Por: Luciano Bonfoco Patussi
05 de março de 2019
Em meu roteiro, esta seria uma quarta feira normal. Cumpriria minuciosamente a agenda de trabalho, voltando para casa com o coração pulsando de alegria, por estar junto da família em mais um intenso entardecer!
Antes disso, adormeci.
Foi rápido. Tudo muito estranho. Estava sozinho e trêmulo, em uma montanha coberta de gelo. Não sabia ao certo a localização. A respiração ficava mais difícil, a cada lento passo que eu dava sem rumo. Passadas que pareciam não levar a lugar algum, a não ser ao cansaço e a memórias embaçadas e distantes!
Em uma delas, a névoa oriunda da geleira mal permitia enxergar o próximo palmo a ser desbravado. Era algo incerto, mas que trazia alguma mensagem nas entrelinhas, algo que demorei para entender.
Eu queria acordar. Dar o próximo passo. Tinha esse sentimento. Mas não conseguia. Sonho ou realidade?
Acordei. Então, compreendi! Estava no topo do Aconcágua. Mas não parecia ser a primeira vez! O nevoeiro foi uma marca. Rastros eternos deixados pelo cachimbo do Saci...