro mundo do Clube do Povo. Isso foi construído com muito trabalho e após muitas derrotas nas quais as diretorias atual e recentes souberam mudar pouco, mas o suficiente. O vermelho do amor e do calor da torcida. O branco, pela paz. A faixa no peito, a taça no armário e a alegria do povo pintando nessas cores as ruas do Rio Grande. Inter único octa-campeão da história. Rumo a mais uma conquista. O maior campeão gaúcho da história. Pra cima deles, meu Inter!
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