Por: Luciano Bonfoco Patussi
14 de junho de 2017
O julgamento e a pena, impostos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva ao Internacional, relativo a utilização de e-mail's que tiveram conteúdo resumido, no processo do caso Victor Ramos, abala de modo significativo a imagem do clube, ferindo seus torcedores e atingindo toda massa associativa. Algumas perguntas seguem sem resposta:
Não há “santo” nessa polêmica. O Internacional buscou um direito, não vislumbrando a moralidade do futebol brasileiro. O fez, como qualquer outro clube possivelmente faria, apenas por ser parte interessada no caso. Isto é um fato, mas não deixa de ser um direito. Correto?
O processo da inscrição irregular do atleta foi arquivado. Não houve qualquer investigação mais profunda sobre a ocorrência. Os holofotes deste "caso" se voltaram definitivamente contra o Internacional - e por consequência, atingiram mais ainda, o coração de milhões de torcedores. Tudo devido a exposição de uma "prova" que, inicialmente, muitos afirmaram que o Internacional teria irresponsavelmente falsificado. Independente disso, qual a comprovação de que a inscrição do atleta envolvido nessa polêmica foi correta? O clube, que foi contra os interesses da CBF neste caso, foi punido e acusado publicamente. Mas afinal de contas, qual infração ou crime o Internacional cometeu?
O clube foi “alertado por telefone”, sem qualquer comprovação formal, pela outra parte envolvida no caso, informando que "um e-mail usado no processo seria falso". Piada? Alertado por telefone! Repito: alertado por telefone, diretamente por seu “adversário” neste imbróglio! Qual é a parte, em qualquer caso jurídico, que "alerta" seu adversário, sobre qualquer "suposta irregularidade" em alguma das provas que seriam utilizadas contra ela mesmo? Suposta sim. Pois até qualquer comprovação idônea, é uma prova. Que pode cair por terra, após investigação, obviamente! Qual o motivo que o clube teria, para acreditar que seu adversário, estaria falando a verdade? A prova necessita ser utilizada. Se não servir, ponto final! Mas, uma parte envolvida, alertar a outra? Teatro? Piada? Qual o crime ou infração cometida?
Aliás, em se falando de crimes, não há dirigente ou ex-presidente do Internacional, até o presente momento, que esteja preso, com mandado de prisão decretado ou sendo investigado por corrupção, entre outros delitos. Não estou aqui afirmando que todos são “anjos”, nem mesmo que não há “demônios” no clube! Fato é que todos os dirigentes do Internacional estão no Brasil, livres! E quanto a confederação máxima de futebol do Brasil?
São tantas interrogações, que até cogitei enviar um e-mail, questionando diretamente a entidade de justiça desportiva referida. Mas desisti. Não que eu tivesse qualquer desconfiança sobre a lisura e honestidade dos procedimentos adotados pelos julgadores - que creio serem idôneos. O problema é o órgão que representam, e a quem esta entidade necessita se "curvar". Ou alguém acredita que o domínio onde está registrado o correio eletrônico stjd@cbf.com.br é mera coincidência?
Este é o sentimento de um torcedor que teve sua equipe rebaixada dentro de campo em 2016, pela sua própria falta de resultados, algo totalmente justo; aquele mesmo que viu seu time campeão em 2005, também no campo, mas que naquela ocasião, foi totalmente injustiçado fora dele!