Por Luciano Bonfoco Patussi
09 de novembro de 2012
LUIGI PRESIDENTE: as eleições realizadas na noite de ontem, no
âmbito do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional, definiram a
vitória da chapa 1, significando a reeleição do atual presidente do clube,
Giovanni Luigi. A equipe de Luigi comandará o clube no biênio 2013/2014.
NÚMEROS DA VOTAÇÃO: dos 346 conselheiros do clube, compareceram à
votação 314 (90,75% do total). O resultado oficial foi o seguinte:
Giovanni Luigi (Inter Grande) – 166 votos (reeleito no primeiro turno)
Luiz Antônio Lopes (União Colorada) – 80 votos
Sandro Farias (Convergência Colorada) – 64 votos
Branco – 3 votos
Nulo – 1 voto
Como apenas um dos candidatos
alcançou a cláusula de barreira (que é a obtenção do mínimo de 25% dos votos),
não haverá segundo turno.
2011/2012: fui um dos apoiadores da campanha de Luigi na eleição
passada, pleito que o elegeu presidente do Internacional para o biênio
2011/2012. Não me arrependo em hipótese alguma da votação realizada naquela
oportunidade. Luigi havia apresentado o plano mais claro, em minha particular
opinião. Desta maneira, o sócio decidiu pela sua eleição.
FRUSTRAÇÃO: após o anúncio de que Luigi fora reeleito em primeiro
turno, senti uma forte decepção. Não pelo nome do vencedor. Até mesmo não
descartaria votar em Luigi novamente, apesar de reavaliar isso de maneira mais
veemente, devido a algumas análises particulares feitas em torno dos últimos
dois anos, em se comparando com as propostas apresentadas para este período.
Minha frustração se deve ao fato de
o torcedor associado ao Internacional não ter a oportunidade de votar na
eleição para presidente. Um clube que conta com quadro de mais de 70.000 associados
aptos ao voto não poderia, em minha visão, finalizar etapa tão importante como
a eleição presidencial, sem contar com o voto do seu sócio. Este fato parece
ironia do destino, visto que o Internacional, pioneiro e inovador, foi o
primeiro clube dos gigantes do futebol brasileiro a consolidar a possibilidade
de votação pelo associado.
LEGALIDADE: cabe ressaltar que não houve nada de ilegal nesta
eleição. Está tudo no estatuto da entidade. Devido a isso, valeria um debate em
torno da questão da “cláusula de barreira”, que poderia ser discutida e, quem
sabe, sofrer forte reavaliação, buscando uma melhor alternativa, sendo
diminuído seu percentual mínimo aceitável de votos do Conselho Deliberativo, proporcionando
assim maior “facilidade” para o associado não ser “deixado de lado” no momento
da votação presidencial.
DÚVIDAS NO VOTO: na presente gestão, a atividade principal do clube
– o futebol – deixou a desejar, em minha singela opinião. O Internacional não
foi competitivo em absolutamente nenhuma das grandes competições que disputou
entre 2011 e 2012. No entanto, a gestão
do presidente Luigi teve atuação elogiável em outras áreas, tais como: a polêmica
questão da reforma do estádio Beira Rio; o “entrevero” no caso Oscar e o
litígio com o São Paulo; o Marketing – cada vez melhor, em minha opinião; entre
tantos outros pontos.
A candidatura
de Luiz Antônio Lopes aparentemente me agradava pelo fato de pregar a união de todos,
visto que o Internacional só vai bem dentro de campo quando as pessoas do clube
estão unidas fora dele, caminhando todos no mesmo sentido. Minha análise só
ficou limitada porque, infelizmente, não tive acesso ao Plano de Gestão do
União Colorada. Não sei se isso ocorreu devido ao fato de o Plano de Gestão não
estar exposto na web; ou se isso foi devido a minha incompetência em pesquisar
e localizar de forma mais eficaz este documento na Internet.
Já a candidatura de Sandro Farias mostrou outro conceito em relação a
oposição. Vemos sair de cena a famosa oposição “do contra”, aquela que só
apresenta os defeitos e não aponta as prováveis soluções; entra em campo a “oposição”
com sentido de fiscalização, de apoio, de cobrança, da apresentação de ideias.
O Plano de Gestão apresentado pelo Convergência Colorada mostra muitos pontos onde
o Internacional precisa evoluir, aproveitando ideias, para seguir inovador no
cenário nacional, não estagnando e se deixando ultrapassar.
RENOVAÇÃO DO CONSELHO: enquanto a cláusula de barreira acaba de
impedir, integralmente, o torcedor associado de exercer o seu “direito” ao voto
para presidente, podemos fazer uma reflexão sobre a eleição do Conselho
Deliberativo, que ocorrerá no dia 15 de dezembro. A dúvida que eu tinha para escolher
meu voto presidencial deixa de ter importância. Giovanni Luigi foi reeleito e
tem condições de realizar um grande mandato, desde que observadas algumas
mudanças importantes a serem executadas, principalmente no futebol.
Passo neste momento a ter uma convicção. Algo
que já vinha sendo pensado e, neste momento, se torna definitivo. Meu voto no
Conselho Deliberativo, na data de 15 de dezembro, será na chapa do grupo
Convergência Colorada. Ao renovar o Conselho Deliberativo, o associado do
Internacional terá maiores chances de escolher o presidente do clube na eleição
para o biênio 2015/2016. Espera se que, na próxima eleição, o Internacional possua
aproximadamente 100.000 associados com direito ao voto. E que, da próxima vez,
a maior eleição de um clube de futebol no Brasil não seja “cancelada”! Este é
meu desejo, além de minha torcida por um grande mandato de Luigi no período de
2013/2014.