Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de outubro de 2013
Esta breve crônica nada tem a ver com a eliminação do Internacional, frente ao Atlético Paranaense. Isoladamente, uma desclassificação pode trazer muitos ensinamentos dentro de uma gestão visionária e inovadora de futebol.
O grande problema inicia quando, para muitos, tudo parece estar no seu devido lugar. Tudo parece normal, e a eliminação frente aos paranaenses mais parece ser um "acaso". Não é. A propósito, de inovadora e visionária, a gestão do departamento de futebol do Internacional, atualmente, nada apresenta. Faço esta citação apenas para complementar o parágrafo anterior.
O Internacional tem feito campeonatos brasileiros medíocres. Tem vencido os certames estaduais, o que particularmente valorizo muito, guardadas as devidas proporções de importância destes títulos. De vagas em Libertadores o clube tem passado longe. O que dizer de um time que sequer tem “vagas” para comemorar? Tudo o que foi citado acima é fato!
Uma importante parcela do torcedor vermelho "parece" estar à sombra dos títulos de anos atrás. Isso aconteceu também no início da década de 1980. Ocorreu ainda com parte da torcida gremista que, no início dos anos 2000, aplaudia cegamente e em massa qualquer equívoco cometido pelo departamento de futebol do clube tricolor, além de tripudiar os rivais vermelhos pela falta de títulos e por comemorar apenas “vagas”.
Este sentimento faz parte do processo e não é recriminável. A ressaca dos títulos ocorre com qualquer grande clube. O torcedor reflete isso. É natural. Mas tudo tem um limite. E temos que saber reconhecer. Ele chegou! É hora de acordar! Basta vermos o histórico recente do planejamento de futebol do Internacional, avaliando o que tem acontecido em campo. O torcedor precisa se conscientizar e cobrar de maneira coerente. Exceto se achar que está tudo no rumo certo. Isso vai da consciência de cada um!
Dizer isso não é oportunismo. É a simples avaliação de, no mínimo, três
anos de disputas do Internacional atuando como simples coadjuvante dentro de
campo, no cenário nacional e internacional. São pelo menos 36 meses, sentado na
poltrona, aguardando evoluções na gestão do futebol e na montagem de um elenco
promissor.
Algumas contratações inexplicáveis e estapafúrdias, bem como extremamente custosas, além de renovações de contrato milionárias para jogadores “endeusados” e que sequer são decisivos como de fato se espera, são alguns pontos que podem ser mais amplamente debatidos. Há muitos equívocos de avaliação técnica e de gestão de futebol. Assim como muita coisa boa foi feita no clube, é preciso despertar: tem muitos conceitos que precisam ser revistos. Prioritariamente!
Com todas estas ocorrências, a revista do sócio colorado – sempre produzida com qualidade e competência – procura estampar as manchetes do “Maior Vencedor do Século XXI”, sendo a capa coberta por fotos contendo belas taças conquistadas. Falta apenas ilustrar o desenho de um cavalo passando encilhado.
O torcedor não é bobo. Apesar disso, no jogo de ontem, enquanto Clemer substituía Otávio para colocar Forlán em um time que já estava lento na execução, aliado à saída de Damião para entrada de Rafael Moura, senti vontade de caminhar até um bazar de R$ 1,99 e comprar um nariz de palhaço. Àquela hora, estavam todos fechados! Menos pior. Fui dormir, eliminado e à sombra de títulos obtidos em um passado recente, que já está ficando muito para trás.
É preciso cobrar com veemência e coerência. Manter a busca pela qualificação e evolução. Sócio e torcedor não podem se acomodar! É apenas minha opinião. Mas reconheço que posso estar equivocado. Neste caso, está tudo certo e é só esperar a retomada dos títulos com o planejamento de futebol e com os "ídolos" atuais.
25 de outubro de 2013
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